Antes que novembro acabe... escrita por OmegaKim


Capítulo 18
Dezessete - Meu pai decide ter “aquela conversar.”


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, to aqui morrendo de sono rsrs... vim postar antes que as aulas comecem pra valer.
Boa leitura. bem vindos galera nova.
Aproveitem!!!



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Dezessete – Meu pai decide ter “aquela conversar.”

Tive sonhos estranhos, cheio de cores e sensações, nada que fizesse realmente algum sentindo. E a primeira coisa que me dei conta quando começava a acordar, foi que minha cama estava muito macia. Virei de lado e abri os olhos vagarosamente, sem realmente querer abrir. Abracei o travesseiro e afundei meu rosto ali quando percebi que já era dia. Não queria me levantar. Mas então suspirei contra o travesseiro e depois respirei bem fundo e virei de barriga para cima. Fitei o teto e pisquei, meio confuso.

Onde estão minhas fotos?

Me sentei num rompante e como consequência minha cabeça doeu e o quarto girou por uns breves segundos.

– Aí. – reclamei levando a mão até minha cabeça e fechei os olhos, respirei fundo ao passo que as lembranças da noite anterior começaram a vir. – Merda. – murmurei quando lembrei do beijo que Matt me deu.

Abri meus olhos, fitei o lençol que cobria minhas pernas. Eu não conhecia aquele lençol. Então olhei em volta. As paredes eram de uma cor diferente, azul-claro e tinha alguns pôsteres colados ali. Algumas bandas de rock que eu conhecia, pôsteres de filmes que eu nunca tinha assistido e na parede ao lado direito da porta, havia um mural. Me levantei e andei a passos lentos até lá, porque minha cabeça estava dando pontadas a cada passo. Era como se existisse alguém dentro do minha cabeça batendo com uma marreta contra meu crânio, querendo sair. Provavelmente foi assim que Zeus se sentiu quando Atena estava tentando sair da sua cabeça.

Cheguei até o mural e observei as coisas que havia ali. Em grande maioria eram fotos. Fotos de Emma e Mark mais novos e definitivamente mais felizes, havia fotos de paisagens. Árvores, o sol, uma praia deserta. Reconheci o irmão de Will, Liam. Havia também desenhos, mas eram desenhos de criança. Percebi pelo modo com as linhas eram tortas e tudo era desproporcional. E ali, meio escondido atrás de um dos desenhos, havia uma foto minha. Fiquei encarando aquilo, a surpresa tomando conta de mim. Olhei em volta mais uma vez e agora tudo aquilo fazia um pouco mais de sentido. Esse não era meu quarto e não só porque eu nunca arrumaria meus livros daquele jeito ou porque não havia roupas minhas jogadas no chão, mas sim porque eu nunca teria uma foto minha no meu mural. Fitei mais um pouco aquela foto.

Me dei conta de que ela foi tirada no começo do ano letivo. O eu da foto estava encostado no armário da escola, no corredor. O rosto numa expressão raivosa, os braços cruzados. Eu estava pronto para uma briga. Parei de olhar para aquilo e olhei em volta mais uma vez. Uma ideia de quem pertencia esse quarto começou a se formar na minha cabeça, mas não podia ser. Quer dizer, podia? Podia esse quarto pertencer a Will e ele ter uma foto minha de antes de nos conhecermos oficialmente? Eu sabia que ele era meio controlador e um pouco possessivo, mas isso não quer dizer que ele, tipo, investigou minha vida, certo?

Então a porta se abriu e todas as minhas perguntas foram respondidas.

Will entrou no quarto de costas, percebi que ele trazia uma bandeja nas mãos e quando se virou de frente. Olhou para a cama confuso, eu continuei parado onde estava e cruzei os braços.

– Oi. – falei.

O loiro rapidamente ficou de frente para mim e notei que na bandeja que ele carregava, havia uma tigela com uma colher dentro. Seu rosto estava sério, apesar de existir um hematoma no lado direito do seu rosto e o lábio inferior está partido, proveniente da briga com Matt.

