Young Justice - Apocalypse escrita por Child


Capítulo 6
O olhar e o Palhaço


Notas iniciais do capítulo

Demorei? Demorei. Vou dar desculpas, não dessa vez. Só vou explicar mesmo.

Sabe o que acontece? Capítulos que influenciam em toda a trama da fic geralmente demoram para ser escritos, além do mais, ter uma co-autora é bom nessa parte, discutimos todas a possibilidades e só então colocamos em prática e ainda fazemos muitos ajustes. Então, escrevam o que eu digo. Quando demoramos demais pra postar é porque o capítulo é realmente importante.

Vamos ao capítulo. Porém, deixarei uma perguntinha pra vocês no final do capítulo.

Boa leitura.

Larinna.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/646937/chapter/6

Batcaverna, 29 de Março - 22h18min

Ofegantes. Era assim que as duas pessoas que ocupavam a escura caverna estavam. De um lado estava Bruce, o homem trajava apenas um moletom surrado e uma regata branca suada, resultado de todo o esforço físico que estava fazendo, do outro estava Bloom que assim como o homem trajava roupas tão simples e tão suadas quanto às dele.

— De novo. — Insistiu ele.

A ruiva franziu o cenho e buscou fôlego para continuar, pôs em posição de ataque e partiu para cima do homem deferindo socos em sua direção que foram bloqueados por Bruce que parecia muito entediado. Após a sequência de golpes, impaciente o homem pegou-a pelo colarinho e jogou-a de costas no tatame.

— De novo. — Ordenou Bruce.

Bloom fechou os punhos e deu um soco no tatame, levantou-se e mais uma vez aderiu à posição anterior.

— Técnica e não força. — Ressaltou Bruce. — Vamos, esse golpe não é tão difícil assim.

Mesmo cansada a garota assentiu e partiu para o ataque mais uma vez, seus golpes combinados em socos e chutes tão rápidos era apenas uma distração para tirar a atenção do homem, embora ele soubesse o que ela iria fazer, ele não sabia quando. Bastou apenas uma troca de olhares para que ele perdesse o foco por alguns segundos. O olhar da ruiva hipnotizava qualquer um, até mesmo Bruce. Bloom utilizou a perna levemente flexionado do homem para pegar impulso para pular em seus ombros, segurou sua cabeça com os joelhos e o braço esquerdo com sua mão esquerda e jogou seu tronco para a sua direita puxando a cabeça e o braço de Bruce fazendo-o cair no tablado, rolando para longe logo em seguida.

— Acho que essa valeu, né? — Indagou Bloom em pé ao lado de Bruce, olhando o homem no chão.

— Valeu. — Afirmou ele.

A garota estendeu o braço em sua direção e Bruce aceitou a ajuda, levantando-se. Ambos estavam cansados do intenso treinamento, estavam ali há várias horas.

— Espero que tenha uma roupa para missões, porque você vai a campo comigo hoje.

— O quê? Isso é sério?

— Certamente. — Afirmou ele. 

— Não tenho.

— Imaginei que diria isso. — Revelou Bruce. — Venha.

Bloom seguiu Bruce pela caverna até a parte superior da caverna onde estavam expostos vários uniformes em algo parecido com uma vitrine, todos eles pertencentes de seus companheiros.

— Considere um presente. — Disse Bruce indicando o último uniforme exposto. — Vista-se, estarei lá em baixo. — Pediu ele, e sem demora, Bloom obedeceu.

O uniforme consistia em um macacão peça única de pernas longas em um tom azul marinho, com detalhes ombré em diferentes tons de azuis na lateral do dorso até as pernas e um cinto da mesma cor, o dorso possuía um zíper que subia até a linha superior dos seios fechando em um decote não muito marcado em v e gola alta com mangas delineadas verticalmente, deixando os ombros e todo o braço para fora, o visual era completado com um par te luvas e botas de salto.

— Como estou? — Indagou a garota.

