Lens escrita por A Demigod 1D


Capítulo 9
Capítulo nove


Notas iniciais do capítulo

Olá !!



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Os dias foram passando e todos a sua volta perceberam a súbita mudança de comportamento de House. Não que ele tenha deixado de ser o egocêntrico e irônico médico, mas ele estava feliz. Era uma coisa que qualquer um notava inclusive sua subordinada preferida Alisson Cameron.

Wilson achou que fosse algo passageiro sua súbita felicidade afinal quando o questionara sobre Cameron e Stacy o amigo apenas desconversava. Talvez House não tivesse feito nada em relação a isso, mas depois de três semanas bem humorado o oncologista teve certeza de que havia alguém no meio dessa mudança e quando o amigo entrou na sua sala para matar as horas de clínica, jogou-o contra a parede.

–Já chega House! Agora você vai me contar tudo.

–Tudo o que? – ele disse se fingindo de curioso.

–Tudo, oras. Quem é o motivo da sua súbita felicidade nos últimos dias? – Wilson perguntou decidido a obter uma resposta.

–Se você adivinhar de primeira eu te pago cinquentinha. – House disse brincando com a bengala.

–Se tratando de você eu não arrisco! Eu achei que era a Stacy que você queria, mas aí você deu um fora nela, que aliás não trabalha mais aqui. Então eu apostaria na Cameron, mas ela não me falou nada sobre você nas últimas semanas e quando eu te perguntei você disse que não falou com ela, então não sei mais quem pode ser. – o oncologista disse irritado e House riu.

–Eu nunca disse que não tinha falado com a Alisson. – ele disse erguendo a sobrancelha e Wilson ficou confuso.

–Alisson?

–É, pra mim é Alisson. Você e os outros manés podem continuar chamando-a de doutora Cameron e nada de ficar olhando pras pernas dela quando ela passa por aí. São só minhas. – House disse esperando a reação do amigo que demorou alguns segundos para entender toda aquela confusão.

–Quer dizer que falou com ela? E como assim as pernas dela são suas agora? – Wilson perguntou.

–Sim Jimmy, eu falei. E adivinha? Ela ainda me quis! E por consequência da nossa conversa acabei conhecendo tudo o que tem embaixo daquele jaleco sexy. – ele disse com uma expressão sonhadora e Wilson o recriminou.

–House! Não preciso dos detalhes. Mas então, vocês estão juntos agora? São um casal?

–Não me faça perguntas difíceis Jimmy. Nós fizemos sexo, foi bom, fizemos de novo, foi melhor ainda e assim por diante. Isso inclui alguns cafés da manhã juntos e algum tempo conversando. E é só. – ele disse.

–E isso já faz três semanas? Pode considerar no mínimo um relacionamento, House. Isso é novidade pra você. Ainda mais pelo fato de que ela está lá por vontade própria e não por dinheiro. – Wilson disse rindo.

–Muito engraçado Jimmy boy. Todos têm históricos com profissionais do sexo. – House concluiu e ambos riram.

E foi durante essa crise de riso que Cameron bateu na porta e o oncologista a abriu sorridente.

–Olá. – ela disse pra ele com uma ficha na mão e perguntou quando viu a bengala de House de longe. – Está ocupado?

–Não senhorita-não-conto-mais-nada-pro-Wilson. – ele disse deixando que ela entrasse.

Cameron olhou para House que se levantou com um sorriso de canto.

–Eu devo perguntar pra você ao que ele tá se referindo? – ela disse.

–Por que não me contar? Eu achava que era seu amigo, Cameron! – Wilson disse chateado.

–E quanto à parte do não comentar com ninguém? – ela perguntou erguendo as sobrancelhas para House.

–Desculpe, ele me pressionou. E já estava dando pena do coitado querendo saber se eu tinha ou não falado com você. – House respondeu colocando um braço sobre os ombros dela.

–E eu ainda não acredito. – Wilson disse e House puxou a doutora para um beijo bem na frente do amigo. – Ei! Não preciso de detalhes de tudo esqueceu?

–Vai ter que provar pra todo mundo que isso é verdade? Porque na próxima exibição posso estar mais arrumada. – Cameron disse para House se desvencilhando do beijo inesperado.

–Não vai ter todo mundo. Não precisamos falar sobre nosso relacionamento estranho com mais ninguém. O Wilson vai se encarregar disso pessoalmente! – ele disse fazendo a moça rir enquanto recebiam um olhar bravo do dono da sala.

–Fofocas a parte, você precisa de mim Cameron? – ele questionou a colega.

–Ah, sim. Quero que dê uma olhada nesses exames e me dê um parecer. – ela disse lhe passando a ficha.

Wilson analisou por alguns instantes e disse:

–Não sei o que pode ser, mas definitivamente não é câncer.

–Bom, se não é câncer... – ela disse pegando a pasta de volta e a passando pra House. – Parabéns, você tem um novo caso.

House revirou os olhos e murmurou alguma reclamação.

–Aonde vai? – ele perguntou quando ela abriu a porta da sala.

–Juntar a equipe. Te esperamos na sala de diagnósticos, doutor. – ela disse piscando.

