Como Matar Alguém escrita por kirasren


Capítulo 7
Shotgun


Notas iniciais do capítulo

Heey! Outro capítulo, não é mesmo?
Tentei postar o mais rápido que consegui - sendo que estou tentando escrever País das Maravilhas, mas nada sai. Esse capítulo ficou mais curto do que eu esperava, mas foi o que saiu! Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/648437/chapter/7

Naquela hora eu pensei “Eu odeio Sabrina Oliver”, mas não era verdade. E eu odiava aquilo – não odiar ela. Era estranho, mas era verdade; Não importava o quanto eu tentasse, nunca iria conseguir odiar Sabrina Oliver.

— Tony? — Rachel perguntou em voz fraca no telefone, então só naquele momento eu notei que ainda estava no celular com ela.

— Não se preocupe com isso, linda. — Eu afirmei. — Vou falar com ela, não faça nada.

— Ok.

Eu desliguei o aparelho e o guardei. Suspirei uma última vez antes de levantar e tentar alcançar a loira que tinha acabado de sair. O elevador havia acabado de fechar, certamente Sabrina estaria lá. Olhei para o lado e vi as escadas – se eu fosse rápido o bastante, talvez chegasse antes de ela ligar o carro.

Corri até lá e abri a porta rapidamente, descendo as escadas até o estacionamento. Chegando lá, vi de longe a loira andar calmamente para seu carro. Andei até ela e a agarrei pelo braço, ela deu um gritinho de susto e logo seus olhos morenos se viraram para mim.

— Me solta. Agora. — Ela mandou.

— O que você acabou de fazer, porra?! — Eu gritei.

Ela ignorou totalmente a minha pergunta e repetiu:

— Me solta agora. — Ele cerrou os dentes e continuou a olhar para mim, enquanto eu esperava uma resposta. — Eu não preciso dar satisfação nenhuma pra você, Tony. Você é a última pessoa para quem eu faria alguma coisa de boa! Eu te odeio, eu te odeio, eu te odeio!

Ela ficou repetindo várias vezes a última frase; “Eu te odeio”. Então eu finalmente tirei minha mão de seu braço, mas, em vez disso, coloquei minhas duas mãos em sua nuca e a puxei para perto, roçando meus lábios nos dela. Eu a beijei. Aquilo provavelmente me daria um carma enorme depois.

Mas pelo menos ela calaria a boca.

As mãos da garota foram parar no meu peitoral e elas me empurraram, então eu a soltei. Sabrina deu alguns passos para trás e não olhou para meus olhos, ela mantinha a cara virada para a direita. Até que uma lágrima caiu do lado esquerdo de seu rosto – a parte que eu podia ver – e ela a secou rápido. Esfregou os olhos e se virou pra mim, dando uma risada fraca e dizendo:

— Ok, por sua causa eu estou parecendo uma palhaça maníaca agora. Muito obrigada, Tony.

Dei um sorriso irônico e sussurrei:

— Se você tivesse calado a boca não estaria com a cara mais estragada do que a própria vida.

Não era para ela ouvir, mas o começo do carma de beijar a má sorte em pessoa começou a aparecer e ela obviamente ouviu. Ela, que antes encarava meus olhos azuis, ficou boquiaberta e apenas pegou sua bolsa e começou a procurar sua chave do carro lá dentro.

— Como eu pude, por algum mísero instante, amar você? — Ela sussurrou mais para si mesma do que para mim.

— Você me amou?

Ela deu os ombros e continuou a procura pela a chave do seu carro. Umedeceu os lábios e não me respondeu.

— Realmente, nunca achei que você tivesse me amado.

— Eu era fraca. Amor é fraco. — Ela rangeu os dentes, ainda sussurrando. — Nunca mais vou me apaixonar pelas suas mentiras novamente. Na verdade, nem pelas suas verdades, se é que elas existem. Porque você faria aquilo de novo e de novo se pudesse.

— Não sei se conseguiria. — Confessei. — A Sabrina que eu conhecia era bem mais amigável, não sei se a nova se deixaria cair por essa tentação.

Ela finalmente achou a chave entrou rapidamente no carro, não dando nenhuma resposta. Ela logo se tratou de sair daquele estacionamento. Então aquele pensamento surgiu na minha cabeça novamente, “Eu odeio Sabrina Oliver.”, mas continuava não sendo verdade. Era engraçado, na verdade.

Bem engraçado – mas eu não estava rindo.

Suspirei e comecei a andar para fora do shopping, chamei um táxi e fui para casa. No caminho para lá, porém, peguei meu celular e digitei para Rachel:

Falei com a garota que te mandou as mensagens. Não precisa se preocupar, ok?

Logo ela visualizou, mas não respondeu. Alguma coisa tinha acontecido, eu soube disso. Sabrina devia ter falado com ela para, novamente, não confiar em mim. Por Deus, eu deveria logo odiar essa criatura!

Quando cheguei a minha casa tudo o que eu queria era dormir. O dia já tinha tido muito Sabrina Oliver para só um dia, não precisava de mais estresse e problemas. Meu padrasto não notou que eu tinha chegado, como sempre. Então simplesmente fui para o meu quarto. Chegando lá, me surpreendi quando encontrei os cabelos pretos de Rachel sentados em cima de minha cama.

Ela se virou para mim e deu um sorrisinho de lado.

— Ei, o que está fazendo aqui? — Tentei o máximo para não parecer antipático e dar o meu melhor sorriso. Não sei ao certo se funcionou.

— Eu precisava falar com você. — Ela se levantou e foi á minha frente. — Você se importa?

Sim, me importo. Já tive minha dose de drama diário com uma criaturinha irritante se chamada Sabrina Oliver. Seria muito bom se você apenas sumisse por 24 horas, Rachel. Não estou no clima para transar, e essa é a única coisa que você presta.

Queria ter dito isso, mas ela não aguentaria tantas palavras e só me traria mais problemas. Era melhor apenas mentir, naquele momento.

— Claro que não.

Ela suspirou e parecia se preparar psicologicamente para sua próxima fala. Ela olhou em meus olhos e logo disse, com dificuldade:

— Eu não quero mais você por perto.

Olhei-a confuso e fiz aquela pergunta sem-sal que todos nós fazemos quando queremos uma explicação:

— Como assim?

— Mesmo que pareça loucura, prefiro confiar na garota que me está me enviando essas mensagens. Falar sobre morte é muito sério, se ela está brincando, por favor, fale para ela que é uma piada muito de mau gosto! — Ela tirou seus olhos azuis dos meus e se levantou e começou a sair do quarto, depois de dizer: — Apenas... Não me ligue novamente até resolver esse problema por completo.

“Eu odeio Sabrina Oliver” esse pensamento invadiu minha mente pela terceira vez no dia e eu me perguntei por que eu não simplesmente odiava aqueles cabelos loiros.

— Entendo. — Respondi. — Mas não se preocupe, vou arrumar um jeito. Eu prometo.

Ela forçou um sorriso e saiu do meu quarto. Naquela hora, eu queria definitivamente odiar Sabrina Oliver. Mas apenas me deitei na cama e esperei meu corpo adormecer, porque aquele drama todo estava realmente me deixando entediado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! comentários serão sempre bem-vindos!
Até o próximo capítulo!
xoxo