A nostalgia era quase póstuma, embora eu ainda estivesse ali. Era algo involuntário, inconsciente e por mais que eu tentasse focar-me no mar ou no céu, somente momentos fragmentados iam e vinham dentro de mim... A mesma coisa parecia acontecer com ele que se encontrava isolado em outro canto, meio pensativo.

Esperávamos que o espírito de escolho fosse emergente e necessário, no entanto, ainda não era. Parecia muito com o respirar ou o bater do coração: uma vez notado, por um tempo, ficava impossível impedi-lo e não desejar que parasse. Contudo, para isso, precisávamos ter certeza, o que na verdade, nós também não tínhamos...

Não haverá um dilúvio; só afundaremos se saltarmos. Ele comentou e riu. Tão óbvio e tão difícil... E eu ri também. Por um segundo, não respirei e nem pude ouvir meu coração bater! O que você vai fazer? Ele perguntou e eu desviei o olhar. Vi o mar em sua calmaria forçada; cedida ao vento. Pela areia – muito longe – alguns ossos estavam empilhados. Mas havia mais que isso, eu sabia; o que era petiz demais para ser visto tinha sido ignorado e abandonado.

Eu balancei a cabeça, virando para ele e sorri. Definitivamente não aguentava mais.