A Sociedade Rubi escrita por Mari e Léo


Capítulo 31
O nome oculto


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Tudo bem? Ontem não postei capítulo, mas hoje vou postar este e mais um! Sim! Dia duplo, talvez até triplo, já que é improvável que eu poste amanhã. Enfim pessoal, espero que gostem!



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Estava escuro. Havia pegado no sono algumas vezes. Mas não estava me sentindo bem. Era a primeira vez naquele dia.

Era o terceiro dia que Hiden estava de volta. Não estávamos tão tensos como antes. Ele parecia o mesmo, mas Rivera ainda não aceitava aquela situação.

Eu estava em meu quarto. Deitado e pensando no que estava acontecendo comigo. O que poderia acontecer. Pelo menos eu não tinha familiares para me preocupar. Tinha apenas os invocadores que sabiam como cuidar de si mesmos.

O som de alguém batendo na porta me fez levantar com cuidado, desviando do colchão onde Ramone dormia. Era dever de todos nós fazer tudo com altíssima cautela. Com medo até da própria sombra, já que os poderes das damas da noite ainda eram um mistério.

– Oi. – disse Yves assim que abri a porta, atrás dela estava Delaware e Rivera.

– O que é isso? – perguntei enquanto elas entravam no quarto e eu fechava a porta.

Ramone se levantou rapidamente do colchão e as encarou. Em seguida sorriu e olhou para mim como se fosse seu maior herói.

– Não é nada disso idiota. – disse Yves.

– Mas ele é interessante. – Rivera sorriu no canto dos lábios. – Muito interessante.

– O que estão fazendo aqui a essa hora? – perguntei.

– É o Hiden. – disse Delaware. – Achamos que tem algo errado com ele. Não do tipo, ele sobreviveu e tá diferente. Não é isso. É que vi uma coisa. Algo que me deixou confusa e com medo.

Ficamos em silêncio esperando Delaware falar o que era. Mas a invocadora estava receosa.

– Diga. – Ramone pediu.

– Você não faz parte de nós. – disse Yves. – Não conheceu o Hiden de verdade, mas talvez leu algum documento sobre elas. As damas da noite. Hooper e Ramone, Delaware viu os olhos verdes de Hiden ficarem vazios e negros, como eram os de Valentina.

– O que? – perguntei assustado, não era aquilo que eu esperava. – Isso é possível?

– Existe uma magia negra. – Yves respondeu. – É proibida, mas sabemos que elas não ligam pra isso. Consiste em ocupar o corpo de outra pessoa, como um traje, só que é sua alma que veste, enquanto seu corpo verdadeiro repousa. Mas os olhos são a janela da alma e é difícil enganar nesse ponto.

– Acha que temos uma bruxa aqui dentro? – Ramone sussurrou assustado, ainda caindo a ficha.

– Praticamente certeza. – Rivera respondeu. – Mas eu diria que é uma invocadora de bruxas. E isso continua sendo muito ruim.

Sentei na cama novamente. O que aquilo significava? Estávamos correndo perigo. Não tinha dúvida disso. O perigo estava por toda parte.

– Como tem certeza disso? – perguntei para Delaware.

– Eram negros e vazios. – a invocadora respondeu já sentada no chão e com a cabeça abaixada. – Não tinha brilho como nossos olhos têm, nem eram humanos. Eram iguais aos de Valentina. Negros, grandes e vazios. Um olhar de ódio e esnobe. Exatamente iguais ao da invocadora das bruxas que conhecemos.

– Isso não é bom. – Ramone limpou o suor da testa com as mãos.

– Nada bom. – completei. – O que faremos? Pensaram em um plano?

– Vamos matar. – disse Rivera. – É o que há de mais prático pra fazer. A única saída.

– É perigoso. – disse Ramone. – Mas eu gosto. Embora seja bem perigoso. Não sabemos o que pode acontecer. Mas temos que fazer. Onde está o possuído?

– No quarto de Doc. – respondi. – Doc dividia o quarto com Gillis e quando os caras vieram, ele passou a dividir com Murphy e Hiden.

– Vamos lá.

Saímos de meu quarto e todos nós estávamos nervosos. Na cintura de Ramone estava seu punhal e Delaware carregava uma espada de lâmina fina nas costas.

No corredor escuro caminhávamos. Pisando levemente, cheios de medo. Olhei para Yves que estava trás de mim, enquanto Rivera liderava o grupo. Nas mãos de Yves estava uma pedra em forma de losango, verde escuro e opaco.

– O que é isso? – perguntei.

– A pedra dos desolados. – ela respondeu. – A esperança física quando você precisa fazer algo. É uma resposta, uma ajuda. Hoje, é uma arma.

– Espero que funcione. – falei.

– É outro mistério. – Yves respondeu. – Serve apenas para proteger. É o escudo. Mas ninguém nunca viu ela sendo utilizada, acho que essa nunca foi. É meio como uma lenda, como tudo que está acontecendo.

