O que o destino aprontou dessa vez? escrita por Aquariana


Capítulo 14
Capítulo 14 - Querendo ou não querendo, você vai ter que me querer


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores, como vão?
Sugestivo o título desse capítulo, não? Caso não tenham entendido a referencia, aí vai o link --> https://www.youtube.com/watch?v=KEOqoj8KFuc
Ps: preparem-se, fortes emoções. (não, brincadeira. Nem tão fortes assim)
Boa leitura!



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Ao ver Lucas expressar tamanha seriedade, Luana chegou a estranhar. Não era nada comum vê-lo tão sério e tão abalado daquele jeito, ainda mais de uma hora pra outra.

– Acho que precisamos conversar.

– Sem problema, vamos conversar. – Ela respondeu indiferentemente, embora o modo como ele agia a estivesse desconcertando. Facilmente se identificava a tristeza e o rancor em seus olhos negros. – Você está bem? – Luana apressou-se em levantar do sofá azul, pondo as duas mãos em sua fronte e nas extremidades de sua face.

– Não. Não mesmo. – Direto, ele apoiou as mãos nos pulsos dela, olhando fixamente em seus olhos. – Lua, será que você nunca notou nada?

– Nada o que, Lucas?

– Nenhum sinal, nenhum... indício de nada?

– Onde quer chegar? – Ele respirou fundo. Transpirava, seu coração batia aceleradamente.

– Eu sempre tive ciúmes de você, dos seus amigos, seus namorados e agora tenho do Daniel. Nunca imaginaria que um dia eu houvesse de ter ciúme justo dele, um dos meus ídolos, que é uma das pessoas que eu mais admiro. Mas eu não consigo mais esconder de todo mundo, e principalmente, esconder de você, que eu sempre gostei de ti. Sabe, fui um covarde e nunca tive coragem de dizer. Eu tentava me aproximar de você, acabei virando seu melhor amigo, mas sempre que eu ia falar, eu adiava, desistia. E agora embora eu finalmente tenha dito, talvez seja um pouco tarde, já que talvez você fique com o Daniel e eu nunca possa te ter por pelo menos uma noite. – Seu olhar tão negro quanto o breu, agora brilhava.

– Lucas... – Ia dizer algo mas não conseguiu dizer nada. Apenas paralisou em sua frente. Luana observava seu olhar sincero, suas lágrimas discretas. Ela o viu chorar apenas uma vez, quando estavam na oitava série, foi quando o pai dele morreu. E depois disso, depois de tantos anos, ele chorava de novo, a centímetros de distancia dela, por um motivo inconcebível. – ... eu nem sei o que dizer. Mas talvez eu não tenha que dizer, e sim pedir: perdão. Nunca vi você com outros olhos, sempre como um amigo. – Ela tentou livrar suas mãos, mas ele não deixou. – Mas eu vou ficar sempre do teu lado, como eu sempre fiz.

– Já entendi o que você quer dizer com isso. Mas eu não quero ser só teu amigo. Eu cansei de ser só isso. Sou louco por você, Lua. Eu sempre fui. – Ele aproximou-se ainda mais dela e tentou beijá-la, mas ela virou o rosto.

– Não podemos.

– Por que não? Somos livres e desimpedidos, e gostamos um do outro.

– Sim, somos livres e desimpedidos, mas eu não sinto o mesmo que você sente por mim.

– É por causa do Daniel, não é?!

– Não posso negar que talvez seja, mas mesmo se for, você tem que me entender. – Lucas enfim soltou seus pulsos de uma vez. Olhava-a de modo diferente, com desprezo. Agora entendia o que se passava ali.

– Isso é ridículo! Como pode falar isso? Depois de tudo que eu te disse! Depois de eu ter me declarado pra você!

– Não é por que você disse tudo aquilo que eu vou mudar o que sinto.

– Sua tola!

– Lucas, para com isso, eu não estou te reconhecendo.

