Antes que novembro acabe... escrita por OmegaKim


Capítulo 22
Vinte e Um (Liz e Mark e Will) – O erro.


Notas iniciais do capítulo

OI GALERA!!!
Eu vim tão cedo aqui, porque aconteceu uma coisa muito incrível com essa fic!!
Chegamos aos 101 leitores!!! o/ :o
Eu ainda não acredito que essa fic teve tanta repercussão assim!!!
Caramba gente!!! 101 leitores!!! Alguém me belisca!! não to acreditando!!
Mas em comemoração a isso!! Escrevi esse capitulo hoje e vim postar rapidinho!!!
E com vcs um capitulo narrado por Liz, Mark e Will. u.u
Aproveitem!!!
Boa leitura e bem vinda galera nova!!!



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Vinte e Um (Liz e Mark e Will) – O erro.

Liz

Você pensa nas coisas ruins, nas coisas boas, nos detalhes que te trouxeram até aqui. Pensa no sorriso da pessoa que você gosta, no cheiro que ele tem bem no centro da nuca e no modo como os olhos dele se estreitam quando está com raiva ou desconfiado. Pensa em como as coisas mudam tão rápido, pois em um momento ele está ali e no outro está te odiando com todas as forças. Pensa na vida e pensa, principalmente, em todos os erros cometidos por você. E então a culpa que vem com a nostalgia anula toda a saudade.

Suspiro antes de entrar embaixo do chuveiro, deixo que a água molhe minha cabeça. Talvez isso faça minha mente parar de pensar, talvez isso faça eu parar de me culpar.

“Como você pôde?” ainda está ecoando na minha cabeça. O modo como Noah me olhou, como se eu fosse a pior pessoa do mundo. Ele não está errado, afinal.

Levanto meu rosto para que a água caia direto na minha face e de olhos fechados deixo meu rosto ser lavado.

“Como você pôde?”

Ele não acreditou em nenhuma palavra do que eu disse. Mas eu que fui boba se pensei que ele fosse acreditar. Noah está apaixonado e pessoas apaixonadas tem a péssima tendência de confiar demais na pessoa amada. E de qualquer forma, eu não devia ter comentado nada daquilo com ele.

Burra, burra, burra. Me recrimino. E trato de tomar banho logo.

São minutos preciosos esses em que passo embaixo do chuveiro, a sensação de ter a água escorrendo por meu corpo faz com que eu pense que ela está lavando meus problemas, meus medos, minhas lembranças ruins, arrastando minha escuridão pelo ralo e tornando minha raiva mais amena.

“Como você pôde?” ainda repasso o modo como a voz dele soou, cheia de descrença. Os olhos muito escuros de raiva por eu ter falado aquilo do seu precioso Will.

— Como eu pude? – falo ao encostar minha costa na parede lisa do banheiro. – Simplesmente fiz. – respondo para o nada enquanto me deixo escorregar pela parede, me sento no chão e abraço meus joelhos. – Menti, sim. – confesso para mim mesma. – Mas você não estava lá. – acabo falando para o Noah que não está ali. – Você não estava lá. – sussurro. – Não sabe qual é a sensação de ser tocada contra a sua vontade, não sabe o que é estar sozinho e não sabe qual a sensação de ter sido abandonada pela pessoa que você mais confia. – me deito no chão, em posição fetal, o chuveiro ainda ligado espalha água pelo chão do box. Os respingos caindo contra meu rosto escondendo minhas lágrimas. – Você não estava lá. – reafirmo para o nada, para a voz indignada do Noah na minha cabeça.

“Como você pôde?”, ele volta a perguntar.

Fecho os olhos, a culpa sobre meu corpo como um cobertor num dia quente, abafado.

— Você não estava lá.

###

Dou um trago no cigarro, deixo a fumaça permanecer na minha boca por um tempo. Brinco com a fumaça na minha boca ao passo que Matt me oferece um sorrisinho. Então libero a fumaça com um biquinho.

— Quando seus tios voltam? – o garoto pergunta.

Estamos sentados no sofá da minha casa. Bebendo e fumando e amaldiçoando a vida, no caso de Matt: tentando curar um coração quebrado.

— Semana que vem. – respondo sem muito entusiasmo e bebo um gole do whisky na boca da garrafa.

— Quando você vai embora? – pergunta e tira a garrafa da minha mão. Faço cara feia pra ele.

— Hoje à noite, amanhã... não sei. – respondo. Era verdade que agora eu já era de maior, o que me dava total direito aos bens que minha mãe deixou pra mim além de dá o direito de ir embora daqui e não voltar nunca mais.

