A Sociedade Rubi escrita por Mari e Léo


Capítulo 40
Entregue ao destino


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Preparem a música romântica, hoje teremos um momento muito, mas muitooo esperado. Kk Dedico a todos que querem ver logo a Yves e o Hooper juntos. Espero que gostem, boa leitura! (Indico que leiam o capítulo ao som de Powerful)



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Yves colocou o livro em cima da mesa. Ela ainda não se sentia preparada para ler aquelas páginas. Olhou para mim e exibiu um pequeno sorriso, daquele que só se percebe se estiver focado na pessoa. E eu estava.

– Podem ler o livro antes de mim. – disse Yves. – Preciso respirar ar puro e esfriar um pouco a cabeça. Essas coisas me desequilibram.

– Tudo bem com você? – Doc perguntou.

– É o livro. – ela respondeu. – Fiquei tensa. Só isso. Sabem como é a energia dessas peças. Vou lá para fora. Não se preocupem.

A invocadora saiu da sala e todos avançaram em cima do livro, cheios de curiosidade. Aquilo podia ser perigoso, todos sabiam disso. Mas os invocadores amam o perigo. Até mesmo Charlotte havia se misturado para conseguir ler aquelas páginas antes proibidas para ela.

Não tinha nada para eu fazer ali. Não me sentia tentado a abrir aquelas páginas. Girei os olhos e coloquei as mãos no bolso. O que meu instinto dizia? Saí da sala e fui atrás de Yves.

Ela gostava de lugares em que não pudesse ser incomodada, mas que todos sabiam onde ela estaria. A floresta. Sabia que ela não iria longe, Yves não conhecia direito a floresta desse lugar. Entrei na mata e fui a procura dela, que rapidamente encontrei.

Yves estava sentada na margem de um riacho. Descalça, com o coturno surrado no colo. Sua saia vermelha até o joelho estava na metade da cocha. Seus cabelos longos balançavam levemente com o vento. Estava de costas para mim, era estranho vê-la dessa forma, sem toda a armadura de invocadora, apenas como era antes. Uma garota estranha e maravilhosa.

– Dessa vez foi você que não me percebeu. – falei mantendo uma distância razoável.

– Preferi ficar em silêncio. – mesmo de costas eu sabia que Yves estava sorrindo. – Não queria te impedir de lembrar disso. Lembrou-se de mais algo?

– Não. – menti. – Nada, pode me ajudar?

– Sei que se lembrou de tudo. – ela riu e virou o rosto em minha direção. – Todo mundo lembra com o passar do tempo. Só acelerei as coisas.

– É. – respondi. – Sei disso. Valeu Yves. – eu estava sem jeito, com as mãos no bolso me aproximei dela, mas não ousei em sentar.

A invocadora olhou para mim, olhar fixo e vermelho. Era difícil não admitir o quanto era linda. Yves sem todo aquele jeito marrento era a pessoa mais incrível do mundo, talvez fosse exatamente isso que a fizesse especial. Balancei a cabeça. Por que eu estava pensando nessas coisas?

– Tudo bem? – Yves perguntou enquanto deitava na grama, jogando as próprias costas no chão.

Ainda de pé fiquei a observando. O cabelo escuro e cacheado, a mecha vermelha fazia um contraste bonito, assim como todo o resto. Bati na minha própria testa e balancei o rosto. O que está acontecendo comigo?

Sentei do lado. Fiquei olhando para o riacho, o barulho da água era uma espécie de calmante. Fechei os olhos. Naquele momento um único pensamento vinha na minha mente. Era difícil não me entregar. Muito difícil. A floresta fazia isso comigo, provavelmente com ela também.

– Lembra-se daquele dia? – perguntei.

– Que dia? – ela perguntou, mas eu sabia que se lembrava.

– Você lembra sim. – dei uma pequena risada e ela assentiu. – Viu, eu sabia.

– É difícil demais mentir para você curioso. – ela sorriu, o tipo de sorriso que leva qualquer um a loucura, que nos convence de tudo.

Yves sentou novamente. Lado a lado. Ainda sorria, mas estava de uma forma pensativa. O tipo de reação que nunca sabemos o que vem depois. Fiquei a observando com o mesmo sorriso. Era muito difícil resistir ao que estava passando na minha mente.

– O que acha que vai acontecer com a gente? – Yves perguntou.

– Não sei. – respondi. – Mas sei o que pode acontecer agora.

– O que? – ela olhou para mim com aqueles olhos avermelhados arregalados.

