A Sociedade Rubi escrita por Mari e Léo
Notas iniciais do capítulo
Olá pessoal! Depois de um capítulo com final chocante, vamos a calmaria kkk vocês já devem ter se acostumados, mas digo a vocês, ao que tudo indica esse será o último capítulo calmo. Kk Boa Leitura!
Cheiro forte de desodorante, ao mesmo tempo alvejante e desinfetante. Que droga era aquela? O que significava? Vinha de Hiden, como se alguém quisesse que ele parecesse normal. Limpo. Balancei a cabeça. Algo estava errado.
– Sentiu também? – perguntei para Corea que espirrou.
– Excesso de limpeza? – ela perguntou.
– Não. – Yves respondeu. – Esse cheiro é pra disfarçar algo. Podem ter certeza.
Aceleramos o passo quando a noite começou a cair. A noite deixava os medos maiores. Ver a lua no céu já apavorava. As damas da noite podiam estar em qualquer lugar. Mas o que mais nos incomodava naquele momento era o retorno de Hiden.
Entramos no casarão e os cavaleiros no salão principal olharam com estranheza para nós. Eles não conheciam Hiden e se conhecesse provavelmente o mataria naquele mesmo instante. Era arriscado, mas era melhor manter o ruim ali do que lá fora causando mal.
– O que significa isso? – Rhodes estava nervoso. – Dou permissão para contatar com Drácula e me aparecem com Hiden? Ele está morto!
– Quem iludiu o senhor? – Hiden estava atrevido.
Corea riu. De fato era cômico ver alguém respondendo Rhodes, ainda mais daquela forma descontraída. Mas não era adequado. Risadas não se adequavam a toda tensão que estávamos passando.
– Você foi levado. – disse Jasper.
O invocador de óculos negros caminhou até Hiden. Olhou em seus olhos, Jasper estava o analisando.
– Era para estar morto. – disse Rhodes. – Por que não está?
– Eu fugi. – ele respondeu com naturalidade, como se fosse comum.
– Quem é ele? – perguntou Otan.
– Sou Hiden Esmeralda. – o invocador de dragões respondeu.
Os cavaleiros levaram as mãos na espada guardada na cintura. Agora sabiam quem ele era e sabiam que aquilo não parecia certo. Havia algo errado. Mas o que?
– Não precisam disso. – disse Hiden. – Vamos evitar sangue derramado. A vida é curta. Não sabemos o que acontece.
– É uma ameaça? – Jasper perguntou.
– Longe disso. – Hiden tentou concertar. – Só não temos certeza do que vem no dia de amanhã, de depois, não conhecemos nosso futuro. Mas vamos deixar isso de lado um pouco. Está anoitecendo e eu preciso dormir.
Rhodes analisou o invocador. O que ele poderia dizer? Talvez estivesse tudo bem. Ele sabia que deveria arriscar, não tinha outra saída. Devolvê-lo para a Sociedade Esmeralda estava fora de questão, o orgulho de Rhodes era muito maior que isso.
– Está bem. – Rhodes respondeu. – Mas estamos de olho em você.
– Tudo bem. – ele sorriu e Rhodes saiu da sala.
Seguimos o senhor do casarão junto de Otan. O cavaleiro do obscuro parecia nervoso, mas quem não estaria? As coisas não estavam caminhando como o imaginado. Tínhamos que dar a notícia a Rhodes. Não sabíamos como ele reagiria, mas estávamos preocupados.
Entramos em uma sala de reunião. Rhodes estava preocupado e ele tinha motivo, sem dúvida alguma. Otan de braços cruzados nos observava, ele nos tratava com estranheza, mas havia respeito.
– Como foi? – Rhodes perguntou.
– Sentimos muito, mas Drácula não vai tocar novos invocadores. – disse Hank. – Ele falou apenas com Hooper e negou nos ajudar nesse sentido. O que é óbvio. Não é proposital, um vampiro toca um humano apenas por instinto, não dá para obrigar.
– Droga. – Rhodes resmungou. – Não esperava isso dele.
