Uma Noite no Halloween. escrita por Ytsay


Capítulo 2
Nem mesmo um socorro pode ajudar.


Notas iniciais do capítulo

Quem pediu mais um cap? Você? Ah, não, ¬¬ você quer mais marshmallow pra assar na fogueira, ok... Ah, é você! Você que quer mais um pouco da história? Então aqui está. ; )
—Boa leitura.



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A jovem se acalmou com o silêncio seguinte e se direcionou ao segundo passo. Por fim, durante o estrondoso som da descarga, seus olhos se direcionaram a maçaneta, que se mexia lentamente sem querer ser notada. Foi o momento que suas barreiras se desfizeram. Ela acreditou em espíritos, monstros e serial killer. Acreditou em tudo dos filmes de terror e também acreditou que a casa fora invadida.

Estava tensa demais para verificar se havia trancado a porta. E descobriu que não, quando a mesma começou a se abrir lentamente e seu coração arrumava caminho em disparada para sair-lhe pela garganta. O frio lhe arrepiou a nuca e todo o corpo quando a porta já tinha um vão para o ambiente escuro. Ela não sabia como ia lutar naquele lugar confinado e sem arma, e a escuridão lhe impedia de ver quem ou o que era.

Um rosnado grosso soou, sobrepondo-se ao som da chuva. A respiração pesada a farejava e as mandíbulas que salivavam fizeram barulho ao serem fechas e abertas novamente. A peça fluorescente da pia ajudou-a a enxergar um brilho em um nariz negro, que se confundia na escuridão, e a ver os dedos de nós grossos que seguraram a porta e a abria lentamente, se satisfazendo com o medo e a tensão da garota encurralada no banheiro.

A moça seguiu com passos hesitantes para trás, entrando na banheira baixa no fundo do banheiro. O corpo tremia e estava frio, era tanto seu pavor que nem conseguia pensar em gritar ou reagir. A porta se abriu até a metade. A escuridão do corredor e os dedos eram tudo que ela via, até que notou o brilho fraco, vermelho esverdeado, que apenas olhos de cães tinham.

Ele se preparava para atacá-la. Os pelos do corpo já se erriçavam, os rosnados eram involuntários e a saliva lhe escorria entre os dentes afiados. Apesar do desejo intenso de feri-la, ele não queria deixar de aproveitar toda aquela sensação de sentir o medo no ar, pressentir os batimentos cardíacos jorrando sangue velozmente para todo o corpo da moça pálida e ver os tremores nos músculos do corpo atlético dela. Ele ainda desejava que chegasse o momento que ela gritasse de pavor e chamasse por ajuda. Aí, então, teria sua própria adrenalina por estar correndo o risco de ser pego e ter que lutar contra os humanos para fugir.

Quando a gigante cabeça canina se exibiu no vão da porta, encarando-a fixamente com olhos esbugalhados, ela reagiu pegando o frasco de shampoo, pronta pra jorrar na boca ou nos olhos do animal.

Os segundos se estenderam, tornando-se minutos infinitos. A criatura avançava lentamente com um silêncio impressionante, enquanto vigiava os movimentos dela. Os pelos negros, sujos e grossos lhe cobriam toda a face, apenas as pontas dos enormes caninos brancos se mostravam na boca que pingava saliva. Ela certamente morreria de ataque cardíaco se ele fosse mais devagar; Ou talvez isso estivesse prestes a acontecer, pois ela sentia o coração no ponto de explodir e então acabaria melhor do que com a provável morte mastigada que teria.

Ele parou dentro do cômodo e se endireitou, revelando seus dois metros de um corpo musculoso, peludo e de animal. Um grande cão negro apoiado nas patas traseiras, que carregava o cheiro de terra, umidade e até mesmo podridão. Ele também demonstrou a ótima articulação com das patas dianteiras erguidas no ar, ao levanta-las e revelar as garras afiadas cinzenta e brilhante com a qual dilaceraria sua vítima.

Ao som de um trovão, em um ato impensado, ela apertou o frasco para espantá-lo e liberando um grito, acreditando que agilmente a criatura iria revidar sua ação. O jorro de shampoo o atingiu no pescoço, o confundindo por um momento pelo cheiro doce, e então a encarou mais irritado. Os outros dentes apareceram quando ele deu um rosnado, avisando que chegou a hora e que ela não teria misericórdia.

