Harry Potter e o Orbe dos Universos escrita por RedHead


Capítulo 13
A Gangue, O Grande Chefe e O Massacre


Notas iniciais do capítulo

Heeeeey galera! Terça, finalmente :D

Hoje o cap é bem menos "leve" que os outros, mas ainda assim espero que curtam ;)

E queria agradecer a recomendação de um leitor novo, AndreUzumake511, muito obrigada por ter me dado seu selo de aprovação. Saber que eu consegui te cativar o suficiente com minhas palavras é maravilhoso. Entretanto, eu queria comentar sobre leitores que abandonam as fics... Gente, escrever é maravilhoso, eu pessoalmente adoro conseguir passar as coisas que eu penso pro note, e ver que ficou legal. Mas não é uma coisa fácil, MESMO. Algumas pessoas sabem que eu comecei uma fic antes dessa, inclusive eu tinha excluído ela por um bom tempo, por problemas na faculdade que tiraram meu pé do chão por bastante tempo.

Só queria lembrar vocês que, apesar de estamos protegidos pela internet e pela anonimidade, somos todos pessoas reais atrás das telas. Talvez eu esteja vendo pelo em ovo, talvez o capuz tenha servido, talvez. Mas eu me sinto muito melhor agora, depois de ter falado isso.

Resumindo: MUITO OBRIGADA pela recomendação, estou realmente feliz com ela, mas eu não sossegaria se não falasse isso :)

Enfim, já tagarelei demais.

Boa leitura ♥



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Harry aparatou em uma pequena rua sem saída rodeada de casas de aparência mal-cuidada em um bairro trouxa da periferia da cidade de Kinsale, uma pequena cidade portuária da Irlanda, situada no condado de Cork. (*) Harry não conhecia a casa onde Charlotte estava residindo no último mês, mas foi bastante simples reconhecer a magia dela no casebre de cor vermelha desbotada com tulipas no jardim. A porta estava trancada, mas um simples feitiço o deixou entrar.

Por mais mal cuidada que a casa aparecesse ser por fora, ela era limpa e organizada por dentro. Os móveis de antigos estavam sem nenhuma poeira, e o chão de madeira velha parecia relativamente lustroso. Harry se concentrava em tentar achar alguma pista que Charlotte tenha deixado para ele, mas ele não obteve sucesso no primeiro andar. Estava quase chegando nas escadas que dariam acesso aos quartos e banheiro quando sentiu uma onda de magia desconhecida arrepiar sua nuca.

Rápido como um raio, Harry se virou a tempo de paralisar um garoto magricela de tentes tortos que não parecia ter quinze anos.

— Eu não vou te machucar se você não me der motivos. – Harry se aproximou do menino e retirou-lhe a varinha que estava em sua mão. – Só preciso de informações. Por isso, e só por isso, eu vou te soltar. Mas se eu sonhar que você vai pensar em fugir, eu vou te machucar. Muito. Estamos entendidos? – O garoto não estava em condições de responder, mas pelo olhar assustado nos olhos pequenos do garoto, Harry achou que ele havia concordado e o soltou.

— Por favor, senhor, não me machuque, eu sou só um cão de guarda! – O menino tinha um sotaque muito carregado e a voz fina para a idade, mas combinava com sua estatura baixa e franzina.

— Cão de quem? Quem é seu Grande Chefe? – Harry conhecia o suficiente sobre as gangues bruxas irlandesas para saber que um cão de guarda era um bruxo jovem, em geral menor de idade, usado para espionar e mandar recados para seus superiores. Como eles eram basicamente descartáveis aos olhos dos Grandes Chefes, a esmagadora maioria não conhecia a identidade deles.

— Eu não sei, eu juro! – O garoto chorava, os olhos concentrados na varinha de Harry apontada para seu peito – Quem me contatou foi o Gárgula!

— Descreva pra mim. – Harry rosnou, apertando mais a varinha no esterno (**) do jovem.

— Alto, forte, cabelos castanhos, dread! Ele usava dreads! – O garoto parecia cada vez mais desesperado para sair dali - E a parte esquerda do rosto paralizada por alguma coisa escamosa. Eu juro senhor, eu não sei de mais nada!

Isso parecia realmente ser verdade. É claro que Harry poderia usar uma poção da verdade, mas ele não tinha nenhuma consigo no momento e não havia tempo hábil para prepara-la. O Gárgula era um bruxo procurado já havia alguns anos, por tortura, tráfico de entorpecentes e várias outras coisas, mas não era um Grande Chefe. Era sabido que ele tinha um superior, mas ninguém sabia quem era. Talvez tenha sido isso que Charlotte descobriu, a identidade do Grande Chefe.

