Harry Potter e o Orbe dos Universos escrita por RedHead


Capítulo 18
O Novo Universo


Notas iniciais do capítulo

Genteeeeee, vocês são incríveis! Sete comentários rápido assim? Assim eu morro (e meus capítulos acabam hahhahaha)

Mas vamos lá, promessa é dívida! Boa leitura ♥



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Já era noite quando Harry acordou de novo. A sua cabeça ainda estava dolorida, mas tirando isso ele se sentia bem melhor. Dessa vez a sua vista estava embaçada, mas ele conseguiu enxergar o suficiente para encontrar seus óculos na mesa de cabeceira.

— Minha mãe tem certeza que você é meu irmão. – Harry se assustou com a voz repentina, estava escuro e ele não tinha reparado que a garota de mais cedo estava sentada na cadeira ao lado da sua cama.

— P-porque ela acha isso? – Harry achou melhor se esquivar da pergunta até que tivesse mais certo do que fazer.

— Porque você é igual ao meu pai. Exceto nos olhos. – Ela virou para ele – Assim como eu. - Ela não estava mentindo. Ela era uma jovem muito bonita, mas era impossível não ver os traços de James Potter em seu rosto, seus cabelos, até mesmo o nariz. – Sou Charlotte Potter, mas todos me chamam de Lottie.

— Lottie. – Harry queria perguntar se o nome dela era em homenagem à Charlotte Olsen, mas não soube como, por isso perguntou outra coisa mais urgente para o momento – O que está acontecendo nesse universo?

— Bem, tudo começou antes de eu nascer. O professor Dumbledore pode te explicar melhor. Ele pediu para eu avisa-lo quando você acordasse. Espere aí, eu já volto com ele. – Harry viu Lottie se dirigir até a noite e desaparecer nela.

Harry desabou novamente nos travesseiros, lágrimas descendo pelo rosto. Ele podia ter tido uma irmã, sua mãe estava grávida quando morreu, o que tornava sua morte muito pior do que já era.

— Ah, estávamos achando que só acordaria amanhã. – Harry não tinha visto o diretor entrando, mas agora ele já estava se sentando na cadeira que Lottie estava ocupando alguns minutos atrás. – Eu sinto muito pelo jeito inusitado que te chamamos... Mas não tínhamos outra opção, espero que nos perdoe. Achei melhor vir sozinho para conversarmos em particular.

— E porque o senhor acha isso? – Harry esperou não ter soado tão agressivo quanto ele ouviu.

— Porque acredito que não queira que seus pais saibam de sua identidade. – Os olhos azuis de Dumbledore brilhavam sagazes atrás dos oclinhos de meia-lua. – Você é Harry Potter.

— Sim. – Harry sabia que não havia sido uma pergunta, mas ainda assim confirmou o diretor. – Senhor, eu tenho perguntas.

— Ah, é claro que tem. E deve ter fome também – Uma mesinha cheia de sanduíches e suco de abóbora apareceu ao seu lado. – Espero que aceite jantar comigo, assim poderemos conversar melhor.

O sol estava raiando quando Dumbledore terminou seu relato. Como Voldemort nunca foi derrotado no atentado à vida de Harry, seu poder só cresceu. Houve várias mortes de conhecidos de Harry: Olivaras, Pamona Sprout, Amos Diggory e toda sua família, Charlotte Olsen, George e Arthur Weasley... A lista crescia até não acabar mais. Os comensais estavam mais poderosos e em maior número do que um dia já estiveram, e o Ministério estava tomado e sob as ordens de Severus Snape desde 1995. Os Estados Unidos e quase toda América do Sul estavam tomados, assim como toda a África Sub-Saariana. A Ásia ainda resistia, mas na Europa, apenas os franceses e os alemães ainda não estavam sob o domínio de Voldemort. Pouquíssimos locais eram seguros, e Hogwarts era um deles, pois era o refúgio de todo bretão que participasse da luta rebelde. Agora o castelo, além de uma escola, era uma espécie de quartel general.

Foi uma noite muito longa, e para Harry, parecia que tudo estava de pernas para o ar. Snape não era mais um espião, Lupin era o líder de um clã lobisomem e, pasmen, os Malfoys trabalhavam para Dumbledore.

— Meus melhores espiões, ótimos bruxos e peritos em oclumência, mesmo o jovem Draco. – Dumbledore o explicou. – Lucius mudou de lado após a noite do atentado aos Potter. Narcisa confrontou o mestre sobre a morte de um inocente bebê, da idade do filho dela, e foi torturada por horas pela petulância. No dia seguinte Lucius me procurou pedindo ajuda e proteção, ao menos para o filho e a esposa.

— Mas senhor – Harry ainda não havia entendido. – Como vim parar aqui? E como soube que eu viria, se estou... Morto?

