Memorias de Guerra - Interativa escrita por Capitu


Capítulo 2
II - Cemiterio de Borboletas


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, como estão?
Os capitulos apresentarão dois personagens por vez, nas notas finais irei explicar a dinamica da fic. Bjs e até lá em baixo!



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"Um homem verdadeiro faz o que quer, não o que deve." - Game of Thrones.

O solo do Deserto de Ossos queimavam os pés de Savannah Sloan que mesmo calçados sentiam os efeitos do sol quente, os alimentos e a agua não chegavam às cúpulas havia semanas e várias pessoas estavam doentes, desnutridas e desidratadas. Savannah uma das poucas pessoas que não teve seus valores invertidos na guerra carregava consigo uma garrafa de agua e uma sacola com plantas medicinais achadas nascendo nos muros descaídos do Deserto de Ossos.

Apesar do cansaço tomar conta de seu corpo Savannah, não pararia até cumprir o que lhe achava ser correto, sua jornada não havia acabado. Não me entenda mal, na atual situação ser egoísta não é um erro é uma forma de sobreviver e agir com inteligência. Atravessou a rua e parou numa cúpula com o numero trinta e quatro pintado na parede, a tinta estava desbotando e somente ao analisar muito era possível descobrir o numero pintado ali.

Savannah sabia de quem era a casa, um pai – precisamente um cientista – e seu filho moravam naquela casa, a mãe da criança havia vindo de além das muralhas, nas Ruínas onde a radioatividade é maior, a criança nasceu com a pele delicada e aos poucos desenvolveu uma doença rara sem nome ainda onde varias feridas se abriam no corpo e necrosavam se não fossem tratadas a tempo. A porta é aberta e um homem preocupado abre um sorriso aliviado Savannah sabia que a situação estava feia, andou diretamente para o cômodo único e escuro da casa, Savannah acendeu a luz e se deparou com a criança deitada num colchão de casal desgastado, ela se ajoelhou ao lado do menino e começou a analisar a situação, as feridas já haviam começado um processo de necrose e moscas voavam ao seu redor.

– Ele vai ficar bem Savy? – o homem se ajoelhou ao lado do filho e segurou sua mão.

– Oliver meus pais são das Runas, assim como a mãe de seu filho e apesar de estudar o caderno de minha mãe essa é a primeira vez que vejo essa doença. Parece que as feridas só pioraram desde a ultima vez que eu vim... Você passou a pomada de ervas que eu deixei aqui? – Savannah segura o braço do garoto e ele geme.

– Sim.

Vamos resumir a historia de Oliver, um pai solteiro, cujo o filho está a beira da morte sua única intenção era arrumar um jeito de dar um fim ao sofrimento do filho, assim esquecia de passar a pomada no filho para beber nos bares improvisados em Razza.

– Me deixe sozinha com ele. – Savannah sabia que ele não fizera nada, o garoto apodrecia na cama e provavelmente essa era a primeira vez em semanas que o homem se encontrava sóbrio.

Savannah tirou do saco varias ervas as amaçou e começou a passar nas feridas, ao terminar o serviço pegou todas as ervas e deixou as garrafas de agua com Oliver, mas antes de sair Oliver a parou e a olhou preocupado.

– Tem se alimentado Savy? Sei que a comida anda escassa, mas você não pode dar sua ração para os outros. – ele pegou uma carne seca enrolado num papel laminado e entregou a garota – Tome... Obrigado, você é um anjo.

Oliver fechou a porta e entrou, ainda era possível ouvir o choro do menino, mesmo Savannah deixando um chá para dor seria difícil faze-lo beber o gosto era horrível, amargo demais para uma criança.

Savannah vagou sem parar por entre as vilas, parou em uma velha habitação, pagou com as carnes secas que havia recebido, pegou um quarto e tomou banho, ao analisar-se no espelho viu o quanto precisava de alimento, arrependeu-se de imediato por ter dado sua comida por uma noite, o corpo estava magro demais e os ossos apareciam, sabia que se não arranjasse alimento não duraria mais que uma semana.

Não disse? Não há nada de errado em ser egoísta, o preço que se paga por ajudar sem ter nada em troca é a morte em Razza, tudo se tem um preço a se pagar!

Savannah não demorou a pegar no sono, o cansaço decorrente do trabalho de cuidar das pessoas da vila era justificado por falta de alimento, o único pensamento que lhe invadia era que o sono enchia a barriga.

Não demorou muito para Savannah ser levada, foi trocada por comida, os habitantes da vila avisaram aos Corvos de sua ida e de suas habilidades, antes que o dia se acendesse os Corvos a levaram.

Então vamos para onde a tecnologia reina, para onde o luxo e a falta de alimento e agua não existe, veja bem você que não vive na parte rica e privilegiada de Razza, não tenha raiva dos moradores da Cúpula de Myrth, as obrigações de quem vive por lá são difíceis e vivem em constante perigo de vida e morte, costumo dizer que quem vive próximo aos muros de Razza tem liberdade de poder transitar por onde bem quiser e entender, mas mesmo assim continuam sendo pássaros vivendo em gaiolas grandes.

