Behind Blue Eyes escrita por Two Lovely Girls


Capítulo 2
Capítulo 2 - Troubles




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Elisabeth abriu os olhos com certa dificuldade naquele dia. Não que tivesse problemas para seguir à risca seus horários, mas teve uma noite difícil. Parecia que o sono resolvera lhe abandonar justamente no dia em que finalmente começaria em seu novo emprego. Obviamente, insônia nunca foi um de seus problemas, e isso só a irritava mais. Qual o motivo da noite tão mal dormida? Ansiedade? Por que? Na verdade, ela sabia bem, só não queria admitir. Primeiro porque desde a hora em que se deitou até agora os olhos azuis de Theodore lotavam sua mente com certa propriedade, e segundo porque, nas poucas vezes em que conseguiu adormecer, a presença dele tomou seus sonhos. Sentia-se uma verdadeira boba passando por isso, como se tivesse voltado aos quinze anos, sonhando com um garoto que viu passando pelos corredores da escola.

Se levantou finalmente depois de alguns minutos e caminhou até o banheiro para fazer sua higiene pessoal. Em seguida voltou para o quarto onde Jennifer começava a se movimentar para acordar também.

— Bom dia. — Ela sorriu pra Jennifer, que apenas sorriu de volta e se espreguiçou.

— Bom dia, mocinha. — Jennifer respondeu carinhosa. — Ansiosa? Rolou na cama a noite toda. — Completou, se levantando.

— Desculpa se te incomodei durante a noite, mas simplesmente não conseguia dormir, e respondendo a sua pergunta, sim, acho que estou muito ansiosa. — ela torceu os lábios e soltou um suspiro.

— Não me incomodou. — tranquilizou a amiga enquanto arrumava a cama. Jennifer era uma pessoa extremamente organizada.

— Pode me ajuda a escolher uma roupa pra ir? Não posso me atrasar. — Pediu Lisa, fazendo uma careta engraçada.

— Claro. — Jennifer terminou de dobrar o edredom e as duas se puseram na frente do armário de Lisa para encará-lo. — Que tal aquela blusa branca de botões? Ela diz “Sou responsável!” — Sugeriu fazendo aspas com as mãos antes de rir.

— Acho que sim. — Elisabeth riu junto a ela. — Ela ficaria linda com essa saia... — Comentou distraída, pegando uma saia soltinha estampada com flores delicadas nas cores roxo e lilás.

— Lisa, você vai ser babá, e terá que passar o dia com uma criança de sete e outra de cinco anos. Você não vai conseguir fugir da calça. — aconselhou a outra, esperta. Em seguida, puxou uma calça jeans escura.

— Tem razão! Então é isso, blusa branca de botões, calça jeans e uma sapatilha. — Concluiu. — Você sempre sabe de tudo, não é? — Elisabeth abraçou a amiga de lado enquanto ambas sorriam.

— Espero que sim. — Jennifer rolou os olhos com divertimento. — Agora vai se vestir. Vou fazer o café. — informou, já caminhando em direção à cozinha. Elisabeth então pegou a roupa escolhida e colocou sobre o corpo. No pulso resolveu, por garantia, guardar um elástico para prender o cabelo, mas inicialmente o deixaria solto. Uma maquiagem leve e de tom claro realçou o rosto, principalmente seus olhos. Logo ela estava pronta, caminhando para a cozinha, onde a mesa do café já estava posta. Encarou o relógio em seu pulso e constatou que ainda daria tempo para um café reforçado — o que certamente lhe agradou.

— Sonhei com ele. — Ela compartilhou o assunto “Theodore” enquanto colocava café pra si numa xícara.

— Com o seu chefe? — Jennifer arregalou os olhos. — Lisa, toma cuidado com isso, por favor. — Pediu, com tom de preocupação. Ela sabia como a amiga era em questão de relacionamentos.

