A Sociedade Rubi escrita por Mari e Léo


Capítulo 45
Portal do inferno


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal. Voltei e trouxe capa nova. Espero que gostem dela e comente dizendo o que acharam. Demorei um pouco pra postar, mas voltarei ao ritmo normal. Muita calma pessoal. Outra coisa é que começa a ficar mais pesado o clima então não se assustem com a violência que alguns capítulos terão. Espero que gostem então até as notas finais!



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Medo. Um invocador não sente medo. Somos privados disso. Não somos humanos comuns. Somos especiais. Medo. Era o que sentíamos assim que a décima terceira trovoada soou no céu.

A lua vermelha brilhava intensamente. A hora havia chegado. O sangue iria derramar, mas de quem? As bruxas haviam acordado. O portal estava quase aberto e logo elas nos atacariam. Diabólicas, cruéis, famintas por morte. As damas da noite.

Naquele momento senti frio por baixo da armadura. Muito frio. Não vinha por fora, mas de dentro. Era como se a vida estivesse indo embora. Fechei os olhos, a hora havia chegado.

Um raio vermelho cruzou o céu. A lua brilhou ainda mais. Vermelha. Sangrenta. Uma gargalhada ecoou por todo lugar. Eco. Estávamos próximos de um penhasco. Fechei os olhos mais uma vez. Não havia nenhum pedido a ser realizado. O inferno havia chegado.

– Sabe o que eu quero de presente? – Corea perguntou para Gaspar.

O invocador sorriu. Ele sabia o que ela queria. Era o que todos queriam.

– Uma cabeça de dama da noite. – a invocadora preparou a arma que carregava, havia um tanque em suas costas com os quatro líquidos mortais. – E eu quero hoje.

O vampiro robusto. Drácula. Olhava para o céu, segurava firme a espada que carregava. Era um exemplo. O que qualquer invocador de vampiro queria ver mais uma vez na vida. Seus olhos em chamas carregavam a coragem que tinha, a que todos queriam ter.

O céu se iluminou com uma luz arroxeada. O chão tremeu e começou a chover. Olhei para os lados. Os relâmpagos silenciosos. Era uma canção para a hora da morte.

Mais uma vez a gargalhada ecoou. Um vento forte, parecia que ia nos tirar do chão. Mas o vento levou embora a chuva e o tremor. Elementos. Era isso. Raios. Tremor de terra. Chuva. Ventania. Agora era o fogo.

– Se abaixem! – Rhodes gritou e todos se abaixaram.

Uma enorme língua de fogo passou pelas nossas cabeças. Fogo de bruxa. O tipo de coisa que poderia ferir um invocador de vampiros. Qualquer tipo de pessoa poderia se ferir.

– Sabe o anjo da morte? – Otan perguntou para Rhodes abaixado. – Ele foi mais amigável comigo. Quase morri três vezes, escapei em todas com sucesso. Mas dessa vez estou com medo.

– Tire isso da sua cabeça. – Rhodes estava deitado na grama com as mãos sobre a cabeça. – Coragem, cavaleiro do obscuro.

A língua de fogo cessou no ar. Nenhum incêndio. Nenhum ferido. Foi uma tentativa, estávamos bem. Mas por quanto tempo?

A escuridão aumentou. Vinha do penhasco como uma nuvem negra. A lua estava cada vez mais vermelha. E a névoa de escuridão parou na nossa frente.

– Invocadores de criaturas. – a voz era de Eudora. – Nos encontramos mais uma vez.

Levantamos do chão e olhamos fixamente para a névoa. A invocadora estava lá, pois a voz vinha daquela direção. E ela gargalhou, uma risada alta e estridente. Mas havia algo diferente, ela não parecia confortável com a situação, soava ensaiado.

– Hoje, nossas líderes acordaram. – outra voz vinha da névoa. – Espero que estejam prontos para a morte. Elas estão famintas.

A névoa se dissipou. Lá estavam várias mulheres. Seguravam suas vassouras mecanizadas, carregavam em maioria, espécies de foices. Usavam vestidos longos e decotes provocantes. Todas tinham os cabelos negros e ondulados. Idênticas a Eudora, mas o olhar da invocadora de bruxas era diferente. Mas por que?