O latido de um cachorro soou acabando com o silêncio da manhã e trazendo Harry de volta de seus pensamentos. Agora que ele parou para perceber, aquela rua estava muito deserta, os moradores daquele lugar já deveriam estar saindo para trabalhar, a não ser...

— Isso é uma armadilha, não é? – Harry perguntou calmamente para o jovem que se encolhia cada vez mais onde estava, os olhos chorosos amedrontados. – E você já deveria ter saído daqui porque seus colegas vão invadir a casa para matar quem viesse ajudar minha amiga?

Harry não esperou uma resposta e petrificou o jovem novamente, o escondendo atrás do sofá – talvez fosse precisar dele mais tarde. Ele ouviu passos abafados na grama, e só teve tempo de pegar um tecido prateado leve como água de sua bolsa antes que abrissem a porta.

Quatro bruxos com os braços tatuados entraram com as varinhas em punhos, mas não conseguiam ver nada que não fosse uma sala de estar humilde e arrumada. Harry estava do lado do batente da porta coberto por sua capa de invisibilidade, analisando os homens confusos a sua frente.

Três deles possuíam tatuagens de raposas em seus antebraços, cada uma com um design diferente. A raposa era um símbolo conhecido dos aurores, os membros de gangues que matavam por seu chefe adquiriam o direito de tatuar o animal. Mas eles não eram importantes, Harry estava concentrado em analisar o último homem a entrar na casa. Liam “Gárgula” Eoin era procurado por toda a Europa e em alguns países asiáticos. Era muito alto, beirando os dois metros de altura e igualmente forte, seus braços tatuados mais pareciam duas toras de árvore com complicados desenhos, entre eles, um hipogrifo. O hipogrifo demonstrava que ele possuía um grande poder na gangue, abaixo apenas do Grande Chefe – o único com poder de ter um dragão na pele.

— Onde está aquele cão de guarda maldito? – O Gárgula sussurrou com sua voz grava para ninguém em particular. – Ele deveria estar segurando o Potter aqui.

— Tem certeza que o Potter viria mesmo? – Um dos outros homens perguntou timidamente – Como podemos ter certeza, ele é só mais um auror, o departamento pode ter mandado outra pessoa.

— Isso não importa, ele virá socorrer a tutora. O Grande Chefe me garantiu que ela é Charlotte Olsen, parece que o Grande Chefe a conhece de outros tempos.

Harry mantinha cada nervo seu concentrado em ouvir e interpretar a conversa dos outros homens. Então aquilo realmente havia sido uma armadilha, não só para Charlotte, mas também para si próprio. Ela no momento deveria estar sob os olhos do Grande Chefe, e se ele conseguisse pelo menos descobrir onde estavam escondidos, poderia chamar reforços.

Havia passado apenas dez minutos desde que os quatro brutamontes entraram na casa vermelha desbotada quando decidiram voltar para dar as más notícias ao Grande Chefe. Seguro pela capa, Harry andou atrás deles silenciosamente até o jardim de tulipas em frente ao jardim. Harry teve apenas uma fração de segundo para agir quando ele percebeu que os outros homens iriam aparatar, então se segurou nos ombros de um dos que tinham as raposas nos braços e forçou uma aparatação acompanhada.

— Confundus – Harry murmurou para o brutamontes antes que ele pudesse esboçar alguma reação e denunciá-lo para seus comparsas, fazendo com que o homem tropeçasse e caísse no chão em sua frente.

— Levante-se, O’Brian! – vociferou o Gárgula. – Não é suficiente não termos cumprido a missão dada pelo Grande Chefe, agora você também vai tropeçar nos próprios pés?! Vamos.

Eles haviam desaparatado em um dos inúmeros portos da região portuária de Kinsle. Harry seguiu os homens até uma casa de madeira ao lado de um cais, ladeado por vários cães e uma bruxa muito velha sentada em uma cadeira de balanço. Ele estava protegido pela capa, mas alguma coisa na velha o fez ter arrepios, por isso também a confundiu para entrar na casa.

O interior era obviamente enfeitiçado, pois o espaço deveria ser pelo menos cinco vezes maior do que se imaginava do lado de fora. Era um ambiente escuro com cheiro de sal e muitas gaiolas com trapos empilhados. Havia alguns homens e mulheres jogando cartas ou bebendo do outro lado do ambiente, e uma única porta de madeira. Apenas o Gárgula se dirigiu para lá, portanto Harry o seguiu, e enquanto atravessava o local com cuidado, seus olhos se acostumaram à penumbra e ele percebeu que os trapos nas gaiolas eram na verdade, trouxas.

