Liars and Killers escrita por A Lovely Lonely Girl


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá, leitores. Depois de muito tempo juntando coragem, finalmente resolvi postar a minha fanfiction com um certo ênfase no Loki, porém ele ainda não aparece no primeiro capítulo. Eu realmente espero que gostem, estou um pouco nervosa aqui.



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- Katherine Adams Kohls, 27 anos e vive no alojamento nº 432 da Vallery Street, correto? – mantive o meu sorriso mais convincente na frente do segurança de 3 metros de altura da The Midnight Club, a boate mais badalada da cidade.

- Sim. – respondi, mentalmente xingando Luke por fazer uma identidade falsa com uma idade tão absurda. Eu com certeza não tinha cara de 27 anos de idade. – Minha amiga está me esperando aí dentro. Eu disse a ela que queria muito ser apresentada ao DJ. Amo as músicas que tocam aí. – ampliei o sorriso, porém o segurança não se convenceu, obviamente esnobando a minha história. Ele me devolveu a identidade e disse:

- Você não vai entrar. – coloquei as mãos na cintura, arqueei minha sobrancelha e perguntei com o tom de voz friamente calculado:

- Por que não? – O segurança me encarou por alguns instantes e respirou fundo:

- Porque teu documento é falso. – Arregalei os olhos, pisquei rapidamente e fiz a maior cara de espanto que consegui:

- O quê? – O grandalhão, já sem paciência, só não explodiu comigo porque duas garotas, uma delas excessivamente ruiva com um vestido preto colado ao corpo e saltos também pretos chegaram e apresentaram os documentos, ambas sorridentes e totalmente tranquilas. A outra garota, loira, entrou no ambiente. Quando estava prestes a entrar, a ruiva olhou por cima do ombro e um sorriso surgiu em seus lábios vermelhos ao olhar para mim. Retribuí o sorriso e ela se virou para mim, visivelmente interessada. Olhou rapidamente para as minhas roupas, desde minhas botas pretas de couro à minha camiseta da Avenged Sevenfold, de volta para o meu rosto e disse, ainda com um sorriso:

- Olá.

- Olá. – Respondi. Ela olhou para o segurança e de volta para mim:

- Tudo bem? – Ela me olhou significativamente, como se conseguisse sentir a tensão do momento. Sorri e balancei a cabeça, não sem antes lançar um olhar significativo para o muro de 3 metros de braços cruzados ao lado da porta, que pareceu nem notar.

- Claro. Só estou curtindo um pouco aqui fora. Mas o brutamonte aí me barrou, então... – Dei de ombros, e ela riu.

- Não imagino o porquê. – A ruiva cruzou os braços e percebi que era essa a minha deixa.

- Ah, mas eu imagino. E também imagino um certo segurança com um puta processo trabalhista nas costas. Difamação e calúnia, sabe? – a ruiva ergueu uma sobrancelha, mas quando ia falar algo a loira colocou a cabeça para fora e chamou alto:

- Vamos, Nat! Você sabe como o Steve fica em lugares assim. Eu acho que ele não aguenta mais que cinco minutos aqui dentro. – a loira estava prendendo o riso. A ruiva, Nat, voltou a olhar para mim e sorriu, estendendo a mão:

- Foi um prazer conversar com você, er...

- Katherine Adams Kohls – respondi prontamente – mas pode me chamar de Kate. – segurei a mão estendida – E você é?...

- Rushman. Natally Rushman. – soltamos as mãos e ela disse – Se me permite, acho que você não vai querer tentar entrar aqui de novo; alguns tipos muito esquisitos costumam freqüentar essa boate.

- Mas... Aqui é The Midnight Club. Eu nunca vim aqui antes, e meus amigos dizem que ela faz jus à fama. – Apesar de algumas putas também se encontrarem aqui, completei mentalmente, não me referindo à Natally, mas a uma “colega” de colégio minha. Natally sorriu:

- Ah, acredito que seus amigos estejam certos, Katherine. Porém hoje essa boate vai ficar bem mais... – Ela claramente olhou para o segurança e de volta para mim – Agitada. Talvez amanhã à noite, sim? Traga alguns amigos. Acho que posso dar um jeito para que todos vocês entrem. – Nat piscou para mim, em seguida colocou as mãos na cintura. – Se for hoje, realmente não posso garantir isso, já amanhã à noite... Pode ser que até sejam meus convidados na área VIP. O que me diz, Kate?