– O que o seu instinto diz Yves? – perguntei. – Responda pra mim. Preciso saber se sou correspondido.

Olho no olho. Ela sorriu lateralmente, cheia de confiança. Agora ela era uma garota curiosa, querendo desvendar segredos. Pisquei para ela e Yves riu, o tipo de reação que eu sabia que ela teria. Esse era o tipo de momento que acontece nunca ou uma única vez na vida de um invocador. Nós não perderíamos a chance.

Yves me puxou para si. Eu pude sentir a energia, a vontade, a perfeição daquele momento. Olho no olho, vermelhos. As bocas se encostaram. O encaixe perfeito. Um único sorriso para duas pessoas.

Levei a mão atrás de seu cabelo e o beijo parou. Pude sentir sua respiração. Nossos narizes se encostaram e ela deu um riso leve, contagiante. Yves piscou os olhos, a felicidade que ela sentia era a mesma que a minha. Mesmo em meio ao caos as borboletas poderiam voar. Nossas borboletas de fogo.

– Eu te odeio. – ela riu.

– O certo seria você falar que me ama. – sorri para Yves.

– É muito mais fácil para eu dizer que te odeio.

– Por quê? – eu não compreendia, por mais que a conhecesse muito bem.

– Porque eu odiei virar invocadora e ficar longe de você. Eu odiei cada minuto que tive que ficar sem você, sem dizer uma única palavra. Odiei ver que você não se lembrava de mim. Foi tudo muito difícil, logo depois de tudo que estava acontecendo. Eu odiei ver você perdendo sua família, odiei tudo que você passou quando estava sem mim. Odiei ficar sem você do meu lado falando asneira. E agora eu odeio ver que todo esse ódio foi em vão porque agora você está aqui comigo. Eu não sei o que sentir, não sei o que estou sentindo.

– Eu sei. – coloquei a mão no seu rosto e ela abaixou o olhar, uma única lágrima rolou. – Muita gente acha que é uma doença e vive fugindo disso. Outros buscam com toda a força do mundo. Mas leva a loucura em todas às vezes.

– Não quero me curar. – Yves limpou a lágrima e olhou fixamente para meus olhos. – Porque perto de você eu sei o que é.

O beijo dessa vez foi avassalador, o tipo de beijo que para nosso tempo e avança todo o resto. Que move a energia do mundo e faz todas as estações ser uma só. Quente e frio, o que preferir. Um só num único momento.

Yves era o tipo de garota que me levaria a loucura. O tipo de garoto que me faria correr quilômetros sem cansar. Enfrentaria tudo de novo por aquele momento. Vampiros loucos, dragões possuídos, Corea de tpm, tudo isso. Enfrentaria a própria morte por mais momentos como este. Tudo nesse mundo e tudo nas outras dimensões.

Fechei os olhos e o beijo cada vez mais intenso. Os rubis se encostaram e Yves me puxou para ainda mais perto dela. Abri os olhos e caímos na grama, ela sorriu e me puxou novamente. Era o melhor momento da minha vida. A melhor sensação do mundo.

– Só você para me fazer ignorar tudo que está acontecendo. – disse Yves entre os beijos.

– Digo o mesmo.

Demos as mãos e mais um beijo intenso. Eu faria tudo por Yves. Nada poderia nos separar, nenhuma força do mundo era capaz. Ela abriu os olhos no mesmo momento que eu. Respirou fundo como se estivesse se preparando para dizer algo. Olhou para mim e não sorriu, ela havia ficado séria, mas eu sabia o que iria dizer, era a mesma coisa que eu.

– Eu te amo. – Yves disse em voz alta.

Assenti para ela.

– Eu sei disso. – soltei um riso e ela riu também. – E eu também te amo.

Não sei quanto tempo poderia durar aquele momento, mas meu desejo era que nunca chegasse o fim. Que esse momento fosse eternizado. Mas sabíamos muito bem o que vinha pela frente, que coisas ruins aconteceriam. Mas juntos nós sabíamos que a chance aumentava muito mais.

– E agora? – Yves perguntou.

– Agora você continua ignorando tudo o que está acontecendo a nossa volta. – respondi.

– Tenho medo de te perder. – ela me abraçou e eu dei um beijo em seu pescoço. – Temos que guardar isso só para nós por enquanto.

– Está bem. Não se preocupe. – disse em seu ouvido. – Nada vai nos separar.


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Notas finais do capítulo

E então? Deixei o resto em aberto para a mente de vocês pensarem no que aconteceu depois. Kk Comente