Me ponho de pé quando verifico o horário no relógio na parede a minha frente.

— Algum problema? – ele se põe de pé junto comigo.

— Preciso ir num lugar.

— Liz. – ele disse meu nome com certa cautela. O fuzilei com os olhos.

— Nem vem Matt. – fui logo dizendo. – Preciso falar com ele antes de ir embora. – e me apressei em andar, mas Matt me segurou pelo braço.

— Você não cansa disso? – ele disse, os olhos me fitando como nunca fizeram. Cheios de uma seriedade que me surpreendeu.

— Você não entende. – puxei meu braço do seu aperto. – Preciso fazer isso.

Estou tentando concertar as coisas, pensei.

O garoto suspirou e balançou a cabeça.

— Me deixe ir com você ao menos.

— Tudo bem. – concordei e recomecei a andar, mas dessa vez Matt estava me acompanhando.

Entramos no meu carro e juntos, em silêncio seguimos até a casa de William. Eu não tinha certeza se ele estava em casa e certamente não podia ligar para ele como se nada tivesse acontecido. O jeito era simplesmente aparecer na casa dele e torcer para que o loiro estivesse lá e então concertar algumas coisas. Eu estava pensando nas palavras que diria a ele enquanto esperávamos o sinal abrir, quando Matt comentou:

— Acho que Will não está me casa.

— O quê? – soltei meio confusa com esse comentário. – Por quê? – o fitei.

— Porque ele está bem ali. – vi meu amigo apontar janela afora.

Olhei para onde ele apontava e vi o carro de Will. Aquele maldito carro azul que eu ajudei a escolher. Apertei o volante e decidi estacionar ali, perto do carro dele.

— Vamos. – falei para Matt quando sai do carro. Ele me lançou um olhar interrogatório. – Preciso que alguém distraia o Noah. – expliquei e ele suspirou saindo do carro.

Parei ainda na estrada da única locadora da cidade, observei pelo vidro da frente o Will e Noah de costas pra mim. Eles estavam escolhendo dvds. Noah ria enquanto Will falava alguma coisa e senti meu coração se apertar. Por que não posso me apaixonar por um garoto hétero? Suspirei e entrei na loja, o sininho anunciando minha entrada e a de Matt. O atendente no balcão me fitou com interesse, provavelmente pensando “clientes” ao passo que eu pensava em resposta “só que não”. Sorri para o atendente para mostrar um pouco de simpatia e então comecei a andar. Nem Will nem Noah tinham me notado, eles estavam concentrados demais um no outro para perceber qualquer coisa.

Fiquei de frente para uma prateleira inteira de filmes de terror e fingir estar procurando algo, enquanto olhava de canto de olho o casalzinho apaixonado.

— Como pretende falar com ele aqui? – Matt me sussurrou enquanto tirava um dvd da prateleira e fingia ler a sinopse.

— Vou dá um jeito.

— Ele parece bem ocupado. – comentou com um certo ciúme na voz. Revirei os olhos com isso.

Quando ele vai superar?

Se bem que eu nem tenho moral para falar nada, afinal estou no mesmo barco quanto a isso.

Olhei mais uma vez para Noah. Percebi o quanto ele parecia feliz com Will. O moreno tinha se aproximado do loiro e lhe dado um beijo na bochecha. Vi Will corar por ser pego de surpresa ao passo que eu pegava o olhar surpreso do atendente da loja, quando percebeu que eles eram um casal de namorados, não de amigos. O loiro olhou em volta, meio receoso que alguém pudesse fazer algo contra eles. Eu não podia culpa-lo por agir assim. Dickson era uma cidade atrasada e depois da violência que eles sofreram, não me surpreenderia que ele ficasse meio paranoico com a ideia de ser atacado de novo. Mas Noah estava ali, pensei com mais amargura do que o necessário, e ele parece disposto a te proteger até o fim.

O loiro acabou me avistando. Ele franziu a testa na minha direção num tipo de pergunta silenciosa, era natural pra ele me ler. Foram bastante tempo convivendo juntos, era impossível um não saber o que o outro está pensando. E eu sabia o que ele estava lendo no meu rosto: Preciso falar com você.

Will olhou de relance para Noah, que tinha se afastado para olhar os dvds numa prateleira de desenho animados, e então olhou pra mim de novo como que dizendo: Não posso.

Torci a boca pra ele e cruzei os braços. Não saio sem falar com contigo.