– Luana, aquele filho da puta só está interessado em você por que é linda, por que quer te levar pra cama na primeira oportunidade que tiver! Ele não gosta de ti de verdade! Eu sou diferente, gosto de você por quem você é! Será que esperei todos esses anos pra falar contigo, em vão?

– Deixa eu dizer três coisas pra você. Primeira: você não tem nenhum direito ou motivo pra se referir a ele de uma forma tão chula. Segunda: você não lê pensamentos pra saber se ele realmente só quer me comer. Terceira: se tu nunca falou nada disso pra mim, é por que foi um fraco e nunca teve coragem de admitir. E aí vai um bônus: você me deve respeito, em nome da nossa amizade e de tudo que somos hoje.

– Eu não vou ser nada até ficar contigo! Eu amo você! – Ele praticamente gritava. Sentia um enorme remorso. Tentou beijá-la novamente e dessa vez foi tão rápido que ela não teve tempo sequer de pensar em algo. Tal gesto, foi envolvente, e Luana não conseguiria se desprender dele mesmo que quisesse. Até que voltou a realidade e o empurrou para trás subitamente.

– O que fez?! O que VOCÊ fez?! Eu pensei que gostasse de mim de verdade!

– Eu gosto, eu amo!

– Não, isso não é amar. Se você me amasse, me deixaria ficar com a pessoa que eu quisesse e me deixaria ser feliz de verdade. Isso é amar. É querer que a pessoa amada seja feliz não importa com quem seja. Na real, o que você tem é possessão. Chega a ser doentio.

– Para de se enganar! Você me conhece a muito mais tempo que esse cara, você ficará melhor comigo!

– Eu não estou me enganando! E mesmo que eu esteja, fico com quem eu bem entender. – Ela virou-se numa tentativa estúpida de sair do apartamento, porém ele a puxou pelo braço, com força.

– Espera!

– Ai! Me solta!

– ESPERA!

– Por favor, não grita assim. Está me assustando. – Ela praticamente choramingava.

– Desculpe. Eu não queria brigar com você, eu não queria gritar, mas foi preciso.

– Me solta, eu tô pedindo.

– Ouve. Nunca esqueça do que eu disse. Você vai ver como estou certo. Quando ficar com o Daniel, vai ver que estava errada sobre tudo que pensava sobre ele. Esse cara tem duas faces, Lua. Um dia você vai notar e querer ficar comigo. – Ele falava agoniado, olhando para aqueles atrativos olhos verdes, agora vermelhos e cheios de lágrimas. Enfim soltou seu braço, que ficara roxo e marcado por tamanha força que ele punha sobre o mesmo.

Sem mais, ela saiu e o deixou sozinho. Desceu pelo elevador, pegou seu carro e saiu do prédio, indo para sabe-se lá onde.

Sua cabeça estava confusa. Lua acabava-se em lágrimas, sentia o gosto salgado delas em sua boca, dirigia sem rumo, sem saber ao certo aonde ir. A todo tempo, relembrava cada segundo daqueles infelizes minutos de discussão. Pensava em Lucas, em Ellen, e sobretudo, em Daniel.

De repente, ela parou o carro, mas não sabia exatamente o por que de parar ali. Afinal, onde estava? Será que estava perdida? Não, não estava. Ela olhou para o lado direito da rua. Estava em frente a uma casa branca, era grande e de boa aparência, com uma área verde logo na entrada. Luana tinha a impressão de já conhecer esse lugar. Quando se deu conta, mal podia acreditar. Era a casa do barbixa. Como havia parado ali? Inconscientemente? Ela simplesmente não tinha como entender. Foi aí que desabou. Com as mãos no volante e a cabeça sobre o mesmo, se pôs a chorar.

– Droga.


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Notas finais do capítulo

Quem nunca foi parar na casa daquela pessoa de uma hora pra outra, não é verdade? Pois é. Eu nunca. Mas enfim. (Eu falo muito "enfim"? Acho que sim. Mas ENFIM né)
Obrigada por lerem e até a próxima!



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