— Sabia que ia lhe cair perfeitamente. — Afirmou Bruce. — O uniforme é feito de fibra de Nomex e Kevlar, dois tecidos que combinados isolam o fogo, ou seja, você pode incendiar seu corpo inteirinho e ainda assim sua roupa não vai derreter.

— Escolha muito sábia.

— Esses estojos nos seus cintos contém espaço para você guardar o que quiser, eu tenho explosivos, bombas de fumaça, alguns gases, respiradouros, mas acho que pode fazer tudo isso com magia.

— Certamente.  — Confirmou Bloom. — Nada de máscara?

— Não pra você. Seu olhar é uma arma e você sabe como usar, então, nada de máscara.

— Entendi. Agora... Posso testar a roupa? Ela realmente suporta temperaturas altas?

— Mais resistente do que aço.

— Veremos.

Bloom fechou os olhos e cerrou os punhos, imediatamente suas mãos pegaram fogo, Bruce a observava com curiosidade, foi então que as chamas aumentaram gradativamente e consumiu todo o corpo da garota em uma velocidade incrível. O calor causado pelas labaredas era tão intenso que Bruce foi obrigado a recuar alguns passos para que o calor da ebulição não queimasse seu corpo.  Bloom então suavizou a pressão de seus punhos e as chamas evadiram devagar, a ruiva examinou a roupa e então se movimentou um pouco.

— É, pelo visto ela aguenta um pouquinho de calor. — Concluiu. — E para onde vamos?

— Nenhum lugar específico, vamos ver o que Gotham tem pra nós hoje.

— E quando vamos?

— Por que faz tantas perguntas? — Indagou Bruce.

— Gosto de informações. Me deixar à par das coisas é o melhor que você pode fazer.  — Respondeu Bloom dando de ombros.

— Gotham é uma cidade muito agitada. Veremos o que ela reserva para nós hoje. — Disse Bruce.  —  Vou colocar minha roupa, espere aqui.

Bloom assentiu e seguiu Bruce apenas com o olhar enquanto esperava pacientemente ele colocar seu uniforme de Batman. Não estava nervosa e muito menos ansiosa, já ouvira falar de muitas coisas sobre Gotham City, principalmente sobre o quanto a cidade podia ser perigosa. De qualquer forma, isso não a afligia.

— Aqui está seu comunicador.  — Disse Batman de repente.

Bloom deu um pulo, não esperava que p homem fosse tão rápido. Encarou-o com os olhos azuis esverdeados e pegou o pequeno comunicador auricular posicionando-o em seu ouvido.

— Vamos?

Bloom assentiu. Batman caminhou até seu computador digitando uma sequência de três dígitos no teclado. O chão central da caverna se abriu, revelando o bat-wing. Ambos entraram e então abriram vôo.

Gotham City, 29 de Março -  01h12

Enquanto em céu aberto, Bloom observava atentamente a cidade de cima, iluminada e atrativa, suas luzes a noite traziam consigo um belo contraste.

— É uma bela cidade. — Afirmou Bloom.

— Sim. Exceto pelos malucos e mafiosos.

— Chegamos. Bem vinda à Ilha Norte, Narrows. Periferia. É aqui que agiremos hoje.

— Entendido.

Batman desligou os propulsores do bat-wing e simplesmente pulou da aeronave caindo em queda livre. Bloom nem ao menos questionou, sabia que o morcego tinha ao menos um pouco de senso e que certamente ele também sabia que não poderia voar. Assim como Batman, Bloom saltou do bat-wing, alinhando o corpo para uma queda mais rápida e alcançando o homem-morcego.

— Pode voar? — Questionou Batman.

— Sim.

— Nessa forma?

— Sim. Distâncias curtas, apenas.

Ambos já se aproximavam do chão, Batman imediatamente abriu sua capa impedindo que o vento o atravessasse e então plainou. Bloom não tinha capa alguma para tal aerodinâmica, a ruiva não precisou pensar muito para controlar sua magia, ela usou sua telecinese para elevar seu próprio corpo, impedindo que ele se chocasse com o solo. Os dois pairaram até o terraço do prédio mais alto.