– Você acordou. – disse o obvio e eu descruzei os braços. – Trouxe seu café da manhã. – e não havia nada do costumeiro tom gentil na sua voz, que eu tinha me habituado a escutar.

Dei um passo em sua direção, meio incerto meio arrependido da coisa que eu tinha feito na noite passada. Confesso que fui um idiota, mas também confesso que não pude me segurar. Sou uma pessoa naturalmente impulsiva e bastante insegura quando o x em questão é Will. Eu estou completamente apaixonado por esse garoto e ao mesmo tempo que quero viver cada segundo desse sentimento, também estou com medo de me machucar. É tudo tão novo e tão intenso, que não posso evitar ficar com medo. Com medo de que ele se canse de mim, que veja que existe alguém melhor do que eu por aí...

– Me desculpa. – acabei dizendo.

Will colocou a bandeja em cima da cama. Ele parecia controlado e tão sério, que tive vontade de gritar. Mas eu sabia que se começasse a gritar agora as coisas não iam acabar bem, porque por incrível que pareça eu já tinha entendido como Will funcionava. É claro, havia algumas coisas que eu não conseguia ler nele, mas há momentos como agora em que ele está com tanta raiva de mim que sei que confronta-lo não vai dá em nada. Ele pode ser indiferente quando quer, essa é uma das qualidades dele que eu mais odeio.

– Só coma alguma coisa. – falou depois de um silêncio esmagador. – Depois te levarei para casa.

Deu as costas para mim e se dirigiu até a porta ao passo que eu sentia como se alguém estivesse colocado pedras no meu estômago. Ele não podia sair assim sem nem ao menos olhar no meu rosto direito, ele não podia me deixar aqui como se eu não significasse nada.

– Will. – andei até ele e segurei o seu braço.

O loiro olhou para minha mão agarrada ao seu braço e na minha vergonha, soltei.

– Não vai. – me forcei a verbalizar.

Então Will finalmente abandonou a sua pose de indiferença:

– Que droga, Noah! – exclamou e me encolhi, tamanho a minha culpa. – O que estava pensando?! – se referiu ao ocorrido na noite passada.

– Não sei. – falei, minha voz carregada de incerteza. – Eu só... não sei. Me comportei como um idiota, eu sei. Mas em uma hora você estava lá com aquele garoto e na outra Liz estava ao meu lado com aquela bebida em mãos. – suspirei. – Apenas não pude evitar.

– Bebeu algo que Elizabeth te ofereceu? – abaixei a cabeça em resposta. – Não pode sair por aí bebendo coisas que te oferecem. Aquilo podia ter te matado, sabia? – era incrível a capacidade que ele tinha de parecer bravo e preocupado ao mesmo tempo.

Então a ficha caiu.

– Mas me deixou drogado. – constatei. Isso explica o fato de eu ter ficado tão tonto e tão rápido

Will bufou e observei ele passar os dedos pelo cabelo, bagunçando os fios dourados. Ficou de costas para mim.

– Já falei para você que essas coisas não fazem bem, por que ainda insiste em usa-las?

– Eu só fiquei com raiva e quis descontar em alguma coisa. – confessei de uma vez.

– Você é um maldito idiota, Noah. – disse e agora ele estava realmente bravo, me afastei um passo dele. – Se comporta como uma criança. Será que você não pode pensar nenhum pouco nas consequências dos seus atos?

– Olha, não preciso do seu sermão. – me enraiveci.

– Viu? É disso que estou falando! – e apontou pra mim. – Você é infantil demais, acha que tudo está sempre girando a sua volta, não pensa nas consequências do que faz. No fim, você não passa de uma criança mimada brincando de gente grande.

O encarei, incapaz de entender porque ele estava falando assim comigo. Tudo bem, que Will estava com raiva por eu ter ficado drogado na festa e feito uma merda bem grande. Mas isso não dava lhe dava o direito de me tratar assim, de dizer essas coisas para mim como se eu fosse a porra de um dos seus amigos alienados do interior. Trinquei meus dentes. E dei um tapa no dedo que ele apontava pra mim.

