Uma Noite no Halloween. escrita por Ytsay


Capítulo 3
A esperança.


Notas iniciais do capítulo

Eis-me aqui! Neste teremos ação e... Hehehe. Leiam pra saber.
Boa leitura!



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O rapaz desconhecido quis arrasta-la para fora do cômodo o quanto antes, mas a jovem, em um pequeno momento de lucidez, pegou o pote fluorescente de escovas do chão e só então se deixou levar para o corredor escuro. A criatura rosnou no sombrio andar de baixo, e eles ouviram arranhões no piso e parede quando o animal se levantava do chão.

A moça sentia seu pulso pegajoso onde o rapaz a segurava com força, levando-a para o quarto de hospedes, no fim do corredor. Na luminosidade vinda da janela do quarto dela, quando ele passou rápido pela porta, ela ainda encarava-o espantada. E só naquele breve momento notou que ele também era alto como o monstro do qual fugiam e vestia-se com uma camisa social preta resgata sobre uma regata clara com manchas frescas e úmidas.

— Quem é você? — ela conseguiu falar quando entraram no quarto escurecido e ele fechou a porta logo atrás deles.

O estranho parou e olhou-a balançando a cabeça negativamente, indeciso, então deu atenção à própria mão, confuso pelo líquido que escorria de cortes no antebraço. Ela se preocupou e aproximou a luz do pote de escovas, para ajuda-lo a ver o que aconteceu.

— Isso é sangue...? — e ela deu um passo pra trás vendo os cortes. Ele respondeu com um virar de olhos irônico, pois era obvio.

Subitamente houve um impacto alto na porta e um rugido enraivecido. O rapaz correu para empurrar uma cômoda para frente da passagem, enquanto a criatura começava arranhar a madeira.

— Nossa! Ele realmente quer você — o rapaz comentou depois do seu trabalho. Então foi atrás de qualquer tecido nas gavetas, achando uma fronha de travesseiro dobrada que enfaixou o braço ferido. — Como é o seu nome?

A jovem o viu encara-la enquanto o animal ainda tentava derrubar a porta, rosnando e grunhindo, e ela notou novamente a face dele, com súbita atenção. Seus olhos eram claros, talvez um verde opaco, os cabelos escuros e a pele levemente morena e não era tão mais velho que ela. Então as sobrancelhas dele se ergueram no meio do silencio dela e em busca da resposta que queria.

— Tália — ela soltou junto ao susto do som das cinco garras finalmente atravessando a madeira com um clack.

— E qual é o outro nome? — ele questionou ainda sem se importar com o oponente fora do quarto.

— Outro? — por um momento ela não entendeu, mas ele assentiu muito confiante de que sabia que ela tinha um segundo nome. — Portchia.

— Isso — e ele finalmente saiu da frente dela, indo puxar as cortinas da janela e tentando abri-la.

— Caronte! — a voz grutral e rosnada do canino soou pelos furos da ponta. — Entregue-a a mim!

O rapaz congelou, sua expressão ganhou raiva.

— Venha buscá-la! — ele o atiçou, então com um gesto chamou a garota. — Abra isso logo.

— Seu bastardo covarde! Saia daí e lute como deve ser! És mesmo um medroso fujão! Fedes como tua mãe! Posso sentir o cheiro de seu sangue imundo! És tão indigno até mesmo de ser meio... — e a criatura calou-se ouvindo o móvel sendo removido.

— NÃO! — Tália gritou para o enlouquecido rapaz que livrará a barreira. Ela não conseguiu soltar as travas e tão pouco impedi-lo.

O lobo rapidamente escancarou a porta já fragilizada pelos seus arranhados. Sabia da posição de Caronte e se esquivou de um soco, depois o atingiu no abdômen com golpe, conseguindo lança-lo contra a parede e gerando um estrondoso baque.

Assim a esperança de Tália morreu e o medo voltou para seu corpo, esfriando seu cérebro novamente diante do predador. O garoto tinha ficado desacordado e móvel, ainda diante da atenção dos olhos amarelos da criatura. Então o animal notou que ele deixou de reagir e foi na direção dela.

Tália tentou fugir do cômodo, desesperada e correndo o mais rápido que podia, mas o lobisomem estava muito diante da porta e ela quase conseguiu passar pela lateral dele, porém bastou que ele esticasse o braço e as garras a pegaram pela cintura, furando sua pele e a fisgando. A criatura puxou a garota para si, garantindo a captura. A jovem tentou escapar daquele abraço nojento, do toque do pêlo espesso e gorduroso em sua pele, e buscava livrar-se das garras curvas que afundavam em sua carne e doía intensamente. Ela segurava alguns dos gritos de dor ainda determinada em fugir.

