Victoria caminhava calmamente em cima de seus saltos Louboutin originais. Sorria estonteantemente agora enquanto suas mãos trabalhavam na abertura da porta da casa de Theodore. Pensar que agora tinha a chave do lugar era sentia a vitória adentrando em seus poros causando um êxtase sem tamanho. Quando ela abriu a porta finalmente deu de cara com Lisa e as crianças correndo enquanto Gregory lia uma revista jogado sobre o sofá. Todos rapidamente a encararam confusos.

—Boa tarde, meus amores. – Ela disse num falso tom carinhoso.

—Senhorita Trumbell... – Disse Elisabeth pausadamente.

—Como conseguiu entrar? – Gregory perguntou rapidamente em seu tom grosseiro.

—Ah, Greg, meu amor, seu pai me deu a chave. – Ela sorriu. – Por favor, não vamos nos enganar, vocês sabem que eu e seu pai namoramos. – Completou ainda mais vitoriosa.

—É, mas você não mora aqui, não tem porque ter uma chave. – Ele respondeu antes de rolar os olhos.

—Gregory! – Elisabeth chamou sua atenção. Sem dizer uma só palavra Gregory caminhou para seu quarto. – Me desculpe por isso, senhorita Trumbell. – Disse Elisabeth cordialmente, apesar de seu sangue ferver ao pensar que ela agora poderia entrar e sair dali a hora que quisesse. Victoria sorriu em resposta. – A senhorita precisa de alguma coisa? – Perguntou.

—Na verdade eu vim buscar a Annabeth. – Victoria disse animada. – Vamos ter um dia de meninas. - Concluiu.

—Eu não quero ir com você! – Annabeth respondeu prontamente.

—Ah que isso, Anna... – Victoria fez uma careta. – Você vai comigo, já falei com seu pai e ele permitiu, então vá agora se trocar a não ser que queira ficar de castigo por desobedecer. – Ela disse num tom angelical, totalmente paradoxal a suas palavras grosseiras, buscando disfarçar o que realmente queria dizer. Elisabeth engoliu a seco, principalmente ao ver o rosto de Annabeth se corar em vermelho devido ao choro preso.

—Annabeth, vá se trocar, coloque um vestido bem bonito. – Elisabeth sorriu pra menina que a encarou chorosa e correu para o quarto.

—Crianças...Sempre tão relutantes. – Victoria disse. Elisabeth queria mais do que nunca pular em seu pescoço agora, mas não poderia fazê-lo, então engoliu a seco tentando controlar seus impulsos. – E você, Joshua, o que acha de um dia sairmos também? – Perguntou.

—Eu não quero não... – Ele respondeu sincero antes de correr em direção a cozinha. Lisa sentiu que poderia gargalhar agora. A sinceridade e esperteza de Joshua sempre a surpreendiam, mas teve se conter devido a rolada de olhos bruta de Victoria que demonstrava seu total desagrado. Nesse momento, Annabeth retornou à sala com os olhos marejados e braços cruzados na frente do peito em protesto.

—Muito bem. – Victoria sorriu. – Agora vamos! – Pegou a menina pela mão e a puxou. Elisabeth torceu os lábios, sabia como isso estava magoando a menina, mas não tinha poder de interferir. Do lado de fora da casa o carro de Victoria estava bem estacionado e ela apenas apertou o botão na chave para destravá-lo. Sem cuidados abriu a porta e praticamente jogou Annabeth ali dentro antes de dar a volta e se sentar no banco do motorista. Se sentou, encarou o espelho e retocou seu batom. – Eu vou dizer uma coisinha, Annabeth... – Começou a falar. – Eu e seu pai vamos ficar juntos, em breve acredito até mesmo que vamos nos casar e eu acho bom que você pare com esse drama e comece a me respeitar, se não quiser que eu te mande pra um colégio interno bem longe do papai e dos seus irmãos. – Victoria sorriu maldosa.

—Eu vou falar pro meu pai! – Rebateu Annabeth.

—Ah não querida, você não vai falar nada pro seu pai e sabe por que? Porque senão eu vou dizer que foi desobediente e malcriada comigo durante todo o dia e sinceramente, em quem você acha que ele vai acreditar já que até mesmo a própria babá viu você fazendo pirraça antes de sair? – Questionou agora sorrindo vitoriosa. Annabeth apenas choramingou em resposta. – Ah, querida, não chore.... Eu amo seu pai e eu também amo você e seus irmãos, mas precisamos nos entender, não é? – Disse.

—Você não me ama! – Annabeth respondeu.