— E agora? — Indagou Bloom.

Batman caminhou até a borda do terraço, onde tinha a visão das quatro principais ruas do Narrows.

—Paciência.

Não demorou muito para que uma movimentação acontecesse no final da rua quatro, um grupo de homens estavam prestes a roubar uma jovem com aparentemente  vinte anos.

— Ali! — Exclamou Batman. — Pode ir.

— Não vai comigo?

— Quero ver como se sai. — Disse ele. — A propósito, faça o que eu mandar.

Bloom assentiu e sem demora pairou pelos ares na direção do acontecimento.  Seu coração batia acelerado sua mente só conseguia pensar em uma coisa, foco.

— Isso é tudo o que tenho, não façam nada comigo! — Implorou a garota loira.

— Ah, amor. Você é tão bonita, seria um desperdício de tempo deixar você ir embora.

Os homens aproximavam-se da garota, uns a seguraram mesmo ela resistindo de todas as formas possíveis enquanto os outros insistiam em toca-la. Eles arrastaram-na para o beco mais próximo, o pior já estava prestes a acontecer. O barulho de salto alto em atrito com o chão fora ouvido no beco.

— Morcego, essa não é sua área. — Sibilou um dos homens.

Sem demora, Bloom dobrou a esquina com o beco e caminhou na direção deles. Seus olhos pulavam de face em face, até chegar ao rosto da jovem mulher, tranquilizando-a.

— Não é assim que se trata uma dama, rapazes. — Objetou Bloom.

— Quem é você?

— Isso não importa, o que importa é que eu vou dar uma surra em vocês.

— Heroísmo aqui em Gotham. O morcegão não vai gostar nada disso.

— Não foi você quem disse que essa não é a área dele? — Perguntou Bloom retoricamente. —Acho que Batman não vai se importar.

"Menos papo, mais ação" — Ordenou Batman pelo comunicador.

— É, chega de papo. — Disse Bloom chegando cada vez mais próxima a eles.

Suas mãos se elevaram enquanto mente já estava imaginando o percurso mais seguro de seus poderes quando Batman ordenou novamente:

"Sem poderes"

Bloom revirou os olhos, baixando as mãos em seguida. Dois dos homens revelaram suas armas, enquanto outros três se armaram com estacas de madeira. Os dois com armas de fogo atiraram na direção de Bloom que se esquivava com louvor, correndo em ziguezague. Ao aproximar-se daquele que estava mais perto, chutou sua barriga, torceu o braço que segurava a arma, dando-lhe um soco na cara logo em seguida, segurou firmemente em suas vestes e arremessou-o contra o rapaz que corria em sua direção com um pedaço de ferro.

— Idiotas. — Insultou Bloom com um sorriso no rosto.

"Não perca o foco".

Mais uma vez Bloom foi alvejada com tiros que por sorte não a acertaram, ela se esquivou vezes o suficiente para que as balas da arma acabassem e então tirou o cara de combate com uma sequência de três chutes, sendo eles na lateral direita do tórax, diretamente para o ombro direito sem recuar, girando o corpo e terminando o nocaute com um chute na cabeça.

Desviou sua atenção para o que ainda segurava a garota pulando por cima de seus ombros, aplicando um golpe de imobilização com a mão aberta em seu ombro, o apagando. Colocou a garota atrás de si ao ver que homens restantes corriam em sua direção e foi quando o show realmente começou.

Quatro deles a cercaram, o primeiro que partiu pra cima levou um soco no estômago, ao mesmo tempo de que a retaguarda de Bloom seria atacada, com rapidez a garota usufruiu de sua flexibilidade para chutar alto e arremessar o corpo do homem sem ar naquele que insistia em não jogar limpo e ataca-la pelas costas, deu um mortal pra trás ao ver a estaca de madeira ser utilizada para feri-la, chutando a mão do homem na rondada do mortal se livrando do artefato, ao ter seus pés em contato com o chão novamente, deu-lhe uma rasteira. Restava apenas um.

