A Raposa escrita por Miss Weirdo


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

OI GALERINHA
Primeiro de tudo: essas notas vão ficar maiores que o próprio capítulo kkkkkk
Eu queria dizer que o capítulo ficou chatinha e curto SIM, admito, e ele tem 99% de conversas, e eu comecei a escrever ele 29 dias atrás, quando eu postei o 17, mas eu simplesmente sofri um bloqueio. Perdão gente, queria ter feito algo melhor.
Agora, outra coisa que eu fiquei bem incomodada e queria me desculpar previamente, uma leitora ficou bem irritada comigo e inclusive disse que ia parar de ler/comentar em A Raposa porque eu não tinha respondido o comentário dela depois de 4 dias que ela postou. Eu fiquei bem surpresa, e quando eu vi, eu tinha mesmo esquecido. Só que agora ela não me responde mais pelo face, ficou bem brava mesmo, e eu acho que isso não é justo. Poxa, são vários comentários na história, o meu dia é cheio também, as vezes passa batido MESMO, ok? A gente esquece, isso é normal, então se algum dia eu esquecer de responder algum comentário de vocês, venham falar comigo, ok? Não é de propósito, eu não fico em casa planejando quem eu vou responder ou não.
E O ÚLTIMO AVISO (e meu preferido): Eu comecei a escrever minha próxima história (vulgo criei o nome e a sinopse), e assim que a Raposa tiver passado pelos próximos capítulos eu aviso vocês sobre o que vai ser, e, sinceramente, eu estou BEM animada!
É isso, boa leitura!



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— Sobrevivemos uma noite inteira - Bat suspirou, cruzando os braços e se sentando na cadeira do jardim para o café da manhã.

O dia estava levemente nublado, e o vento usual balançava confortavelmente nossos cabelos. O sol havia se levantado a pouco do horizonte, portanto o brilho inundava aquele gazebo com um dourado suave, e o barulho do farfalhar de folhas das árvores que nos rodeavam e o cheiro da comida quente em meu nariz faziam daquele momento um bom motivo para não ter fugido daquele palácio ainda.

— Pelo menos não vamos ter de aguentar aqueles  nobres ignorantes - Sombra rolou seus olhos, contrariado.

E ele estava correto. A mesa tinha lugar para apenas nós, os Sailors. Sem sinal algum dos outros. Sem sinal de Fox.

— Vocês acham que Hyn é um bom marido? - perguntei, enquanto coçava o queixo.

— Eu podia jurar que você não era desse tipo - Mohra riu, mesmo que confuso.

— Ah, não - eu ri de volta - é que ontem eu tive um… Incidente com a esposa dele.

— Incidente? - Cabeça arqueou as sobrancelhas - você não fez o que eu estou pensando, fez? Se o regente descobrir…

— Nada aconteceu - rolei meus olhos - mas ela queria. Parecia um pouco carente, para falar a verdade.

— E é por isso que eu prefiro a outra - Tobias gesticulou com a cabeça.

— A de cabelo enrolado? - Jaguar questionou, com a boca cheia de pão.

— Não é como se eu soubesse te responder - Ello respondeu ironicamente, apontando para onde deveriam estar seus olhos, mas havia apenas um óculos metálico.

Eu ri de sua resposta, vendo que finalmente estava quebrando sua repulsa em relação ao acidente que havia causado a perda de sua visão.

— Evanna - Sombra respondeu, se espreguiçando - é o nome dela.

— Sim, ela - Tobias concordou, com um balanço de cabeça - é mais bonita que a outra. E bem mais alta.

— Então você gosta dela? - Sombra fez piada, jogando uma uva no marujo.

— Ela é rica, bonita e engraçada, por que eu não gostaria dela? - ironizou, o que me fez concordar mentalmente.

— Alguém lembra quando ele disse “pode tocar no meu braço, se quiser?” - Mohra fez piada, relembrando a primeira vez que os conhecemos.

