A Sociedade Rubi escrita por Mari e Léo


Capítulo 29
Sangue de invocador


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Sim,mais um capítulo hoje! Cheguei e trouxe novidades! Hoje postei uma nova fanfic, dessa vez baseada nas músicas do álbum Cry Baby da Melanie Martinez. A outra novidade é um ideia, o que acham de algumas outras histórias do universo da Sociedade Rubi? Dê sua opinião e diga sobre o que gostaria!

Boa leitura pessoal!



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Rhodes hospedou os cavaleiros, dessa vez lá estava eu dividindo quarto com alguém. E este era Ramone. Meu quarto não era espaçoso, mas conseguimos facilmente colocar um colchão no chão para ele. Ramone jogou a mochila no canto e se sentou no chão.

– Quarto legal. – ele olhou para os lados.

– Consegue se acostumar com o tempo. – respondi enquanto fechava a janela. – E temos que seguir o pedido de Rhodes, manter tudo fechado.

– Medo delas? – Ramone perguntou.

– Você não? – rebati e ele ficou em silêncio, é claro que ele tinha. – Valentina é perigosa mesmo não tendo o cristal. Temos que garantir que ela não entre aqui. Que nada nem ninguém entre. Ela manipulou minha mente, mas agora eu lembro de tudo e vou garantir que isso não aconteça com mais ninguém.

– E é assim que nasce um herói. – Ramone sorriu. – Essa aliança ainda mudar muitas coisas. Mas agora tenho que ir. Rhodes e Otan decidiram que seria melhor apenas nós sairmos para a cidade. Vamos fazê-los esquecer e os que resistirem iremos recrutar. Não é magia negra, mas é algo que passamos de geração para geração. Algo que vocês não conseguiriam fazer.

Respondi assentindo. Ele se levantou e saiu do quarto. Deixando-me sozinho ali.

Minha cabeça estava deixando de ser confusa. Estava começando a entender a situação. E o que Ramone disse, foi uma espécie de luz. Os heróis estavam nascendo. Era nosso papel protegermos a todos. Pelo menos era o certo a fazer.

Alguém bateu na porta e me levantei. Lá estava Yves e Doc. Ambos pareciam ansiosos. E eu questionava-me seriamente o motivo.

– O que houve dessa vez? – perguntei.

– Vamos fazer contato com Drácula. – Doc respondeu. – E precisamos de você. Rhodes acha que seu contato com o líder foi harmônico, então venha conosco.

Segui os dois invocadores. Segundo Yves apenas os invocadores que tiveram bom contato com Drácula quando foram invocados na outra dimensão, que podiam fazer aquele contato com o outro mundo. Saímos do casarão com um grupo de cinco pessoas. Yves, Doc, Corea, Hank e eu.

Yves carregava sua mochila, onde ela havia colocado uma esfera dos vampiros. Hank e Doc andavam com dois bastões de cor azulada na ponta, onde exalava um cheiro estranho e eles balançavam como se fosse para afastar algo.

Entramos na floresta, em fila indiana e olhando para todos os lados. Visivelmente com medo. Doc foi na frente balançando o bastão e Hank atrás, fazendo o mesmo. Caminhamos até a clareira onde os invocadores recebem os medalhões.

Os bastões foram fincados no chão e cada um de nós se sentou na beira do lago, de frente para cada pedra.

– Vamos começar. – disse Yves.

A invocadora tirou a esfera da bolsa e em seguida a depositou sobre a água. A esfera dos vampiros deslizou até o centro, onde um portal vermelho e em formato oval em 3D se abriu.

– Estiquem suas mãos para o portal. – Corea pediu e nós os fizemos.

Uma luz avermelhada saía do portal. Era uma luminosidade parecida com a das borboletas de fogo. Era hipnotizante de certa forma.

– A energia de lá já está exalando. – disse Hank. – Acho que temos muita sorte.

– Continuem com os braços esticados. – Corea pediu. – Pensem no dia da sua invocação lá. Visualizem-se lá. Energia vital. Passem isso, por nós mesmos. Precisamos falar com Drácula.

Senti meus dedos formigando. Conseguia sentir em cada parte do meu corpo uma sensação forte, como se minhas forças estivessem sendo retiradas. E realmente estavam saindo. Era avermelhado, cor de sangue. Tinha cheiro de ferro e reluzia com o sol. Não consegui mover minha cabeça para os lados, para ver os outros. Estava imobilizado e quando fixei meus olhos no portal, não conseguia mais tirar o olhar de lá. O portal estava sugando toda a energia.

Precisamos de você.

Precisamos urgentemente.

Sua ajuda, apenas isso.

Estamos passando por tempos ruins.

Ajude-nos, por favor.

Elas estão chegando.

Não sabemos quanto tempo falta.

Precisamos de você.

A lua é um perigo para todos.

Para todos nós.

Mande um sinal, venha.

É um pedido de ajuda.

Que logo pode ser de socorro.

Precisamos de você Drácula.

Ajude-nos logo.

A energia que saía de mim escorria ainda mais vermelha. Brilhante como sangue ao sol. Estava ficando zonzo e com dor de cabeça. Fraco aos poucos. Não estava bem. Pisquei os olhos algumas vezes. Estava ficando sonolento.

– Acho melhor pararmos. – disse Doc enquanto caía para trás, desmaiado.

Recolhi minhas mãos e a energia que estava quase sendo sugada voltou para mim, mas havia perdido muita. A energia havia voltado como um soco que me balançou um pouco para trás. O portal havia se fechado e a esfera estava ainda mais avermelhada, agora boiando sobre a água.