– Não aponte a porra do dedo para mim! Não sou um dos seus amiguinhos que você usa até não querer mais. – disse e dei um passo em sua direção. Ele não se mexeu, estava claramente me desafiando. – Não sou a droga de uma criança mimada! – exclamei. Por acaso ele achava que minha vida era um mar de rosas? – Você não tem o direito de dizer nenhuma dessas coisas, não conhece minha vida! – eu tinha clara consciência de que estava falando um pouco alto demais, mas não podia evitar, porque assim como a impulsividade me vinha naturalmente a raiva também me vinha. – Só porque você é o garoto de ouro da cidade, o garoto perfeito e todos parecem te adorar, isso não te dá o direito de falar comigo desse jeito como se fosse o dono da verdade. – soltei o ar e capturei os olhos dele sobre mim, muito azuis e muito irritados – Já pedi desculpas. Sim, eu fui um idiota imprudente. Mas o que queria que eu fizesse? Me sentir inseguro quando te vi com aquele garoto, eu só quis eliminar aquela sensação horrível que estava crescendo dentro de mim.

O olhar de raiva dele se suavizou um pouco sobre mim, mas aquela irritação ainda se mantinha lá.

– Isso não elimina o fato de que beijou Matthew. – disse simplesmente.

– Droga, Will! Eu estava drogado. Não tinha a menor ideia do que estava fazendo.

– Mas pelo visto você lembra muito bem. – cruzou os braços e torceu a boca em desagrado.

Respirei fundo.

– Agora quem está sendo um idiota é você. – constatei e cruzei os braços também.

Will apertou os olhos para cima de mim.

– O que quer dizer?

– Will, estou completamente apaixonado por você. Como pode pensar que eu quero alguma coisa com Matt? – soltei a coisa mais óbvia desde que o chamei para sair ontem. Eu estava completamente apaixonado por esse loiro irritante metido a sabe-tudo.

William descruzou os braços e alguma entre surpresa e incredulidade passou por seu rosto.

– O que disse? – acabou perguntando, a voz hesitante. Nada da raiva de antes.

– Estou apaixonado por você. – disse mais uma vez, descruzei os braços, e dessa vez havia mais certeza na minha voz.

Dei um passo em sua direção e segurei o seu rosto, encostei minha testa na sua. Will não se afastou, na verdade ele passou os braços a minha volta e me trouxe para mais perto e de olhos fechados, sussurrou:

– Não pode estar falando sério.

– Estou. – sussurrei de volta. – Não acredita em mim?

– Não é isso, é apenas que tenho me perguntado durante esses meses todos se você seria capaz de sentir algo por mim. E agora está me dizendo que sente e... – ficou calado.

– E? – incentivei, minha curiosidade ganhando força.

– Estou apaixonado por você há tanto tempo. – declarou por fim e a boca dele estava muito perto da minha, eu podia beijá-lo agora. Mas uma coisa me veio a mente.

– É por isso que tem uma foto minha no seu mural?

– O-o que? – Will se afastou de imediato de mim, o seu rosto coberto de vergonha, como um garotinho que foi pego comendo os doces antes do jantar. – Do que está falando? – colocou a mão na nuca e desviou olhos de mim.

Ergui uma sobrancelha em desconfiança pelo comportamento que ele estava apresentando. Então uma lembrança bem antiga emergiu na minha mente. A vez que em Will ligou para minha casa dizendo que aceitava me dá as aulas de reforço, mas acontece que eu não tinha lhe dado o número de telefone da minha casa assim como não tinha dado a ninguém e até agora eu ainda não tinha parado para pensar nisso, no entanto a resposta para isso estava vindo devagar até mim. Franzi a testa e perguntei:

– Will, andou investigando a minha vida?

– Por que acha isso? – ele soltou nervoso e ainda não olhou pra mim.

Então entendi tudo e comecei a rir, mas ri tanto que minha barriga começou a doer.

– Meu Deus. – falei depois que me recuperei da minha crise de risos. – Investigou minha vida inteira, não foi? – mas não havia nada de hostil na minha voz, só diversão. – Estava tão afim de mim assim?

– Eu só quis saber quem era você, Grace. – ele disse, mas ainda parecia levemente constrangido. – Não estava afim de você coisa nenhuma, era só curiosidade. – se defendeu.

