O silêncio era perturbador. Eu me forçava a rompê-lo, mas ele insistia... Com palavras. Com vozes inaudíveis que eu, no entanto, ouvia, mas não conseguia responder. Sequer tentei dizer algo. Estava paralisada e ele com muita pressa. Eu me sentia presa e inteiramente vazia. Não me importei em vê-lo continuar sem mim.

Eu conseguiria alcançá-lo se quisesse. Eu queria? Não. Ele gargalhou. O que está errado? Vamos, levante. Falta pouco... Ele estendeu a mão. O que está errado? Você está com medo? Não disse nada, embora ele soubesse. Eu não entendo... Calou-se antes de terminar. Tudo o que falou parecia ser realmente verdadeiro. Eu quase achei que ele voltaria, contudo a única coisa que fez foi sentar e me observar.

Seus olhos estavam vermelhos e o choque que eles causaram em mim parecia ser insuportável. Eu deixei de ser resiliente! Não conseguiria mais voltar para o começo. Na verdade, havia momentos em que eu nem mesmo sabia se aguentaria chegar até o final.

Chorei junto com a garoa e ele estendeu outra vez a mão. Ergui os olhos e ele sorriu antes de me puxar para o seu lado e dizer: eu odiaria ir sozinho até a ponta... Então, obrigado.