Estava fraco e com receio de levantar. Mas Doc estava pior. Enxerguei apenas seu vulto caindo. Meus dedos estavam avermelhados e podia ver minhas veias. A energia que havia sido retirada era sangue. E Doc havia perdido muito.

Caí para trás sonolento. Sabia que estava desmaiando pela falta de sangue. Era um azar bem grande. Mas aquela sensação de leveza e peso ao mesmo tempo era muito tentadora. Fechei os olhos. O que poderia acontecer?

– Nem todos os invocadores em todas as épocas conseguiram falar comigo. É um privilegiado Hooper Rubi.

Olhei para os lados. O que estava acontecendo comigo? Alguma alucinação? Não. Não podia ser. Eu estava lá. Na dimensão dos vampiros. Frente a frente com Drácula.

– O que está acontecendo? – perguntei.

– Transporte mental. – o grande e imponente vampiro respondeu. – Uma das habilidades vampíricas. Espero que esteja dentro de si, não quero que um alienado tome decisões.

– Não sou Doc. – respondi. – Foi ele quem apagou.

– Bom saber jovem. – ele me tratava com uma certa indiferença na voz. – Você é diferente dos outros invocadores. Mas isso não vem ao caso agora. Porque quer minha ajuda?

– Elas levaram um amigo. Uma delas me atacou. Não sei quanto tempo falta, não estou com medo. Apenas receoso. Mas os outros estão com muito medo.

– Por isso te escolhi.

– Senhor Drácula. Precisamos que invoque mais invocadores. Precisamos de pessoas. Um exército. Precisamos de força. De armamento. Suponho que nossas armas não são tão eficazes nelas.

– Vocês possuem todos os vampiros. E podemos ajudar a qualquer momento, quando eu achar necessário intervir. Quando ver que elas são muito mais fortes. Mas agora Hooper Rubi, olhe para si mesmo. Você é forte, todos os invocadores são. Não posso dar um exército no momento, invocadores são eventos, não são quando quero. É instinto vampírico que faz um invocador, não posso obrigar um vampiro a tocar uma criança. Sinto muito. Mas ouça. Vocês possuem uma arma extremamente feroz. Uma arma que todo invocador possui. É a arma que usaram até hoje em apenas um dia. Mas eu lhe digo Hooper Rubi, você será o primeiro. Irá se transformar em vampiro quando chegar a hora e voltará depois para sua forma normal. Será um processo difícil, mas será uma imensa evolução. Então se acalme. Tempos ruins ainda não chegaram, estamos apenas na penumbra.

A dor de cabeça era intensa. Mas a dor que sentia atrás dos olhos era pior. Levantei com cuidado. Bambo, sem firmeza nas pernas. Era como se estivesse bêbado.

Os outros invocadores estavam atrás de mim me segurando. Todos com olhares curiosos. Queriam saber o que havia acontecido. E eu não conseguia falar, ainda estava recuperando minhas forças.

– Acalme-se Hooper. – Yves pediu. – Você irá ficar bem.

A visão embaçada aos poucos foi voltando ao normal. Corea recolheu a esfera e a colocou novamente na bolsa de Yves. Hank e Doc pegaram seus bastões e voltaram a sacudir.

Meu caminhar era pesado. Aos poucos juntava tudo que havia acontecido. Eu havia encontrado com Drácula no meu inconsciente, mas o que ele havia dito não era o que os outros esperavam. Mas eu tinha que contar.

– Yves, eu estive com Drácula. – falei enquanto voltávamos para o casarão.

– O que? – todos se viraram para mim, parando de andar imediatamente.

– É isso aí. – respondi. – Eu estive com ele. Mas não tenho boas notícias. Segundo Drácula, é impossível obrigar um vampiro a tocar uma criança, isso faz parte do instinto dele, não é proposital. Então não teremos novos invocadores agora. E Drácula disse também que temos os vampiros, mas eles só intervirão quando chegar a hora e ainda não é. Mas ele disse mais algo.

– O que? – todos estavam muito curiosos.

– Que ganhamos um dom e logo teremos que usá-lo. – respondi. – Invocar nosso vampiro interior.

Voltamos a caminhar de volta para o casarão. A notícia não era a melhor, mas já era algo. Tudo estava bem se considerarmos. Pelo menos os cavaleiros do obscuro teriam sucesso. Estávamos contentados. Mas ainda havia um peso, uma sensação forte de algo estranho.

– Olá pessoal, sentiram falta de mim? – a voz era de Hiden.

A reação imediata foi de susto em todos nós. Lá estava Hiden, em cima de uma rocha e com as mãos nos bolsos, não parecia nem um pouquinho morto. Ele estava vivo.

– O que aconteceu? – Yves perguntou. – Pra começar não se aproxime de nós.

– Elas me levaram, mas eu escapei. – ele respondeu. – Vamos voltar logo para o casarão.

Olhei para Yves, o que aquilo significava? Ela estava desconfiada, mas eu conhecia ela, sabia como ela e Corea iriam fazer.

– Vamos voltar então. – disse Corea. – Mas não confiamos em você.

– É bom estar de volta. – Hiden sorriu e eu não estava nem um pouco confortável com aquilo.


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Notas finais do capítulo

OLá de novo! O que acham que vai acontecer com a volta do Hiden? Matei todo mundo nessa parte, eu sei kkkk hora de expor a opinião pessoal, COMENTEM!