Balancei a cabeça meio rindo e fui até ele.

– Pare de rir. – mandou, mas logo ele começou a rir também. Então o beijei. Will passou os braços a minha volta e me trouxe para mais perto.

– Você é um fofo. – acabei dizendo a ele o que Bianca sempre dizia para mim.

– Não sou fofo. – disse e voltou a me beija.

– Stalker fofo. – falei e acabei rindo contra os seus lábios.

– Não. – falou e seus lábios desceram para meu pescoço, fechei os olhos e suspirei com isso. Parecia que ele tinha acabado de achar meu ponto fraco. O trouxe para mais perto e logo senti seus dentes rasparem a pele ali, e como resposta meu corpo inteiro se arrepiou. – Acha isso fofo? – perguntou, a voz baixa e a respiração batendo quente contra minha pele.

Minha mente estava meio enevoada, mas eu ainda tinha presença de espírito. Por isso falei apenas para provocar:

– Sim.

Então mais rápido do que eu podia prever, Will me encostou na parede. Minhas costas bateram contra a parede, mas não havia nenhuma dor porque logo em seguida ele me beijou. Aceitei o beijo, incapaz de afasta-lo. Em parte porque não queria e em parte porque cada parte do meu corpo tinha começado a pedir por mais. Os lábios dele se mexiam contra os meus e meu cérebro começou a virar geleia, porque de repente eu não sabia mais onde estava e nem porque tínhamos brigado antes. Existia só a boca de Will na minha, meu corpo colado no dele e aquele calor que só parecia aumentar. Mas na medida que o calor aumentava mais eu queria Will perto. E foi aí que meu corpo começou a trabalhar por si só, já que meu lado racional tinha ido para algum lugar inalcançável.

Minhas mãos entraram por baixo da camisa de Will e tocaram sua pele, em resposta Will suspirou contra minha boca e mordeu meu lábio inferior e isso fez com que eu segurasse seu quadril e o trouxesse para mais perto. Afundei a ponta dos meus dedos na sua pele e ele me prensou mais contra a parede. Estávamos tão perto, mas cada parte de mim continuava pedindo por mais e mais. Minha cueca estava se tornando apertada na medida que essa vontade crescia. Eu queria contato, queria sentir sua pele contra a minha, queria sua respiração misturada com a minha... não sabia de onde vinha esse desejo de estar tão perto assim de alguém. Nem mesmo quando estava namorando com Bianca chegamos a isso. Com ela era só beijos simples e passeios de mãos dadas. Não tinha nada dessa intensidade que eu estava provando com Will e definitivamente não havia nada dessa necessidade de tocar e sentir.

O loiro colocou as mãos por dentro da minha camisa e tocou meu abdômen, em resposta ao seu toque enfiei meu rosto na curva do seu pescoço e deixei que ele descobrisse os traços do meu corpo. O loiro deslizou os dedos pela minha barriga e foi descendo. Senti quando seus dedos buscaram o cós da minha calça. Eu sabia o que ele queria fazer e – nossa! – meu corpo inteiro estava pedindo por isso. “Me toque, me toque, me toque” era tudo que meu corpo implorava. Mas o loiro parou, ele não retirou os dedos do cós do meu jeans, mas também não seguiu em frente. Entendi que ele estava pedindo permissão, perguntando silenciosamente se podia continuar ou não. Beijei seu pescoço e o escutei suspirar, e como minha resposta desci meus dedos até o cós da calça dele.

– Noah. – ele arfou meu nome.

– Só me deixe te tocar. – falei e desabotoei sua calça, abri seu zíper. Desci seu jeans e a boca de Will caiu sobre a minha mais uma vez ao passo que eu sentia ele fazer o mesmo comigo.

Coloquei minha mão dentro da sua cueca e meio incerto segurei seu membro. Will gemeu contra minha boca e num ato impulsivo, mordi seu lábio quando senti ele fazer o mesmo comigo. E me dei conta de que eu estava tão duro quanto ele. Então ele começou a deslizar sua mão de cima para baixo no meu pênis. Me limitei a enfiar meu rosto na curva do seu pescoço enquanto ele continuava com os movimentos e então comecei a repetir os seus movimentos. Logo, eu estava masturbando Will.

