Memorias de Guerra - Interativa escrita por Capitu


Capítulo 3
III - Cemiterio de Borboletas


Notas iniciais do capítulo

Saiu atrasado, me perdoem ta bom? Fiquei baixando um jogo aqui e esqueci da fic. Bom galera esse capitulo eu acho que foi um pouco dramatico até. Espero que aproveitem, bjs.



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"Ela não me fazia sentir apenas molhado, ela era chuva e tempestade e eu uma simples garoa".– trilhan-do.

É incrível como duas pessoas estão fadadas a estarem juntas até o final, eu me impressionei ao conhecer Jake White e Jéssica Marie Acker nascidos em Miras de Sol, não que eu acredite em destino ou qualquer coisa parecida, mas se existe isso a linha deles estão emboladas.

Jéssica olha para os papeis na sua frente, anotações sobre acontecimentos recentes em Miras de Sol, ela olha para a foto do pai e respira fundo e pensa: “é hoje pai, é hoje”.

Um tópico daquela lista me chamou a atenção, fome e miséria. Desvio de alimento para a Cúpula de Myrth e os Impérios, me perguntei o que Jess planejava fazer com aquela rebelião que ela julgava ser grande, talvez levar as chicotadas que não recebeu no passado.

Jéssica ouve batidas desesperadas na porta, ela junta os papeis e guarda embaixo da cama, quem poderia ser naquele horário? As distribuições de alimento já haviam acabado e o horário de se recolher já havia soado. Mesmo desconfiada abriu a porta.

– Jéssica todos estão reunidos na praça, um garoto está sendo punido porque roubou uma ração. – os pingos de suor escorriam pelo seu rosto queimado de sol da moça em sua porta.

– O que? Calma Lina, um garoto? Mas o que?

Lina agarra o pulso de Jéssica e sai correndo por entre as ruas, Jéssica aos tropeços tenta afasta-la de seu pulso mas a garota parecia obstinada a faze-la ir até o local.

Nada mais me impressiona no mundo em que vivemos a não ser violência a crianças, doenças, brigas, experimentos malucos contra humanos nada me atinge, mas tal como Jéssica ficou ao ver a criança sendo chicoteada em praça publica, seus olhos arregalados, seu coração palpitante e sua raiva e ódio aumentarem eu senti na pele o que ela sentiu, poucos me fazem sentir empatia, mas ao ouvir e olhar aqueles olhos azuis brilharem de ódio entendi e foi como se eu estivesse naquela noite calorenta de Miras de Sol.

A criança berrava e gritava a cada açoitada, várias pessoas se reunião ali, mas nenhuma tomava atitudes para impedir, os Corvos com suas mascaras assistiam a criança ser castigada pelo seu companheiro, eram robôs programados para não se mover, se sentiram alguma coisa naquele momento, eu não sei. Sei apenas que a atitude de Jéssica a levou a conhecer Jake White o garoto pelo qual ela se apaixonaria, mesmo que sem saber.

Fechou os punhos e trincou os dentes pronta para agir e empurrou o corvo que mal se moveu, apenas a olhou através da mascara negra e a olhou. Talvez confuso, realmente eu não entendo o que se passa em suas mentes.

– Façam algo! Gritem, impeçam, ele vai morrer! É assim que vai ser? Vocês vão assistir a uma maldade dessas? – silencio, ninguém se moveu. – Eu não sei porque eu perguntei... afinal de conta vocês deixam eles levarem todo nosso alimento enquanto nós ficamos presos em nossas casas como ratos, a chuva que cai do céu deixou de ser radioativa a cerca de cem anos! Acordem! Lá fora tem alimentos, rios e pessoas que sobrevivem fora desses muros! Me ajudem a tomar nossa cidade! – gritou em pleno pulmões.

Um grupo de pessoas começaram a se mexer e gritar, as luzes foram acesas aos poucos e os Corvos entraram em posições de combate, levantaram seus bastões de choque e armas, no fundo um rapaz observava tudo, sua postura poderia ser confundida ao de um militar. Jéssica se adiantou a tirar a criança do tronco velho em que estava amarrado, até sentir o tapa forte em seu rosto, ela caiu rolando na areia da praça, cuspiu sangue na roupa do corvo que apontou a arma em direção a sua coxa e atirou. Jéssica não sentiu nada, estava em choque, apenas olhou o sangue brotar de sua coxa esquerda e manchar sua calça.

Os grupos que lutavam com os corvos pararam, um comandante tirou a mascara de Corvo e olhou para Jéssica.

– Vão para suas casas. – ele esperou a movimentação mas todos estavam voltados aos dois jovens no chão, Jéssica e o menino. – Agora! – gritou.

As pessoas pouco a pouco iam voltando para suas casas, Jéssica tentou se mover, mas seu corpo não permitia, a dor havia chegado e sua perna latejava. A mãe do menino apareceu para leva-lo para casa, largou-lhe um olhar de pena e agradecimento para Jéssica e foi embora com os braços sujo de sangue do filho.

Ao ficar sozinha percebeu o quão inútil havia sido aquele revolta, todos exalavam medo e não havia coragem em Miras de Sol, não mais. Fechou os olhos e esperou que os Corvos terminassem o trabalho, mas até mesmo esses a abandonaram na praça. Um rapaz se aproximava, Jéssica achou que o mesmo fosse um Corvo, seu andar, seu tipo físico e corte de cabelo da a impressão que ele era um militar.

