Harry Potter e o Orbe dos Universos escrita por RedHead


Capítulo 12
O Casamento Malfoy, O Segundo Pedido e As Urzes Brancas


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, eu sei que não é terça! Mas é que uma leitora nova surgiu e não somente leu, mas comentou 7, SETE capítulos em um intervalo de 48 horas (Catherine, sua linda!). E sim, eu também sei que as regras são "seis capítulos no MESMO capítulo postado", mas acho que ninguém vai reclamar de mais um capítulo hahahaha

Resumindo: eu respondo amor com mais amor (ou capítulos novos, no caso).

Boa leitura ♥



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— É obvio que eles não se odiavam, Harry. – Mione falou entre uma garfada e outra - Você lembra que o Lupin e o Sirius te falaram isso.

— Eu sei disso, mas vocês não viram aquela lembrança do Snape. – Harry contou sobre a lembrança de Charlotte para os amigos no dia seguinte durante o horário de almoço; Mione tinha ficado muito curiosa sobre o porque de Harry ter pedido sua penseira emprestada. – Eu sei que eles não teriam se casado se não se amassem, mas ainda assim, eu sempre me perguntei como isso foi possível.

— Claro, isso sempre foi um mistério. – Harry e Mione tiveram um pouco de dificuldade em entenderem o que Ron falou devido à galinha assada que ele ainda estava mastigando. – Agora o que precisamos desvendar foi o que aconteceu com a senhorita Olsen depois disso. Pelo que você contou ela era mais uma menininha que fazia coisas que meninas faziam. Agora ela mais parece um Olho-Tonto ligeiramente mais feminino.

— Ela passou por duas guerras, Ron, isso muda as pessoas. – Mione sempre olhava torto quando o Ron falava de boca cheia, e os anos de namoro não mudaram isso. – Mas você tem razão, ela deve ter sofrido um bocado para ter mudado tanto.

Harry nunca tinha realmente pensado no passado de Charlotte antes, mas agora não conseguia parar de pensar nisso, no que teria acontecido com a mulher para que tivesse mudado tanto. Não que fosse perguntar sobre isso algum dia, deveria ser um assunto muito delicado para ela.

— Ih, olhem só quem veio visitar o filho... – Ron estava olhando para a porta, o que obrigou Harry ter que virar a rosto para poder ver de quem o amigo estava falando.

Lucius Malfoy entrou no restaurante do Ministério acompanhado pelo filho. Os anos em Azkaban o fizeram muito mal, ele parecia mais magro e mais velho, e os cabelos loiros antes tão bem cuidados estavam curtos, grisalhos e opacos. Draco encontrou o olhar de Harry quando se sentou e o cumprimentou com um aceno de cabeça. Mesmo depois de anos se vendo quase diariamente no almoço, eles nunca se aproximaram, mas passaram a ter uma relação respeitosa. Parecia ser o suficiente para os dois. Mione, por outro lado, tinha uma relação mais amistosa com Draco. Por trabalharem em departamentos conjuntos, eles frequentemente se encontravam em reuniões e tinham que se manter inteirados do trabalho um do outro.

— Eu imaginei que três anos em Azkaban tirariam essa cara de superioridade do Malfoy pai – Ron ainda observava a mesa onde pai e filho estavam. – Mas também achei que Narcisa Malfoy tinha sua temporada na prisão garantida e ela não foi nem acusada... Acho que mereci meu T em adivinhação.

— Eu interferi no caso de Narcisa Malfoy. – Harry depôs favoravelmente à mulher em um interrogatório informal que aconteceu logo após a prisão de Lucius – Se não fosse por ela eu estaria morto e Voldemort ainda estaria no poder. Foi ela quem mentiu para Voldemort sobre minha morte.

— É realmente impressionante. O poder da oclumência é forte no sangue Black. – Mione deu um tapa na cabeça de Ron para que ele parasse de encarar a outra mesa. – Belatriz era conhecida por ser uma incrível oclumente, e Draco também tem esse talento.

— E como você sabe quais talentos aquela fuinha albina tem? – as orelhas de Ron ficaram instantaneamente vermelhas com o comentário da namorada.

— Harry nos disse no nosso sexto ano, depois da festa de natal do Slughorn. Francamente, Ronald, em que mundo você vive?