Este, por sua vez, parecia analisar cada movimento de Bloom. Ambos se encararam por um breve momento, foi quando o rapaz colocou-se em posição defensiva e chamou a garota para iniciar o embate. Em passos largos, ela se aproximou, pondo-se em posição de ataque e partindo para cima dele com socos que foram bloqueados, no último soco ele segurou firmemente o punho fechado de Bloom e colocou seu braço atrás de suas costas, imobilizando-o. Bloom semicerrou os olhos e deu-lhe uma cabeçada no nariz e uma cotovelada na costela, afastando-o.

"Atenção"— Alertou Batman.

 Dessa vez foi ele quem atacou primeiro com uma sequência de chutes aéreos combinados com socos. De início Bloom conseguiu bloquear, mas seus golpes eram fortes e a garota não tinha força o suficiente para bloquea-los, forçando-a apelar para sua rapidez e se esquivar, mesmo assim, fora atingida por um chute que levou-a ao chão.

Bloom ignorou a dor do atrito, Girou o corpo para o lado ainda a tempo de não ser atingida por mais um chute que ao se chocar com o asfalto o destruiu parcialmente, levantou-se. Aproveitou o tempo perdido do homem para recuperar o fôlego, ela rapidamente subiu nos ombros do rapaz usando o impulso da perna semi-flexionada dele, prendendo sua cabeça com o joelho e usando as mãos pra dar o impulso necessário para joga-lo contra o chão, a ruiva girou seu corpo até a parte superior do dorso do homem, colocando seu braço direito entre suas pernas e puxando-o pra cima, só parando ao ouvir um estão baixo indicando que sua clavícula havia sido deslocada.

— Quem é você? — Vociferou o homem ainda no chão.

— Um sonho seu que acabou de virar pesadelo. — Respondeu Bloom socando seu rosto e apagando-o.

Bloom caminhou lentamente na direção da garota que havia acabado de salvar, ainda sentia uma dor considerável em suas costas, devido ao impacto anterior.

— Você está bem?— Indagou Bloom. — Qual seu nome?

— Kaya, e estou bem. Obrigada.

Bloom assentiu e então indicou com a cabeça que Kaya deveria sair dali ligo em seguida pairando ao ar e voando de volta para o prédio onde Batman observava tudo.

— E então? — Perguntou Bloom.

— Aceitável.

— Obrigada pelo elogio, Batman. — Disse Bloom sorrindo.

— Vamos. Daremos apoio a GCPD.

— Vai me situar dessa vez?

— Não.

Velha Gotham, 29 de Março - 02h00

Várias unidades policiais estavam espalhadas em torno de um galpão abandonado, a troca de tiros havia começado há menos de 10 minutos, porém muitos cartuchos já usados estavam espalhados por todo o perímetro. Mafiosos traficavam armas o suficiente para uma nova guerra mundial, a situação já estava fora de controle.

— Jim.

— Graças a Deus, Batman.

— Quem?

— Pinguim e outro que não conhecemos, eles estão trocando tiros já há algum tempo. Meus homens vão entrar.— Informou o comissário. — Outro Robin? — Questionou Gordon olhando Bloom.

Batman apenas negou com a cabeça.

— Eu vou entrar.

O cavaleiro das trevas abriu seu cinto de utilidade, pegou um gancho e o arremessou no telhado, sendo puxado e seguido por Bloom. Da entrada de ar aberta, Batman observou o motim. Muitas armas, poucas colunas, corpos alvejados. Pinguim de um lado, desconhecido do outro. Entretanto eles não estavam trocando tiros entre eles, mas sim em alguém que estava escondido atrás de uma mesa de metal.

Batman estava prestes a entrar no local junto com os policiais de Gordon quando Bloom se manifestou:

— Aquele cara está morrendo de rir! — Observou Bloom.

— O quê?