Paramos em frente a porta do quarto de Doc. Poderíamos ter sorte e a porta estar aberta, mas também poderíamos ser azarados e estar trancada. Rivera colocou a mão na maçaneta. Qualquer coisa poderia acontecer a partir daquele momento.

– Agora? – Rivera perguntou.

– Agora. – Delaware e Ramone responderam, posicionando cada um de cada lado.

Rivera abriu a porta rapidamente. Os dois armados entraram no quarto e em seguida levantaram as armas. Entramos logo atrás. Temerosos e ironicamente também corajosos.

Acendi a luz do quarto e um dos colchões estava vazio. Era uma das coisas que eu estava temendo.

– Não tá aqui. – disse Rivera. – O desgraçado não tá aqui. E agora?

– Ainda deve estar na casa. – disse Delaware. – O medalhão, é por isso que Hiden voltou. Pra buscar. O que é de um invocador sem um cristal de ligação? Somos fracos, quase um humano comum. É Valentina. Não tenham dúvida.

– Então vamos caçá-la. – disse Yves. – Colocamos magia de proteção intensa pra proteger aquilo. O tipo de magia que é complicado para qualquer um desfazer. Vai demorar bastante pro que quer que seja conseguir.

Doc naquele instante levantou assustado. O cabelo bagunçado indicava um sono agitado. Ele poderia ter visto algo.

– Sabe onde está Hiden? – Yves perguntou.

– Não está aqui? – ele olhou para o colchão vazio. – É, eu acho que não. Mas o que houve?

– Ele não é ele. – Rivera respondeu. – Alguém tomou o corpo, achamos que foi a desaparecida. Agora se quiser nos siga. Precisamos encontrar. Não estamos seguros.

Saímos correndo do quarto. Tínhamos um único destino. A base na parte inferior da casa. Descemos as escadas em marcha acelerada. E congelamos assim que demos de cara com Hiden com as mãos no vidro alterado que protegia o medalhão.

– Tire as mãos daí. – disse Rivera caminhando até ele e tirando uma pistola do casaco.

Hiden se virou para nós. E lá estava o que Delaware havia visto. Olhos negros e vazios. Um olhar cruel, frio, repleto de ódio. O tipo de coisa que dava medo e um impulso de nos afastar, mas mantivemos a coragem.

– Sabemos que você não é Hiden. – disse Yves.

– Eu sou o que? – ele perguntou.

– Não é Hiden. – Delaware. – O que fez com o corpo? Magia negra, certo? Liberte-o.

– Está morto. – a voz era de Hiden, mas sabíamos que não era ele de fato.

– O que veio fazer aqui? – perguntei. – Há de haver um motivo. Diga qual.

O invocador sorriu. Provocativo. Mau. Um sorriso que deixava claro péssimas intenções. O tipo de movimento que causava medo. Ele se aproximou novamente do vidro e como mágica sua mão atravessou até encontrar o medalhão negro. Uma luz intensa nos fez fechar os olhos, em seguida o som do vidro se quebrando e caindo no chão.

– Buscar o que é meu. – Hiden respondeu.

Abrimos os olhos e lá estava ele, mas agora em sua verdadeira forma. Era Valentina, com seus olhos negros, a pele extremamente pálida e os cabelos negros e ondulados. O pior de tudo era o medalhão que brilhava em seu pescoço.

– Sei que estavam pensando que era um feitiço básico de magia negra em que minha alma vai para outro corpo. – Valentina gargalhou. – Mas me poupem, nós praticamente criamos a magia negra. Chama magia de transformação corporal. E sim, o amiguinho idiota de vocês está morto. Eu poderia matá-los agora que consegui meu medalhão, mas não posso infelizmente, não tenho ordens para isso. Mas tenho para outra coisa.

Estávamos chocados. Paralisados. Queria ir até ela e acabar com tudo. Fazer logo a transformação em vampiro, mas não conseguia. Algo estava acontecendo comigo e com todos os outros.

– Desfaça! – Rivera gritou. – Desfaça sua bruxa!

– Invocadora de damas da noite. – Valentina caminhou até nós. – Aprendam logo isso. É irritante.

– O que fez conosco? – Delaware chorava.

– Estou protegendo vocês do vou fazer. – ela sorriu para nós. – Deviam me agradecer seus idiotas. Panacas que me trataram como lixo. Mas sempre tem um elo mais fraco e era Hiden. Sinto muito. – era notável o tom sarcástico.

– O que vai fazer Valentina? – perguntei.

Valentina gargalhou novamente.

– Esse não é o meu nome. – ela falou entre as risadas. – Sou Eudora Dark. Faço parte do maior pesadelo de cada um de vocês. Sinto muito mais uma vez.

– Falsa. – Rivera gargalhou também, mas era uma gargalhada misturada com medo.

– Chega de enrolação. – Eudora ficou séria. – Que venham as aranhas.


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Notas finais do capítulo

Oi de novo? Kkk agora que venha a ação no próximo capítulo. Agora todo mundo sabe quem é a Valentina! Comente!!!