O loiro gemia contra meu ouvido e vez ou outra acabava mordendo a pele exposta do meu pescoço e clavícula. Mas eu não podia culpa-lo, eu também o estava mordendo toda vez que um gemido muito alto parecia querer escapar da minha boca. Em algum momento procurei sua boca e nossas línguas se encontraram. Me deixei levar pelas sensações que ele me proporcionava. Nunca tinha imaginado que esse tipo de sentimento podia existir e podia ser tão intenso como estava sendo agora, pois cada parte do meu corpo estava vibrando e tudo ao meu redor era feito de calor. E o fato de Will estar me tocando de uma maneira tão intima só fazia o calor aumentar e a sensação de completude crescer dentro de mim. E eu o tinha ali, tão perto e estávamos dando prazer um ao outro. E isso era tão bom, que não pude me segurar por muito tempo, assim como ele...

Will enfiou seu rosto na curva do meu pescoço quando o ápice veio, ao passo que eu fazia o mesmo com ele. Descansei meu rosto ali enquanto normalizava minha respiração e sentia a respiração quente dele bater contra minha pele. Will me abraçou e eu fiz o mesmo. Acariciei seu cabelo de olhos fechados. Então ele levantou seu rosto e procurou o meu, segurou meu queixo com delicadeza e me beijou. Tocou meus lábios vagarosamente como se eu fosse uma ilusão que o vento levaria a qualquer momento, era como se ele estivesse com medo que eu quebrasse. Apreciei esse cuidado, apreciei a delicadeza com que seus lábios tocaram os meus depois de todos os beijos profundos e selvagens que tínhamos trocado antes.

– Gosto dos seus lábios. – ele disse baixinho e eu sorri.

– Eles também gostam de você. – ergui minha mão e toquei-lhe o rosto, o lado direito que estava machucado.

Will fechou os olhos com meu toque, mas logo depois os abriu. Estavam de um azul clarinho como as paredes do seu quarto.

– Acho que precisamos de um banho. – comentou divertido e num súbito momento de vergonha escondi meu rosto corado na curva do seu pescoço, porque só agora eu estava tomando consciência do que tínhamos feito, do modo como tínhamos nos tocado. – Você pode ir primeiro. – acariciou meu cabelo e gostei da sensação de ter os dedos dele ali.

– Ou podemos ir juntos. – dei voz ao meu desejo secreto, acho que meu cérebro ainda não estava funcionando. Eu ainda estava no modo “ardente de paixão”.

– Ou podemos ir juntos. – concordou e logo estávamos dividindo o chuveiro do banheiro que ficava no seu quarto.

Uma parte minha dizia que eu estava indo rápido demais, mas a outra só queria aproveitar. Acabei dando ouvidos para a segunda parte, porque eu não sabia até quando isso ia durar, se no dia seguinte eu não ia sentir mais nada por ele ou se na semana seguinte nós íamos nos odiar. A verdade, era que eu simplesmente queria aproveitar todo aquele sentimento, queria beber daquela paixão enquanto fosse possível. Era tanta vida explodindo nas minhas veias, as sinapses do meu cérebro estavam funcionando com mais afinco do que antes. Isso que Will me proporcionava era melhor do que qualquer droga que eu já tenha usado. Era melhor do que qualquer coisa. Will me proporcionava vida e isso era mais do que eu podia querer.

###

– Pode ir contanto tudo! – Kate exigiu depois que cheguei em casa e me sentei no sofá. Quieto e pensativo.

Eu nem ao menos sabia que ela e os outros ainda estavam hospedados na minha casa, mas pelo visto sim. A garota tinha surgido de lugar nenhum e se jogado do meu lado no sofá. Observei suas feições e notei o brilho extremo nos seus olhos azuis denunciando que estava apaixonada, eu sabia porque era o mesmo brilho que via nos meus olhos quando me olhava no espelho.