— Eu sei, mas não posso controlar meus sonhos, e eu me odeio por isso. — Ela bufou em descontentamento.

— Não se deixe levar pelas aparências. Você mesma disse que ele carrega dor em si, então não queira se envolver com alguém problemático. — Advertiu Jennifer a olhando com seriedade, antes de dar um gole no seu café com leite.

— Não temos a menor chance de nos envolvermos. — Ela riu com a ideia. — Ele deixou claro que nossa relação não sairá do profissional e da formalidade. E, além disso, até parece que a gente escolhe o que sente pelas pessoas. — Completou antes de rolar os olhos e dar uma mordida na sua torrada.

— Bom, eu certamente aprendi a escolher. — Jennifer se gabou enquanto tomava mais um gole do seu café.

— É mesmo? E qual é o segredo? — Lisa a olhou e esperou a amiga respondê-la.

— Primeiro não se deixar encantar por braços fortes e olhos lindos. — começou ela, listando as dicas. — E segundo avaliar a situação, afinal, você tem que constatar se vale a pena. — encerrou, piscando marota. — Se conseguir passar pelo primeiro ponto, já estará se saindo surpreendentemente bem, e se no segundo ponto a resposta for não, você cai fora antes que acabe perdendo a capacidade de ignorar a aparência do cara. — Ela fez uma careta que fez Elisabeth rir. Era extremamente engraçado ver o modo como Jennifer lidava com seus relacionamentos. Não é pra menos tanto cuidado, afinal ela era extremamente linda e charmosa, o que rendia a queda de muitos homens. Quando mais nova, ela acabou sofrendo muito na mão de um ou outro que se aproveitou de sua bondade e isso a ensinou a ser mais cuidadosa. Pobres são os homens honestos que se aproximam dela hoje em dia, pois sua desconfiança lhe tornou astuta e exigente. Não é qualquer um que consegue mexer com seu coração, e isso Elisabeth invejava na amiga.

— Você deveria escrever um livro. — Lisa indicou fazendo a outra rir frouxo.

— Quem sabe um dia... — Jennifer deu de ombros, e sorriu enquanto dava mais um gole no café.

— Tenho que ir agora, e prometo me lembrar dos seus conselhos. — Comentou já de pé. Jennifer apenas sorriu em resposta e logo Lisa caminhou para fora de sua casa. Sabia que precisava descer logo para não correr risco de se atrasar. Ao chegar na rua ela franziu o cenho, não reconhecendo o carro parado, mas conforme se aproximou pôde ver um senhor grisalho sair do veículo com um sorriso curto.

— Senhorita Sullivan? — Perguntou, a olhando com dúvida.

— Sim, sou eu. — Ela respondeu com confusão, pois esperava o outro motorista de ontem.

— Sou o chofer escolhido pelo Sr. Stormfield. Irei levar à senhorita e as crianças aonde desejarem. — Explicou com um sorriso profissional. Ela não sabia exatamente como se sentir em relação àquilo. Obviamente, achou que teria que se virar para levar as crianças para sair, mas não podia deixar de se encantar por pensar que ele a tinha poupado disso. Talvez estivesse novamente sendo tola, afinal, Theodore só a queria pontualmente em sua casa, ou queria ter noção dos lugares onde ela levava seus filhos. E foi pensando nisso, e nos conselhos sábios de Jennifer, que ela livrou sua mente daqueles devaneios e sorriu em resposta para o senhor que logo abriu a porta para que ela entrasse. Não demorou muito para que ela chegasse a casa já conhecida dos Stormfields. Adentrou no lugar com cuidado, pois não sabia exatamente o que esperar. Mas pra sua surpresa, ele estava ali e se virou pra encará-la logo que ouviu o barulho da porta se abrindo. Estava impressionante. Foi a primeira coisa que ela pensou. O paletó e a gravata haviam sido dispensados — provavelmente ele ainda estava terminando de se aprontar para o trabalho, ou tinha resolvido ir mais despojado. Os músculos estavam bem expostos numa camisa branca social junto a uma calça cinza chumbo que só o fazia parecer ainda mais alto que ela.