—Ah eu amo muito! Você nem imagina o quanto. – Victoria sorriu falsamente. – Agora engula o choro e se comporte, vamos ao salão de beleza e depois comprar umas roupas e no fim do dia seremos as melhores amigas e você vai dizer ao seu pai como amou passar o tempo comigo e como está feliz por nosso relacionamento. – Ela falou angelicalmente. – Até porque se não o fizer, sabe o que eu posso fazer. – Sorriu mais uma vez. Annabeth não respondeu, apenas limpou as lágrimas e permaneceu em silencio enquanto Victoria dirigia calmamente agora ainda com um sorriso estampado em seu rosto fino.

***************

Jennifer no fim do dia resolveu finalmente ligar seu celular de novo. Desligá-lo com certeza foi sua melhor ideia, pois conseguiu ter uma tarde extremamente produtiva, e agora podia respirar aliviada por saber que tinha terminado todos seus trabalhos e estudado o suficiente pra prova que teria em dois dias. Separou sua roupa pra poder tomar um banho, mas antes resolveu checar o celular agora já ligado. Pra sua surpresa algumas muitas mensagens lotavam sua caixa de entrada o que a fez rolar os olhos.

“De: nicholasphillipsrh

Para: jenniferhunan

Você está mesmo empenhada em me ignorar, não é? Tudo bem, eu não me importo. “

“De: nicholasphillipsrh

Para: jenniferhunan

É instigante pra mim de vez em quando ter uma garota mais difícil que não se joga nos meus braços quando eu falo meu sobrenome ou abro um dos meus sorrisos extremamente instigantes e sexys. “

Jennifer gargalhou com isso. A capacidade de Nicholas de ser prepotente e egocêntrico era simplesmente inimaginável e parecia até mesmo irreal. Continuou lendo.

“De: nicholasphillipsrh

Para: jenniferhunan

Tudo bem, chega de me humilhar por hoje, essa é oficialmente minha última mensagem do dia, mas não se engane, Jennifer Hunan, eu vou conquistar você, não importa o que eu tenha que fazer e se tem algo que precisa saber sobre mim é que não sou o tipo de homem que desiste fácil ainda mais de uma garota como você...”

Jennifer rolou os olhos. Se perguntava por quanto tempo teria que aguentar aquilo até que Nicholas percebesse que os dois nunca teriam nada. Não podia negar que ele era realmente lindo, mas não fazia o tipo garota burra encantada por um sorriso bonito e já cansou de sofrer por esse mesmo tipo de cara vezes o suficiente pra não cair no mesmo erro. Nicholas estava perdendo seu tempo.

“De: rosenewman

Para: jenniferhunan

Segundo o Matt, Nicholas Phillips está totalmente determinado a ter você pra ele, como isso aconteceu???”

“De: mattstormfield

Para: jenniferhunan

E aí, Jenny? Acabei de conversar com o Nicholas e tenho que rir da situação, me desculpe! Falei pra ele que está perdendo seu tempo e que você nunca daria uma chance ao canalha que ele é, mas preciso te alertar também... Nicholas odeia perder. Ele não vai desistir tão fácil, então estou preparando minha pipoca pra assistir o que vai ser o desenrolo mais engraçado do mundo...”

Jennifer riu com a mensagem dos seus amigos. Resolveu então responder logo aos dois.

“De: jenniferhunan

Para: mattstormfield

Ainda bem que você o avisou, Matt. E sinceramente eu não ligo pro quão insistente o Phillips pode ser, porque ele não vai conseguir. Eu já ganhei esse jogo!!! “

“De: jenniferhunan

Para: rosenewman

Eu não sei? Ele veio buscar a Lisa outro dia e simplesmente resolveu que eu seria o desafio pessoal dele... E agora ele está me mandando mil mensagens e GIRASSOIS... Que tipo de cara manda girassóis? Não me diga que Matt te conquistou com GIRASSOIS. “

“De: rosenewman

Para: jenniferhunan

O tipo de cara que não está acostumado com romantismo e sim com conquistas baratas. Girassóis são tão a cara do Nick, na verdade são sua marca registrada, ele manda pra todas as garotas com quem quer ficar ou está dando um fora, sabe, girassóis são impessoais e nada românticos, então é um meio de dizer ‘eu só quero te comer, mas posso dizer isso delicadamente e indiretamente’ 

Obs.: Matt me deu rosas no primeiro encontro ♥ “

“De: jenniferhunan

Para: rosenewman

Ele é um canalha! E o Matt é certamente o namorado mais devoto do mundo, ele é incrível e provavelmente sua raça está extinta da face da terra. E acho bom que o Phillips me deixe em paz! ”