Uma das invocadoras subiu na vassoura e começou a subir em direção ao céu, carregava em uma das mãos uma esfera da cor preta. Dava vontade de nos afastar. Senti vontade de sair correndo. Mas sabíamos o que aquilo significava e tínhamos que tentar impedir.

Delaware imediatamente esticou a mão para a invocadora de damas da noite. Um raio saiu de seus dedos e atingiu a vassoura da invocadora, mas antes a mulher jogou a esfera para cima, que continuou flutuando enquanto ela caía no chão.

– Está feito. – disse a invocadora já se levantando.

A esfera começou a emitir um brilho arroxeado. Ela girava e aumentava de tamanho, parecia se esticar. Era um portal. A entrada das damas da noite para o nosso mundo.

– Um ponto para nós. – disse a invocadora ao lado de Eudora, que sorriu. – Menos um para os primos do bem.

Rivera girou os olhos. Ela não estava se divertindo, ninguém estava.

– Se tivesse garotos seria mais legal. – a invocadora de sereias cochichou para Lotty que ignorou.

– Conseguiram a garota. – disse Eudora. – Mas muita gente vai morrer hoje.

O portal estava pronto. Uma coruja piou dentro da floresta próxima dali. O lobisomem uivou. E o dragão começou a bufar fumaça para fora do nariz. Corea sorriu. A diversão que ela queria ia começar. A invocadora estalou o pescoço.

– Que venham as bruxas. – a híbrida estava animada. – O sangue de vocês que vai derramar hoje.

Do portal raios saíam. A dimensão das damas da noite era conturbada, tão próxima e tão escura. O lado escuro da lua era duro, era sua casa. O inferno não ficava embaixo da terra, mas sim no espaço.

As damas da noite começaram a sair. Não havia nada de galhos de árvores. Isso era parte da lenda. Mas elas flutuavam no céu com ferocidade. Não dava para ver suas pernas, parecia que elas se movimentavam com uma nuvem negra nos pés.

– Existem sete espécies de damas da noite. – disse Drácula no nosso idioma. – Qual foi o primeiro a despertar? Façam suas apostas. Sete pecados, sete damas. A morte costuma ser mais doce. Há dez de cada espécie. Setenta bruxas.

– Sessenta e nove. – Rivera corrigiu. – Uma delas morreu na Primeira Guerra Mundial. Um humano a matou.

Dez bruxas pousaram. Eram visivelmente iguais. Apenas algumas coisas mudavam no rosto. A pele era branca, podíamos ver as veias por baixo, riscos arroxeados. O cabelo era negro e longo. Sorriam como psicopatas. E eram. Assim que chegaram até nós, uma armadura se formou em seu corpo.

– Inveja. – disse Hank.

Drácula assentiu para o invocador de vampiros. Poderia ter sorrido, mas era impossível. Dez damas da noite. Inveja. Qual era o seu poder?

– Olha só. – uma delas caminhou até as invocadoras de bruxas, ela sorriu. – Nossas invocadoras. Jovens. Bonitas. Queria ser como elas.

– Você pode minha irmã. – disse a outra bruxa, ficando exatamente igual a invocadora que a outra bruxa se aproximou. – Todos nós podemos.

A dama da noite sorriu. Um sorriso largo, cheios de dentes prontos para retalhar um corpo. Elas estavam com fome, mas que tipo de fome? Seu poder maior era se transformar em outra pessoa. Mas até que nível ia isso?

– Porque vieram até aqui? – disse bruxa menor caminhando em nossa direção, nós rapidamente recuamos. – São esses os nossos inimigos? – ela se virou para as irmãs e começou a rir. – Esses fracos vieram até aqui para nos impedir? Vai ser fácil. Podemos matar eles com suas fraquezas.

Foi então que lembramos. Não podíamos olhar para elas. Seu poder de hipnotizar era muito grande. Mas dessa vez não tinha tanto efeito. Era outro tipo de bruxa. Elas buscavam em nossos cérebros nossos medos, nossas fraquezas e iriam usar isso contra nós.

– Vão ficar aí parados? – Corea gritou para nós.

– Olha, eles são corajosos. – uma começou a rir. – Gosto de coragem, gosto de vê-la se transformar em medo. Se estão tão ansiosos, vamos começar logo a matança. Vocês não podem nos parar.


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Notas finais do capítulo

Olá, o que acharam? Próximo capítulo será postado amanhã. E logo mais de The Intended, até lá! Comente!