– O que? – soltei meio distraído, minha mente ainda estava enevoada pelo beijo que Will me dera antes de me deixar entrar em casa. O loiro havia me deixado em casa depois que tomamos banho e ele me fez comer o cereal, que o mesmo havia trazido como meu café da manhã.

– Não faça essa cara de bobo. – ela disse e então sorriu maliciosa. – Você dormiu na casa do Will. Tem que me contar o que rolou lá.

Desviei os olhos dos dela. Esse era um assunto íntimo, eu não queria sair por ai contando o que havia acontecido entre eu e Will hoje de manhã. Era algo nosso, algo que tínhamos compartilhado.

– Eu estava drogado, não aconteceu nada. – optei por dizer, o que de fato não era de todo mentira. Depois que ele me levou da festa realmente não aconteceu nada.

Kate estreitou os olhos para cima de mim e eu sabia que ela estava procurando alguma coisa no meu rosto que denunciasse que tinha, sim, acontecido algo.

– Vocês transaram. – constatou do nada.

– Não! – me defendi de imediato, o que era bem verdade.

Não tinha rolado algo como sexo. Foram só toques, caricias embaixo do chuveiro, beijos profundos... nada como sexo, do jeito que Kate estava pensando.

– Não aconteceu nada disso. – falei. – Nós só... – fiquei meio envergonhado e coloquei a mão na nuca, olhei para baixo.

– Vocês só...? – incentivou e peguei na sua voz a curiosidade, estampada em cada parte de si.

– Estávamos nos conhecendo. – optei por dizer e Kate começou a rir ao passo que eu corava até o dedo mindinho.

Então a porta se abriu e uma Bianca com cara de sono, cabelo bagunçado e roupa amassada entrou.

– Opa. Pelo visto não foi só o Noah que teve uma noite agitada. – Kate comentou e cruzou os braços, mas não parecia nenhum pouco brava, para falar a verdade tinha um certo tom de diversão estampado nela, em cada fala dela, em cada gesto que ela fazia.

Estreitei os olhos para cima dela.

– E você também pelo visto. – falei, pois já tinha uma leve certeza do que tinha acontecido com ela depois que Will me tirou da festa.

Kate corou na hora ao passo que Bianca tirou os saltos, os jogou no canto e se sentou ao meu lado no sofá. Agora eu estava entre as duas garotas.

– Podem ir contando. – mandei, a curiosidade tomando conta de mim.

As duas suspiraram e falaram ao mesmo tempo:

– Eu e Derek dormimos juntos. – disse Kate.

– Dormi com a Emma. – disse Bianca.

E meu queixo caiu.

– Sua vez. – Bianca mandou e Kate me lançou um olhar mandão.

Bufei.

– Will e eu estamos nos conhecendo.

A loira e a morena estreitaram o olhar para cima de mim.

– Parem de me olhar assim. Estou falando a verdade.

– Quando você diz conhecendo, quer dizer conhecendo daquele jeito? – Kate se esforçou para ser cuidadosa, mas peguei a essência da pergunta. Acabei corando.

Bianca arregalou os olhos e tapou a boca aberta com a mão.

– Fala sério. – a loira disse.

– Nem vem com essa. – decidi tirar o foco de cima de mim. – Você dormiu mesmo com a Emma? Tipo, a Emma? – e eu imitei as formas do corpo dela com as mãos e dessa vez foi a Bianca que corou.

– É, essa Emma.

E dessa vez Kate tapou a boca com a mão.

– Fala sério. Como isso aconteceu?

Bianca deu de ombros.

– Não sei. Ela veio falar comigo, nós conversamos e quando dei por mim já estávamos no quarto dela. – então lembrei que não havia mais visto Emma e nem Bianca depois que comecei a ficar doidão. – Mas e você, dona Kate?

– O que tem eu? – Kate se fez de desentendida, cruzei os braços e ela bufou. – Só aconteceu.

– E como foi? – Bianca se apressou em perguntar.

– Foi muito bom. – a morena respondeu com um sorriso bobo no rosto. Balancei a cabeça e me levantei.

– Eu vou dormir. – declarei, porque estava com uma dorzinha de cabeça chata proveniente daquela maldita bebida.