***

Após alguns segundos respirando fundo, o Gárgula bateu três vezes na porta de madeira antes de receber uma ordem de entrar. Ele ainda era rápido, devido ao treinamento de auror, mas os reflexos de apanhador estavam mais lentos que o normal pela falta de treino, e Harry quase não conseguiu entrar na saleta.

Com o coração disparado por quase ter se revelado, Harry se recostou em uma das paredes para estudar melhor o lugar onde estava. Era uma sala de paredes e chão de madeira sem janelas. A única luz no lugar vinha da lareira acesa e duas enormes arandelas atrás de uma escrivaninha de madeira entalhada, belamente trabalhada. Atrás da escrivaninha, havia uma cadeira de encosto alto virada para a parede, o que impedia Harry de ver que estava sentado, e foi até lá que o Gárgula foi antes de fazer uma mesura mal feita.

— Sente-se, Liam. – Uma voz feminina e melodiosa surgiu de trás da cadeira.

— Minha senhora. – O homem se sentou desconfortável na cadeira em sua frente. – Eu peço perdão por ter falhado em minha missão. O Potter não veio, como a senhora predisse.

— Meu fiel Gárgula, algumas vezes sua estupidez me assusta. – A cadeira virou, dando a Harry uma clara visão da pequena mulher sentada ali. Ela era tão baixa e magra, que quem não olhasse duas vezes a confundiria por uma adolescente. Sua pele era muito branca, e os cabelos e olhos muito pretos a davam uma aparência doentia. Os braço e ombros nus mostravam a cabeça e parte das asas de um grande dragão tatuado, confirmando a identidade da mulher como o Grande Chefe. Harry ficou boquiaberto ao ver que, não somente o Grande Chefe mais procurado da Europa era uma mulher, mas principalmente porque era uma mulher bastante conhecida. Kira D’Arc, uma das principais bruxas à frente do Ministério Irlandês.

— P-erdão, minha senhora? – O Gárgula enxugou uma gota de suor que escorreu pelo queixo quadrado – A minha e-estupidez?

— Sim estupidez. Esse é o nome que eu dou para quando você tem sido seguido pela pessoa quem procura. – Kira levantou-se da cadeira, e com um impulso, sentou-se na mesa, os olhos negros percorrendo a sala, procurando por algum relance de Harry mesmo sem vê-lo – O senhor Potter já está nos agraciando com sua companhia, não é mesmo? Vamos, seus pés apareceram por alguns segundos quando você se esgueirou para dentro.

Sem possuir mais o elemento da surpresa, Harry agarrou o tecido prateado com os dedos e o arrancou de cima de si, se revelando. Kira abriu um animalesco sorriso e com um girar da varinha fez aparecer uma confortável poltrona ao lado de Harry, pedindo silenciosamente que ele se sentasse.

— De você eu cuido depois, Liam. Retire-se. – Kira jogou os cabelos para trás dos ombros e olhou para Harry. – Imagino que tenha descoberto meu pequeno esquema lucrativo. Ele já acontece faz algum tempo, por isso pensei que nunca teria que me preocupar de verdade... Mas você pode imaginar a surpresa que eu tive quando reconheci Charlotte entre os indicados pelos meus companheiros... Ah, claro que ela estava disfarçada – Ela se serviu de uma dose de uma bebida escarlate. – Mas como você deve saber, nós nos conhecíamos. Ela desgraçou minha família, sabe? Ah, não sabe. Hora de história então! A família D’Arc sempre foi uma família de grande prestígio, sangue puro até a última gota desde a primeira geração! E assim continuaria se o idiota do meu irmão não tivesse se apaixonado por aquela sangue-ruim da sua amada tutora. Você não sabe quantos jantares eu tive que compartilhar com aquela mulher. Eu não posso levar meu sobrenome adiante, mas meu irmão poderia. Mas seriam crianças mestiças! – Os olhos de Kira estavam arregalados, os lábios enrugados pelo desprezo – Portanto, fiz o que qualquer pessoa sensata faria. Eu impedi a união maligna. Apenas um fio de cabelo foi o suficiente, e com a aparência do meu amado irmão... – Ela suspirou sonhadoramente – Ela tem sorte de ter escapado só com aquela cicatriz. E depois de tantos anos ela não aprendeu a lição! Veio investigar sobre o pequeno tráfico que tenho feito. Como se eu não estivesse fazendo um favor para o mundo mágico vendendo partes desses trouxas imundos pra poções e coisas tipo.