Harry nem tentou prestar atenção na discussão dos amigos, ao invés disso preferiu se concentrar em seu próprio almoço. Ele também já tinha ouvido falar sobre a oclumência dos Black. Se Sirius o tivesse tentado ensinar a magia, será que o padrinho ainda estaria vivo? Talvez sim. Talvez ele se esforçasse mais em aprender a fechar a mente e assim Voldemort não poderia controla-lo como havia feito. Mas, de um jeito ou de outro, foi a morte de Sirius o estopim para que ele finalmente aprendesse a técnica.

— Potter? - Harry se assustou ao ouvir seu nome tão bruscamente, mas se virou no mesmo momento para a fonte da voz. Draco Malfoy estava em pé na frente da mesa onde o trio estava almoçando.

— Malfoy. Vejo que seu pai finalmente saiu da prisão. Espero que ele tenha tido tempo suficiente para pensar lá dentro. – Ron respondeu antes que Harry pudesse falar qualquer coisa, e manteve a expressão desafiadora apesar do olhar de Mione em si.

— Ele pagou pelos seus erros, Weasley, e agora pode recomeçar como um novo homem. Mas não vim aqui para brigar, vim entregar-lhes isso. – Draco estendeu três envelopes verde-musgo com fractais prateados e as letras M e G belamente desenhadas. – Eu vou me casar no fim do mês que vem. Eu e Astoria ficaríamos honrados se fossem. Os três. No seu envelope tem dois convites, Potter, pelo que entendo você e Ginevra Weasley ainda estão juntos.

— Astoria? – Ron perguntou mais para si mesmo que para outra pessoa.

— Greengrass. Astoria Greengrass, minha noiva. – Draco respondeu com um inconfundível tom de orgulho em sua voz arrastada – Eu sei que nunca fomos próximos, mas admito que se não fossem por vocês, estaríamos afundados em trevas e lama até o pescoço. Além do que, Potter, nunca tive a oportunidade de agradecer propriamente pelo depoimento a que deu a favor da minha mãe. Entendo se não aparecerem, mas ainda assim, eu ficarei feliz se forem. – Dito isso, Draco virou em seus calcanhares e foi em direção ao pai, que observava tudo de longe.

— Bem... Quando achei que já vimos de tudo nessa vida, vem o Malfoy e me surpreende. – Ron mantinha o cenho franzido enquanto cutucava seu envelope como se esperasse que ele fosse explodir. – Se alguém me dissesse alguns anos atrás que a fuinha quicante nos convidaria por vontade própria para o seu casamento eu o mandaria direto para a madame Pomfrey por ter tomado uma azaração de confusão.

***

Charlotte ainda não tinha voltado de sua missão, mas mandava cartas aos seus superiores sobre seu progresso semanalmente. Ela estava investigando um grupo insurgente de rebeldes suspeitos de tráfico humano, mas nada havia sido confirmado. Foi decidido que Charlotte receberia uma nova identidade enquanto estivesse trabalhando no caso, já que estaria disfarçada, mas isso não a impediu de continuar se comunicando com Harry por cartas endereçadas a seu amigo de infância “Herman” como “Carmen”. Com isso, Harry ficava completamente inteirado de tudo o que estava acontecendo na missão da chefe, e às vezes ainda dava opiniões do que ele achava que estava acontecendo, tudo devidamente codificado caso caísse nas mãos erradas.

Gina ficou muito empolgada com o convite do casamento Malfoy-Greengrass, ela e Astoria se conheciam de Hogwarts, por mais que não fossem muito íntimas. O casamento aconteceria na própria Mansão Malfoy no último sábado do mês de agosto. Ron havia dito que não iria na festa pois achava que poderia ser alguma espécie de armadilha, mas só foi necessário um lembrete de que os Malfoys sempre contratavam os melores buffets para convencer Ron que a festa não seria tão ruim assim.

— Mas não pensem que não ficarei de olho nele! – Ele ameaçou para Harry quando os dois foram compras vestes para a festa. – Não caio nessa de bom moço arrependido, tenho certeza que ele ainda tem coisas das trevas o suficiente para uma passada só de ida para os dementadores!