***************

Theodore adentrou ao apartamento com o semblante fechado. Estava cansado do dia agitado na empresa. Mas foi inevitável abrir um sorriso ao avistar Joshua brincando com Gregory e Lisa de pirata. Primeiro porque Gregory estar participando de algo com o resto da família era praticamente um milagre, segundo porque Joshua estava com um semblante encantador de tanta felicidade e terceiro porque Elisabeth estava radiante vestida de donzela em perigo, com uma echarpe enrolada sobre os cabelos deixando seus olhos ainda mais destacados no rosto. Os três demoraram a perceber sua presença ali, mas quando o fizeram riram também, exceto Gregory que fechou o rosto completamente.

—Vejo que estão se divertindo. – Theodore disse simpático.

—Eu salvei a Lisa do Greg! – Joshua disse. – Ele é o pirata barba negra e eu sou o pirata bom. – Comentou fazendo o pai rir.

—E a Lisa é quem nessa história? – Perguntou Theodore pegando-o no colo.

—Ela é a princesa Lisa, a princesa mais linda de todos os reinos! – Joshua falou encantado e logo saiu do colo do pai para pular nos de Lisa que riu com as bochechas coradas.

—Eu disse que ele era galanteador. – Theodore comentou também um tanto sem graça. – Greg... – Disse. – É bom ver você interagindo com seus irmãos. – Comentou.

— É uma pena que você tenha chegado pra estragar a diversão. – Gregory respondeu secamente e caminhou até seu quarto. Theodore engoliu a seco. Sua cabeça estava dolorida demais para que pudesse discutir qualquer coisa com qualquer pessoa. Apenas se sentou sobre o sofá.

—Joshua, querido, por que não recolhe seus brinquedos agora e me espera pra tomar seu banho? – Perguntou Lisa e o pequeno assentiu.

—Mas por que eu preciso tomar banho se eu nem estou suado? – Questionou arrancando uma risada de Theodore e Lisa.

—Você acabou de derrotar o pirata barba negra numa batalha intensa e não quer se lavar depois disso? – Ela franziu o cenho.

—Tem razão! – Joshua disse espertamente depois de reproduzir uma careta como se pensasse sobre aquilo. Correu para o quarto em seguida. Elisabeth sorriu pra Theodore e o silencio parou por alguns segundos ali.

—Annabeth e Victoria ainda não chegaram? – Ele perguntou quebrando o silencio entre eles.

—Não... – Elisabeth respondeu prontamente.

—Vou enviar uma mensagem pra ela avisando que já estou em casa. – Disse. Elisabeth assentiu. – E então, como as crianças se comportaram hoje? – Perguntou formalmente.

—Bem, como sempre. – Elisabeth sorriu.

—Só você mesmo pra sempre elogiá-los, as outras babás me sugeriram colégios militares e exorcistas. – Theodore falou num tom sério, mas riu em seguida fazendo Elisabeth gargalhar junto a ele. – Mas você parece perfeita. – Completou e agora as bochechas dela coraram.

—Eu não sou perfeita. – Ela riu. – Só sou completamente apaixonada por eles. – Disse sinceramente fazendo o semblante de Theodore ficar mais sério agora, como se refletisse sobre aquelas palavras e se admirasse com a verdade que elas continham.

—Não sabe como é importante pra mim ouvir isso... – Ele disse quase que num sussurro enquanto seus olhos encaravam fielmente os de Elisabeth que sentia sua respiração descompassar devido a intensidade dos olhos dele nos seus.

—É a verdade... – Ela respondeu ainda corada enquanto Theodore passava seus olhos por toda a face dela.

—Eu sei que é... – Ele disse tentando desviar o olhar, mas não conseguia deixar de encará-la e só queria se aproximar mais.

Enquanto isso do lado de fora da casa Victoria estacionava o carro calmamente. Desceu do mesmo e pegou delicadamente sobre a mão de Annabeth assim que a mesma colocou seus pés pra fora do carro. Se abaixou na frente da menina antes de prosseguir sua caminhada.

—Seu pai já está em casa. – Disse. – Então eu quero que você desfaça essa cara feia e sorria estonteantemente, porque nos divertimos muito hoje. – Completou. – Ah e quando seu pai perguntar o que achou quero que você diga que adorou e que eu sou muito legal e que você amou passar esse tempo comigo. – Sorriu. – Estamos entendidas, Annabeth? – Questionou. A menina apenas assentiu. – Ótimo! – Vibrou Victoria agora voltando a caminhar junto a menina. Quando abriu a porta fez com que rapidamente os olhares de Theodore e Elisabeth se interrompessem e a mesma logo se levantasse num pulo. – Boa noite! – Victoria disse animada. Ela não viu a intensidade que estava estabelecida entre os dois o que foi essencial para que os dois pudessem se recompor rapidamente e disfarçar aquilo.

