Mutation

Capítulo 07: — Os Mutantes do Armagedom

Elliot assim como os demais professores e mutantes de grande porte do Instituto, correram para o exterior da mansão assim que um forte estrondo surgiu sendo seguido pelo descontrole de um dos alunos do primeiro estágio, Seth.

Ao chegar no lado de fora, todos os mutantes se deparam com rostos desconhecidos para alguns, e ligeiramente conhecidos para outros. Se tratavam de um grupo composto por cinco homens, sendo três homens e duas mulheres, um rapaz de cabelos dourados levemente espetados tomou à frente dos demais, olhando friamente para Elliot e seus reforços.

— Bom dia, companheiras e companheiros mutantes. Pelo visto conseguiram entender o nosso sinal de boas-vindas, esperava uma recepção mais calorosa, mas tudo bem... – O loiro começou a afirmar enquanto recebia olhares fuzilantes de todos os aliados do Instituto Broken Hill.

— Não precisa continuar, sabemos das suas intenções! – A voz da professora Olívia, a qual iria substituir o falecido Theodore se ecoou com grave potência. — Vocês não acham que matar duas pessoas não foi o suficiente? E ainda ousam pisar no solo do Instituto Broken Hill!

Olívia descontrola-se ao observar que aquele se tratava do tal grupo que renasceu e ocasionou a morte de dois membros do Instituto. A professora demonstra seu pavio curto quando sem mais delongas, ergue os braços para cima olhando fixamente pro sol. Em questão de segundos, um arco de coloração alaranjada/avermelhada se forma envolvendo suas duas mãos que agora estavam juntas, Olívia tinha o poder de manipular a rajadas ou os raios do Sol que ultrapassam as camadas do ar e nos atingem diariamente.

— Olívia, pare! – O diretor Elliot juntamente a Andrew tentou impedi-la, no entanto, a morena lança seu arco achatado criado com a energia do próprio sol, na direção dos aparentes inimigos que nem sequer reagem com tal ataque.

— Estúpida. – Foi só o que uma das mulheres que integravam o grupo inimigo disse, posicionando-se na frente dos próprios companheiros enquanto cruzava os braços erguendo-os e descruzando-os logo em seguida.

O ataque de Olívia entra em choque com algo. Uma poeira surge com o impacto, mas logo era possível observar que o grupo inimigo estava em pé, sem nenhum ferimento, enquanto todos estavam por detrás de uma extensa parede de coloração roxa e violeta, o que na verdade era um escudo criado pela poderosa mutante.

— Muito bom como sempre, Ametista. – Um outro homem elogia o movimento da companheira cujo o codinome era Ametista, uma alusão a sua habilidade de poder criar e contornar qualquer coisa, incluindo o próprio corpo, com espécies de quartzos da pedra ametista.

Olívia fica surpresa ao ver que seu ataque não surtiu efeito. O amplo paredão violeta de ametista se desfaz como um pó jogado ao ar em questões de segundos.

— Só nos digam quem são vocês, e o que querem aqui! – Foi a vez de Andrew se manifestar, dando um passo à frente enquanto era surpreendido pelo diretor Elliot, que o acompanhar ficando-o ao seu lado.

— Sei quem eles são, alguns rostos são conhecidos e outros aparentemente novos. Mas, definitivamente eles são antigos alunos meus, que foram expulsos por uma nobre causa. – Elliot responde, explicando aos poucos. — E depois de tanto tempo vocês decidem retornar para simplesmente vingar uma expulsão?

— Não se trata disso, querido ex-diretor Elliot. – O loiro de antes respondeu, olhando para cada um dos seus companheiros de time. — Estamos aqui para informar a todos vocês o nosso real plano e objetivo, todos nós fomos contatados para realizar tarefas que devem ser cumpridas, a mando de alguém que não deve ser citado , por favor Nathan... prossiga.

— Nós somos Os Mutantes do Armagedom, seguimos as ordens de alguém superior e o nosso objetivo é algo que se tornará evidente aos poucos para vocês. No entanto, estamos aqui porque vocês mataram a Veruska, agora temos uma integrante a menos no nosso time. – Nathan explicou, olhando friamente para todos.

— Vocês não devem participar do Torneio, nem sequer realiza-lo! Caso contrário, cada um de vocês irá morrer lentamente. - Ametista diz com sua voz apática sem demonstrar emoção alguma.

