Let Me Go escrita por Ragnar


Capítulo 3
Capítulo 3




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Os humanos são muito fracos, delicados e suas defesas são o que eles constroem, os fazendo se machucar mais ainda. As armaduras e armas totalmente catastróficas são a prova de que a defesa humana é falha, poucas vezes correta em suas probabilidades.

Eu não tinha um shield regenerativo como qualquer soldado, apenas dados. Mas se isso representava ser útil de alguma maneira, não negaria tal. Afinal de contas, poder utilizar a vantagem de que antes mesmo eu era uma IA, mexer em cpu’s de computadores terráqueos era tão simples como roubar doces de uma criança.

Os cubículos que eram os quartos tinham seus segredos, o meu por exemplo era de uma cientista novata das operações especiais, que analisava e anotava o desenvolvimento de armaduras spartans em combate com soldados já prontos. Pelos dados guardados como pó, podia notar como tudo foi um grande fracasso.

Roupas brancas e ensacadas eram guardadas numa gaveta embaixo da cama, olhava com atenção como as mesmas seriam enorme, mas não me importando com estilo, tirei minhas atuais vestimentas e ficando nua no meio do quarto.

Acabei por deixar de me vestir ao ouvir o barulho vindo da pasta da qual guardava os arquivos e tomando em mãos o pequeno transferidor de dados, o conectando com o antigo modelo computador.

Informações e mais informações em azul mostravam na tela, mostrando códigos de guerra e ordens estranhas de ultima chance para a humanidade. Era como se alguém estivesse se tornando um novo líder e na pior das hipóteses, um líder com conceitos drásticos demais para uma raça inteira.

Aquilo não parecia ter sido criado por um humano qualquer.

— Cortana?

Com o olhar arregalado, virei em direção a entrada do cubículo que era o quarto, notando que a pessoa presente era apenas Chief.

— John... — Tentei disfarçar meu pequeno medo humano, mas falho em tal — Aconteceu algo da qual posso ajudar? — Perguntei.

Observei onde seu olhar parou e sem graça, tomei em mãos a arma que Linda tinha deixado comigo. Pelo silencio de John por eu ter segurado a arma significava claramente que ele não aprovava tal coisa em minhas mãos.

— Linda falou que isso era para que eu pudesse me defender sozinha — Dei de ombros, deixando a arma no mesmo canto de antes.

— Gostaria de conversar sobre o que aconteceu? — Indagou e eu sorri em agradecimento, indo até a pequena cama e tomando em mãos a blusa branca, sentindo-a escorregar até se encaixar em meu corpo.

— Acho que não há nada o que eu possa contar... Talvez eu esteja perdendo minha sanidade novamente...

— Não diga tais coisas — Sempre gentil, e eu não merecia alguém como ele.

— John, olhe para mim, você não precisa realmente de mim... Eu apenas sou um dos milagres do manto da responsabilidade, um método de estudo para os humanos... — Argumentei e o mesmo se aproximou — Não vamos conversar novamente sobre isso... — Suspirei e frente a frente, ele me encarava, mesmo tendo a diferença de tamanho eu não me intimidava.

Frio, as luvas que compunham da sua armadura tocaram de leve meu rosto e mesmo insistindo, 117 negava minhas palavras, como se quisesse me manter sã e consciente de tudo, como se fosse um meio de me manter ciente de que eu era importante.

— Você é tudo o que me resta, não pense o contrário — Argumentou e assenti, envolvendo meus braços no mesmo.

Humanos são frágeis e eu era a partir dali uma peça frágil, mas importante.


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Notas finais do capítulo

Sobre a nudez da Cortana, acredito que mesmo ela sendo humana, o 117 não se importaria tanto com a falta de vestimenta da Cortana. Esse capítulo foi mais um momento entre ambos.