O monstro envolveu o pescoço dela com o outro braço. Aproveitando-se da sensação de dominância que tinha sobre sua vítima, que era tão frágil e inutilmente usava suas últimas forças para tentar se libertar. Finalmente ela soltou um grito angustiado e logo sufocado quando ele aumentou o aperto sobre o pescoço dela e afundou mais suas garras. Tália desistiu de impedi-lo de lhe rasgar a barriga, lutando para não ser asfixiada. E ele havia se esquecido do intrometido desmaiado, pensava apenas no que faria com sua presa: evitaria o coração, para que a moça ainda visse o que ele podia fazer, estava posicionado para começar a brincadeira de dilaceração que tanto planejou e sonhou. Mas:

— Angus! — Gritando o suposto nome do monstro, Caronte ressurgiu na agitação, golpeando o animal por trás com uma das gavetas da cômoda.

A parte do móvel se estilhaçou com a força sobrenatural do jovem e a resistência densa da cabeça canina. O impacto e a surpresa fizeram Angus soltar o pescoço da menina, libertando-a. Tália escapou do abraço se jogando de qualquer jeito para frente e longe de qualquer membro do lobisomem.

Caronte ainda usou um pedaço da madeira pontuda, que restou em sua mão, para fincar entre as costelas nas costas do lobo. O animal rugiu de dor, mas continuou movendo-se como se a madeira não estivesse alojada em seu corpo. Angus encarou Caronte, que mantinha a expressão irritada e sustentou seu olhar pronto para a luta. Eles novamente se embrenharam. O jovem buscava sempre jogar Angus contra alguma coisa, e principalmente em algum lugar que ajudasse a afundar a madeira no seu inimigo, mas ele também tinha que se esquivar das garras e dentes, pois Angus possuía muitos deles no focinho e sabia de seu potencial de estrago.

A luta deles acontecia em todo o cômodo escurecido pela madrugada, apenas pela janela aberta e a luz azulada da lua permitia que a humana enxergasse algo. Tália só teve tempo de procurar um canto para se arrastar e se encolher. Sua fuga das garras causaram talhos profundos no abdômen e o sangue inundava seu short e blusa de dormir, por mais que ela tentasse conter tremulamente o fluxo quente. Aos poucos o frio tomava o corpo dela, agora, não só pelo medo como pela falta de sangue, e seu agitado coração só ajudava na perda e no descontrole, logo as batidas ribombavam em seu cérebro cada vez mais alto querendo-lhe lhe tirar a consciência.

O piso e as cobertas da cama haviam ganhado listras de pingos de sangue negro, que logo a jovem notou vir do grande canino que no momento jogava Caronte para o outro lado do quarto depois de retirá-lo completamente do chão.

O rapaz bateu contra o armário e parou debruçado, próximo dela. Devagar, se apoiou nos cotovelos, a respiração estava rápida e mechas da franja escura grudavam no suor e em no sangue escuro que escorria de algum corte na cabeça.

Angus aproveitou a distância para retirar a madeira de seu corpo, alojada em um lugar que exigiu que ele esticasse bem um braço para alcançar. Caronte então olhou para Tália, encolhida do lado de um criado mudo, e viu-a mais pálida e com o liquido cintilante acumulando-se ao lado dela. Por um momento sua expressão de completa revolta se amenizou, e depois ele se pôs de pé, sentindo rapidamente alguma costela doer, e foi até ela, forçou-a a se levantar e a arrastou para fora do cômodo antes que Angus estivesse pronto para atacar.


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Notas finais do capítulo

Primeiramente agradeço por ler, segundo amaldiçoo leitor fantasma ao não sucesso neste site, terceiro sinto remorso imediatamente por quem cair essa maldição, quarto aviso que não sou muito normal, mas quem diz que sou cruel, só estranha mesmo, e apesar das ameaças só sofro de carência de muitas formas...
Ah, quinto, estou a decidir o desfecho neste momento. Não chegaremos muito próximo do 10° cap, prevejo de 5 á 7. Então o fim deste mundo está próximo.
Por fim agradeço por ler, espero sempre comentário, aceitos dos curtos aos complexos. Sorte, e até um próximo.



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