Rapidamente o morcego voltou para a área onde anteriormente ele observava o combate, alguns dos homens estranhamente começaram a gargalhar sem parar.

— Coringa. — Concluiu Batman. — Vamos logo, isso vai ficar mais difícil do que pensamos.

Bloom nem ao menos questionou, apenas o seguiu. Batman arremessou batarangues naqueles que ainda estavam de pé, distribuiu alguns socos e chutes. Sua preocupação era apenas o Coringa. Enquanto isso, Bloom se atentava as armas ainda presentes um pouco hesitante em usar ou não seus poderes.

— Retirada! — Ordenou Pinguim.

Um dos capangas de Pinguim entrou em cena com uma metralhadora fazendo com que Batman e Bloom rolassem até a coluna mais próxima, o ataque só servia de distração para que todos fossem embora e estava dando certo.

— Posso usar meus poderes agora? — Indagou Bloom.

— Devia ter usado há tempos. — Resmungou Batman.

— O que aconteceu com o “faça o que eu mandar”? — Retrucou Bloom.

— Anda logo e não deixa o Pinguim fugir.

— Scutum Magicis Vires — Conjurou Bloom.

Um escudo cintilante translúcido ergueu-se entre as colunas, segurando cada tiro da metralhadora. Com uma mão, Bloom mantinha o escudo de pé, com a outra a garota arremessava esferas de energia derrubando o máximo de homens que conseguia. Batman partiu para cima do homem desconhecido, atirando batarangues talhantes em sua direção.

Bloom fez com que seu escudo avançasse na direção do homem da metralhadora, fazendo com que seu corpo voasse na direção de um caixote vazio. Com um estalar de dedos, Bloom prendeu os pés de Pinguim ao chão, impedindo sua fuga. Mais homens do Pinguim apareceram, um deles com grandes músculos e alto atingiu Bloom bem no estômago, fazendo-a perder o ar juntamente com a estabilidade de seus poderes.

Batman tinha acabado de nocautear o homem desconhecido quando uma figura de terno roxo apareceu.

— Morceguinho! — Exclamou Coringa, surgindo no galpão. — Eu estava te esperando. Trouxe até um presentinho pra você.

Coringa acendeu um pavio ligado a um cupcake, arremessou-o na direção de Batman que nem ao menos teve tempo de desviar e foi atingido pela explosão. O capanga musculoso de Pinguim foi de encontro com Coringa, mas o príncipe palhaço agilmente lançou lhe uma bomba de gás do riso.

— Coringa, seu idiota. Você vai estragar tudo! — Exclamou Pinguim furioso.

— Oh, mas é pra isso que eu existo. Estragar o plano das pessoas é o que eu faço de melhor. — Articulou Coringa. — Agora se me der licença, Bats me espera.

Bloom olhou em volta e viu Pinguim tentando fugir de novo, o musculoso inominável tendo um ataque de risos no chão e Coringa caminhando na direção de Batman. Ela não precisou nem de dois segundos para mandar uma esfera de energia para cada lado, atingido Pinguim e Coringa.

— Mas quem ousa se intrometer... — Vociferou Coringa depois de ser arremessado contra a parede.

Bloom levantou-se, caminhou até Batman ajoelhando-se ao seu lado e verificando se ele estava bem, afinal a explosão o acertou em cheio. Porém, sua atenção precisou ser unicamente voltada para o Coringa que atirava em sua direção. Bloom desviou o percurso das balas a cada movimento com as mãos, deixando Coringa chateado.

— Poderes? Mas assim não tem graça nenhuma. Sem contar que não é mais um Robin. — Sibilou Coringa. — Poxa, o Morcego já está perdendo o jeito da coisa.

— Coringa, não é? — Questionou Bloom, pondo-se de pé.

— Ao seu dispor, Mademoiselle.

— Eu não quero te machucar. — Sibilou Bloom.

— Me machucar? — Indagou Coringa retoricamente.