Todos concordamos, rindo e apontando para o Sailor, que imediatamente se encolheu na cadeira, provavelmente vasculhando sua mente por uma desculpa, mas não encontrando nada.

E então ficou por aquilo mesmo, onde rimos e desfrutamos de uma boa refeição, dando olhadelas discretas para as frondosas árvores que se distanciavam de nossa mesa. 

E, como sempre, deixei-me perder em meus pensamentos. Tomei café silenciosamente enquanto os homens conversavam, pensando se levaria muito tempo para partirmos. Tudo ali estava tão calmo… Calmo demais. Se os demônios apareciam na forma de figuras do passado de Fox, então deviam estar atrás dela, de alguma forma que eu ainda não entendia. Por que dentre todas as pessoas do mundo, justamente ela fora a escolhida? De qualquer modo, era apenas questão de tempo até que alguma outra parte obscura de sua vida, alguma questão que não havia sido bem resolvida, resolvesse aparecer enquanto desfrutávamos de nossos bolinhos para gritar algum “Há! Achou que eu não viria?”.

  Contudo, outra coisa que estava me incomodando era o discurso de Jia da noite anterior. Sim, eu me preocupava com o motivo de sua insatisfação no casamento, se estava sofrendo, mas eu ainda assim sentia um pouco de carência em suas ações, mas o que realmente me deixou intrigado foi a parte sobre perder Fox. Não entendi sua insistência em afirmar que eu gostava da capitã. O que existia era apenas admiração. Bem, eu acho…

Assim que sua imagem veio a minha mente, lembrei que tinha de fazer algo, portanto logo tratei de empurrar minha cadeira para trás e ajeitar as vestes.

— Tenho de resolver uns assuntos - expliquei, me levantando. Eles apenas assentiram, parecendo ocupados demais em ver quem aguentava mais tempo com a boca cheia de chá quente ou algo do gênero.

Comecei a caminhar pelo jardim tranquilamente. Não entendi direito o que estava procurando, visto que eu precisava falar com Fox, mas não tinha ideia de onde a menina se encontrava. Provavelmente o mais sensato seria encontrar um criado e perguntar onde os nobres estavam fazendo aquela refeição, falar com um guarda, entrar no castelo e checar o salão de dentro…

Mas não foi necessário. Andando pelo gramado verde entre arbustos floridos e árvores, eu ouvi uma risada, a qual eu demorei um tempo para reconhecer, já que não a ouvia com frequência.

Me esgueirei um pouco para encontrar Grier e a ruiva sentados no chão, rindo de alguma história que compartilhavam. Fiquei olhando a expressão tão verdadeira no rosto dela, a despreocupação… Eu não me lembrava de sequer tê-la visto daquela maneira alguma vez antes. Parecia ter se esquecido da noite anterior, onde todos jogaram suas expectativas sobre seus ombros, o que me deixou indignado o suficiente para sair dali.

Foi quando o regente notou minha presença, e, ainda com um sorriso no rosto, me cumprimentou:

— Olá, marujo - assentiu com a cabeça. O sorriso de Fox morreu, e ela me fitou seriamente - o que procura aqui?

— Eu estava pensando se não podia falar um pouco com a Fox? - questionei, mais pedindo permissão para ela do que para ele.

— Se você não percebeu, Tomeh, eu estou no meio de uma conversa - ela respondeu, seca.

— Ah, tudo bem - Grier sorriu, incentivando-a - eu vou continuar aqui.

— Por favor - pedi, o que a fez revirar os olhos. Se levantou, bateu a mão na saia do vestido bege para tirar qualquer planta que ali tivesse, e veio atrás de mim.

Assim que nos distanciamos o suficiente para que o regente não pudesse nos ver ou ouvir, ela questionou:

— O que quer? - seus olhos impacientes me alarmavam de que eu havia feito alguma besteira, o que não era difícil de ter acontecido.

— Pedir desculpas - falei, enquanto andávamos vagarosamente - ontem todos estavam te bombardeando de pedidos, e eu simplesmente levantei e fui embora. Foi idiota da minha parte.

