A Sociedade Rubi escrita por Mari e Léo


Capítulo 44
Dons dos elementos


Notas iniciais do capítulo

Oii pessoal! Já disse que vocês são os melhores leitores? Kkk pois é pessoal, vocês são! Boa leitura e até as notas finais!



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A armadura já fazia parte de nós, como uma segunda pele. Pegamos as armas, as proteções, pedras, todo o equipamento. Havia um clima diferente entre nós. Uma ansiedade aterrorizante. Iríamos ver Drácula novamente, todos estavam animados e temerosos.

Rhodes andava de um lado para o outro. Olhava para os lados e socava o cajado no chão. Ele estava nervoso e muito mais ansioso que nós. Drácula era mais que um mestre para ele, era seu norte, sul, leste e oeste. Um ídolo.

– Hoje vamos ver o vampiro que Helsing caçou diversas vezes. – disse Otan ao lado de Rhodes, que ainda tentava se acalmar. – Espero que seja um encontro pacífico.

– Estamos do mesmo lado. – disse Rhodes. – Já sabe muito bem disso Otan. Acalme seus cavaleiros que eu cuido dos meus invocadores.

Todos se reuniram numa pequena clareira na floresta. Olhavam para os lados a procura do perigo, de algo que os ameaçasse. Mas ainda não era hora, sentia que elas ainda não haviam acordado.

Yves não segurou minha mão, nem olhou para mim em busca de segurança. Algo estava diferente e eu sinceramente estava com medo do que poderia ser. Insegurança da parte de todos nós.

Rhodes subiu em cima de um tronco de árvore para todos prestarem atenção nele. Uma das coisas que ele mais gostava era de discursos. Corea girou os olhos, ela já estava com tédio.

– Invocadores, hoje todos nós vamos reencontrar o nosso mentor. O maior dos vampiros, o motivo pela Sociedade Rubi existir. Drácula veio se unir a nós na nossa primeira batalha contra as damas da noite. Temo pelo o que vai acontecer essa noite e temo muito mais no que virá depois caso sobrevivermos. Aos fracos, digo para usarem tudo o que aprenderam e dar o melhor de si, quanto aos fortes, digo para lutarem até a morte os acolher. E aos corajosos, peço para continuarem assim, pois não há espaço para medrosos em uma guerra.

Todos ficaram em silêncio. Rhodes limpou o suor da testa com um lenço. Olhou para nós, parecia ainda mais apreensivo, talvez ele fosse um dos medrosos. Mas não era isso, era a ansiedade.

O senhor do casarão desceu de cima da pedra. Direcionou seu olhar para mim e apenas assentiu. Eu não conhecia o motivo, até que Doc veio falar comigo.

– Profecia da Yves, lembra? Hoje saberemos se ela estava certa mesmo.

Como eu podia ter me esquecido? Será que algo diferente iria acontecer comigo. Era demais para mim. A pressão aumentaria muito mais. Eu seria uma espécie de arma de guerra.

Continuamos andando. Rhodes estava apressado. Queria ver logo Drácula. E eu tinha um sincero medo de qual seria a reação do invocador. Ele havia esperado muito pelo dia que reveria o grande mentor.

O vento frio dava uma sensação ruim de insegurança. Algo congelava dentro de nós. Ninguém se aproximava. Todos pareciam distantes, mesmo estando lado a lado. Yves olhava de relance para mim, Rivera caminhava como se sentisse dores nos pés e Delaware fazia barulho com a quantidade de munição que trazia para suas pistolas. Doc olhava para os pés enquanto caminhava, Jasper checava o arco enquanto caminhava e Collins sibilava números. De alguma forma, todos nós estávamos distraídos.

Ao longe podíamos ver um pequeno bando de pessoas no final da floresta. Não. Não eram humanos. Abri um sorriso. Eles estavam ali, eram mais do que reais, eram parte de nós. Os vampiros. Estavam da mesma forma que no dia da invocação, pareciam mais com humano do que com criaturas. Era sua forma de batalha. Usavam armadura e estavam armados. E no centro deles, na frente, no comando, estava ele. Altivo, nobre e mais do que real. Drácula.

Aceleramos ainda mais o passo. Uma felicidade nos encheu, era como rever um parente que não se via há anos. Paramos frente a frente com eles. Nada de sorriso, devíamos demonstrar respeito e seguir o instinto. Frente a frente com nosso líder isso era fácil, ele próprio empunhava respeito com aqueles olhos penetrantes e em chamas.

– Drácula é uma honra recebê-lo em nossa dimensão depois de tantos anos. – disse Rhodes.

– Vocês precisam de nós assim como precisamos de vocês. – disse o vampiro robusto. – E vocês precisam tanto que até se uniram com a Ordem do Obscuro.

– Foi preciso. – Rhodes olhou pela primeira vez com desprezo para os cavaleiros e amazonas.

– Não olhe com desprezo para o companheiro de batalha. – Drácula disse a Rhodes. – A união aumenta a força do grupo. E a força do grupo nos leva a grandes feitos. Espero que meus invocadores estejam prontos para o que vem pela frente. As damas da noite são criaturas cruéis e manipuladoras, não cedam a elas.

– Eu disse que elas eram boas em manipulação. – Rivera comentou sorrindo, estava confiante com o comentário.

Drácula olhou para a invocadora de sereias e deu um pequeno sorriso, em seguida assentiu para Rivera. Ela corou pela primeira vez. Viu apenas uma vez sua mentora e receber o elogio de um líder a deixava mais orgulhosa do que já era.