Alguma coisa fedia ali, meus instintos jamais me enganavam. Sabia que algo grande ia acontecer, pressentia no meu âmago, de um modo que eu nunca senti antes. Assim como sabia que a ruiva mentiu até sobre o próprio nome. Felizmente sabia desde pequena como lidar com mentirosos, até mesmo com o mais talentoso deles. Sim, eu sabia bem, era excelente nisso e conseguia ser tão convincente quanto eles.

- Er... – Olhei para o segurança simulando nervosismo e voltei a olhar para Natally, suspirei e disse – Tudo bem, eu volto amanhã. Com meus amigos. VIP, né? – dei de ombros e sorri - Não é todo dia que se recebe uma proposta dessas. Além do mais, acredito que será melhor mesmo que eu tenha meus amigos por perto, se, como você diz, há certos tipos que costumam freqüentar essa... Boate. – Respirei fundo e tirei meu celular do bolso, disquei o primeiro número que veio à minha mente e liguei. Conseguia sentir o pânico aumentando, meu coração disparando conforme eu permanecia ali.

- Alô? – a voz sonolenta atendeu.

- Luke? – chamei, esperando realmente que fosse ele.

- Kate? Tá tudo bem? Por que tu tá me ligando a essas horas? Aconteceu alguma coisa contigo?

- Ah, não, eu estou bem, Luke. É só que eu resolvi ir amanhã à noite para o clube. Você pode vir me pegar? Eu estou bem aqui na frente da TMC.

- E tu resolveu ir amanhã quando já podia tá dançando? Kate, qual é o teu problema?

- Só... Vem me buscar, OK? Conto tudo quando a gente chegar.

- Chegar onde? Pra onde tu quer que eu te leve?

- Para o meu apartamento, por favor? Sério, Luke, eu já estou surtando aqui! – Por algum motivo, meus instintos diziam que, quanto mais eu demorasse, pior seria para mim e que era algo realmente sério. Luke me conhecia o suficiente para que eu não precisasse falar de novo, ele já percebeu que eu tenho esse instinto para coisas ruins quando estão prestes a acontecer. Então ficou sério e disse:

- Não sai daí, tô indo te buscar.

- Valeu. – E desliguei. Virei-me para Natally e disse – Meu amigo está vindo me buscar. – A ruiva apenas assentiu, séria, e pude sentir que ela já sabia que eu senti a tensão. De fato, foi um sinal para me dizer que as coisas iam ficar feias, muito, muito feias. Respirei fundo. “Eu não vou surtar, eu não vou surtar, eu não vou surtar.”; pensava enquanto balançava o meu corpo para frente e para trás, tentando me lembrar de alguma coisa diferente. Como sempre, Asgard me veio à cabeça e eu sorri com o pensamento que automaticamente sempre me reconfortava. Lembrei-me dos deuses e dos guerreiros que lá viviam e meu peito encheu-se de coragem ao pensar em Thor e esperança ao pensar em Frigga. Sim, eram esses os deuses para os quais eu silenciosamente agradecia e pedia força, não que renegasse a minha crença cristã; apenas acreditava que eles também existiam, que não eram apenas os contos e lendas dos quais a humanidade tanto falava.

Deuses, magia, misticismo... Era fascinada por tudo isso, obcecada até, mas no fundo eu sabia que o que eu fazia era procurar respostas para os meus “dons”. Eu era muito intuitiva, meu instinto nunca falhava quando se tratava de confiança e de problemas. Era muito estranho; eu conseguia sentir se uma pessoa estava mentindo para mim no mesmo instante, assim como conseguia sentir quando algo ruim ia acontecer. Como estava acontecendo naquela noite, quando estava na frente da boate, esperando Luke chegar. Os sentimentos já começavam a me apunhalar, eu conseguia sentir todos eles gradativamente se apoderando de mim. Respirei fundo e fechei os olhos, grata por ouvir a buzina do Volvo 2007 prateado de Luke. Abri os olhos e me virei para Natally, sorrindo:

- Até amanhã, então. – estendi a mão e ela segurou firmemente:

- Até. – apertamos as mãos e eu entrei no passageiro, coloquei o cinto de segurança e Luke saiu da frente do The Midnight Club, pegando o sentido da rodovia. Eu só conseguia ficar me perguntando o que de tão grave ia acontecer lá, e por que eu sentia que a Natally, ou quem quer que fosse aquela ruiva, estaria envolvida nisso. Mas a única certeza que eu tinha era...