— Onde. Ela. Está. – Harry usou todo seu auto controle para ouvir a história até o fim sem esganar a mulher na sua frente.

Kira nada falou. Apenas se levantou e com um aceno da varinha, fez desaparecer a parede que separava a saleta onde estavam do resto da casa. Ao lado das gaiolas, machucada e sendo segurada por dois brutamontes, Harry viu Charlotte. Ela ergueu os olhos até ele, mas ao invés dela olha-lo com súplica, ou dor, Charlotte o encarou com raiva e impaciência. Foi aí que ele percebeu que ela nunca havia pensado em sair viva depois de ter sido capturada, ela só queria que ele completasse a missão.

— Ah, gente, que reunião mais linda! – Kira falou atrás de Harry, sentada em sua cadeira novamente. – E agora que já satisfiz o seu desejo, senhor Potter, está na hora de satisfazer o meu. - No momento em que ela estalou os dedos, uma lâmina surgiu na mão de um dos homens que segurava Charlotte, e ele a deslizou no pescoço da auror criando uma enorme linha vermelha que passou a jorrar sangue.

Harry não soube bem porque, mas assim que ele viu o corpo de Charlotte tombar na sua frente, tudo ficou em câmera lenta, menos ele. Foi com incrível facilidade que ele estuporou e petrificou quase todos os bruxos e bruxas mais próximos, e os que não foram atingidos pelos feitiços inofensivos sofreram com queimaduras e falta de ar até perderem a consciência.

O Gárgula era conhecido por ser um excelente bruxo em duelos, mas até mesmo ele padeceu sob os feitiços e azarações disparados pela varinha de Harry. Seu corpo parecia desconectado de si devido à raiva e o pesar que sentia, e ele só parou de lutar quando o homem a sua frente era apenas uma massa sangrenta de carne. Por último, Harry se virou pra Kira, amedrontada e encolhida em sua cadeira. Ele andou calmamente até ela, as vestes e o óculos salpicados de sangue e só parou quando seus rostos estavam a centímetros de distância. Ele estava com a varinha apontada para a garganta dela quando a porta de madeira explodiu e vários bruxos entraram correndo somente para encontrar cerca de cinqüenta bruxos caídos desmaiados ou petrificados e uma massa de sangue e carne que antes fora o Gárgula.

— Senhor Potter, peço que saia de perto da suspeita. – Bono Silver entrou por último, e assumiu a missão, já que todos os outros aurores estavam estupefatos demais para se mecherem. – Senhor Potter!

— Eu não ia matar você. – Harry se afastou de Kira, que só então tomou coragem para respirar – Mas eu ia te machucar, muito, muito mesmo. Mas acredito que uma temporada eterna em Azkaban é melhor do que tudo o que eu poderia fazer.

— Precisamos chamar medibruxos para cuidar dos trouxas que ainda estão vivos, e uma equipe para apagar a memória deles. – Harry ouviu uma voz gritar do outro lado da sala – E abram espaço para que a equipe do Mungus cuide da auror Olsen!

— O que? – Harry venceu a distância entre ele e o homem que estava coordenando os outros bruxos em poucas passadas. Três bruxos estavam agachados ao lado do corpo caído e inerte de Charlotte. Como ele não teve resposta, agarrou um quarto médico que assistia os outros três pelo colarinho – O que está acontecendo?

— Por favor, se acalme senhor Potter. – O médico pediu com polidez enquanto se libertava das garras de Harry e lhe dava um vidrinho com um líquido verde – Tome isso, vai lhe acalmar. Estamos estabilizando a senhorita Olsen para poder leva-la ao hospital.

Harry sentiu os joelhos fraquejarem, e sentou-se no chão mesmo. Bebeu o conteúdo do frasco em um gole apenas, sentindo seus músculos relaxarem no mesmo instante, o alívio percorrendo suas veias. Ele tinha conseguido, Charlotte estava viva e a salvo.


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Notas finais do capítulo

(*) Siiiiiim, eu pesquisei.
(**) Aquele ossinho que temos no peito, e "junta" as costelas.

Uffa, ainda bem que deu tudo certo no final! Menos pros membros das gangues, mas... hahahha

Então, meus amores, cá estamos nós quaaaase chegando na trama principal da nossa história (tá quase lá, aimeudeusu o/).

Eeee vejo vocês na próxima terça oooouuuu até termos seis comentários nesse capítulo. Bejões!



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