— Bom dia, senhor Stormfield. — Cumprimentou, ainda recuperando o ar.

— Bom dia, senhorita Sullivan. — Saudou ele, indiferente. — Estava esperando a senhorita chegar para avisar que o colégio das crianças não terá atividade escolar hoje, pois terá um evento pra caridade, então meus filhos ficarão em casa com você. — Informou, desviando seu olhar dela, para o celular que tinha em mãos.

— Tudo bem. — Elisabeth o tranquilizou, enquanto o observava digitar algo antes de olhá-la de novo.

— Desculpe por não tê-la avisado antes. Eu acabei esquecendo. — Theodore a encarou com um olhar de desculpas, o que a fez ficar um pouco distraída.

— Não precisa se desculpar, senhor. — Ela disse no seu melhor tom, juntando as mãos na frente do corpo.

— Eu tenho que ir para a empresa agora. Espero que, conforme eu lhe pedi, eles fiquem bem ocupados durante o dia todo. Às três horas, Annabeth tem aula de balé, e Gregory vai para a biblioteca pública estudar, então mande o motorista levá-lo. Quanto ao Joshua, espero que tenha bastante coisa em mente para passar o dia inteiro com ele. — Theodore lhe falou. As palavras de sua avó ainda rodeavam sua mente, e talvez ela até estivesse correta em dizer que a moça não teria experiência alguma, já que ao término de suas palavras ela arregalou um pouco os grandes olhos azuis devido à surpresa de ter que manter uma criança de cinco anos ocupada sem ter planejado algo pra isso. Mas ele simplesmente não conseguia se importar. Ela parecia tão pura em suas palavras e atitudes que tudo isso lhe fazia pensar que, talvez fosse exatamente isso que seus filhos precisavam para serem felizes. Elisabeth poderia ser pra eles absolutamente tudo que ele nunca pôde ser.

— Eu vou pensar em algo. — Ela respondeu prontamente a fim de deixá-lo tranquilo.

— O seu quarto é o último no corredor à direita. Pode deixar suas coisas lá, pois o acesso será restrito apenas para você. Mas eu peço encarecidamente que, por favor, não traga convidados, se é que me entende. — proferiu ele sugestivamente, a olhando com seriedade e atenção.

— De forma alguma, senhor. — Lisa respondeu rápido, o olhando com horror. Em nenhum momento, algo desse tipo passou por sua cabeça.

— Pode se acomodar então, senhorita Sullivan. — Ele se aproximou deixando-a um pouco atônita. — Tenha um bom dia. — Completou, novamente seco, mas ainda assim encantador demais pra ela, e se dirigiu para o lado de fora da casa.

Elisabeth soltou o ar, como se finalmente tivesse lembrado como se respira. Certamente Theodore tinha o poder de lhe fazer perder o fôlego simplesmente por estar presente no mesmo cômodo que ela, mas não podia nem sequer ousar em sobre isso. Jennifer tinha total razão. Era um erro se encantar dessa forma por alguém que ela sequer conhecia, e que certamente não tinha a menor intenção de conhecê-la, além de parecer extremamente complexo. Respirou fundo mais uma vez e se guiou até seu quarto. Ficou totalmente surpresa ao constatar o tamanho do espaço destinado a ela. Era quase maior que seu apartamento inteiro, o que a fez rir. Desarrumou sua mala e colocou as roupas que usaria durante a semana no armário enorme de madeira que ficava ao lado de sua cama de casal. Abriu as cortinas e deixou o sol entrar um pouco. Resolveu então ir até a cozinha. Certamente as crianças acordariam com fome, e Lisa se achou extremamente profissional por ter pensando nisso. Não demorou muito para que — com a ajuda da cozinheira da casa — panquecas e ovos enfeitassem uma bela mesa de café da manhã que ficava na sala de jantar. De repente, ela ouviu um grito. Na verdade era uma espécie de choro, o que a fez olhar para a mulher e , em seguida, correr assustada. Quando finalmente chegou ao local da origem do barulho, ela pôde ver Joshua chorando, sentado no canto do quarto agarrado a uma girafa de pelúcia. Preocupada, ela se aproximou e agachou na sua frente, o olhando com atenção.

