Lens escrita por A Demigod 1D


Capítulo 10
Capítulo dez


Notas iniciais do capítulo

Oi gente.
Um pequeno salto no tempo porque não tenho paciência pra esperar. haha



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Depois de seis meses de um relacionamento constante, House e Cameron já aceitavam que os intitulassem como namorados e começaram a fazer uma coisa inédita, sair em casais com Wilson e Cuddy, que também estavam juntos.

Cuddy havia pedido para Wilson ser seu doador para a inseminação e ele concordara. Até aí tudo bem, mas quando a tentativa não deu certo e a médica resolveu mudar de tática, colocando seu nome numa fila de adoção, Wilson foi o que mais a apoiou e isso desencadeou um romance.

E apesar de recente eles já não tinham vergonha de admitir que estavam juntos. Dessa vez foram levar Cuddy para conhecer o Singer’s, que já virara lugar frequente para os outros três.

–E como vai funcionar o processo? – Cameron perguntou para a diretora sobre a adoção.

–Bem, eu fiz meu cadastro e uma assistente social foi até a minha casa para confirmar as informações. Como tenho uma ótima condição de manter uma criança eu ganho certa vantagem, então estou em uma boa posição da fila. Perco só para alguns casais. E eu dei preferencia para uma criança entre dois e cinco anos, já que esses casais na maioria querem menores de um ano e meio. Quando aparecer uma criança nessa faixa, eles vão me chamar pra eu conhece-la e se eu a quiser dou inicio aos documentos. – Cuddy disse.

–Você tem que aprovar a criança? – Cameron perguntou um pouco assustada.

–Sim.

–Pela cara dela vocês já podem perceber que ela tem algum problema com isso. – House brincou.

–Não é problema, é que pense em como se sentem aquelas crianças que estão num abrigo há mais de dez anos e nunca foram escolhidas. Deve ser horrível. – Cameron disse e Cuddy e Wilson concordaram.

–Se todos os pais tivessem a chance de escolher, você acham que seus pais teriam escolhido vocês? – Wilson perguntou para os amigos.

–Céus, Wilson. Não me faça pensar assim. Vou ficar depressiva e correr para o abrigo mais próximo adotar todos os adolescentes que eu encontrar! – Cuddy disse fazendo todos rirem.

–É que é diferente. Nós viemos dos nossos pais. Por mais decepcionante que tivesse sido qualquer coisa, foram eles que nos fizeram. Aí entra toda aquela coisa de amor. – Cameron disse.

–Resumindo nossos pais só nos amam porque somos filhos deles. – House concluiu e todos concordaram.

–Que coisa estranha de se pensar. – Wilson disse.

–Mas explica tudo. Porque tantos pais não se dão tão bem com os filhos ou vice-versa? Não são todos os pais que foram só sorrisos. O meu, por exemplo, apenas me via na hora das refeições, só pensava em trabalhar naquela maldita fábrica. Eu o amo, mas até hoje não consegui resgatar esse tempo perdido. Minha mãe sempre foi ótima. – Cuddy disse incentivando os amigos a falarem.

–Meus pais foram normais, eu acho. Nunca fui tão próximo de nenhum deles a ponto de contar segredos, mas sempre nos demos bem. – Wilson disse passando a bola para Cameron.

–Por mais ridículo que pareça, eu tive uma família perfeita. Meus pais sempre me apoiaram em tudo, sempre foram meus melhores amigos e são até hoje. Sabem tudo sobre mim desde sempre. Eu ainda sinto muito a falta deles depois que me mudei e falo com eles quase todos os dias. Sou extremamente parecida com a minha mãe no gênio e tenho os mesmos gostos do meu pai, isso sempre nos fez sermos bem unidos. – Ela disse sorrindo.

–Sério? Vocês querem que eu fale dos meus pais? São os púnicos de todos nós que vocês todos conhecem. – House disse revirando os olhos.

–Mas você nunca nos contou como era sua relação com eles antigamente. – Cuddy alfinetou.

House suspirou.

–Meu pai sempre viajou demais por causa da carreira militar e minha mãe o acompanhava sem questionar. Eu era arrastado com eles na maioria das vezes, mas nunca ficava muito tempo com eles. Não sou apegado até hoje. – ele disse e todos chegaram a mesma conclusão em seus interiores. House nunca quisera ter uma família por medo de acabar revivendo tudo aquilo.

MD. MD. MD. MD. MD. MD. MD. MD. MD. MD. MD.

Após algumas noites, na mesma semana daquela última semana entre amigos, houve a infecção generalizada com os bebês no Hospital. House e sua equipe estavam a toda, mas viram que pelo uma das crianças iria morrer, do contrário não conseguiram salvar as outras. E para piorar tudo Cameron parecia afetada demais.

House estava sentindo a mudança súbita nela e tentou questioná-la sem sucesso. Ela não teve coragem de avisar a uma mãe que seu filho recém-nascido poderia morrer a qualquer momento e lhe deu falsas esperanças.

Quando justamente aquele bebê faleceu House a obrigou a enfrentar a mãe.

–Eu te avisei pra ser sincera com aquela mulher e não lhe dar esperanças. Agora é você quem vai lhe contar sobre a criança. – House disse sério para aquela que no momento era apenas sua subordinada.

Cameron engoliu em seco, aquilo parecia extremamente difícil para ela, mas ela tinha que aprender a conviver com perdas.