- Alguma coisa vai acontecer. – Murmurou Luke. Olhei um pouco assustada para ele, que percebeu meu nervosismo e segurou a minha mão – Não precisa ficar preocupada. Já passou, Kate, você já saiu de lá. – Apertei sua mão e disse:

- Obrigada. Por vir me buscar. Eu não sei a razão do meu nervosismo, é só que...

- Eu sei. Tem a ver com o tal negócio do teu pressentimento, não tem? – Eu ficava sempre furiosa por meu medo ser tão irracional. Porra. Eu não era covarde, porém não sabia a razão desse sentimento. Eu me deixava ser consumida por essas emoções que apareciam do nada, não tinha o menor controle sobre o meu corpo quando elas me atingiam.

- Sage acha que é tudo paranóia. Ela não entende e se faz de surda quando eu tento explicar, então não estou acostumada a falar sobre isso. – Claro que Sage não entendia, por que diabos ela iria perder tempo com essa merda?

- Tua colega é muito chata. Eu disse que tu podia vir morar comigo, mas não... Agora tu que agüente a tua nova mamãe.

- Ela não é minha mãe e tem idade para ser minha irmã mais velha. Só nove anos mais velha, Luke.

- Mas voltando aos teus problemas... Me explica, como é esse negócio de Médium aí? – Dei um tapa forte na coxa dele – PORRA, KATE!

- Médium é quem consegue falar com os mortos, o que eu tenho é só pressentimento, idiota! – Respirei fundo, lentamente, e me acalmei um pouco – É só... Quando eu estou em algum lugar e acontece uma certa situação... Mesmo que não aconteça de imediato, mas eu sinto um calafrio... Em todo o corpo e através da espinha... Se a situação não for tão grave, não sinto quase nada, mas quando é muito ruim... – Estremeci só de lembrar. Não estava acostumada a falar sobre isso com ninguém.

- Dói muito? – perguntou Luke, preocupado. Ele ainda segurava a minha mão. Suspirei e dei um sorriso amarelo:

- Podemos ligar o rádio? – Eu realmente não queria falar sobre isso.

- Kate. – ele chamou, com a mesma voz de preocupação – Dói? – Respirei fundo e olhei para nossas mãos, comecei a fazer desenhos na mão de Luke com a ponta dos dedos que estava livre. Pensava em como explicaria a ele, uma das pessoas mais próximas de mim, um velho amigo que realmente se importava.

- É... Complicado. Não é tanto pela dor, mas pelas emoções que passam por mim quando eu sinto esse calafrio. A dor não é física, mas de alguma forma está presente. Tudo coisa da minha cabeça. De algum modo, a dor se faz real, mesmo não estando lá. – Balancei a cabeça, confusa. Eu era péssima para explicar como me sentia, não importava o quão detalhista eu fosse. Como explicar algo que não está lá? Como explicar que em um instante está tudo bem e no outro tudo se torna diferente? Não queria que ele se preocupasse comigo, embora realmente eu fosse muito grata por ter um amigo como o Luke, que não zombava desse tipo de coisa. Ele realmente se preocupava comigo.

- Já pensou em ir ao hospital? Ver se tem algum remédio pra... – Oh, que merda. De novo, não. Essas mesmas palavras sempre voltavam para me assombrar. Sempre.

- Não tem, Luke. – O interrompi, soltando sua mão. Liguei o rádio e coloquei o meu pen drive no aparelho. Ele podia até se preocupar comigo, mas com certeza nunca iria entender. E como entender, se tudo isso acontecia dentro de mim? Passei a olhar para a paisagem, encostada confortavelmente no banco do carro enquanto Amy Lee começava a cantar Haunted – Já fui a muitos lugares diferentes, e nenhum deles tem. É como eu disse... Está tudo na minha cabeça.


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Notas finais do capítulo

Então, se alguém estiver lendo, gostaria de saber a opinião, por favor, comente. Agora estou escrevendo o segundo capítulo, um beijo!



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