— Joshua! — Ela o chamou fazendo-o abrir os olhos. — Querido, o que houve? — Perguntou com carinho, enquanto suas mãos percorriam o rosto e o corpo dele em busca de algum machucado.

— Eu tive um pesadelo. — Contou ele, choramingando.

— Calma, eu estou aqui. — Ela o pegou no colo e se levantou. — Estou aqui com você. — Tranquilizou ela começando a niná-lo a fim de acalmá-lo. Com leveza e calma, ela alisava as costas do pequenino, sentindo a respiração do mesmo se regular.

— Eu não quero dormir nunca mais, Lisa. — Confessou Joshua num tom ainda mais infantil, o que a fez suspirar pacientemente.

— Você precisa dormir. — Ela riu e o colocou sentado em sua cama para em seguida se sentar ao lado dele. — Não precisa ter medo, todos nós temos pesadelos às vezes, mas não podemos deixar que isso venha nos impedir de sonhar. — Ela acariciou seu rosto enquanto ele a olhava atentamente, ainda com os olhos inchados.

— Mas, e se todos os meus sonhos forem ruins? — Ele franziu o cenho e a encarou, esperando uma resposta.

— Eu te garanto que, ai dentro dessa cabecinha, existe um mundo maravilhoso que só você conhece, e está esperando pra ser descoberto nos seus sonhos. — Elisabeth falou carinhosa fazendo-o sorrir.

— Acha mesmo?

— Claro que sim! — Afirmou ela, com um sorriso largo.

— Tudo bem... vou acreditar em você. — Ele disse novamente demonstrando a ela como ele era esperto para a idade que tinha. — Mas não vou dormir mais, pelo menos agora. — Completou, cruzando os braços e lançando um olhar decidido para ela.

— Tudo bem! Eu preparei um café da manhã delicioso pra você e seus irmãos, então que tal descermos e comermos algo até você esquecer esse pesadelo? — Ela sorriu pra ele que apenas assentiu antes de abraçá-la forte.

— Obrigado por não me deixar sozinho. — Ele disse baixinho, ainda agarrado a sua barriga num abraço desajeitado. Ela sorriu e passou as mãos sobre os cabelos castanhos escuros dele, desarrumando-os ainda mais.

— Não precisa agradecer, meu amor. — Elisabeth sorriu pra ele que logo agarrou sua mão para caminhar com ela até a cozinha.