O loiro suspirou e fez sinal para que eu o acompanhasse até o deposito da loja. Ele ainda olhou para Noah, mas o garoto estava distraído. Mandei Matt fazer companhia para o moreno e ele revirou os olhos antes de ir. Segui em direção ao deposito.

— Não achei que quisesse falar comigo algum dia. – o loiro disse assim que entrei no deposito.

Era pequeno e abafado, mas era o único lugar onde podíamos ficar sozinhos.

— Eu também achei. – cruzei os braços.

— Então, o que quer? – ele cruzou os braços também, na defensiva.

Olhei para o lado, incapaz de pronunciar as palavras. Então decidi começar de outro modo.

— Estou indo embora amanhã. – contei.

— Boa viajem. – desejou indiferente.

— E antes de ir, eu... eu... – tentei e descruzei os braços, dei um passo em sua direção. – Me desculpe.

O loiro pareceu surpreso com isso e descruzou os braços. Me encarou com os olhos levemente arregalados.

— Andei fazendo coisas erradas, Will. – confessei. Baixei os olhos. – Foi eu quem deu aquelas fotos para Mark.

— Você? – sua voz parecia terrivelmente quebrada.

— Me perdoe. – pedi o encarando. – Eu não pensei nas consequências.

Will passou a mão pelo cabelo, ficou de costas pra mim.

— Por quê? – soltou baixinho.

— Você me deixou sozinha com aquelas pessoas. – acusei.

— Você age como se eu tivesse tido uma porra de escolha! – se exaltou se virando pra mim.

— Você prometeu! – gritei de volta. – Prometeu que me protegeria! Prometeu que iriamos cuidar um do outro!

— Acha que eu não tentei?! Acha que eu simplesmente saí correndo do orfanato sem olhar pra trás?! – gritou de volta. – Eu tentei, tá legal?! Eu tentei te tirar de lá. Quem você acha que denunciou o Orfanato? Quem você acha que contou para desconhecidos tudo que acontecia lá? Eu! – e bateu no próprio peito.

Era a primeira vez que falávamos sobre isso. Sobre o quanto aquele lugar nos machucou e nos tornou o que somos hoje. E era a primeira vez que ele me dizia que o porquê de o Orfanato ter sido fechado.

— Não era só você que odiava aquele lugar. – ele disse mais baixo, se encostando na parede. – Acha mesmo que era fácil pra mim? Acha mesmo que eu gostava daquilo? – então me encarou. Os olhos muito azuis sobre mim. – Foi o que disse ao Mark, não é, que eu gostava de ser abusado?

Fechei meus olhos e respirei fundo.

— Apenas quis que você sentisse o mesmo que eu senti. – falei miseravelmente. Era um motivo tão tosco, que senti vergonha. – Não achei que as coisas ficariam tão sérias.

O mínimo que eu esperava era que Mark humilhasse Will publicamente quando soubesse, mas ele nunca fez isso. Mark apenas manteve Will perto, o prendeu numa teia de chantagem para minha surpresa.

— Ele ainda está com as fotos. – afirmei.

— Claro que está. – disse amargo. – E devo agradecer a você por isso, certo?

Engoli em seco e dei um passo em sua direção.

— Por favor. – falou sem me olhar. – fique longe. Você já fez o suficiente. – então ele se desencostou da parede e passou por mim e antes que ele pudesse passar pela porta do deposito, me pronunciei:

— Contei para o Noah. – o loiro parou instantaneamente.

— O que disse a ele? – perguntou controladamente e percebi que ele fechou as mãos em punho.

— O que acha? – soltei irônica.

— Sua...

— Relaxa. – o interrompi. – Ele não acreditou em nada do que eu disse. – e me surpreendi com o quanto de amargura nessa afirmação. – Noah realmente gosta de você. – baixei os olhos. – Mas isso não é nenhuma novidade, não é? Todos amam o maravilhoso William.

— Elizabeth... – ele disse meu nome com uma delicadeza que eu não estava acostumada. – Me perdoe.

O fitei. O verde no azul.

— Eu não deveria ter ido embora e te deixado. – continuou.

Ainda estou com raiva de você, pensei em dizer. Ainda acordo todos os dias no meio da noite por causa de pesadelos horríveis, ainda não posso dormir com a luz apagada, ainda tenho as cicatrizes na minha pele, ainda sinto nojo de mim mesma, ainda demoro no banho pensando que quanto mais tempo debaixo do chuveiro mais fácil será lavar a sujeira do meu corpo, ainda estou naquele Orfanato, Will. Ainda estou esperando você voltar para me salvar. Mas não disse. Apenas o encarei de volta, incapaz de dizer qualquer coisa.