– Vou com você. – Bianca se levantou.

– Eu vou comer alguma coisa. – Kate disse e Bianca não pôde resistir:

– Vai mesmo, tem que repor as forças depois de ontem.

– Vai se ferrar! – a morena exclamou e seguiu para a cozinha rindo ao passo que eu e Bi também riamos.

Subimos para o meu quarto, me joguei na cama de imediato enquanto Bi foi tomar um banho, quando ela terminou se jogou na cama junto comigo. Ficamos deitados um do lado do outro, olhando pro teto.

– Vai ter que colocar uma foto do Will aí. – ela apontou para meu agrupamento de fotos coladas no teto.

– Acho que sim. – suspirei.

– Então, vocês estão namorando?

Pensei antes de responder, porque eu não tinha uma resposta para isso. Nenhum de nós dois tinha pedido o outro, estávamos apenas nos conhecendo e nos curtindo. Sem rótulos, sem cobranças.

– Não sei. Estamos apenas nos conhecendo. – respondi.

– Mas você sabe que ele está apaixonado por você, não sabe? – e virou de barriga para baixo e olhou para mim, seus pés balançando no ar.

– Está? – soltei apenas para saber o que ela ia dizer.

Bianca se deitou com a barriga para cima outra vez e começou a falar:

– O jeito que ele olha para você, é como se ele estivesse olhando para a oitava maravilha do mundo e também o jeito que ele me olhar quando estou perto de você denuncia isso.

Franzi a testa.

– Como assim o jeito que ele te olha?

– Nunca percebeu? – neguei e ela sorriu. – Ele me fuzila com os olhos toda vez que nos ver juntos. Por acaso contou algo a ele?

– Não... – mas então lembrei que o loiro tinha investigado minha vida inteira, o que significava que ele sabia que Bianca era minha ex-namorada. Segurei uma risada.

Ciumento.

– Acho que ele sabe que namoramos.

– Ah, isso explica. – e a loira riu. – Seu boy magia é muito ciumento.

Então estávamos os dois rindo como idiotas.

– Você e Emma, né? – falei depois de um tempo em silêncio.

– Não quero pensar no que isso vai dá. – ela disse e suspirou. – Deixa rolar.

– Mas você gosta dela?

A loira deu um sorrisinho mínimo e assentiu.

– Gosto. – acabou dizendo.

– A minha garota está apaixonada! – exclamei e fiz cócegas na sua barriga.

– Há-há – riu e me empurrou. Me deitei ao seu lado ainda rindo e deixamos as risadas se desvanecerem aos poucos, então Bianca se aconchegou em mim e dormiu, acabei seguindo o mesmo caminho.

###

Estávamos de férias. Sim, era oficial. As mais esperadas férias tinham finalmente chegado e com ela veio a despedida dos meus amigos. A escola inteira compareceu no auditório para se despedir dos alunos de Los Angeles e confesso que fiquei triste e sabia que no dia seguinte, quando eles pegassem o ônibus para longe de Dickson, eu ia acabar soltando uma lagrimazinha porque ninguém é de ferro. Mas a verdade era que eu tinha um plano: implorei ao meu pai para me deixar passar as férias em Los Angeles com Vovó e com Vovô e com Maya. Até agora ele estava pensando, mas eu tinha muitas expectativas de que ele deixasse.

– Vai sentir nossa falta? – Dan perguntou enquanto arrumava sua mala.

– Claro que sim. – falei.

– Ah, não chore agora Noah. – Kate apareceu na porta do banheiro com a escova de dentes na mão.

– Não vou chorar, estou guardando as lágrimas para amanhã. – disse.

– Que isso, homem. – Derek surgiu e tocou meu ombro. – Você tem que ser forte, pelas garotas.

– Rá. Pelas garotas nada. – Bianca entrou no meu quarto. – É capaz de você e Dan chorarem mais do que o Noah. – ela se dirigiu a Derek e eles entraram numa discussão sobre quem ia chorar mais amanhã.

– Noah. – escutei e me virei em direção a voz, era meu pai. Parado na porta ele parecia um pouco preocupado.

– Oi? – respondi.