—Oi... – Theodore falou após limpar a garganta. – Princesa! – ele sorriu pra Annabeth que correu pros seus braços. – Se divertiram? – Perguntou.

—Ah, foi maravilhoso, amor. – Victoria disse prontamente. – Nós fomos ao salão, fizemos as unhas, compramos vestidos novos e tomamos sorvete. – Sorriu.

—Você gostou, filha? – Ele questionou a Annabeth que sorria forçado. Ela encarou Victoria fielmente antes de responder.

—Sim, papai, eu me diverti muito e amei passar o tempo com a Victoria, ela é muito legal! – Fingiu emoção enquanto Vitoria ria também fingindo surpresa pra em seguida abraça-la fortemente e cochichar em seu ouvido: “Muito bem”.

—Fico feliz que tenham se divertido assim. – Theodore sorriu.

—Eu também! – Victoria riu. – Agora eu tenho que ir pra casa, querido, amanhã tenho uma audiência logo cedo. – Falou e agora colocou seus braços em volta do pescoço de Theodore para puxá-lo pela gola da camisa e depositar um beijo intenso e caloroso em seus lábios. Elisabeth se sentiu extremamente incomodada com aquilo, mas não teve tempo o suficiente pra isso quando percebeu os olhos tristonho de Annabeth vendo aquela cena.

—Boa noite, Victoria... – Theodore disse interrompendo o beijo.

—Boa noite, querido. – Ela sorriu. - Boa noite, meninas! – Disse em seguida.

—Boa noite, senhorita Trumbell. – Elisabeth respondeu seca.

—Boa noite, Victoria. – Respondeu Annabeth num tom mais animado. – Eu vou pro meu quarto tomar banho e dormir. – Avisou e Elisabeth apenas assentiu, ainda estranhando o comportamento de Annabeth.

—Ela deve estar cansada. – Theodore sorriu.

—Eu vou lá ajuda-la no banho. – Elisabeth disse seriamente já se pondo a caminhar.

—Lisa, espera... – Theodore disse num impulso e se aproximou dela mais do que devia, ficando com seu corpo quase unido ao dela o que certamente deixava os dois desconcertados.

—Sim, Theo... – Ela disse quase num sussurro.

—Eu só quero agradecer pelo carinho com as crianças, e principalmente por estar ajudando o Gregory a se integrar mais aos irmãos. – Disse ainda a encarando fielmente.

—Não precisa me agradecer. – Ela disse tentando sair do transe que ela a fazia entrar. – Eu vou ajudar a Annabeth agora. – Completou. Theodore assentiu e sorriu em seguida. Quando Lisa saiu dali ele apenas se jogou novamente sobre o sofá para ofegar. O efeito que ela causava sobre ele não era normal e ele simplesmente não conseguia evitar as sensações que lhe tomavam cada vez que se aproximava dela. Isso era totalmente incompreensível pra ele que depois de Summer sempre se considerou um homem racional demais pra voltar a sentir aquele tipo de coisa.

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Elisabeth bateu na porta do quarto de Annabeth e a mesma lhe deu licença pra que entrasse logo em seguida. Empurrando a porta vagarosamente, Lisa colocou seu corpo pra dentro do quarto e pra sua surpresa a menina já estava de banho tomado e totalmente escondida entre seus lençóis grossos.

—Você já tomou banho, que mocinha crescida. – Lisa sorriu agora se sentando ao lado da menina que logo a abraçou forte. – O que houve? – Perguntou confusa.

—Só queria te abraçar... – Annabeth sussurrou ainda nos braços de Lisa que agora deixava suas mãos escorrerem pelos cabelos da menina.

—O que aconteceu, Annabeth? – Questionou logo.

—Nada... – Annabeth se recompôs e voltou a se deitar.

—Eu te conheço... – Lisa fez uma careta. – Aconteceu alguma coisa hoje no seu passeio com a Victoria? – Mais uma vez seu tom duvidoso surgiu ali, mas a menina apenas balançou a cabeça negativamente. – Tem certeza? Sei que não gosta muito dela e que não queria nem um pouco passear com ela e então você voltou sorridente e feliz, dizendo que amou o passeio, mas agora está aqui com esse rostinho triste. – Elisabeth constatou espertamente.