******************

Theodore estava em seu escritório. Se sentia agradecido por estar tendo um dia relativamente vazio hoje, se comparado aos que tem normalmente. Algumas reuniões com investidores haviam sido resolvidas mais rapidamente do que ele esperava, e isso iria lhe render uma tarde livre. Talvez precisasse mesmo disso, visto que sua mente vagava ainda por aqueles olhos. Sentia-se detestável por não conseguir ficar indiferente a eles, e aquele sorriso tão doce e sincero. Elisabeth parecia um elemento surpresa injetado em suas veias. Tão diferente das pessoas que o cercavam, ela ainda carregava inocência em si e uma doçura tão madura. Estava acostumado a conviver com pessoas frias, indelicadas, rudes que se interessavam apenas com negócios e títulos. Na verdade, ele se tornou essa pessoa e isso o entristecia. Ele e Matthew quando pequenos costumavam ver inúmeras brigas entre seus pais, e sempre prometiam um ao outro que se tornariam adultos diferentes, com atitudes diferentes, das quais se orgulhariam. Certamente ele estava falhando na sua promessa. Não que Matthew estivesse se saindo perfeitamente bem, na verdade ele virou um cara festeiro e um bobalhão incorrigível, mas Theodore tinha que admitir — e admirar — o fato de que o irmão nunca traiu a si mesmo, nunca traiu quem ele era, e isso era verdadeiramente digno e honroso. Por muitas vezes, Theo tentou buscar melhoras em si, tentou achar algo de bom nele, algo que pudesse satisfazer sua esposa e seus filhos, algo que o fizesse se encarar no espelho e se sentir orgulhoso por quem ele havia se tornado, mas há anos que ele sequer passava em frente ao espelho com medo do que veria. Medo dos rastros que deixou devido à pessoa que se tornou. Rastros de rancor e dor não somente nele, mas de toda sua família. Mas quando pensava nela agora e em sua capacidade de ser um universo inteiro de bondade e inocência, era como se sua mente lhe forçasse a acreditar que as coisas poderiam começar a mudar, e não sabia se deveria se sentir feliz ou imbecil por pensar assim. Ela era apenas uma jovem garota, aceitando um trabalho temporário como babá, nem sequer sabia se isso duraria tempo o suficiente para que alguma mudança real existisse em si e em sua família. Além do mais, ele nem sequer poderia se atrever a pensar nela como estava fazendo. Não tinha o menor direito de se aproximar e acabar por destruir tudo o que ela era como fazia com todos em volta de si. Preferia se manter distante e tirar aqueles malditos olhos de sua mente cansada para que ela pudesse se encarregar apenas de fazer seus filhos tomarem rumos diferentes dos dele na vida, talvez esse poder ela realmente poderia ter. Mas de fato, Theodore ainda não sabia. Respirou fundo e limpou sua mente daqueles pensamentos quase torturantes quando Hilary apareceu na porta com um sorriso curto.

— Senhor Stormfield, os acionistas chegaram para a reunião. — Avisou.

— Mande-os entrar, por favor, senhorita Clinton. — Ordenou ele observando a mulher assentir e deixar a sala. Theodore se perguntava se era realmente bom ter sua mente vazia, ou se era um risco tremendo a se correr enquanto aqueles olhos ainda teimassem em lhe encantar.

****************

Joshua e Lisa riam sentados na mesa do café. Ela estava impressionada com o fato de uma pessoa tão pequena como ele conseguir comer tantas panquecas que, segundo ele, estavam maravilhosas. Sentia-se totalmente encantada por ele agora, não apenas por ele ser a cópia fiel — em termos de aparência — de Theodore, mas por ser astuto e, ainda assim, carregar uma inocência encantadora em si.

— Não chega de panquecas? — Ela o indagou com divertimento.

— Não consigo parar! Elas estão ótimas! — Joshua sorriu com a boca cheia. — A da última babá eram “panquecosas”. — Comentou fazendo uma careta.

Panquecosas? — Lisa riu, achando graça do nome inventado por ele. — O que isso significa?

— É a mistura de panquecas com horrorosas. Significa que não eram boas. — Ele explicou antes de sorrir. Nesse momento Gregory apareceu na cozinha. Sua expressão ainda era de alguém que lutou longamente com o despertador para conseguir finalmente se levantar da cama. — Bom dia, Greg. — Joshua falou carinhoso.

— Bom dia, pirralho. — Gregory respondeu um tanto seco. Esse sim, Lisa poderia dizer que, tinha o gênio do pai. Mais seco que o deserto inteiro.

— Está com fome? Preparei panquecas e ovos. — Ela avisou fazendo ele com que ele rolasse os olhos.

— Eu odeio panquecas. — Ele informou com certa impaciência, fazendo-a franzir o cenho.

— Quem odeia panquecas? — Ela o indagou antes de rir.

— Eu, senhorita espertinha. — Gregory retrucou seco.