Olívia novamente perde o controle, a presença e as palavras ditas pelos inimigos faziam sua paciência ir ao limite, a morena novamente se deixa levar pelos seus poderes, envolvendo os próprios braços com energia solar enquanto corria na direção do grupo oposto. Olívia realiza um salto antes de disferir seu golpe, porém a professora é atingida por um golpe bastante rápido realizado por Nathan, que atinge Olívia lançando-a na direção da porta de entrada da mansão do Instituto, quebrando parcialmente o vidro.

— Olívia! – Elliot gritou, surpreso. — Vocês podem dar o aviso que quiserem, mas não serão perdoados depois de matarem dos dois nossos, e ainda querer fazer o que bem entender na minha escola, você conheceram a entrada e agora irei lhes apresentar a saída!

Ellior enfurecido, concentra uma grande quantidade de fogo, já que o diretor era um mutante especializado em Pirocinese, lançando suas chamas na direção dos inimigos que se esquivam como pode. Uma das chamas atingem arbustos e o gramado do Instituto, os demais professores atacam os invasores com uma parcela dos seus poderes.

O loiro que parecia comandar o grupo de mutantes do armagedom começava a revidar o ataque, juntamente aos seus demais companheiros que pareciam se divertir com toda a situação. A outra mulher restante do grupo invasor possui cabelos castanhos cortados na altura da bochecha, sendo bastante magra e possuindo um olhar penetrante.

— Anastásia! Faça o seu trabalho, agora! – Nathan gritou alertando a companheira. A garota, que provavelmente não tinha mais que 24 anos, junta os dois pés deixando os braços esticados na horizontal. Anastásia então fecha os olhos ainda na mesma posição, ficando assim por alguns segundos até que a mesma abaixa os dois braços atingindo o chão.

Após o ato de Anastásia, uma enorme onda psíquica surgiu e se lastrou gradativamente por todo a área envolta da garota, que gemendo um pouco, realiza mais força aumentando assim, o alcanço do próprio ataque. As ondas psíquicas de Anastásia atingem variados aliados do Instituto, incluindo o próprio diretor Elliot, que se via na mira do ataque de Nathan.

— Primeiro vamos cuidar desse velhote. – Ironizou o moreno, apontando suas mãos na direção do diretor que estava caído no chão, Nathan acaba lançando suas ondas voltaicas na direção do diretor, mas antes que o mesmo pudesse ser feito, Andrew aparece repentinamente empurrando-o e desviando o ataque do inimigo.

O ataque voltaico de Nathan acaba indo em direção ao primeiro andar do Instituto Broken Hill, atingindo e derrubando a parede que recebeu todo o impacto. Uma grande confusão em massa acontece, os mutantes do amargedom se defendiam dos ataques de todos os professores e auxiliares da escola, mas quando ousavam em atacar, era de extrema potência e destruição.

Nathan se ergue, apontando seu dedo indicador para Andrew, logo as ondas voltaicas de outrora saiam da ponta de seu dedo com uma forma espiral na direção de Andrew que mesmo com os braços cruzados, não consegue se desviar do ataque sendo gravemente atingido.

Nathan para por alguns segundos observando que Andrew já estava inconsciente, o moreno olha para o lado e vê Elliot atacando Ametista, que se defendia com seu escudo impenetrável. Eis que Nathan ergue a cabeça e observa alguns estudantes do Instituto na área que foi destruída por ele anteriormente, o membro do Amargedom realiza um sorriso sádico enquanto lançava novamente seu ataque, dessa vez sem errar o alvo.

Pov. Seth Millman

Spencer e eu corremos na direção da enfermaria onde os demais já haviam partido. Não demorou muito e assim que subimos a escada um grande estrondo ecoou-se gravemente, algo havia acontecido, e não parecia ser uma coisa boa. Spencer já demonstrava sinais de preocupação, mas assim que chegamos na porta da sala da enfermaria, pudemos observar todos os nosso amigos olhando por uma enorme abertura na parede que parecia ter sido destruída.

— Pessoal, o que aconteceu aqui? – Perguntei, alguns se viram ao escutar minha voz, outros permanecem parados olhando para algo que acontecia mais à frente. Thomas e Alice estavam mais na frente, logo atrás dos dois estavam Harley e Clair juntamente a Lindsay e Erick. Na parte lateral da sala estavam a médica Lucy, com Mattew e Juno ao seu lado.

— Algum ataque atingiu a parede, dá pra ver toda a confusão que está lá fora! – Henrique respondeu, aproximando-se de mim e de Spencer com passos vagarosos.