O Príncipe Palhaço do Crime soltou uma gargalhada alta e então iniciou um lento caminhar na direção de Bloom.

— Eu não me machuco. Muito pelo contrário, sou eu quem faz os ferimentos. — Constatou Coringa. — Realmente, Bats perdeu mesmo o jeito. Não sabe mais ensinar suas bat-crianças.

Bloom encarou Coringa e aos poucos a expressão da garota tornou-se serena, o jeito do palhaço era um tanto quanto intimidador. Seus olhos finalmente se fixaram nos de Coringa enquanto ela o analisava. Sua áurea era um poço vários nadas, não havia nenhuma conexão com a humanidade, era tudo uma extrema bagunça, bagunça esta impossível de ser arrumada, apesar de tudo, a garota só conseguia sentir uma coisa, a loucura, insanidade e a maldade de alguém que só vive unicamente para provocar o caos sem motivo algum, alguém que tirava vidas e vidas por diversão e ainda conseguia manter o sorriso no rosto.  Coringa era tão perturbador que por alguns breves segundos Bloom esteve em um estado catatônico.

— VOCÊ! — Berrou Coringa. — O quê estava fazendo comigo? SUA BRUXA!

A raiva do palhaço era visível, sem pestanejar ele pegou um pedaço de ferro e a atingiu fazendo-a voltar a si. Bloom desviou dos ataques seguintes de Coringa até que ele deixou o ferro de lado e puxou uma faca do seu paletó, correu até ela e lhe deu uma rasteira em Bloom e sentando em cima dela, pronto para esfaquear sua garganta. Bloom media força com o palhaço.

— Ninguém entra na minha cabeça assim. NINGUÉM! — Vociferou o palhaço.  — Vou te ensinar a nunca mais invadir o meu espaço. Vou arrancar seus olhos, sua, sua, sua, ARGH!

Coringa encarava Bloom de maneira ardorosa, suas ameaças em conjunto com a sensação de ver a áurea dele não permitiam que a garota se concentrasse para conjurar qualquer encantamento.

Batman então tirou Coringa de cima de Bloom antes que ela cedesse fisicamente e o socou algumas vezes, quando de repente, Arlequina invadisse o galpão usando um caminhão de pequeno porte, dirigindo na direção de Batman que usou sua corda para sair do caminho do veículo, Coringa rapidamente adentrou o caminhão e assumiu o volante, tentando jogar o caminhão em cima de Bloom, falhando ao ter a direção desviada por um batarangue que explodiu um pneu dianteiro. Arlequina e Coringa fugiram dali imediatamente.

— Bloom? — Chamou Batman preocupado com a garota. — O que ele te fez? Você está bem?

— E-eu, eu estou. Ele não fez nada, eu que. Ah, deixa pra lá. — Sibilou Bloom, lembrando-se de Pinguim. — O Pinguim!

— Ele ainda está aqui. Deixe ele comigo, você vai para o Monte.

Bloom suspirou pesarosamente, aquele havia sido o encontro astral mais perturbador de toda sua vida e descansar a mente era o que ela mais precisava para absorver tudo aquilo o que tinha aprendido hoje, principalmente a única coisa que havia aprendido da maneira mais difícil.  Aos olhos de quem o vê, Coringa é apenas alguém com sérios problemas mentais, aos olhos de Bloom, ele é simplesmente a prova do quanto um dia ruim podia mudar completamente a vida de uma pessoa e uma série de problemas podem acarretar. Aos olhos de Bloom, Coringa é um sinônimo para insanidade. Sinônimo para alguém sem salvação.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Pois bem, é isso. Estou um pouco enferrujada, mas espero que gostem.
Ah, e comentem bastante hein. Realmente quero saber o que acharam. Esse encontro da Bloom com o Coringa vai ser essencial para a construção da Bloom heroína.

Falando em Heroína. Minha pergunta é a seguinte: Vocês acham que ela deve ter um codinome? Sim? Não? (Consegue me responder o por quê? )

Larinna.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Young Justice - Apocalypse" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.