Ele fez um gesto para que eu o seguisse. O segui. Desci a escada no encalço de papai e logo ele se sentou no sofá, me sentei ao seu lado e só então notei sua expressão séria. Será que fiz algo de errado?

– Então, eu estive pensando no que me pediu – começou e olhou bem para mim. – sobre ir passar as férias em LA.

– O que decidiu? – perguntei afoito.

Diga sim!

Papai soltou um suspiro e então disse:

– Tudo bem. Você pode ir.

– Fala sério! – acabei exclamando e o abracei.

– Opa. – ele disse já que foi pego de surpresa pelo abraço. Ele retribuiu meio desajeitado.

– Obrigado! – o soltei e me pus de pé. – Preciso contar para Bianca e os outros que vamos juntos para Los Angeles e preciso fazer minhas malas. Acha que devo levar algum casaco ou não? Será que está fazendo frio lá? – falei muito rápido, a animação por não ter que me despedir dos meus amigos se fazendo presente.

Mike se pôs em pé e me segurou pelos ombros.

– Calma, Noah. – ele disse e me fez sentar de novo. – Ainda não terminei.

– Não?

– Não. – então sentou ao meu lado. – Faz um tempo que quero conversar com você sobre isso. – comecei a esperar pelo pior. – Sabe, desde que você entrou na adolescência – Ai, meu Deus. Ele não pode estar querendo ter ‘aquela conversar’ agora, não é? – venho querendo conversar contigo sobre as mudanças que essa fase trás. Filho, quando um garoto começa a se tornar um homem...

Abaixei a cabeça.

– Pai, não precisa fala sobre isso. – falei.

– Mas é importante que tenhamos essa conversar. – ele argumentou. – Eu sou médico e pai, sei como essa fase pode ser confusa e estressante.

– Sério, pai. – insistir. – Tá tudo bem. Eu já sei.

– Já sabe? – soltou meio confuso.

Assenti. Então ele soltou o ar aliviado.

– Então, está tudo bem. Tenho só que te entregar isso. – ele enfiou a mão no bolso da frente da sua bermuda e tirou algumas coisas de lá, de primeiro pensei que eram balas mas então ele estendeu pra mim e fiquei encarando aquilo, embasbacado. Eram camisinhas.

– O-o que...? – gaguejei.

– São camisinhas. – papai explicou e parecia um tanto envergonhado. – Pra quando você... sabe. – e como não peguei as camisinhas, papai as colocou na minha mão. – Achei que ia precisar já que você e Will, bom... – não pude evitar corar e abaixei o rosto. – estão namorando e você até mesmo já dormiu na casa dele.

Eu e Will não estávamos namorando, mas achei melhor não corrigi-lo sobre isso. Afinal, eu estava ocupado demais morrendo de vergonha.

– Hum, sabe como usá-las? – papai perguntou quando fiquei em silêncio por tempo demais. – Por que se não, eu posso te dizer como...

– Não precisa! – falei um pouco alto demais e me pus de pé muito rápido. Minhas bochechas queimando.

– Sério? – ele me avaliou meio envergonhado também.

– Sério! – assenti. – Eu, hum... meio que já sei. – confessei. Mas eu sabia na teoria.

– Ah. – Mike se pôs de pé, colocou as mãos nos bolsos. – Então, tudo bem.

Apertei as camisinhas na minha mão e ambos devíamos os olhos envergonhados.

– Eu vou arrumar minha mala. – e comecei a me afastar.

– Vou fazer o jantar. – declarou e andou mais que rápido até a cozinha enquanto eu corria até a escada e de lá pro meu quarto.


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Notas finais do capítulo

To com tanto sono que nem sei o que dizer aqui... então é isso.
Espero que ceninha hot deles não tenha ficado um lixo, pq não sou muito boa nisso mas eu quero deixar claro, que me esforcei nela. Ok?
Ah e quanto aos comentarios, vou responde-los no fim de semana, eu acho... se eu não for trabalhar no fim de semana, eu respondo.
Boa madrugada!
e Até.
PS: Não foi na biblioteca Whit Allgood, mas rolou uma cena hot rsrsrs... :)))