“Blue Angel”. Uma beretta prateada, antepor à noite de Hozier, minhas balas sacramentais, depuseram os mais infames perpetradores em maus lençóis. Depois que o mar se vai, você finalmente pode dormir, porém nem sempre o mundo segue suas próprias regras e naquela madrugada, ele resolveu não seguir.

Minhas pálpebras trepidavam, causavam maremotos nos meus ignotos oceanos mentais, a velha lembrança retornava com um nova roupagem, prada, carregando um uísque na mão esquerda, um orgulho sórdido e lúgubre.

Os corpos que já haviam repousado na minha cama, não estavam mais ali e as nuvens próximas só rezavam pelo fim da vigília, para que pudessem rasteiramente partir, chamavam seus caçulas para buscá-las.

O frio que entrava pela janela rebobinou o chão polar, meu sangue se misturando as poças de desalento, poderia, por um erro do destino, meu corpo jazer na manhã seguinte... Não os braços que me acolheram da escuridão.

Minha mão ao relento, tentando alcançar o cabelo que sobrou de Olívia.

Existe maior tormenta enviada pelo universo que ser sentenciado a ver cada léu duma vida se esvair defronte si?

A maior ironia é ter que reconhecer o corpo para a polícia que prestou serviços, infames, sagrados e onipotentes. Beretta sanguinolenta.