Meu pai, com seu andar encabulado por causa dos lençóis manchados, ordenou-me para encontrá-lo no seu sub-escritório. Primeiro lavei a mamãe, o sangue continuou a escorrer pelas pernas esqueléticas. As últimas fraudas geriátricas se foram no inverno da quarta-feira passada.

Esqueci-me de comprar as velas de 17, papai ficou enfurecido e o seu andar encabulado continuou por causa dos lençóis manchados.

Entrei de cabeça baixa, um escárnio escorria pelas minhas axilas, não sei explicar o motivo, simplesmente achei graça em ver o papai tão sério como nos últimos 263 anos.

Alojei-me entre as estantes de livros, meus dedos coçavam, minha cleptomania focava no primeiro livro à esquerda, “CACAACT”. Sempre estive intrigado pelo bendito, capa dura e letras douradas grafadas na capa, uma sinopse tão macabra quanto pura.

Ao ousar olhar para o papai, discursou em retaliação:

— Admoestar. Conhece essa palavra? Donaire, lúgubres... E outras palavras que já me canso de falar. Conheci tudo isso nos livros, as estrelas não me contaram nada. Pare de recitar poemas para os meus antepassados, nunca domará os seus fantasmas. A sua missão, berne, é cuidar da sua mãe.

Incrivelmente, repliquei:

— Papai, eu sei a verdade, não é raquitismo, nem a puberdade, você a violou.