Eu não podia perdoa-lo assim como ele não podia me perdoar. Nós nos machucamos mutuamente, nos perdemos um do outro. Trilhamos caminhos diferentes, criamos uma nova vida. E ele diferente de mim, seguiu em frente. Talvez eu devesse fazer o mesmo. Mas agora parecia um pouco tarde pra mim. Passei tanto tempo remoendo meu passado, abrindo minhas feridas e me sentindo um nada que agora quando penso no quanto isso tudo poderia ser diferente... apenas me parece que a oportunidade passou.

Me limitei a assenti pra ele. Eu não estava lhe dando o perdão assim como sabia que ele não estava me dando o dele. Mas parecia um começo. Estávamos quitando um pedaço da nossa dívida.

O loiro me deu as costas mais uma vez, mas o chamei e ele parou de novo. Enxuguei meu rosto quando percebi que estava chorando:

— Proteja o Noah. – pedi. – Ele está sempre andando na beira do precipício. – expliquei. – Não quero que ele caia.

E era verdade. Do meu jeito eu me preocupava com aquele garoto sem noção. Ele era tão instável, sempre fazendo a primeira coisa que lhe vinha a mente, sempre sentindo como se o mundo fosse acabar no dia seguinte e sempre sendo tão teimoso. Ele era cheio de vida e eu tinha medo que ele não soubesse lidar com isso. Não queria que ele fosse quebrado, porque era sempre pior para aquelas pessoas que ‘sentiam de mais’ pois tudo para elas era aumentado num grau que pessoas como eu e Will não éramos capazes de sentir. E eu sabia que William tinha plena consciência disso.

— Não quero que ele quebre. – confessei e percebi que o loiro já sabia o porquê de toda essa preocupação da minha parte.

— Vou cuidar dele. – me assegurou.

Limpei mais uma lágrima do meu rosto e respirei fundo. Observei Will sorrir pra mim, acabei sorrindo de volta. Era uma trégua, me dei conta. Estamos dando uma trégua.

O loiro me deu as costas mais uma vez e dessa vez o deixei ir.

***

Mark

Era mais fácil assim. Fechar os olhos, sentir o vento no rosto, deitar num lugar confortável, ficar longe deles. Sim, assim era mais fácil. Bebi um gole do meu suco de laranja e então voltei a fitar o horizonte.

Ficar longe de Dickson era incrível, mas mais incrível era ficar longe de todas aquelas pessoas. Longe dos meus pais. Malditos controlares. Não ir mais a igreja e a aquelas drogas de pregações, não precisar aguentar a constante culpa ou o constante sentimento de errado no meu peito. Sim, ficar longe de tudo aquilo era muito bom. Aqui posso ser eu mesmo, posso pensar o que eu quiser sem que isso seja errado. Posso fantasiar a vontade...

Contemplo mais um pouco o horizonte e o sol se pondo.

Will ia adorar esse lugar, não pude evitar pensar. O modo como a luz se espalha pelo gramado e o ar limpo desse lugar. O loiro ia amar cada pedaço desse lugar. E Emma então, ela iria se derreter inteira apenas com essa paisagem. Sorri ao pensar neles.

Meus amigos. Meus melhores amigos.

— Logo logo vamos estar todos juntos. – falei para mim mesmo e levantei o copo de suco para o alto como num brinde silencioso. – Vamos ficar todos juntos. – sorri mais um pouco antes de dá uma bebericada no líquido.

***

Will

Eu gostava do modo como ele sorria, sempre levantando o lábio superior primeiro para depois mostrar os dentes perfeitamente alinhados como uma criança. Noah tinha essa essência meio infantil nos seus traços, como uma criança que precisasse constantemente de atenção. Essa foi uma das primeiras coisas que me chamou atenção nele: a capacidade dele parecer infantil e tão maduro ao mesmo tempo. Ele tinha esses momentos de criança as vezes, principalmente quando doces estavam envolvidos (ele ama doces) ou quando legumes estavam envolvidos (ele odeia verduras), mas na maioria das vezes costumo atribuir esse comportamento a sua idade. 16 anos. Apenas um ano mais novo do que eu.

— Ahá! – exclamou me tirando dos meus devaneios, o fitei. – Achei! – ele me mostrou um pote de sorvete sabor prestigio.

Revirei os olhos.

— Você não acha que já chega de doces? – soltei e como resposta, ele revirou os olhos, fato que achei adorável, mas mantive minha expressão séria.