— Essa não, corram! – Foi a voz de Alice que se ecoou, a jovem não poupou esforços e realmente gritou para que todos da sala pudessem ouvir e agir contra um ataque iminente.

Fui tudo tão rápido, mas a partir do aviso de Alice as coisas pareciam acontecer em câmera lenta. Todos viravam-se para correr pro exterior da sala, para evitar o contato com o ataque que fora lançado na nossa direção, muitos esboçavam um nervosismo imenso, outros nem tinham tempo para feições o que bastava era sobreviver.

Eis que ninguém tem tempo de sair, o ataque foi tão rápido, veloz e potente, que consegue adentrar na abertura da parede e acertar as costas de todos que viraram-se para correr. Um barulho irritante e agudo soou, sinto meus olhos e minhas costas arderem, por sorte eu e Spencer não recebemos todo o golpe por estarmos mais afastados dos demais, no entanto, quando abro meus olhos, consigo ver a imagem de todos estirados no chão, alguns inconsciente e outros sangrando.

Harley foi arremessada contra a parede quase que instantaneamente, já Clair sofreu ainda mais com o ataque; a garota é lançada na nossa direção parando somente quando sua própria cabeça bate no vidro da janela de entrada da sala, deixando-a com sangue escorrendo pelo seu rosto e inconsciente, além de outros ferimentos causados pelos destroços de vidro.

— Juno, você está bem? – Henrique diz, enquanto se levantava revelando ter só alguns hematomas no rosto e nos braços, o jovem andeja na direção de Juno que estava caída ao seu lado, a garota possuía uma fratura exposta na perna, podendo levar a hemorragia ou até mesmo amputação dependendo do estado do ferimento.

— Minha perna, doí muito... – Juno resmungando bastante enquanto tremia constantemente.

Vejo Erick em pé envolta de seu próprio escudo de sombras, o jovem rapaz tremia bastante e pude perceber que tinha gastado muita energia com o escudo. De inicio não consigo entender o que o fazia gemer de dor, até que o jovem retira o escudo e uma barra de ferro pode ser vista atravessando sua barriga.

— Essa não, Erick! – Spencer berra ao ver o estado do garoto, que se ajoelha no chão com as mãos sobre a estaca de ferro que foi arremessada com o choque voltaico de antes. Fico boquiaberto, os últimos dois dias foram os mais pesados para todos nós, e ainda tivemos que presenciar tudo isso.

— Thomas! Thomaaas! – Alice gritou, procuro-a com os olhos e é ai que percebi do que se tratava; Thomas havia se jogado na frente de Alice, ativando sua própria armadura metálica para poder amenizar o impacto.

Alice havia torcido o tornozelo, e possivelmente não conseguiriam correr com facilidade ao ponto de desviar do ataque, nenhum deles conseguiram. No entanto, Thomas foi corajoso e decidiu receber todo o ataque. Alice empurra o corpo inconsciente de Thomas para o lado, que cai como um boneco de pano, a parte de trás da camisa de Thomas estava rasgada com alguns ferimentos cortantes, mas poderia ter sido muito pior se não fosse pela armadura do rapaz que foi desativada após Thomas desmaiar.

— Doutora Lucy, o Erick! – Mattew gritou repentinamente, percebo que o garoto havia reduzido sua massa corporal ao ponto de ficar do tamanho de um inseto, se livrando por completo do ataque de antes, já Lucy havia se protegido por detrás de um armário de medicamentos em geral puxando Lindsay consigo, afinal, a garota estava perto o suficiente dela para poder ter feito tal ato.

Lucy sai por detrás do armário assim que viu o estado de Erick, a mulher corre na direção do garoto puxando com a ajuda de Mattew, a barra de ferro que perfurou a barriga de Erick, que se contorcia de dor e sofrimento.

Lucy olha assustada para mim, praticamente todos estavam gravemente ferido com raras exceções como eu, o Mattew e a Spencer, que fica visivelmente nervosa e em pânico ao ver o estado de todos eles.

— Temos que fazer algo, Lucy! O Erick é o mais grave, mas os outros também poderão morrer... – Lindsay disse com sua voz aflita e angustiante, a loira olha para mim com seus olhos azulados já marejados, até que Lucy diz algo.