Mione combinou de se arrumar com Gina para a festa, portanto Harry se encontraria com as duas meninas e Ron para irem no próprio sábado até o endereço dado no convite. Tanto a cerimônia quanto a festa aconteceriam nos jardins da Mansão Malfoy em Wiltshire. Como esperado, tudo estava impecavelmente decorado, e os pavões albinos de estimação de Narcisa davam ao lugar um ar ainda mais onírico (*). Havia várias fileiras de cadeiras brancas e acolchoadas viradas para um pequeno altar decorado em tons de verde escuro e prata, as cores da família Malfoy. Harry foi reconhecido e cumprimentado por várias pessoas importantes entre os convidados, e muitos figurões do próprio ministério, mas nada perto do frenesi que aconteceu quando Gina foi reconhecida. As Harpias haviam vencido o campeonato britânico no último ano, e nessa temporada estavam novamente entre os favoritos para a Taça. Depois de muitos pedidos de autógrafos e alguns comentários inconvenientes, Harry decidiu que já era mais do que a hora de procurarem seus lugares.

— Harry, se eu não te conhecesse, eu diria que está com ciúmes. – Gina não reclamou quando o namorado a puxou delicadamente pela cintura do meio de uma animada conversa sobre os últimos jogos do atual rival das Harpias, os Puddlemore United.

— Ainda bem que você me conhece bem. – Harry bufou enquanto seguia Hermione e Ron e olhava de canto de olho para o belo vestido azul marinho que Gina usava – Mas tinha mesmo que usar essa fenda nas costas?

— Vou tomar isso como um elogio. – Ela sorriu ironicamente e brincou com o prendedor de cabelos que prendia suas medeixas ruivas em uma elaborada trança.

Eles demoraram um pouco, mas com a ajuda de um elfo muito pequeno e tímido, conseguiram encontrar as cadeiras com seus respectivos nomes. Não eram os melhores lugares, mas estavam protegidos pela sombra de um enorme carvalho que havia ali, e como a cerimônia aconteceria antes do sol se por, a sombra foi muito bem vinda. Quando o sol começou a dar sinais que estava se pondo e o céu tomou tons de laranja e dourado, o som de uma harpa começou a tocar. Do fim do corredor de cadeiras, casais começaram a surgir, todos muito bem vestidos e com poses aristocráticas. Draco apareceu acompanhado de seu pai e sua mãe, um em cada braço. Depois que o noivo se instalou devidamente no altar, a harpa trocou a música que estava tocando para a entrada da noiva.

Astoria Greengrass estava linda em um vestido com uma enorme cauda nas cores verde, prata e branco e bronze, as cores da família do noivo e as da própria. Seus cabelos castanho-claros estavam enfeitados pelas mesmas flores do buquê, e ela partilhava do mesmo sorriso de felicidade que Draco. Harry tentou, mas não conseguia se lembrar da moça; talvez isso fosse devido aos dois anos de diferença entre as suas turmas quando estudou em Hogwarts.

Os votos dos noivos foram simples, e assim que trocaram o primeiro beijo como marido e mulher, os pais dos noivos soltaram as aves do paraíso (**) no segundo exato em que a banda do outro lado do jardim começou a tocar, decretando que a festa havia começado. Harry, Gina, Ron e Mione ficaram em uma mesa com mais dois casais desconhecidos, mas eles mantinham uma conversa simples e leve, portanto tiveram um jantar agradável. Ron parecia particularmente contente de ter sido convencido a ir, a comida estava deliciosa e as músicas animadas, tanto que Mione levou o namorado para a pista de dança sem nem precisar chantageá-lo emocionalmente.

— Você fica linda nesse tom de azul, sabia? – Harry e Gina já estavam dançando há algumas músicas quando uma melodia mais calma invadiu a pista. – Tanto que parte de mim quer te proibir de usa-la longe de mim.

— Ainda bem que a outra parte de você sabe que ninguém me proíbe de fazer o que eu quero. – Harry riu e concordou com a grande verdade que havia na frase de Gina. Ele não cansava de olhar para ela. Queria poder olha-la todos os momentos, todos dias e noites, sempre. – E nem pense em me perguntar isso agora.

— E porque não? – Harry corou um pouco, descartando após alguns segundos a possibilidade de Gina ter lido sua mente. – Eu te amo e você me ama de volta. E estamos aqui, juntos, nos divertindo, você está tão maravilhosa que se não estivéssemos em um casamento eu já teria azarado metade dos caras que estão te encarando.

— Porque você está sendo influenciado pelas estrelas, pelo romance no ar e pela meia garrafa de uísque de fogo que já tomou. – Ela jogou o rosto para trás e gargalhou quando viu Harry revirar os olhos contrariado. – Só peço que esteja em suas plenas faculdades mentais. Ah, olhe! – Gina olhou para um ponto acima dos ombros de Harry, então ele teve que girar o corpo para poder ver o que a namorada olhava. Ron saía de dentro da mansão acompanhado de Draco. Incrivelmente, os dois pareciam estar tendo uma conversa civilizada.