–House, não precisa disso. Eu posso falar com aquela senhora. – Foreman se interpôs vendo que a amiga estava abalada demais.

–Não, Foreman. Ela vai. E você que não ouse se intrometer, vou ficar vendo isso daqui. – o chefe disse com um olhar duro deixando claro que não haveria discussões.

–Tudo bem, mas eu vou acompanha-la. – Foreman disse segurando a amiga pelos ombros, que não havia aberto a boca desde que recebera a noticiai da morte da criança.

Foram caminhando até a senhora e sua filha mais velha que esperava com ela. Ambas se levantaram quando viram a médica se aproximando.

Foreman conseguia sentir que Cameron tremia e sua respiração estava difícil. Ela não ia conseguir. Olhou para trás e viu House junto com Chase os observando da porta. Ele deu alguma ordem e Chase saiu com as fichas.

House fez sinal para que Foreman e Cameron se apressassem.

–Senhora Hale... – Cameron disse tentando começar o diálogo, mas Foreman viu que ela iria desabar ali mesmo então tomou a dianteira e tirou a amiga da sua frente indo contar tudo para aquela senhora e sua filha.

Cameron sentiu que não aguentava mais e que precisava sair dali. Não prestou atenção onde seus pés a levavam.

House estava pronto para chamar a atenção dela quando viu que ela sairia dali, mas uma coisa o fez parar. Quando Cameron se virou para o corredor ele pode ver uma lágrima escorrendo no rosto dela.

E imediatamente ele viu que tinha feito algo muito ruim.

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House seguiu Cameron na medida em que podia. Ela optou pelas escadas e ele foi vagarosamente atrás dela até perceber que eles chegaram ao terraço.

Ele demorou alguns instantes até localizá-la, sentada com os joelhos encolhidos e os abraçando. Ela chorava de verdade agora, e House sentiu um aperto estranho no peito quando a viu.

Foi calmamente até seu lado e se sentou. Ela parecia concentrada demais no seu pranto para manifestar que sabia que ele estava ali. Ele a abraçou pelos ombros e ela encostou-se a ele chorando com mais vontade.

Depois do que pareceram intermináveis minutos, ela se acalmou.

–Vai me contar tudo agora? – House perguntou. – Por que esse caso te afetou tanto, Allie?

–Por que... Eu sei exatamente o que aquela mulher está sentindo agora.

–Sabe? – ele perguntou tentando entender o que ela dizia.

–Sei. – ela disse olhando naqueles olhos azuis e ele finalmente entendeu.

–Você já foi mãe?

–A gestação não chegou ao exatamente fim. Eu o perdi com quase sete meses. – ela sussurrou.

–O que houve? – ele perguntou segurando a mão dela.

–Quando Dean já estava internado, nos seus últimos meses eu descobri que estava grávida. Eu não contei a ele, porque filhos não era uma opção pra nós. De que adiantaria ter um se Dean logo não estaria aqui pra o ver crescer? Então ele partiu sem saber e foi até bom. O problema foi que quando Dean morreu, aquele bebê era minha motivação, Greg. Eu teria alguém por quem valia a pena me erguer e seguir em frente. Continuei na faculdade, meus amigos me ajudaram muito. Mas aí, num dia qualquer eu estava saindo de casa e comecei a sentir coisas estranhas então procurei meu médico. Me atenderam as pressas e fizeram um parto de emergência. Era um menino, dei a ele o nome de Josh. Ele morreu sete horas depois do parto. – ela contou tudo e House sentiu como se agora ele realmente a conhecesse.

–Sinto muito. – ele disse. O que seria certo dizer num momento desses?

–Obrigada. Eu fiquei um semestre afastada da faculdade e aí voltei pro último ano. Foram meses muito difíceis, sabe? Eu nunca cheguei a pegar meu filho nos braços. Eles o levaram para a UTI neonatal e eu só podia vê-lo de longe. E ele não sobreviveu. – ela disse mostrando-se inconformada com tudo.

–Nesse estágio é muito difícil fazer alguma criança sobreviver, Allie. É perigoso para a mãe também. – ele disse sabendo que ela já sabia disso.

–Por isso eu tentei de todas as formas fazer com que aquelas mães ao menos tocassem os bebes ao menos uma vez. Assim eles teriam alguma lembrança delas.

–Mas e o que aconteceu exatamente com você? Uma eclampsia? – ele questionou.

–O médico disse que meu útero tentou expulsar o bebê antes do tempo, e que eu deveria tomar cuidado numa próxima gestação porque era provável que acontecesse mais vezes. Mas não vai ter próxima. – ela disse séria e House apenas assentiu.

–Você ainda é jovem, quando tiver a idade da Cuddy você pode mudar de ideia e adotar. – ele disse.

–Vendo isso tudo hoje, eu me pergunto se você teria conseguido Greg.

–Conseguido o que?

–Salvar o meu filho. – ela disse com os olhos cheios de perguntas.


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Notas finais do capítulo

Então...
Isso é uma coisa que eu precisava muito colocar na história da vida dela. Eu acho que isso encaixa tão bem em tantas atitudes dela, que não tem como não fazer. Não mesmo.
E aí vai mais um pouco do que eu pensei pra essa doutora tão especial.

Ah e quanto a Cuddy, eu coloquei o sonho dela aí, realizado com rapidez haha

Até o próximo!



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