Wilson sorriu.

–Seja lá no que vai dar isso, fico feliz por você amigo. É bom te ver assim novamente. – ele disse dando um tapinha no ombro do outro.

–Eu também Jimmy. Eu também.

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– House e Cameron? Juntos? – Cuddy exclamou para Wilson ainda não acreditando no que o amigo contava.

–Sim, eu achei que era brincadeira, mas não. Meu amigo está feliz, Cuddy. Isso é até estranho. – Wilson disse para a amiga.

–Eu realmente achei estranha a mudança dele, acho que eu nem lembrava como era ter o House bem humorado. Parece que a Cameron está fazendo um milagre. – ela disse sorrindo.

–Só tenho medo que isso dê errado. Pra ambas as partes. Mas pra ser sincero, acho que me preocupo mais com ele do que com ela.

–Por que você diz isso?

–Ambos já sofreram em relacionamentos, mas Cameron sabe se reerguer. O marido morreu de um jeito muito triste aos poucos e bem, agora ela está aqui com a vida feita e feliz. Já o House, depois do problema na perna e toda a crise com a Stacy, perdeu o sentido. Tenho medo que ele não se recupere se a Cameron não o quiser mais. Ele é muito difícil de lidar. – Wilson desabafou.

–Não acho que ela desista dele assim. Cameron é apaixonada por ele desde que começou a conviver com ele como seu chefe. Se ele se abriu pra ela agora as coisas vão ficar bem. Acredite. – ela disse acariciando o ombro do oncologista.

–Vamos aproveitar essa fase nova dele. Espero que dure. – ele disse se levantando para sair quando Cuddy o chamou de volta. Parecia indecisa.

–Wilson, você está livre esta noite?

–Essa é uma das vantagens de ser solteiro novamente, Cuddy. Fico sozinho todas as noites. Por quê?

–Que tal um jantar? – ela arriscou.

–Com você? Por que não? Vai ser ótimo. Onde? – ele resolveu.

–Vou fazer as reservas e te aviso. – ela disse sorrindo e ele concordou.

Cuddy queria lhe fazer um pedido, mas não sabia como. Wilson parecia ser o cara ideal, mas e se ele não aceitasse a proposta? Quem seria o pai ideal pro seu futuro filho?

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–Tem certeza que ouviu direito? – Chase perguntou para Foreman.

–Tenho. Eu estava indo até a sala da Cuddy pegar uma autorização e como as persianas estavam parcialmente fechadas não vi que tinha alguém lá dentro. Só ouvi isso. “Não acho que ela desista dele assim. Cameron é apaixonada por ele desde que começou a conviver com ele como seu chefe. Se ele se abriu pra ela agora as coisas vão ficar bem. Acredite.” – Foreman respondeu repetindo as palavras que ouviu a diretora dizendo.

–E pra quem ela falou? – o australiano estava curioso.

–Deve ser o Wilson. Com quem mais ela falaria sobre House?

–Espera, ela não citou o House. Só a Cameron. – Chase disse tentando achar outra conexão.

–Não seja burro Chase! Ela disse que Cameron é apaixonada pelo chefe. E que ele se abriu pra ela. House é o chefe.

–Que ela tem uma queda por ele a gente sabe faz tempo, mas ele se abrindo? O que será que a Cuddy quis dizer com isso?

–Não sei, eu saí de lá. Podia ser pego escutando atrás da porta. – o neurologista disse.

–Vai perguntar pra ela? – Chase disse curioso.

–Não sei. Se ela não comentou nada...

–Ah, qual é. Ela ficou toda contente quando ele aceitou sair com ela e quase flutuava por aí. Por que ela esconderia se estivessem tendo alguma coisa? – Chase concluiu.

–Não tenho ideia. Mas talvez isso explique o comportamento estranho do nosso amado chefe nas últimas semanas. – ele disse e Chase bufou.

–Ele é velho pra ela, por que ela insiste nisso?

–E você é novo, Chase. Se eu soubesse que você ia ficar todo magoado com isso não tinha te contado. Cameron não ficaria com você nem sem o House. Aceita que dói menos. – Foreman disse rindo e saindo da sala. – Vamos logo, Cameron disse que temos um novo caso.

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–Façam suas apostas! – House exclamou indicando o quadro de sintomas do novo paciente para seus subordinados.

Os três começaram a citar as possibilidades e excluir as que se anulariam logo.

Depois de alguns minutos House distribuiu tarefas para os três que obedeceram rapidamente.

Com os primeiros exames surgiram mais dúvidas e House teve que utilizar procedimentos mais arriscados.

Sua equipe logicamente se impôs contra a vontade do chefe. Pelo menos Foreman e Cameron. Chase acatava tudo como se não ligasse para o que os colegas pensavam.

–House, o paciente pode ficar com sequelas! – Foreman exclamou.

–Com sequelas e vivo! – House devolveu.

–Se for pra ficar vegetando eternamente é melhor que morra logo. – Cameron disse surpreendendo os outros.

–Está sugerindo que deixemos que ele morra? – House perguntou.

