Júlia visitaria cidades pequenas e grandes. Documentária tudo em vídeo, que por ventura, poderia se tornar uma obra cinematográfica. Seriam registradas duas coisas em um município. Algo bom e algo ruim. É sabido que cada local enfrenta suas dificuldades, portanto, o projeto se encarregaria de exibi-las. Porém, também daria espaço para que uma inciativa boa pudesse ganhar destaque. A ideia central partia da interação com a comunidade, Júlia iria perscrutar por situações cotidianas e que fazem parte da identidade local. Tiago havia sonhado com esse projeto enquanto cursava a faculdade de cinema e audiovisual. Júlia o estava levando adiante, com um largo sorriso e uma sensação de recomeço.

No primeiro momento, a garota viajaria sozinha, levando no carro seu material de filmagem e itens básicos para sobrevivência na estrada. Ela não tinha montado um trajeto certo, mas não iria muito longe. Afinal, o projeto estava sendo bancado pelo dinheiro que supostamente deveria pagar pela sua faculdade.

A mãe de Júlia ainda achava a ideia absurda, mas começara a organizar algo que ela mesma chamava de “reunião de boas intenções”, pois em sua concepção o termo “festa de despedida” conotava algo mórbido demais. Seria na sexta, um dia antes da viagem.