A Seleção de Arendelle escrita por Ana Carolina Lattaruli


Capítulo 8
The Rules


Notas iniciais do capítulo

LEIAM:
MAIS UMA RECOMENDAÇÃO?????????? VOCÊS TÃO QUERENDO ME MATAR??? Graças a essa linda recomendação que recebi estou postando capítulo hoje! (Capítulo que eu só ia postar quinta hihihiihihiihi)
Agora deixa eu tirar uma dúvida que recebi de várias pessoas: Alguns de vocês devem saber que a minha outra fic na primeira temporada tem apenas o POV da Elsa, e na segunda temporada tem vários POVs de Hiccup, Merida, Astrid, Rapunzel, Jack etc... MASSSSS nessa fanfic eu optei por não fazer nenhum POV que não seja do Jack Frost. Agora deixa eu explicar o porquê: Se eu tivesse feito um capítulo com POV Elsa, por exemplo, antes da eliminação, vcs ficariam com o mesmo aperto no coração e o suspense de sempre? Claro que não! Eu amaria manter apenas POV Jack por enquanto para manter o suspense. Porém, se eu achar que em tal momento caberá um POV Elsa, eu colocarei. Por favor me entendam uahauhauhauahua JURO que vai ser bem melhor só POV Jack, vcs vão amar!

Beijos gelados e boa leitura!!!



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O castelo está mais calado. Só sobraram vinte de nós. Vinte.

Até hoje de manhã eram trinta e cinco.

Há um envelope em cima da minha mesa. Chegou há pouco tempo e foi Astrid quem trouxe.

Olho no relógio de cabeceira, são exatamente 16:04. Abro a janela do quarto antes de pegar o envelope e abri-lo, ainda olhando pela janela o grande reino de Arendelle.

Arendelle, dividido em castas, nem sempre foi assim, mas não sei bem em que momento começou.

Respiro o ar fresco e começo a ler o que estava dentro do envelope.

“Caro Senhor Frost. Meus parabéns por ter continuado no palácio. Gostaríamos de avisar que, a partir de agora, a piscina e o salão de jogos estarão à disposição. A piscina das 11:00 às 18:00 e o salão de jogos das 16:00 às 21:00 e/ou fora dos horários marcados pela Realeza. Uma academia também foi construída para melhor recebê-los, e estará aberta 24hrs. A pista de patinação ainda está fechada para os selecionados, por isso é proibido a participação sem ser convidado pela princesa. O café-da-manhã será servido todo dia às 9:00 em ponto, sem atrasos. O almoço será servido às 12:30 e o Jantar às 19:00. Informamos que Aulas Preparatórias também serão incluídas nos seus horários. Todos os sábados, das 15:00 às 17:00. Todos os Selecionados devem comparecer.

Para eventuais dúvidas, consultar sua Ajudante Particular.

Agradecemos pela sua atenção, à Organização. ”

Aulas? Ah, não... odeio ficar parado prestando atenção em alguém falando sobre coisas das quais não entendo. Mas parece que não terei escolha.

Um salão de jogos? Sim, disso eu gosto.

Olho para o relógio mais uma vez. 16:12. Já abriu. Finalmente vou poder sair do quarto! Eu não estou nem acreditando! Eu pensei que ia ficar preso sem ter nada para fazer por vários dias. Ufa, eu não consigo ficar sem fazer nada, sou agitado demais, uma hora o outra eu iria acabar sendo pego zanzando pelos corredores só por ter onde andar mesmo.

Abri o armário e Astrid já havia pensado em mim, que linda, deixou várias mudas de roupas, entre elas algumas de banho e algumas casuais, justamente para o salão de jogos. Havia também roupa de academia, que eu não usaria. Entenda, não é que eu seja magro estilo palito de dente, não é isso, nada contra magros-palito-de-dente, eu era assim antes de ter de fazer tudo na família. Ir cortar lenha, levantar a lenha, trazer a lenha até em casa, todo santo dia, isso fez com que meu corpo desse uma definida, mas não sou desses que se matam na academia e só pensam em corpo o dia inteiro. Nada contra essas pessoas também.

Coloquei uma bermuda preta e uma camiseta branca sem botões, era um alívio poder usar roupas assim aqui.