— Você não vai acreditar no que eu vi lá dentro. – Ron tinha um sorriso de orelha a orelha quando chegou até os dois.

— Não me diga que foi mesmo investigar sobre os seus imaginados artefatos das trevas abaixo da sala de... Ronald! – Mione, que estava conversando com alguns conhecidos do trabalho, foi ao encontro dos amigos quando viu o namorado voltar de dentro da mansão. – Que bafo! Se colocar um fósforo na sua frente é capaz de você respirar fogo! Acho que já chega de bebida por hoje.

— Besteiras, estou ótimo! – Ron pegou mais um coquetel da bandeja de um garçom que passava por ali. – Mas eu ainda tenho certeza que eles têm uma sala secreta recheada de artes das trevas.

— E achou alguma coisa, afinal? – Harry pegou outra dose de uísque de fogo que passou ao seu lado e brindou com o amigo antes de bebê-la em um só gole. – Algum inferi, ou fantasmas de almas torturadas?

— Ainda não. – Ron respondeu sério, não percebendo a ironia na voz do amigo. – Achei coisa melhor. Um pôster das Harpias em uma das salas, inclusive vários pequenos pôsteres individuais de cada jogadora. Até mesmo um seu Gin. Era isso que ele estava me perguntando, se eu achava que você autografaria o pôster dele, Há!

Ron não ficou muito satisfeito em ouvir a irmã que autografaria com prazer, e que ainda poderia apresenta-lo às colegas de time se ele quisesse. Draco não coube em si de felicidade e abraçou a pequena ruiva na mesma hora. Astoria achou muita graça na reação do – agora – marido, e comentou para quem quisesse ouvir que ele não tinha ficado feliz desse jeito nem quando ela aceitou seu pedido de casamento.

O resto da festa foi marcado por muitos risos e um Harry particularmente bêbado conversando amigavelmente com um igualmente bêbado Draco Malfoy. Gina e Astoria fizeram questão de fotografar esse momento único, garantindo que um dia essa foto ainda ganharia muitas discussões à favor delas.

O sol estava nascendo quando Harry voltou para casa. Gina foi com ele, pois ela alegou que ele estava muito bêbado para aparatar, então eles teriam que pegar o Nôitbus. A viagem durou alguns minutos, o que permitiu que Harry saísse um pouco do estado de embriaguês que estava antes. Quando finalmente chegaram na porta do flat, Gina foi buscar os ingredientes para uma poção contra ressaca que Harry estava sentindo, e que ela sem dúvida sentiria em alguma horas.

— Gina, você poderia abrir a janela? Athena está tentando entrar e o chão está se mexendo demais para que eu vá. – Harry estava afundado no sofá, e a voz saia abafada por causa da almofada no rosto dele, mas Gina entendeu o suficiente para olhar para a janela e ver a bela coruja das torres batendo no vidro com o bico.

— É uma carta da Carmen, digo Charlotte. Quer que eu leia agora? – Harry soltou um gemido afirmativo de debaixo da almofada. – “Querido Herman, estou precisando que me mande suas urzes brancas o mais urgente que puder. C.”

Harry se levantou no mesmo segundo, arrancando as vestes pela cabeça, o rosto pálido como cera e sem nenhum sinal do torpor de antes.

— Harry, o que aconteceu? Está tudo bem? – Gina observou Harry jogar rapidamente várias coisas na maleta que Ron e Mione deram para ele de aniversário, uma expressão alucinada no rosto.

— Urzes brancas são um código que criamos. Aconteceu alguma coisa com Charlotte, ela está em perigo. Por favor, avise o Ron, ele saberá o que fazer. – Ele fechou a bolsa e andou até Gina para dar-lhe um beijo nos lábios. – Eu preciso ir ajuda-la. (***)


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Notas finais do capítulo

(*) Adjetivo derivado de sonho.
(**) Tradição bruxa antiga, para dar boa sorte ao casamento.
(***) Urze branca é uma flor cujo significado literário é perigo.

Genteeeee que final, hein! HAHAHAH Só pra deixar vocês curiosos.

Então, como sempre, eu espero vocês aqui terça que vem (ou até termos seis comentários nesse capítulo postado).

;*



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