Como Matar Alguém escrita por kirasren


Capítulo 8
Gasoline


Notas iniciais do capítulo

*posta e sai correndo*
EU PEÇO TRÊS MIL E CINCO SINCERAS DESCULPAS, LINDOS ♥
Como que eu consegui fazer esse hiatus besta? Só Deus sabe como, mas eu fiz e me arrependo muito. Me desculpem. Mas, para compensar vocês, eu já escrevi dois capítulos e já marquei para postar o próximo semana que vem, para não atrasar ♥
Muito, muito obrigada a todos que comentaram, acompanharam, favoritaram e recomendaram nesse tempo de hiatus! Amo todos vocês ♥ E também, né, muito obrigada por esperarem esse tempo pela atualização!
Espero que gostem!



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A única coisa pior do que ouvir Rachel fazer drama, é não ouvir Rachel fazer drama. Porque aí, você sabe que ela está fazendo drama com outra pessoa. E esse drama provavelmente é sobre você. E, assim, lá se foram as chances de uma nova vítima – pelo menos, nesse colégio. Eu não tinha pensado nesse problema quando decidi que Rachel seria a mais nova vítima: Ela é popular demais. E amável. E bonita.

Pessoas adoram garotas populares, amáveis e bonitas.

Esse era o maior problema. Qualquer coisa que saísse dos lábios vermelhos daquela garota, as pessoas iriam acreditar.

Bufei comigo mesmo pelo pensamento e olhei para frente. Ela falava com uma de suas amigas – eu já tinha visto ela antes... Seu nome era alguma coisa com “Gabi”, como Gabriela, Gabriele, alguma coisa do tipo – na fila do refeitório. Como sempre, estava bonita – ela era bonita –, mas ela parecia diferente. Eu avistei olheiras já bem grandes, seu cabelo estava pior do que o normal e parecia mais pálida – se isso era possível. Parecia perturbada com algo. Provavelmente comigo.

Ou com Sabrina. Sabrina perturba todo mundo.

O sinal tocou e vi Rachel se estremecendo, ela tinha se assustado. Com certeza, estava bem sonolenta. Desviei meu olhar, peguei minha mochila e saí daquele lugar. Nenhuma das aulas seguintes foram interessantes, apenas uma – Inglês – que Daniel ficava na mesma sala que eu e não parava de me encarar. Louco.

Então o relógio bateu três horas da tarde e as classes tinham acabado. Andei para o corredor, olhei para os lados e, lá no final, perto da porta para o laboratório de Física, a garota de cabelos negros. Sorri comigo mesmo e andei até mais perto.

— Hey, Rachel... — Eu a chamei, fazendo os grandes olhos azuis me encararem. — Como va-?

—Já conseguiu conversar com aquela menina? — Ela me cortou, sem olhar para mim.

— Bem, ainda não... Mas estou tentan-

— Eu falei para não falar comigo até que resolvesse isso! — Ela gritou e se virou para mim, colocando as mãos para cima. Ela passou as mãos pelo rosto, como uma maneira de frustração. — Vá embora, Tony.

— Ei, eu vou falar com ela ainda. Eu prometo. Você está bem, você vai ficar bem.

— SÓ VÁ EMBORA! — Ela exclamou e depois bufou. — Por favor, só... Saia. Pelo menos até que você tenha certeza que resolveu tudo.

— Nem sei por que está tão irritada, sou eu que vou ter que resolver tudo... — Sussurrei, como um pensamento em voz alta, eu não queria que ela ouvisse. Mas, claro, ela ouviu.

Ela parou e pensou um pouco, analisando minhas palavras. Ela apertou o livro de Ciências que segurava na mão mais forte, e suspirou. Fechou os olhos e se virou para mim. Ainda sem mostrar os olhos azuis, lambeu os lábios e perguntou:

— Você está insano como eu?

— Hã... — Fiz uma cara confusa enquanto a encarava. Ela finalmente abriu os olhos e eles já não carregavam o brilho e a felicidade de antes. Pareciam cansados, ela estava cansada. — Bem, tecnicamente, eu-

— Esteve com dor como eu? — Ela perguntou de novo e, antes que eu pudesse recrutar, ela disse em tom mais alto: — Por acaso você comprou garrafa de champanhe de cem dólares como eu? E... Apenas pra derramar essa filha da puta pelo ralo como eu? Porque você não tem coragem suficiente nem para beber para esquecer sua vida não é perfeita como eu?!

Ela soluçou e revirei os olhos, era bem previsível que ela iria começar a chorar. Era chocante que não tinha derramado nada até aquele momento. Ela apertou os lábios e impediu que mais um soluço saísse. Arqueei as sobrancelhas e inclinei a cabeça, insinuando para que ela continuasse a fala.

— As pessoas sussurram sobre você na estação de trem como eu? ...Dizendo que você não deveria desperdiçar sua carinha bonita como eu? Tony, minha vida pode não ser a pior de todas, mas ela também tem problemas.

Com certeza que ela tem problemas, Rachel. Porque ser filha de um empresário rico, ter sempre tudo o que você quis, ter pais que te amam, amigos e morar em um casarão enorme são realmente problemas terríveis. Eu sei que você ama fazer drama, mas você não pode fazer isso com coisas que não existem. Pare de pensar um pouco, Rachel, porque assim você para de se preocupar com problemas inexistentes.