— Então não vai comer? — Ela o perguntou com um pouco de desapontamento.

— Vou comer algo no caminho da escola. — Gregory respondeu novamente em um tom seco e até mesmo um pouco grosseiro.

— Tudo bem, e o que você gosta de comer? Posso preparar algo diferente para o almoço. — Lisa sugeriu. Não que gostasse do jeito mimado e prepotente dele, tampouco buscaria puxar seu saco como provavelmente toda a família deveria fazer, mas odiava pensar que não estava, ao mínimo, tentando se dar bem com o rapaz, então se esforçaria um pouco mais para aturar seu gênio difícil, e acharia um meio de conquistá-lo finalmente.

— Eu vou da escola direto pra biblioteca, então não me espere pro almoço. — Disse sem encará-la.

— Tudo bem. — Ela respondeu antes de rolar os olhos e suspirar. Certamente Gregory estava disposto a ignorar todas as tentativas de aproximação dela, o que a frustrava um bocado.

— Vou pegar a mochila e estou indo. — Avisou antes de sair do cômodo.

— Boa aula. — Ela desejou para o espaço vazio à sua frente, já que o garoto tinha saído.

— Não liga pra ele. — Joshua sorriu frouxo segurando na mão dela. — Ele pode não gostar de você, mas eu gosto muito. — confessou, piscando em seguida.

— Eu também gosto muito de você, príncipe. — Ela sorriu com carinho enquanto apertava suas bochechas rosadas. Nesse momento foi Annabeth quem acordou. Ela veio andando devagar e em seguida encarou a mesa farta sorrindo de cara.

— Oba, eu amo panquecas! — Comemorou, correndo em direção à mesa.

— Dois a um. — Joshua falou fazendo Lisa rir. Que menino esperto. Ela pensou.

— Tem razão. — Concordou com ele antes de se virar para a menina. — Me deixa colocar pra você, Annabeth. — Disse pegando um prato e servindo a menina de longos cabelos castanhos que sorria brincando com o irmão agora. — E então, o que vocês querem fazer hoje? — Ela perguntou.

— Eu tenho aula de balé. — Annabeth respondeu.

— Eu não tenho nada pra fazer, então aceito sugestões. — Disse Joshua fazendo as duas rirem.

— Que tal quando você chegar do balé a gente ir ao parque? Soube que tem um circo na cidade acampado lá, então podemos ver os malabaristas, comer pipoca, ver alguns animais legais... — Sugeriu com um sorriso bobo em semblante.

— Adoro circo! — exclamou Joshua com animação.

— Eu também! — Annabeth olhou animada para o irmão e começou a comemorar também. — Ainda bem que está aqui, Lisa. — Disse fazendo Lisa sorrir.

— Eu é que fico feliz de estar aqui. — Disse.

********************

O chofer parou o carro em frente à escola de Gregory. O mesmo saiu com a mochila pendurada apenas em um dos ombros, e com sua feição de poucos amigos como de costume. Deu um sorriso debochado ao motorista e caminhou em direção a porta da escola. Já o senhor que dirigia o carro deu partida no mesmo, virando a esquina em alguns poucos segundos. Gregory percebendo isso sorriu, principalmente quando dois amigos seus surgiram de trás de algumas folhagens.

— Pronto pra matar aula? — Perguntou um dos garotos.

— Claro. — Gregory respondeu maroto. — Mas estava pensando em fazer algo diferente hoje. — Comentou.

— O que está pensando? — O outro rapaz indagou o olhando com uma curiosidade crescente. Joshua sempre era o melhor em arrumar ideias para passar o tempo.

— Que tal fazermos alguma coisinha ilegal hoje? — Perguntou com um sorriso maldoso que logo contagiou aos amigos.


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Notas finais do capítulo

Oi gente...
Agradecemos aos que estão acompanhando e esperamos que gostem!

Beijos || Alina e Yasmin ♥



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