— Vocês dois, sei que lá fora é perigoso, mas procurem pelo diretor Elliot ou por qualquer um com experiência, precisamos do apoio deles pois são muitos feridos! Mattew, fique aqui comigo, precisarei de sua ajuda, tampe essa abertura com tudo que você encontrar na mansão, não quero um outro ataque! – Lucy explica, Lindsay rapidamente me puxa pelo braço enquanto corríamos juntamente a Mattew, por dentre a mansão.

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Os três jovens alunos correm apressadamente pelo Instituto, eram os únicos que ali estavam presentes já que todos os outros estudantes estavam protegidos na sala de emergência. Mattew se separa de Lindsay e Seth, afinal, o garoto precisava encontrar algo grande e resistente para preencher a abertura da parede da enfermaria. Lindsay e Seth prosseguem com o caminho descendo a escada e logo se deparando com Olívia caída bem no meio da entrada da mansão do Instituto, com vários cacos de vidro ao seu redor.

— Professora Olívia! – Lindsay gritou correndo na direção da mulher que estava desacordada com o provavelmente ataque que a atingiu. — Não será perigoso ir lá para fora?

— Temos que procurar alguém, Lindsay, nossos amigos precisam de nossa ajuda lá em cima! – Seth respondeu, convicto. — Fique ao lado, não evite usar seus poderes!

Seth e Lindsay atravessam a antiga porta de vidro que ali exista, apesar de Olívia estar desacordada, os jovens precisavam seguir em frente. No pátio do Instituto o caos reinava, um grupo desconhecido para os dois adolescentes estava em uma posição defensiva. Seth consegue avistar Andrew estendido no chão, e logo ao seu lado o diretor Elliot, vibrando em chamas.

Lindsay e Seth então, decidem correr na direção de Elliot já que o mesmo era o que possuía mais experiência dentre todos os outros, mas antes de chegarem no seu destino, os dois jovens são surpreendidos por um homem que caminha calmamente pelo o local, e assim que avista Lindsay e Seth, fica comprovado que o homem na verdade era um dos membros do Grupo Armagedom.

— Dois ratos assustados. – O homem diz com sua voz potente e rouca, seus olhos azuis vibravam intensamente e olhando atentamente era possível observar que os mesmos cintilavam a cada segundo. — Apreciem o olhar de Órion.

— Do que esse cara tá falando? – Lindsay questiona sussurrando para Seth, ambos parados encarando o desconhecido.

Rapidamente o tal homem ergue as duas mãos, e uma espécie de olhos se abrem bem no centro da palma. Os olhos eram azuis, quase idênticos ao do rapaz, mas de certa forma transmitiam algo mais maligno e tenebroso, eis que uma luz atordoante surgia ao redor dos dois olhos concentrando uma energia bastante mortífera.

Antes que pudesse atacar, uma garota surge por detrás do homem colocando suas mãos no chão enquanto pegava impulso e lançava suas pernas na direção do pescoço do inimigo, o corpo da garota é erguido com a ação fazendo mais força para jogar o homem para trás, o que conseguiu com sucesso.

— Bem.. prazer, meu nome é Sophia e parece que vocês dois me devem uma. – A jovem se apresentou assim que se levantou e viu seu oponente estirado no chão, Seth e Lindsay ficam maravilhados com o movimento preciso de Sophia, que muda sua expressão drasticamente ao ver que o homem de antes já se levantava novamente.

— Bela surpresa, mas será que foi o suficiente? – Ele diz, seus olhos então se arregalam completamente, o homem fecha os dois punhos enquanto preparava-se para atacar novamente.

Enquanto isso na enfermaria, Lucy ainda tentava tratar de Erick como podia, mas os demais também estavam em estado grave, incluindo Harley, Clair, Thomas e Juno. Lucy então trinca os dentes, fecha os olhos por alguns segundos enquanto pensava em voz alta:

— Não tenho outra opção, tenho que fazer isso. – Lucy se levanta, sentando logo em seguida no centro da sala, a médica respira fundo enquanto colocava suas duas mãos sobre o chão, ainda com os olhos fechados. — Purifique!

Rapidamente um estranho circulo verde surge ao redor de Lucy, aos poucos o circulo modelava algumas formas até ficar visível que se tratava de um símbolo. As mãos de Lucy ainda estavam sob o chão e era delas que a concentração daquele poder verde surgia.

Lucy intensifica seu misterioso poder gritando loucamente, seus olhos emitiam luzes também de coloração verdeada, o mesmo repetia de sua boca que estirada, emanava diversos feixes de luzes verdes. O círculo se expande gradativamente, atingindo e alcançando todos os que estavam presentes na sala.