Contudo, os dois ouviram o estilhaçar de vidro em algum quarto do corredor. Mas isso não impediu que o lupino voltasse para sua vítima e enfiasse as garras para tirar lhe o sangue. A moça abaixou-se dentro da banheira, escapando das unhas e gritando de pavor mais uma vez ao fechar os olhos e rezar por uma ajuda.

De repente, ele ganiu ao sentir seu couro das costas ser agarrado e a calda volumosa estirada, também pega de surpresa no corredor escuro da casa. Não sabia o que era, mas se irou e derrubou os itens da pia, tentando manter-se no cômodo, até ser arrastado para a escuridão a força e jogado contra uma parede.

A jovem se encolhia na banheira de olhos fechados e protegendo a cabeça com as mãos. Mal sabia o que aconteceu. Apenas olhou o banheiro vazio quando a porta se fechou brutalmente. Viu apenas o piso e o ladrilho sobre a banheira partidos pelas garras do bicho e o pote de escovas que jazia florescente no chão. Do outro lado da porta, a confusão desconhecida prosseguia. Por um momento ela se acalmou achando que estava salva, mas então lhe ocorreu que ninguém a ouvira chamar por ajuda, pois não chamou e ninguém a ouviria daquele lugar. Provavelmente, podia é estar sendo disputada.

A luta no corredor era definida pelas batidas contra as paredes, os grunhidos de ira e dor, os rosnados, e então mais batidas novamente. Ele e seu oponente estavam no mesmo nível. Era difícil vencê-lo naquele espaço estreito e escuro. O outro era esguio, forte e ágil. Ele rugiu, segurou seu inimigo e o jogou contra a porta, onde este outro tinha prendido novamente sua presa, então deferiu as garras em seu pescoço. Mas o desconhecido escorregou pelos seus dedos no último segundo, ele suava e ofegava, mas estava determinado em mantê-lo longe da moça.

O inimigo agarrou lhe na cintura quando ele ainda liberava as garras da porta, deixando rasgos e furos, e o empurrou para as escadas, o jogando de lá do alto. Ele tentou fincar as garras na parede enquanto dava cambalhotas doloridas e barulhentas para o andar de baixo, mas não conseguiu resultados além de alguns dedos deslocados e uma queda desajeitada. Quando parou, sua visão borrou, mas, mesmo atordoado, pôs-se de pé sem querer desistir.

A moça percebera que ainda estava em perigo quando as garras surgiram na porta, com um baque que a fez tremer, e depois abriram rasgos na madeira. Ela ficou de pé na banheira, tendo mais controle de si com a falsa sensação de proteção dentro do cômodo e ouvindo a queda de algo grande pela escada. Sem esperar, procurou pela janela do cômodo, esquecendo-se de que estava no segundo andar.

Então, subitamente, a porta foi aberta. Ela ouviu passos e o som do pote de escorava atingir a parede depois de ser chutado. Assustada demais, se dedicou a enfiar-se pelo vão da janela sobre a banheira, se prendendo a sua única saída para sobreviver. Logo dedos mornos agarram suas pernas à mostra pelo short de algodão de dormir e a puxaram fortemente pra baixo. Ela se agarrou a janela, sem querer ver quem era e temendo enxergar mais um monstro em que não acreditava até algumas horas atrás. Os dois caíram dentro da banheira quando ela não conseguiu mais segurar. Sobre ela, em sua nuca, a voz de uma rapaz a xingou rapidamente, enquanto pingos escuros caiam diante dela.

— Temos que sair daqui, sua besta! — ele disse num murmúrio e depois a segurou pela cintura, a ponto de pé junto com ele, quase como se ela fosse uma boneca de pano. E de fato naquele momento estranho de um desconhecido a ajudando, era como se sentia depois de estar diante da morte.


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Notas finais do capítulo

Agradeço por ler! No próximo dou nomes, ao menos isso os humanos te que saber.
Deixe um comentário (fofo, divo, orientador, questionador, inspirador etc)!
Até um próximo.