–Não. Estou dizendo que você pode procurar outros procedimentos, House. Esse tem riscos muito sérios. E nem sabemos se vai adiantar. E caso não tenha realmente outra opção, você fala com a mãe do garoto.

–Outros procedimentos vão demorar Cameron. Se eu estiver certo, ele vai morrer logo. – House disse desafiando ela.

–Antes morrer do que viver com as sequelas. – ela insistiu firme.

–Você vai se recusar a ajudar então?

–Se você quer mesmo fazer isso vai explicar pra mãe dele como funciona e os riscos que implicam. Sem amenizar, House. Ela tem que entender que o filho dela pode ficar jogado numa cama pro resto da vida.

–E você acha que uma mãe vai deixar o filho morrer sem tentar impedir? – ele questionou.

–A morte pode ser a melhor solução em alguns casos. – ela disse.

House não respondeu de imediato, apenas olhou-a nos olhos profundamente, parecia ver alguma coisa além do que ela mostrava.

–Vocês têm três horas pra tentar outros procedimentos. Se nesse tempo não encontrarem outra solução, façam o que eu disse. E Chase, você fala com a mãe se for preciso. – ele disse saindo da sala.

A tentativa de Cameron surtiu efeito, pois Foreman conseguiu realizar outro procedimento que mostrava realmente o diagnóstico que House havia mencionado. Em poucos dias o paciente seria liberado.

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–Você e essas suas manias, Alisson.

–Que manias, Gregory? – ela disse frisando bem o nome dele.

–Céus, nem minha mãe me chama assim. Me senti uma criança sendo repreendida. – ele disse indignado.

–Pois é isso que você parece ser, uma criança. – ela disse mudando o olhar da TV para encará-lo.

–Muito engraçado. Mas voltando ao assunto, você tem mania de pensar demais. O caso teria se resolvido cinco horas mais cedo se você não fosse teimosa e insistisse em procurar outras opções.

–O paciente corria riscos que não seriam necessários, House! Médicos tem que pensar no bem estar do paciente. Não nas chances de acabar de vez com ele. – ela se exaltou.

–Por que você disse que a morte seria melhor? – ele perguntou olhando-a fixamente.

–Porque tanto sofrimento quando não há cura é desnecessário. – ela respondeu baixinho.

–Fala isso por causa do seu marido?

Ela assentiu.

–Dean sofreu muito nos últimos dias, teria sido mais fácil se tudo acabasse antes. Não tinha solução. – ela disse pensativa.

–E porque você não simplesmente falou aos médicos que era isso que você queria? – House indagou.

–Porque eu respeitei a vontade dele até o último minuto. Ele não queria intervenções. – ela disse fazendo-o se lembrar da conversa que ela tivera com Stacy há uns meses.

–Você o amava. – House disse como uma afirmação, era fácil saber disso apenas pelo pouco que ela falava dele.

–Sim. E tive tão pouco tempo com ele. – ela disse perdida em pensamentos.

–Você se arrepende de ter se casado? Com cerimonia e toda a pompa?- ela o olhou como se perguntasse se ele queria realmente saber de tudo e ele assentiu com o olhar.

–Não. Era aquela história comum de sempre pensar em como seria o meu vestido de noiva e todo o resto. E quando nós começamos a sair, eu estava no começo da faculdade. Ele já estava se formando em Economia. E eu nunca tive dúvidas de que seria ele. Logo começamos um namoro sério, com direito a visitas aos pais e viagens, e quase dois anos depois, ele foi diagnosticado. Os médicos lhe deram um ano de vida, no máximo, mas ele viveu quatro meses a mais. Então apenas apressamos nossos planos, organizamos a cerimonia em um mês. Foi pequena, só com nossas famílias e uns poucos amigos. E foi tudo perfeito. Eu consegui ignorar por doze meses o fato de que aquela pessoa maravilhosa não estaria mais comigo em breve. Eu fui feliz. E aí aquela maldita doença o levou. Os últimos meses ele passou no hospital e... – ela parou abruptamente. Era como se ela fosse lhe contar mais alguma coisa e tivesse mudado de ideia.

Cameron respirou fundo, parecia ser doloroso para ela.

–Desculpe por perguntar. Só, queria saber mais sobre você. – ele disse lhe dando um beijo na testa.

–Não, tudo bem. É só que depois que me mudei pra cá, eu nunca tinha contado isso pra ninguém. As pessoas sabem que sou viúva, mas só isso. Está aí uma coisa boa em você. Me faz contar coisas que eu não consigo tirar daqui dentro. – ela disse como que agradecendo e House ficou constrangido.

–Tenho meus truques. Está com fome? – ele perguntou pegando o telefone para pedir alguma coisa.

Ela sorriu e concordou, ainda não estava pronta pra lhe contar tudo. E ficava agradecida por ele não insistir.


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Notas finais do capítulo

Então meus queridos, agora eu começo a introduzir a história da Allie como eu criei.
Deste capítulo em diante, tudo o que ela passou antes de conhecer esse chefe maravilhoso vai ser contado pra ele aos poucos. ;)
Beijinhos lindos !!



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