— E quando você não é idiota? - ela disse bem baixo, provavelmente pensando alto.

— O que aconteceu? - eu a parei para poder olhar para ela enquanto falávamos - você está um pouco… Ríspida.

— Eu não estou ríspida, eu sou ríspida - ela arqueou as sobrancelhas, estressada - a questão aqui é que você deveria ter mais cuidado ao se dirigir a mim, ainda sou sua capitã.

— Pois não parece - falei - desde que chegamos, você está calada, obedecendo o que lhe dizem. Não passou um segundo sequer ao lado de seus marujos, mesmo em um momento difícil como esse. Quatro de nós morreram, você sabe o que é isso?

— Não me peça para entender o que é morte - ela sibilou, os olhos ameaçadores - quer realmente discutir isso? Essas pessoas que vocês tanto menosprezam são o único contato que eu tenho com meu passado, a única ligação a minha família. Se eu estou confusa quanto ao que quero fazer, o problema é meu!

— Você está confusa? - eu vacilei - está realmente considerando ficar aqui e nos abandonar? Pensando em casar com Grier?

— Eu não te devo explicações - abaixou sua voz, apesar de ainda estar brava.

— Estamos realmente voltando a essa frase? - rolei os olhos - você deve sim explicações, tanto a mim quanto aos outros marujos, porque até agora eles pensam que Sea Fox vai voltar para o Metal Curse com eles - fiz questão de mostrar o quanto eu estava indignado.

— Qualquer um deles adoraria ser o novo líder do navio - ela deu de ombros - se eu escolher ficar, vou ter conforto, dinheiro, paz, alguém que goste de mim…

— Também gosto de você! - respondi, como se fosse óbvio. Ela era a capitã daquele navio, e eu não conseguia imaginar um Metal Curse sem a Fox.

— Não, Tom - ela respirou, e logo em seguida prosseguiu pausadamente - alguém que goste de mim. 

Fiquei em silêncio momentaneamente, e um impulso estranho surgiu em mim, quando eu tive vontade de falar algo que não sabia se era verdade. “Bel já gostou de Grier uma vez, e de nada me surpreenderia se isso acontecesse de novo” era o que Jia havia dito. E se ela estivesse certa?

— Eu acho que deveríamos voltar logo para o navio - concluí, cruzando os braços.

— Bem, eu acho isso estranho - ela arqueou as sobrancelhas - achei que estava gostando daqui.

Pendi a cabeça para o lado, confuso.

— Além da comida e da cama macia, eu apenas quero ir embora - falei.

— Curioso, não vai admitir que as pessoas daqui também te interessaram… - respondeu, seca. Foi quando eu entendi o que ela estava tentando dizer.

— Ela te contou? - questionei, sem graça.

— Ninguém me contou nada. Eu vi - seu cenho se franziu em um misto de raiva e indignação, ou seja lá o que estivesse se passando em sua cabeça naquele momento.

— Você o quê? - fiquei confuso, mas logo tratei de explicar - você entendeu tudo errado, Fox.

— Eu entendi errado? - ela riu ironicamente - eu fui até seu quarto noite passada para ver se estava tudo bem, você parecia bem estressado quando saiu da mesa de jantar. Não bati na porta pois você podia estar dormindo, eu apenas abri uma fresta, o suficiente para ver você e uma das minhas melhores amigas se beijando.

— Se você me deixar explicar o que aconteceu, vai perceber…

— Você estava sem blusa e ela quase sem o vestido. Ela é casada, o que você estava pensando?

— Justamente, eu não estava… Quer dizer, ela não estava… - tentei falar, mas as palavras pareciam que não estavam vindo corretamente.

— Poupe-se - ela me olhou com pena - você não me deve explicações de seja lá o que tenha acontecido ontem. A vida é sua e eu prefiro ser privada de certos detalhes.

A encarei em silêncio, sem saber como reagir. Mas ela estava certa. Eu não devia satisfações a ninguém.  