**

Eu não pensei que todo mundo estaria no salão de jogos, mas lá estavam. Todos os dezenove. Dei uma boa olhada no salão de jogos, era imenso e muito bem decorado, além de ter ar-condicionado, como se fosse preciso nesse frio. Havia sinuca, pebolim, Ping-Pong, mesas para baralho e xadrez, tiro ao alvo com dardos, um minibar e ainda havia algo que eu nunca pensei que veria dentro de um salão ou de qualquer outro lugar. Eu nunca tinha visto nada parecido. Era uma sala de “Squash”, eu não sei o que é “Squash” e não tinha ninguém jogando, havia apenas um cara parado na frente da sala, tentando adivinhar o que aquilo era também, eu acho. Andei até lá passando pelos selecionados sem que eles sequer me notassem. Pareciam ter ignorado aquela sala.

—Você sabe o que é isso? – Pergunto, aproximando-me dele e meneando a sala com a cabeça.

—Não faço a mínima ideia, mas as cores são legais.

—As cores?

—É, esse laranja aí é muito louco. – O cara parecia chapado. Mas não era possível, não entravam drogas dentro do palácio e as bebidas não eram permitidas todos os dias.

—Qual o seu nome? – Perguntei de cenho franzido enquanto ele ria sozinho.

—Watt. – Respondeu-me com uma voz subitamente clara. – Watt? Que nome engraçado, parecia What. (What?)

—Prazer, Jack.

—Legal. Quer tentar descobrir como essa coisa funciona?

**

Ao entrar na sala, que era como um cubo só que mais alto e com três paredes de vidro, eu vi uma cesta acoplada ao chão, com raquetes e uma bola de tênis. Será que era como jogar tênis? Nós não temos tal coisa lá no Seis, eu costumava fugir para o três para poder jogar. Eu tinha os meus contatos e conseguia me passar de Três fácil, isso até os guardas fazerem a ronda, aí eu tinha que voltar para a minha realidade rapidamente.

Peguei uma das duas raquetes enquanto Watt preparava-se para sacar a bola. A bola bateu depressa na parede à nossa frente e veio em minha direção. Bati ela contra a mesma parede, fazendo-a ir para no Watt novamente.

Fiquei com medo de quebrar os vidros, mas mesmo depois de eu ter batido a raquete ou a bola sem querer nos vidros, eles não quebravam. Eram protegidos, não sei explicar.

Jogamos por pelo menos trinta minutos, sem nem perceber.

Estava tão suado que parecia que tinha tomado banho. Quando olho ao meu redor, há vários querendo participar, vários que também não sabiam que tal coisa existia.

Saio da sala com uma energia tão positiva que prometo a mim mesmo vir fazer Squash sempre que puder.

—Ei cara, isso foi incrível – Hiccup aparece, acompanhando o meu caminhar.

—Obrigado. Eu nunca tinha visto algo assim antes.

—Nem eu. Muito legal. – Ele apressa o passo. – Estamos indo para a piscina, vai também?

—Acho que sim.

—Até. – Diz antes de sair do salão e sumir.

Onde diabos é a piscina? Piscina: Mais uma coisa que eu nunca tive e nunca entrei em uma. Mas eu sabia nadar, graças a um rio que havia perto da minha casa, que, no verão, ficava completamente descongelado e até quente. Porém no inverno...

Abro o portão e saio do salão, olhando ao meu redor, meu suor já está secando, o que não é bom, porque quero tomar um banho antes disso acontecer.

E lá está, perto do jardim, uma piscina imensa, mais uma vez algo no castelo maior que a minha casa.

A piscina fazia curvas, contornando a lateral do castelo. Em um canto havia chuveiros de pelo menos dois metros e meio de altura com chapas de metal imensas de onde saía a água.

Entro debaixo de um desses chuveiros com roupa e tudo. A água é morna, e isso me acalma por um momento. Na minha casa no Seis, a água era gelada.

Desligo o chuveiro e balanço a cabeça feito um cachorro antes de pular de cabeça na piscina.

Não sinto mais nada. É como se eu tivesse mergulhado em um buraco negro. O único som audível é do meu coração bombeando sangue para as minhas veias. Tudo que eu mais quero é continuar descendo e descendo até atingir o fim. Flashbacks da minha mãe, da minha irmã, do meu pai e do meu melhor amigo invadem o meu cérebro. Finch morreu cedo demais, congelado demais. Era inverno.

As pontas dos meus dedos da mão encostam o fundo da piscina de leve e o meu pulmão queima como se alguém tivesse tacado gasolina nele e estivesse com o fósforo em mãos, esperando o momento certo de me matar. Os meus ouvidos zunem, e a minha cabeça parece querer explodir. Como deverá ter sido a sensação de Finch, antes de morrer afogado? Seria a sensação que estou sentindo agora?