– Vejo que estão todos aqui. – disse o líder de todos os vampiros. – Sociedade Rubi, Sociedade Safira, Sociedade Esmeralda, Sociedade Diamante e Sociedade Ametista. Os invocadores de criaturas. As cinco sociedades. Confiamos em vocês para nos proteger do mal que poderia nos acontecer caso os humanos soubessem de nós. Todos fizeram seu trabalho. Mas por quê? Logo os humanos comuns estarão envolvidos. Tudo culpa da figura pior que a morte. As damas da noite, as bruxas. Hoje elas acordam, mas hoje também receberão uma arma capaz de trazer a morte a quem mata.

Olhei para Yves. Ela sorriu lateralmente. Era sua visão, agora ninguém poderia duvidar dela. Yves estava correta e eu precisava parabenizá-la, mas ela parecia distante. Parecia confusa.

Do meio do grupo de Drácula, mais quatro criaturas apareceram. As quatro criaturas que as outras quatro sociedades protegiam. Sereia, dragão, lobisomem e ogro. Uma sereia em forma mais humana, olhos ainda azuis cheios de água, um sorriso de dentes brancos, a pele oleosa ao extremo e a pele mais azulada do que bege, havia marcas de onde as barbatanas saíam. O dragão ali era da mesma forma de os invocadores se transformavam, uma forma mais humanoide, couro alaranjado e garras, as asas estavam recuadas e também usava uma armadura. O lobisomem eram mais alto e mais corcunda, os olhos eram brancos, mas parecia conter raios, sua armadura era prateada e reluzia com a lua. O ogro era forte, sua pele era a que mais se parecia com a nossa, mas ele era enorme, dois ou mais dentes ficavam para fora de sua boca, a impressão era que a armadura que usava estava apertada. Mas nas mãos de cada um, algo brilhava intenso. Algo mágico.

Cada uma das criaturas caminhou até nós. Drácula até mim. A sereia até Rivera. O lobisomem até Delaware. O dragão até Collins. O ogro até Murphy. Cada criatura para cada invocador da nossa geração. Os escolhidos.

Na mão esquerda de cada criatura, uma esfera de energia se formou e cada uma tinha uma cor diferente. As cores que significavam os elementos. Vermelho para o fogo, verde para a terra, branco para o ar, azul escuro para a água e azul claro para os raios. Esticamos as mãos para eles em seguida.

Todos olhavam para nós. Estavam curiosos. Mas nenhuma curiosidade era maior do que a nossa, dos cinco escolhidos.

As criaturas seguravam nossas mãos com a mão sem energia. Olharam nos nossos olhos. E dos olhos de Drácula senti uma energia muito forte sendo passada para mim. A sensação era muito maior do que se transformar. Senti dor de cabeça, como se estivesse recebendo pancadas na cabeça. Até que vi aquele feixe de luz vermelha saindo dos olhos do líder.

– Hoje, você Hooper Rubi, recebe o dom do elemento fogo. Os vampiros hoje, lhe entregam a essência vital de cada um. As chamas agora são parte de você. Nós lhe confiamos para ser a chama, a mão que queimará as bruxas. Será o fogo que iluminará a noite. Que queime nossos inimigos e que aqueça nas noites mais severas. Hooper Rubi, você agora recebe um dom único. Você é a nossa chama. Tocado pelas chamas e abençoado por elas. – disse Drácula junto das outras criaturas, que falavam sobre seus respectivos elementos. – Hoje você se arma com fogo.

Minhas mãos estavam quentes, assim como todo o meu corpo. Olhei para os lados, todos nos fitavam, olhos arregalados e surpresos. A visão de Yves havia se concretizado, de outra forma, mas tinha.

Drácula sorriu para mim e assentiu, deu alguns passos para trás e esperou que eu fizesse algo. E eu respirei fundo, não sabia o que tinha que fazer. Era tudo novo mais uma vez.

Olhei para os invocadores que estavam do meu lado. Ficamos em círculo, de costas para o resto dos seres. Olhamos um para o outro e assentimos. Não importava o que aconteceria. Era parte e não nos faria mal. Esticamos a mão para dentro do círculo. Era hora.

Nas nossas mãos os elementos surgiram. Nas mãos de Rivera um jato de água, nas de Delaware um raio, nas de Murphy uma raiz, nas de Collins uma corrente de ar e na minha uma chama. Todos os elementos na direção do céu. Até que um trovão soou.

Olhamos para o céu desesperadamente. A hora havia chegado. Nós estávamos armados. Mas e agora, o que fazer de fato? Mais doze trovões foram escutados. Treze trovoadas para as bruxas. Havia apenas uma certeza.

Elas acordaram.


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Notas finais do capítulo

Então pessoal, tenho algumas coisas pra falar pra vocês.
Primeiro, esse capítulo fechou uma fase da história e vamos iniciar uma nova, a ideia era dividir em duas partes (duas histórias), mas mudei de ideia. Tenho prólogo pronto e quero saber se vocês querem que o próximo capítulo seja o prólogo, que seria o começo da nova fase.
Outra coisa é que pode ser que eu não poste capítulos nesses próximos dias porque vou viajar. Então me perdoem. Vou tentar postar os capítulos.
E outro assunto é que o natal está chegando e eu adoraria uma recomendação como presente. Kkk isso é engraçado da minha parte. Enfim pessoal, nova fase, vamos a batalha!!!! Agora que o coro come kkk ignore.