Apertei meus lábios e bufei, olhando para o lado. Virei meus olhos para Rachel novamente e respondi, finalmente:

— Ok, eu vou lá falar com a garota.

Ela forçou um sorriso de lado e começou a sair dali, desviou de mim e foi para o corredor principal para, finalmente, ir para sua casa. Subi uma das minhas mãos para meu rosto e passei-a por minha testa, bufando novamente. Eu teria que realmente falar com Sabrina.

“Essa garota só me traz problemas...”, pensei comigo mesmo.

Peguei meu celular do meu bolso de trás do jeans e fui para os meus contatos. Avistei a foto da loira que precisava falar e liguei para o número.

— Alô. — Ela disse assim que atendeu.

— Sentiu saudades?

— Tony, nós meio que nos vimos dois dias atrás. E acorda, eu nunca vou sentir sua falta. — Ela suspirou. — O que quer?

— Sinceramente, eu também não sei. Rachel quer que eu fale com você sobre a merda que você fez. Quer que eu garanta que ela não vai morrer. — Dei um suspiro. — Muito obrigado, Sabrina. Você faz da minha vida um furacão.

— De nada, querido. É o mínimo que posso fazer para retribuir seu favor. — Ela respondeu com ironia. — E o que você quer que eu diga? Que ela não vai morrer? Porque, se não me falha minha memória, todos nós morremos, então isso não devia ser uma surpresa para ela. Fale para ela acordar, isso sim. E para aumentar essa autoestima um pouco, porque, né... 

— Apesar de que ironia fica super bem em você, isso não está ajudando. Aprenda a ser útil nos próximos 10 segundos senão eu vou ter que obrigá-la a ser usável, Sabrina.

Ela bufou e a imagem da garota revirando os olhos já veio automaticamente na minha mente. A ligação ficou em silêncio por um tempo, a loira estava pensando no que fazer. Como consertar a merda que ela fez. Ouvi-a mexendo em alguns papéis, ela pegou um deles – parecia um caderno, ou algo assim – e me respondeu:

— Hm... Estou checando minhas anotações e notei aqui que... Seus problemas comigo não são meus, são seus, então eu tecnicamente não me importo. Dois pontos, parêntese.

— Nossa, olha, super engraçado. Agora me ajude!

— Tá... Tudo bem. Mas o que eu posso fazer?

— Fale com ela! O que mais poderia fazer?

Ela murmurou alguma coisa e desligou a ligação na minha cara. Revirei os olhos e guardei meu celular. Ajeitei minha mochila nas minhas costas e comecei a ir até o corredor principal, para finalmente sair do prédio. Senti o aparelho vibrar na minha mala, mas apenas ignorei, pelo menos até eu chegar a minha casa.

Como minha casa não era tão perto assim, demorou um pouco, mas quando cheguei, larguei a mala no sofá e peguei  celular. Sabrina tinha me mandado mensagens.

Tony, eu falei com ela. Quer dizer, ela ainda não visualizou, mas eu falei. Eu não me importo mais.

Me responde!

Ok.

 O resto das mensagens foi sobre ela fazendo chilique porque eu só respondi as mensagens com um mísero “Ok”, então eu ignorei. Precisava falar com Rachel. Coloquei na minha conversa com ela no celular, e percebi que ela tinha me bloqueado.

— Oh, sério? — Pensei em voz alta.

O que você falou para ela? Perguntei para Sabrina.

Finalmente uma resposta decente, huh?

Revirei os olhos, e demorou um tempo para que ela me respondesse de novo.

Nada demais, na verdade.

Oh, então ela me bloquear logo depois do que você falou é uma completa coincidência?

Ela te bloqueou? Hahahah

“Ok, isso não vai me levar a lugar nenhum”, pensei e desliguei o telefone. Tinha que encontrá-la pessoalmente se quiser uma resposta decente. Fui para a cozinha e peguei as chaves do meu carro, fui até o veículo e entrei nele. Liguei-o e o rádio começou a tocar uma música da Taylor Swift, mas a ignorei.

Dirigi pelo caminho para o prédio que Sabrina morava. Sai do meu carro e fui até o portão e apertei o botão do apartamento 13, como da última vez.

— Senhorita Oliver não permitiu sua entrada em seu apartamento, senhor. — O porteiro me falou pelo microfone.

Isso parecia um Dèjá vu, porque logo depois peguei meu celular e abri minha conversa com a loira. Era o único jeito de convencê-la a me deixar entrar.

Não estou armado, querida.

Queria poder acreditar.

Só me deixe entrar logo, preciso falar uma coisa.

Fala por aí.

Pessoalmente.

Pelo o que eu contei, se passou meia-hora para o porteiro abrir a porta do prédio para eu entrar e falar que Sabrina tinha deixado. Dei um sorriso de lado e entrei no prédio. Andei em passos lentos até o elevador, e então apertei o botão para o elevador descer. Quando chegou, entrei lá e apertei para o segundo andar, onde era o apartamento de Sabrina.

No segundo andar, o apartamento de Sabrina ficava bem em frente à porta do elevador, o que facilitou bastante. Apertei a campainha e esperei-a atender. Ela abriu a porta e encontrei com seus olhos morenos.

Forcei um sorriso e disse:

— Olá, Sabrina.

Peguei sue braço e a puxei para dentro, depois fechando a porta atrás.

— Temos muito a conversar.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Comentários serão sempre bem-vindos e respondidos! ♥
xoxo