“Você é melhor que isso” posso ouvi-lo falar. “Você é melhor que tudo isso”. Empurro o fundo com as pontas dos meus pés e subo. Não morrerei como ele, não sou assim tão egoísta. Os meus pulmões se enchem de ar entre uma tossida e outra e as pessoas ao meu redor parecem assustadas.

Eu não ligo. Não dou a mínima para nenhuma delas.

—Você está bem? – Alguém pergunta, não sei quem, é uma voz nova aos meus ouvidos.

—Estou. – Enxugo meus olhos.

—Você ficou uns bons seis minutos ali embaixo. Ninguém normal fica mais que dois minutos. Pensamos que tinha morrido. Fomos perceber quase agora que você continuava lá embaixo. – A voz fala novamente, minha visão começa a se ajustar e vejo o dono da voz. Era o cara tatuado. O North.

—Eu estou bem. – Repito, dessa vez com mais convicção, saindo da piscina logo em seguida. – Eu só preciso descansar.

O vento frio me atinge, mas uma toalha se faz presente nas minhas costas. Astrid. Ela não diz nada, apenas me ajuda a chegar no meu quarto.

No corredor, perto da minha porta, ela vira-se para mim, com o rosto franzido em preocupação.

—O que aconteceu lá?

—Eu não sei.

Ela abaixa o olhar para o chão, comprimindo os lábios.

—As pessoas ficaram preocupadas. Quando eu cheguei você já estava saindo. – Ela cruza os braços, ainda preocupada. – Descanse, está bem? Farei com que você consiga jantar no quarto mesmo, tudo bem para você assim?

—Não é uma boa ideia.

—Eu vou dizer que você não está bem. Porque você não está. E a princesa irá entender. Nem é um jantar marcado por ela, é um jantar normal, você pode pular esse. A princesa não é assim tão má.

—Tudo bem.

—Agora entre. Você está tremendo. Apareço em uma hora com a comida.

Afirmo com a cabeça e adentro o quarto enquanto ela desaparece pelos corredores.

**

Minha pulsação está acelerada. Olho-me no espelho do banheiro pela primeira vez desde que cheguei aqui. Meus lábios estão roxos de frio e meus olhos um pouco vermelhos pela água que entrou neles. Minha garganta queima e respirar dói. Tenho alguns hematomas roxos pelo corpo, não são hematomas que consegui aqui no castelo. São hematomas mais antigos. Hematomas que eu me lembro muito bem como consegui cada um.

Entro debaixo do chuveiro e deixo a água escorrer por cima das marcas, fazendo-as arder.

Minha mãe precisa de mim. Minha irmã também. Elas não estão seguras no Seis.

Deixo com que a água me leve embora. As gotas finais batem no meu pescoço como se fossem gotas de chuva.

E eu ainda estou vivo.

**

Estou folheando um dos livros de cabeceira, quando alguém bate à porta.

Levanto-me e abro, sabendo que seria Astrid.

—Seu jantar. – Ela diz, segurando o prato com um plástico-filme cobrindo-o.

—Obrigado. Não sei o que seria de mim sem você. – Brinco.

—Você já estaria um esqueleto. Agora dê-me licença que eu tenho mais algumas coisas para fazer. – Ela parece perdida, olhando de um lado para o outro.

Franzo o cenho, curioso com a atitude dela.

—Que coisas?

—Ora, deixe de ser intrometido, coma o seu jantar. – Indigna-se. – Nos vemos amanhã. E se possível você estará vestido.

Olho para mim mesmo, estou apenas de bermuda. Nada demais. É como se ela estivesse arranjando várias desculpas para correr dali e ir para algum outro lugar, mas que lugar seria esse?

—Tudo bem. – Rio. – Mas não é nada que você já não tenha visto.

—Tchau, Jack. – Sorri, fechando ela mesma a porta.

Fico parado com o prato em mãos por dois segundos, antes de me virar e colocar a comida na mesa perto da janela.

Astrid bate novamente na porta quando já estou quase me sentando. Ela deve ter esquecido de dizer ou entregar mais alguma coisa.

—Já vai, Astrid. – Falo alto enquanto atravesso o quarto e giro a maçaneta, abrindo a porta.

Mas não é Astrid. Não é ninguém mais, ninguém menos, que a Princesa.

***


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Notas finais do capítulo

SERÁ QUE VAI TER OUTRA RECOMENDAÇÃO?????????? AH MEU DEUS EU AMO VCS!!! Eu vou responder os comentários aos poucos gente, são muitos comentários, não me julguem!! (E outra, eu no momento estou viajando e aqui não tem internet o tempo inteiro ;------;) PACIÊNCIA GAFANHOTOS!!!!