— Magia antiga, Harry, é muito poderosa. Deixe-me contar uma história. – Dumbledore depositou seu copo na mesinha ao lado e se sentou mais confortavelmente antes de começar a falar. – Certamente já ouviu falar de Merlim. Ele foi um dos maiores bruxos que já existiu, sem dúvida. Mas após uma guerra exaustiva contra um bruxo das trevas conhecido apenas como Gargamel, o Tirano, Merlim padeceu. O nosso mundo entrou em caos e trevas. Parecia que o destino da humanidade era sofrer nas mãos de Gargamel, pois todos os outros bruxos e bruxas que se arriscavam a tentar derrota-lo eram mortos. O mundo perdeu a esperança de um dia voltar a ser livre da escuridão. Todos, menos uma pessoa. Morgana. Ela e Merlim tinham uma grande diferença de idade, mas isso não impediu que se tornassem amantes. Levada pelo pesar e desespero, Morgana dedicou boa parte de sua vida em buscar uma maneira de trazer Merlim de volta à vida, mas, como deve saber...

— Não existe nenhum feitiço capaz de trazer de volta os mortos. – Harry completou.

— Exato. – Dumbledore confirmou com um sorriso no rosto enrugado – Mas ela teve uma teoria. E se ele não o ressuscitasse? E se ela apenas o trouxesse de outro universo? Isso, talvez funcionasse. E funcionou. Morgana criou um ritual capaz de trazer pessoas de outros universos, e seu amado veio ao seu encontro, e, dessa vez, derrotou o mago Gargamel. Mas ele não podia ficar com ela, pois ele não pertencia a esse universo. No entanto, a magia de Morgana não permitia enviar ninguém, somente trazer. Sendo assim, Merlim passou alguns anos pesquisando até criar um artefato que deixa quem o possuir capaz de viajar entre universos. Eu tenho procurado obter esse artefato há anos, mas sem sucesso. Por isso usamos o ritual para traze-lo até aqui. É claro que eu não sabia que você viria especificamente, pedi apenas pelo bruxo ou bruxa capaz de derrotar Voldemort.

— Está dizendo que não sabe como me mandar de volta? – Harry sentiu o sangue gelar com a hipótese.

— Estou dizendo que não consegui obter o artefato, mas sei onde se encontra. – Dumbledore suspirou, cansado. – Voldemort o tem, embora não saiba o que é, nem porque eu o procurava.

— Então para voltar para casa, preciso derrota-lo novamente?

— Precisamente. – Dumbledore recostou na cadeira, estudando Harry.

— Tudo bem. Creio então que é a minha vez de contar uma história. Ela começa em trinta e um de outubro de 1981, quando ganhei essa cicatriz.

***

Harry e Dumbledore só saíram da enfermaria na hora do almoço, mas se dirigiram ao salão principal. Ao invés disso, Dumbledore levou Harry até seu escritório, onde alguns rostos conhecidos esperavam. A única exigência que Harry fez foi que ninguém ficasse sabendo de sua real identidade, e Dumbledore a aceitou com um sorriso calmo, afirmando que nunca havia esperado nada diferente. Também ficou estabelecido entre os dois que quanto menos pessoas soubessem que ele vinha de uma realidade alternativa, melhor, por isso apenas o círculo mais íntimo da Ordem seria comunicado disso.

— Eu sinto muito Dumbledore – Lily começou assim que os dois entraram na salinha circular – Mas Lottie cismou que quer estar aqui, e você sabe que ela é teimosa como o pai.

— Tudo bem, Lily – Dumbledore foi em direção a Lottie e passou as mãos carinhosamente pelos cabelos negros da menina, como um avô faria – Até porque sabemos que Lottie daria um jeito de saber de tudo que falaremos mesmo que a expulsemos.

— Se estou entendendo, Dumbledore – Harry reconheceu Moody, apesar do número maior de cicatrizes que exibia – Você teve todo esse trabalho para trazer esse moleque? Ele mal saiu das fraldas!

— E ainda assim é o bruxo que pedimos. – Dumbledore falou calmamente. – Quero apresentar-lhes o Harry. – Harry sentiu os olhos de todos sobre si, e viu que Lily precisou ser amparada por James e Sirius para não cair. – Espero que entendam, que ele não veio para ficar. Por isso seu sobrenome e sua história não nos interessam. – Dumbledore olhava diretamente para os Potter e Sirius.

Harry também olhou para a sua família, tão perto e tão longe. Seus olhos estavam levemente marejados e o coração martelava, mas deixou que apenas um pequeno sorriso escapasse em direção aos pais, que responderam com dois sorrisos brilhantes.

— Pois bem. – Moody se aproximou. – Sem perguntas pessoais. Você fez NOM’s? NIEM’s?

— Tive excelentes notas em meus NOM’s, mas infelizmente não pude fazer meus NIEM’s. Não cursei meu sétimo ano para por em prática um plano capaz de derrotar Voldemort, e depois ingressei direto na Academia de Aurores. Mas sempre fui muito bem em DCAT. E quadribol, fui apanhador desde meu primeiro ano, e capitão no sexto. – Harry não soube porque falou aquilo, mas o sorriso que James deu aqueceu seu coração.

— Apanhador desde o primeiro ano? – James se aproximou – Mas os primeiranistas não podem fazer parte do time. Você deve ser sensacional.

— A professora McGonagall fez uma exceção no meu caso – Harry olhou para a professora que estava do outro lado da sala – E era bom sim, hoje estou um pouco fora de forma, Gina nunca me deixa esquecer disso.