—Eu tenho certeza de que está tudo bem, Lisa. – Annabeth respondeu carinhosa. – Mas eu estou com sono, é só isso, quero dormir. – Sorriu. Elisabeth sorriu de volta.

—Tudo bem então... – Disse carinhosa se pondo de pé para logo depois cobrir Annabeth e depositar um beijo maternal em sua testa para poder sair do quarto. Quando finalmente o fez os olhos da pequena Annabeth se encheram d’água, finalmente soltando o choro que foi preso durante todo o dia ao lado de Victoria.

*******

—Ele fez o que? – Elisabeth perguntou assustada com o celular grudado ao seu ouvido.

—Exatamente isso que ouviu! – Jennifer bufou. – Pegou seu celular, arranjou um jeito de descobrir sua senha, pegou meu número e me encheu de mensagens o dia inteiro. – Rolou os olhos.

—Sempre achei minha senha tão difícil... – Elisabeth reclamou.

—Lisa, esse certamente não é o ponto aqui. – Jennifer disse um tanto incomodada.

—Eu sei, só queria te fazer rir um pouco. – Elisabeth riu e logo a amiga riu junto a ela. – Olha, eu não o conheço bem, só sei que o Theodore não para de rir quando ele está por perto. – Completou.

—É porque ele é totalmente insano e sinceramente eu não sei como alguém pode abrir a boca pra falar uma frase de seis palavras que consiga conter mais prepotência e arrogância do que um livro inteiro de um executivo famoso que eu já entrevistei. – Rolou os olhos mais uma vez.

—Pode até ser, mas não negue que isso é até divertido. – Elisabeth riu.

—Divertido, Lisa? – Jennifer bufou. – Divertido é ir ao Starbucks e beber um café com leite bem quente com chantilly em cima. – Completou arrancando uma gargalhada da amiga. – Ele me irrita, me irrita completamente, e eu só o conheço há alguns dias. – Disse.

—Cuidado pra sua irritação não virar algo maior. – Elisabeth alfinetou.

—A única coisa maior que pode acontecer entre eu e Nicholas Phillips é a minha mão no pescoço dele sufocando-o. – Rebateu. – Mas e então, você disse que estava preocupada, o que houve? – Perguntou.

—Victoria megera Trumbell veio aqui hoje, entrou na casa com sua própria chave recém ganha e levou a Annabeth a força pra um dia de meninas com ela. – Agora foi a vez de Elisabeth rolar os olhos.

—Senti uma pitada de ciúmes na sua voz? – Jennifer debochou.

—Não é questão de ciúme... – Lisa bufou. – É que eu acho tão estranho o modo como as crianças a veem negativamente, quer dizer, não que eles sejam crianças extremamente receptivas, nem que eu seja a babá perfeita, mas eles são tão carinhosos comigo e até mesmo com os outros familiares, mas eles simplesmente odeiam a Victoria. – Comentou.

—Eles devem ter ciúme de ver o pai com outra mulher que não a mãe deles. – Jennifer sugeriu.

—Pode até ser, mas eu não sei porque, acho que tem algo a mais. – Suspirou.

—Ela não os trata bem? – Perguntou Jennifer.

—Trata, quer dizer, nas poucas vezes em que estive com ela, ela foi simpática, carinhosa, disse que os amava e os chamava de “amores” e “queridos”. – Disse.

—Então qual é o ponto, Lisa? – Jennifer perguntou.

—Eu não sei...Só achei que a Annabeth voltou tão estranha depois do passeio com ela, mas ela não quis me dizer. – Reproduziu uma careta.

—Lisa, pare de se torturar com isso. – Jennifer falou. – Ela os trata bem, eles têm ciúmes do pai, isso acontece nas melhores famílias, e você é a babá, não vá inventar de criar intriga com essa Victoria, até porque já ficou claro que ela morre de ciúmes de você com o Stormfield gato. – Comentou fazendo Elisabeth rir. – Como andam as coisas com ele? – Perguntou.

—Ele tem me tratado melhor do que nunca, na verdade eu acho que posso derreter toda vez que ele fala meu nome. – Disse.

—Elisabeth Sullivan! – Jennifer ralhou.

—Tem razão, desculpe, eu não deveria pensar nisso, quiçá falar. – Riu.

—Exatamente. – Jennifer sorriu. – Até porque se ele deu a chave da casa pra Victoria significa que o relacionamento deles está chegando a outro nível. – Disse.

—Tem razão. – Elisabeth suspirou. – Bom, eu vou dormir agora, Jenny. – Falou.

—Boa noite, Lisa. – Jennifer sorriu.

—Boa noite. – Respondeu Lisa antes de desligar.