– Não é culpa de Drácula. – respondi. – Segundo ele, nós temos nossa arma que ganhamos na invocação e teremos que usá-la. Drácula também disse que quando achar necessário ele irá intervir com seu exército. Então não estamos sozinhos.
– Não me sinto seguro com isso. – Rhodes estava decepcionado. – Uma invocação de vampiro já é perigosa, transformar-se em um é muito mais. Uma transformação completa pode levar a loucura. Ninguém faz isso fora da invocação a séculos.
– Não custa nada tentar d novo. – disse Otan. – Sinto que há mais coisas a dizer jovem.
– Drácula disse que eu serei o primeiro e farei quando sentir que é necessário. – respondi.
– Contamos com você quando chegar a hora. – disse Rhodes. – E que demore bastante. Não quero ver gente morrendo.
Aquilo havia incomodado o senhor do casarão. Mais uma vez algo importante iria acontecer com alguém que não era ele. Rhodes achava que deveria receber mais prestígio. Mas a hora dele ainda iria chegar. Era preciso calma.
– E vocês? – Corea perguntou. – Conseguiram alistar homenzinhos?
– É muito engraçada híbrida. – Otan sorriu com sarcasmo.
– Só digo o que penso, só ajo como acho que devo. Sou eu mesma. – ela rebateu com outro sorriso. – Não deixo as pessoas mandarem em mim. Agradeça quando eu salvar sua vida.
– Não precisarei.
– Será mesmo? – ela estava séria. – Estamos em dias escuros. Qualquer coisa pode acontecer. Vamos lutar lado a lado. Você pode salvar minha vida e vice e versa. Acho melhor acreditar que eu salvarei a sua.
– Sua invocadora é estranha. – disse Otan com Rhodes. - Pior do que vocês.
Corea gargalhou. Ela era assim e não mudaria. Dizia o que vinha na cabeça e na hora que achasse melhor. Não media consequências e se jogava na primeira aventura mortífera que pudesse. Fazia suas próprias regras e cumpria seus deveres. Era um exemplo de invocadora, sempre guiada pelo instinto.
– E vocês? – Yves perguntou. – Conseguiram ou não?
– Está tudo normalizado. – Otan respondeu. – Conseguimos quarenta e três humanos para a Ordem do Obscuro. Já foram mandados para a sede, estou otimista.
– Otimismo não vai ajudar muito. – disse Doc.
Ficamos em silêncio. Devíamos evitar atrito, já bastava Corea e sua língua solta.
– Guardou o medalhão? – Yves perguntou. – Acho que devemos protegê-lo com magia negra. Não confio que Hiden ainda é Hiden.
– O que acha? – Rhodes perguntou.
– Não tenho certeza de nada, não sou sensitiva. – respondeu Yves. – Mas chame Rivera, ela saberá responder melhor que eu.
Hank foi atrás da invocadora de sereias. Rhodes estava mesmo preocupado com aquilo e tinha motivo. Não parecia certo aquele retorno.
– O que querem comigo? – Rivera perguntou.
– Vamos ser diretos, o que acha de Hiden? – Rhodes perguntou.
Rivera ficou em silêncio. Respirou fundo. Queria saber o que ela estava pensando. Estava imaginando o que ela poderia dizer, mas impossível ter certeza. A invocadora cruzou os braços e em seguida descruzou, colocando as mãos sobre a mesa. De pé ela começou a falar.
– Ele não é ele mesmo. – disse Rivera. – Não é a mesma energia. Não posso dizer muita coisa, não tenho certeza. Mas ele está diferente e devemos ter cuidado. É só isso.
Rhodes concluiu a conversa e pediu para sairmos da sala. Deixando apenas ele e Otan na sala.
A informação que Rivera havia dado não era confortante. Senti-me mal. Como se algo ruim fosse acontecer. Minha cabeça doeu e suei frio. Fui para cozinha e peguei uma maça. Em seguida fui para o meu quarto. A noite seria longa, tinha certeza.
– Nós não estamos seguros. – fechei a janela e deitei na minha cama, mas nada de conseguir dormir.
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