— Gina? – Harry se virou onde estava para procurar a voz que veio de trás dele. Ele não havia reparado que a senhora Weasley estava naquela sala, e saber que ela estava a salvo o fez sentir uma onda morna de alívio, e ele sentiu que precisava ir até a mulher que foi como uma mãe para si por tantos anos. – Minha Gina? Você a conhece?

— Na verdade... Estamos noivos. E eu meio que preciso voltar a tempo do nosso casamento, ou sei que ela dará um jeito de vir até aqui só para me matar. – Harry falou meio envergonhado por tantos olhos sobre si, ainda mais quando todos os parabenizaram pelo noivado, inclusive a senhora Weasley, que desatou a chorar copiosamente e quase o esmagou em um abraço molhado. – Senhora Weasley, aconteceu alguma coisa? Eu falei algo errado?

— Não foi nada querido, são lágrimas felizes por saber que minha menina é feliz em pelo menos uma de suas vidas – Ela falou ainda chorosa, enquanto tentava arrumar os cabelos de Harry, que sentiu em si o olhar de Lily. Ele não sabia bem o que esta estava mostrando naquele olhar, algo entre a tristeza e o ciúme.

— Ginevra Weasley foi capturada e torturada à loucura quando ainda era uma criança. – Dumbledore explicou, e Harry sentiu o sangue subir a cabeça rapidamente. – Obra de Belatriz Lestrange.

— Cruciatus sempre foi a especialidade dela. – Harry estava usando todo seu autocontrole para não surtar e ir procurar por Belatriz naquele momento, parte de seu cérebro registrou que ele deveria agradecer ao doutor Maschev quando pudesse – No meu universo ela fez isso com os Longbottom. Neville teve que crescer sem...

— Você conhece Neville também, han? Aquele idiota, metido nas trevas até o nariz! – Harry ficou surpreso com o tom de desprezo que Lottie usou – Ele ainda tem a coragem de seguir os comensais mesmo depois do que eles fizeram com os pais dele...

Harry teve que se sentar depois disso. Ele não conseguia aceitar que Neville estava do lado de Voldemort, isso era imposível. Aquele universo se mostrava mais louco a cada informação que lhe era passada.

— Mas voltando ao assunto principal... – Harry viu a professor McGonagall se levantar antes de se pronunciar – Todos os melhores bruxos e bruxas do mundo têm tentado dar um fim em Voldemort há décadas, e agora Dumbledore nos aparece com você. Não me leve a mal, menino, mas...

— Eu entendo que vocês estão com o pé atrás. – Harry começou devagar, ainda sentado – Mas infelizmente terão que aceitar a minha palavra quando eu digo que derrotei Voldemort, mas eu tenho que ser sincero, eu não fiz isso sozinho. E se não fosse por Dumbledore e meus amigos, eu nunca teria conseguido. O senhor – Harry se virou para o professor – me deu todas as informações que eu precisava para seguir em minha jornada, e sem meus amigos eu não teria durado dois dias quando comecei meus planos.

— E que planos eram esses? – Sirius perguntou, o cenho franzido.

— Caçar horcruxes. – Harry viu a sala se transformar em um tumulto. Muitos estavam assustados que tal magia negra fosse responsável pela aparente vida eterna de Voldemort, mas Moody e Dumbledore simplesmente assentiram, incentivando-o a continuar. – Destruí a primeira horcrux...

— Primeira? – Lily falou horrorizada – Existe mais de uma?

— Ineflizmente,sim. – Harry teve que pedir silêncio dessa vez para que pudesse voltar a falar. – Destruí a primeira delas sem saber do que realmente se tratava, aos meus doze anos – ele levantou a mão, pois muitos expressaram um audível susto pela idade tão nova – e foi isso que confirmou a sua teoria, professor. O senhor passou os anos seguintes procurando pelas outras seguindo memórias que o senhor conseguiu e seus palpites.

— Modéstia à parte – Dumbledore o olhou pelos oclinhos, com um discreto sorriso – Meus palpites costumam estar certos.

— O senhor disse exatamente isso para mim. E depois que o senhor, bem... faleceu – Harry olhou para o professor como quem pedia desculpas – Passou para mim o dever de buscar as que faltavam.

— O que eu estou ouvindo, então – Sirius se pronunciou de onde estava – É que nosso primeiro passo é achar e destruir esses pedacinhos de alma dos infernos. Parece simples.

Harry sorriu para o padrinho e seu entusiasmo. Realmente, era bastantes simples na teoria, mas definitivamente não seria fácil.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam desse novo universo? *.*

As coisas estão bem malucas lá, e nos próximos capítulos vamos ver isso mais de perto. E pra quem gosta de ação, se preparem e apertem os cintos, que eu to caprichando!!! Quem sofre de ninjas cortadores de cebolas, de vez em quando eles aparecerão, podem ir separando os lencinhos. E quem ama uma boa história, espero que ame tudo o que eu tenho preparado pra gente.

Me digam o que estão achando!!! E até amanhã ;)




PS: São o James e a Lily na fanart acima ;)



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