— Quando vamos embora? - perguntei, ansioso para sair daquela conversa.

Ela me fitou mais uma vez, sem paciência.

— Fox, seja racional. Supostamente, demônios estão te perseguindo, você gostaria de trazer esse problema para cá? Eu só lhe peço que venha conosco até a cidade de minha mãe, ela vai nos ajudar.

Depois de alguns segundos em silêncio, o olhar mortal e a famosa aura de crueldade, ela me respondeu:

— Avise a Grier então que em dois dias vamos para essa tal cidade - parecia, enfim, decidida.

Com isso, virou-se bruscamente e começou a andar para longe.

 

Eu, mais uma vez, fiquei confuso com a sua reação. Ela vivia dizendo que ninguém devia satisfações a ninguém, e mesmo assim veio me confrontar sobre Jia. Provavelmente devia ser porque a menina era casada com um amigo de infância dela, mas a raiva era tanta que ela não pode entender que nada havia ocorrido entre nós. 

Não conseguia mais aguentar a beleza daquele lugar. Eu sentia falta do mar, da liberdade, dos horizontes, minha sede pelo infinito. Tudo naquele castelo era tão ordinário… As  belas, porém programadas construções, as majestosas, no entanto plantadas pelos homens árvores… Eu precisava de algo natural. Eu queria o oceano, eu queria a monotonia do navio, e se fosse necessário, eu até saquearia um barco naquele instante. Eu precisava fazer alguma coisa, qualquer coisa, que não fosse me vestir bem e ser educado. 

Andei vagarosamente até Grier, sem vontade de falar com ele. O garoto não havia feito nada de errado para mim e, de qualquer modo, eu ainda me sentia incomodado em sua presença. Não queria o regente por perto, sua aura me estressava, e cada vez mais eu sentia que poderia explodir ouvindo sua voz irritantemente normal. Mas, percebi então, que aquele fato não estava associado a ele ter tentado nos matar, o que foi apenas o pobre menino seguindo as leis de seu país, já que se o regente descumprisse as ordens, qualquer um o faria, e sim que ele estava tirando Fox dos Sailors. Sem ela, não queríamos voltar ao navio, portanto ficávamos vazios. 

— Onde está Lady Belena? - o regente perguntou ao me avistar sozinho.

Fox quis voltar para o castelo - eu disse, sem ter certeza.

— Fox… - ele murmurou, o olhar perdido - quem diria que aquela garotinha de anos atrás se tornaria a líder do grupo pirata mais famoso das lendas?

— Você pode se surpreender com o que vou te dizer agora, mas nós não somos uma lenda - ironizei, o que fez com que ele risse, dando-me vontade de lhe acertar um soco.

— Sim, eu sei - ele comentou, e antes que o silêncio se instalasse, se levantou e bateu a mão nas roupas para se livrar da terra - bem, já que era apenas isso, devo me retirar.

— Não, tem mais - eu comentei, um sorriso se abrindo em meu rosto, que eu logo tratei de esconder - Fox pediu para que eu lhe avisasse que partimos em dois dias.

— Oh sim, vocês precisam de mantimentos ou algo do gênero? Qualquer ajuda que for necessária, é só pedir - ele assentiu rapidamente, atencioso.

— Ela vai conosco - eu disse, e o olhar de Grier se entristeceu, percebendo que aquilo nada mais significava que o casamento entre eles não aconteceria.

— Ah - ele murmurou, e então calou-se.

Encarei seu rosto entristecido por um momento, e me apiedei, sentindo seu pesar.

— Mas voltaremos para visitar - afirmei.

— Bem, já que não há mais jeito - ele chacoalhou a cabeça, ignorando o que eu havia dito - então vocês deveriam ser lembrados por aqui. 

— O que você quer dizer? - arqueei as sobrancelhas, curioso.

— Bem, eu estou propondo um baile de despedida, é claro!

Queria eu ter me alertado o que aconteceria depois daquilo.


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Notas finais do capítulo

Vejo vocês capítulo que vem :D



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