– Essa foi a coisa mais burra que eu já vi alguém fazer. – ele se ajoelhou ao lado de Jéssica e olhou o lugar que a bala estava alojada. – Mas foi a primeira vez que eu vi alguém fazer alguma coisa. Meu nome é Jake White, você é...?

Jéssica o contemplou por alguns instantes, a única companhia masculina que se permitia ter ao seu lado era seu primo Stefan. Aquele rapaz que a encarava com olhos castanhos quase tão escuros quanto a noite lhe passava uma espécie de frio na barriga.

Jake porém ao olhar aquele jovem garota ali, viu apenas alguém lutando contra corrente, nenhum sentimento lhe ocorreu. Afinal ao olha-los no complexos diria que são irmãos, mas Jéssica sempre está lá pronta para ajuda-lo e ele sempre esta encarando-a com olhos frios. Certa vez perguntei porque ela sempre estava lá para ele e ela me respondeu “eu tenho uma divida com ele”. Imagino se ela agiria assim se outra pessoa a tivesse aparecido para ela naquele momento.

– Jé...Jéssica Acker. Eu não sei se devo agradecer ou brigar com você, mas obrigado. Eu acho. – abaixou o olhar para coxa e apertou o tecido gasto e rasgado da calça verde limo.

– Bom Jéssica da próxima vez que for fazer uma revolta não seja tão estúpida. Vem vou te levar para casa. – ele a colocou em seus braços, era como se não carregasse nada, não que seja difícil carregar uma garota magrela de dezenove anos.

Jéssica apenas descreveu o caminho para Jake, que seguiu pelas ruas escuras sem se importar de sua roupa sujar ou não de sangue. Ao chegar na cúpula, Jake a colocou na cama e tocou em seu machucado, o medo percorreu sua espinha e uma lágrima desceu pelo seu rosto, Jake a olhou feio, talvez a julgando ser fraca.

– Onde está o kit médico?

– Embaixo da cama. – Jéssica havia se esquecido do que havia guardado ali, seus planos e de seu pai.

Jake segurou aqueles papeis e riu ao lê-los, não acreditava no que seus olhos viam que era tão inocente de fazer uma rebelião por motivos tão bestas? Jéssica Acker.

As semanas que se passaram a aproximação de Jake e Jéssica foi se tornando maior e a amizade foi nascendo. Mesmo Jake com aquele jeito frio conseguiu cativar Jéssica, a maior parte das vezes eles brigavam por motivos de que ele a tratava feito uma criança, Jéssica sentia ciúmes e não escondia, mesmo negando para si sabia que no fundo estava apaixonada por Jake.

A noite havia subido quando Jake apareceu na porta de Jéssica com uma roupa preta e um nome colado no seu peito “Jake White – Candidato”.

– Vim dar adeus. – falou friamente, a palavra adeus era como uma facada no peito da garota.

– O que? Vai para onde? Você não pode simplesmente ir embora. – Jéssica colocou a mão nas têmporas.

– Eu vou me juntar aos Corvos. – Jake falou orgulhoso de si.

Imagino o quanto Jéssica se sentiu confusa, olhou para aquele rapaz e sentiu vontade de soca-lo, mas se conteve num simples tapa em seu rosto.

– Depois de tudo... Daquela noite em que você viu... Depois de ver o garotinho Jake?! O que você sente, acha que virar um Corvo vai te fazer ser melhor? Você é um lixo?

– O que você sabe garotinha? Hã? Sabe fazer rebeliões e destruir tudo o que o Império construiu. Porque não derruba castelos de cartas em sua casa? Era para eu ter te deixado lá naquela noite, mas o pior erro que eu cometi foi me apiedar de você. – Jake olhou para Jéssica de cima, ele não sentia nada. Jake sempre foi bom em machucar as pessoas.

– Argh! Seu idiota! – Jéssica o empurrou e bateu a porta.

Naquela noite Jéssica conteve-se, não chorou. Apenas reuniu seus papeis e rasgou um por um. Na próxima noite ele veria quem é a garotinha.

Jéssica chamou o máximo de pessoas que pode e fez seu discurso novamente, era boa nisso poderia abrir os olhos de qualquer um com simples palavras. Foi ai que ela foi pega, um dos Corvos a levou e a espancou, humilhada novamente em praça publica viu seu amigo se por entre um corvo e outro e receber a chicotada em seu lugar, Jake fechava os olhos, mas Jéssica o olhava, o rosto de dor, viu a primeira vez um humano.

Eu particularmente não vejo nada humano em Jake White, apenas mais um Corvo modificado geneticamente e mandado para nos comandar. Jake desistiu de se juntar aos Corvos mais foi obrigado junto com Jéssica, a viajar para Myrth.

Durante a viagem Jéssica adormeceu nos ombro de Jake. Acho que isso a fez ignorar todos os machucados e hematomas. Garota burra, nunca se apaixone.


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Notas finais do capítulo

Bom galera? Iai o que acharam? Criticas?
Bom gnt quem ainda n deu fvrt pfvr façam ajuda mt! Bjs até