Em um carro preto antiradioatividade Aydee Lamartine desfrutava de um dos alimentos mais raros de todo o mundo: uma maçã. Tão avermelhada quanto seus lábios, havia naquela fruta agua e alimento, mesmo assim Aydee odiava a fruta. Deu uma grande mordida e jogou pela janela do carro, observou uma criança ir até a rua e pegar, ela deu risada.

Aydee não era uma garota má, não de todo, era apenas uma criança inconsequente com o espirito livre, era a filha mais amada de um dos homens mais ricos de toda Razza e isso era motivo de inveja dos outros irmãos, teve a vida toda programada pela mãe, as aparências era algo que Azalea prezava muito.

O carro parou na frente de uma grande cúpula, Aydee respirou fundo ao ver sua mãe parada na porta com as mãos na cintura, o cabelo preso em um coque alto e o vestido azul escuro até o joelho a deixava com a aparência imponente, Azalea não deixava transparecer nenhuma emoção apenas a ideia que deveria ser respeitada por todos. Aydee desceu do carro e bateu as mãos na calça com a intenção de tirar a poeira das roupas, caminhou lentamente até sua mãe – como se fosse em direção ao seu carrasco – e parou esperando a bronca que viria em seguida.

– Você faz ideia de que horas são? – Azalea colocou a mão nas costas da filha e a levou para dentro.

Aydee balançou a cabeça, mas ao julgar pela escuridão em que o céu estava achou que era dezenove horas.

– Quantas vezes tenho que mandar o motorista te buscar em uma de suas loucuras? Sabe o que você merece Aydee?

– Sim mamãe. – Aydee abaixou a cabeça com medo.

– O quarto escuro Aydee, mas preciso de você hoje a noite, seus irmãos já estão se arrumando para a comemoração.

O coração de Aydee acelerou.

Costumo dizer que algumas situações ruins as vezes são boas, a jovem Lamartine deveria ter obedecido sua mãe e aceitado seu destino, mas isso significava dar adeus a sua liberdade e assumir uma responsabilidade matriarcal, viu sua vida tomando o rumo de sua mãe e aquilo não era para ela, mesmo que ao abandonar aquilo iria arriscar sua vida e da sua familia. Uma das atitudes que eu gosto é o egoísmo quando se trata da sobrevivência, mas Aydee é uma jovem de natureza inconsequente não pensaria duas vezes em se safar do seu destino, uma vida não vale mais do que outra eu a odiei e a amei naquele momento.

– Não me diga que...

– Sim Aydee acabou essa brincadeira infantil de aventurar-se pela cidade, estou farta de suas atitudes.

– Eu nunca vou ser como você mãe! – Aydee soltou um grito que sentiu rasgar sua garganta, podia sentir o gosto de sangue.

Aydee pensou em correr, mas ao olhar o rosto da mãe que carregava uma expressão de raiva e decepção desatou a chorar e esperou a surra. Ouviu apenas o som de risadas vinda do corredor, seus irmãos debochavam dela.

– Entre no banheiro Aydee, suas roupas estão no quarto.

Após um banho demorado e várias perguntas como: “porque ela não me bateu?” , “ porque eu fiz isso?”, Aydee se arrumou e saiu do quarto. O vestido longo e preto com detalhes dourados combinava com o cabelo longo e preto, tentou sorrir ao olhar-se no seu reflexo, ao sair deparou-se com seu pai na porta ele lhe estendeu o braço e foram até o Centro Institucional de Tecnologia e Armamento – mais conhecido como C.I.T.A – uma grande festa se espalhava, Aydee conheceu o homem que seria seu marido se ela não desistisse de tudo e se candidatasse para ser um dos jovens da pesquisa.

– Queridos amigos, reuni todos vocês para avisar que já iniciamos a coleta e o experimento começou a funcionar, em breve mandaremos para além da muralha! Eles são a esperança para o futuro, poderão morrer lá fora, mas darão uma chance de nós sabermos o que há lá fora onde há agua e para onde poderemos expandir nossa querida Razza, não obrigamos ninguém a participar, mas você jovem presente aqui se quiser honrar nossa querida Razza basta vir aqui amanha pela manha. Que comece o banquete. – o homem desceu da plataforma e caminhou até um grupo de cientistas.

Aydee só teve uma frase a dar aquele homem que estava ao seu lado orgulhoso de sua noiva, afinal ela havia achado uma saída.

– Me largue seu merda antes que eu corte seu pinto antes da nossa noite de nupciais.


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Notas finais do capítulo

Bom pessoas, como vcs devem ter notado o capitulo é narrado por uma personagem (ela irá aparecer mais para frente), apartir desse ponto dá para entender um pouco sua personalidade e isso me facilitara ao invês de apresenta-la com uma historia inteira. Outra coisa é a fic vai ser dividida em partes, cada parte é narrada inicialmente por um personagem, se o seu tiver a sorte de ser o narrador eu irei mandar uma msg no m.p para você escolher duas palavras para descrever o capitulo, elas serão fixas exemplo: inicialmente os capitulos terão o mesmo nome pq é uma pessoa narrando os acontecimentos. Existirá Pov durante os capitulos de um ou mais personagens.
Poderá ocorrer de seu personagem morrer gente, mas se isso rolar vocês poderão reaparecer como memorias ou numa proxima parte como alguém novo.
Por enquanto é só, esses foram os personagens que já deram favrt e mandaram primeiro. Bjs e até sabado!