— Claro que não. – e tratou de colocar o pote na nossa cestinha do supermercado. – Vamos fazer um viradão de filmes, precisamos de doce para ficar acordados. – argumentou e pegou a cesta e começou a andar na minha frente, suspirei e o segui.

— Não acho que precisamos de doces para ficar acordados. – comentei naturalmente e notei as bochechas de Noah ficando rosadas, dei um sorrisinho com isso.

Era fácil deixa-lo sem graça. Chegamos no caixa. O ajudei a colocar as compras sobre o balcão. A moça do caixa começou a passar as compras. Então aproveitei para olhar em volta enquanto Noah cuidava das compras para o tal jantar de casais, no caso nós e Laura e Mike. Meus olhos acabaram indo parar num garoto que tinha acabado de entrar no supermercado. Eu já o tinha visto várias vezes, mas nunca tínhamos nos falado. No entanto, não era exatamente nele que eu estava de olho, era no seu jeans. Era obviamente de uma marca famosa e o corte era perfeito.

Onde ele comprou aquilo? Me perguntei. Com toda certeza não foi aqui, porque senão eu já teria comprado há muito tempo. Por um momento cogitei ir até lá e perguntar.

— Pare com isso. – Noah puxou a manga da minha camisa. O encarei confuso.

— O quê?

Noah franziu a testa pra mim, me lançou um olhar irritado e pegou as sacolas com as compras e simplesmente me deu as costas. Suspirei e o segui a passos rápidos ainda sem entender o porquê de tanta irritação.

— Ei, ei. – chamei, mas ele não parou.

Simplesmente jogou as sacolas no banco de trás do meu carro e se sentou no banco do carona, ainda com a irritação estampada em cada parte do rosto dele. Suspirei e dei volta no carro, abri a porta do motorista e me sentei em frente ao volante.

— Pode dirigir. – mandou depois que não fiz nenhum movimento para ligar o carro.

— Só vamos sair daqui quando você me contar o porquê dessa cara. – declarei e Noah se limitou a olhar para o outro lado, os braços cruzados. – Estou esperando. – me sinto como um pai dando uma bronca no filho encrenqueiro.

Noah suspirou.

— É que... é um motivo ridículo. – acabou dizendo e baixou a cabeça. – apenas esqueça.

Ergui uma sobrancelha, mas acabei balançando a cabeça e coloquei a chave na ignição. Liguei o carro, mas não sai do lugar porque repassei mentalmente o que tinha acontecido no supermercado e logo a ficha caiu. Não pude impedir que um sorriso aparecesse no meu rosto.

— Está esperando o quê? – Noah me fitou confuso por eu ainda não ter saindo com o carro dali.

— Ficou com ciúmes. – declarei.

Noah desviou os olhos imediatamente.

— Bom,,, é. – disse coçando a nuca.

Então lembrei do que Elizabeth tinha dito, sobre o Noah sempre estar andando na beira de um precipício. Ele sempre estava se deixando levar pelas emoções. O moreno deve ter visto meu olhar pra cima daquele garoto e pensado que eu estava interessado, ao constatar isso me senti culpado. Então numa forma de reparar meu erro, me inclinei em direção a Noah e segurei seu rosto. O beijei. Era meu pedido de desculpas.

Não vou te quebrar, prometi a mim mesmo. Nunca vou te machucar.

Era a promessa silenciosa que eu tinha feito a Elizabeth e agora a estava repetindo a mim mesmo e a ele, mesmo que Noah não pudesse ouvir.


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Notas finais do capítulo

Então, ne.
Não sei como exatamente ficou esse capitulo. Mas eu particulamente gosto dos povs da Liz e do Will.
No pov da Liz, eu meio que queria mostrar como exatamente ela é. O que ela sente e qual era exatamente o problema dela com o Will.
Não sei se ficou claro os motivos dela, mas qualquer duvida perguntem.
E quanto ao Mark... bom, é o Mark ne. Ele nunca foi muito normal mesmo. Mas deu para perceber que ele é meio obcecado pelo Will e a Emma, além de ter uma relação nada boa com os pais.
Bom, é isso.
No proximo, temos o Noah de volta com a narração e o tão esperado jantar na casa dos pais do Will e a noite na casa do Noah.
Vai rolar umas coisinhas lá (aquela carinha) rsrs.
Ah, queria agradecer a todos que leem a fic. Muito obrigada!!!
Somos 101 agora. E seria incrível se os fantasmas aparecessem pelo menos uma vez.
XOXO XOXO XOXO.
até. o/



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