Moments escrita por Marih Yoshida


Capítulo 14
XIV


Notas iniciais do capítulo

Hey loves!
Ainda há alguém acompanhando a história? Mesmo depois de tanto tempo?
Mil desculpas pela demora! Eu tenho realmente bons motivos para não ter postado antes, mas mesmo assim, me sinto tão culpada! Eu nunca fui de demorar, quem é meu leitor há algum tempo sabe disso.
Bem, primeiramente, como eu já disse antes eu comecei esse ano numa escola técnica, onde eu fico oito horas por dia. É bastante né? Bem, além disso tem todos os trabalhos, que me tomam muito tempo.
E, como se isso já não bastasse, meus amigos estavam me levando para lá e para cá nos nossos tepos vagos. E eu confesso que gosto disso porque sinto que estou vivendo, sabe?
Além disso, meu notebook estava todo esse tempo indo e vindo na assistencia técnica. E ele ainda não está totalmente bom. Provavelmente eu vou ter que trocar.
E, toda vez que eu ia escrever a última parte do capítulo, eu travava. Não estava com paciencia nenhuma para Thalico, sem ideias para o "encontro" deles e sem paciencia nenhuma para escrever.
Aliás, agradeçam à Ally pela ideia e por toda a ajuda. Se não fosse por ela esse capítulo não sairia hoje.
Anyway, sem mais delongas, leiam! Espero que gostem!



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Connor olhava para a pequena garotinha que brincava em um dos escorregadores com o mesmo olhar de um pai orgulhoso. Brianna certamente se destacava dentre as crianças, seja por sua beleza ou sua risada gostosa. O homem pensava todo dia que queria que sua futura filha fosse como a garotinha.

Então, virou-se para frente, surpreendendo-se ao ver Bianca lhe encarando com um sorriso.

— Você realmente a ama, não é? – Perguntou, deixando a cabeça cair para um dos lados. Connor sorriu tímido.

— Nós somos assim desde que ela nasceu, sabe? – Olhou mais uma vez para Brianna. – Ela nunca conheceu o pai, eu quero compensar isso de alguma forma. Uma vez, quando ela era bem pequena, me chamou de papai. – Abriu um pequeno sorriso de canto, voltando seu olhar para a mulher. – Eu meio que gostei.

Bianca riu do jeito envergonhado de ele dizer aquilo.

— Ela é sortuda por ter você, Connor. – Disse-lhe. – Eu conheci meu pai e fui criada por ele, mas não é como vocês dois, nunca foi.

— Eu tenho medo do dia em que ela vai perceber que eu não sou nada além de um amigo e vai me deixar. – Seu sorriso se tornou triste. – Talvez ela me ame o suficiente para me telefonar nos feriados.

A mulher se surpreendeu com as palavras que ele proferiu.

— Connor, eu não acredito que ela vá te deixar. – Colocou sua mão por cima da do homem. – Um amor assim, como o de vocês dois, eu só vi uma vez na minha vida antes, e é o que eu sinto pelo meu irmão. E, embora ele seja, bem, ele seja ele, eu nunca o deixaria em nenhuma circunstancia. Tenho certeza que Brianna se sente do mesmo jeito.

Um brilho diferente passou pelos olhos de Connor quando, depois de se virar para pequena garota, voltou a olhar Bianca. E a mulher, com uma batida a menos no coração, percebeu isso.

~^~

Luke estava sentado no chão do corredor, ao lado da porta do quarto de Megan. Chorava como uma pequena criança, aquele choro onde você se engasga com o próprio soluço. Não se lembrava de algum dia ter chorado como naquela hora, mas não se importava.

Megan tentara se matar. Sua melhor amiga desde que se lembra, aquela que mais amava no mundo, tentou tirar a própria vida.

Estava desesperado, é claro. Primeiramente por perceber o quanto a amiga estava sofrendo – deveria ser muito para chegar àquele ponto. O que ele menos queria era que ela sofresse, mas parecia que, quanto mais ele se esforçava, menos resultados ele tinha. E segundo porque, quando a viu no chão, jogada com todo aquele sangue, entendeu que não existia vida se não existisse Megan. Entendeu que, se ela nunca mais sorrisse, ele não sorriria também.

Quando mesmo ela havia pego aquela faca? Era claro que ele percebera a mudança de humor da amiga nos últimos dias, mas isso sempre acontecia quando ela voltava para casa. Não pensou nem por um minuto que havia tanta coisa dentro da cabeça dela – quantidade o suficiente para que ela não quisesse mais viver.

Seus irmãos e pai perceberam que ele queria apenas ficar sozinho, sem ser interrompido. Fora ele desde o início quem tentara amenizar sua dor, ele quem a encontrara naquele estado deplorável horas antes. Eles sabiam – talvez mais do que o próprio Luke – o quanto Megan significava para ele.

Já estava tudo bem com Megan. Ela estava no hospital, sem risco de vida, mas ainda não havia acordado. O mais novo estava lá com ela – com sua pequena irmã. Travis e o pai voltaram para casa, para Luke, que, no momento, estava preocupando-os e a Connor bem mais do que a ruiva.

Ele não saíra da mesma posição nem parara de chorar desde a hora que a ambulância chegou para leva-la. Não respondeu quando perguntaram se ele ia ao hospital, não respondeu quando disseram que estava saindo, não respondeu quando voltaram dizendo que ela estava bem. Apenas chorava abraçado em si mesmo.

Luke estava dentro de seu próprio mundo de desespero e ninguém ousava tentar tirá-lo de lá antes da hora.

Dentro de sua cabeça os pensamentos viajavam na velocidade da luz e seu coração era uma mistura de sentimentos. Pânico, medo, raiva, tristeza, amor. A imagem de Megan – dela sorrindo, dela chorando, dela dormindo, de quando a encontrou horas antes – pulava em sua cabeça.

E só sabia chorar.

~^~

Quando Megan e Luke saíram do restaurante já era noite. O homem pediu ao cozinheiro – que já era conhecido pelas vezes que foram ao lugar – que levasse as compras até a casa de seu pai e resolveu, junto a mulher, é claro, que iriam andando, a noite estava agradável.

Riam e conversavam enquanto, sem pressa alguma, seus pés os levavam pelo caminho certo. O dia fora inteiramente deles e de mais ninguém – os celulares desligados comprovavam isso.

Luke olhou para Megan que contava aventuras que vivera em outros países. O cabelo vermelho estava laranja por causa da iluminação da rua e caia em seu rosto, embora ela parecesse não se importar. Mesmo depois de tanto tempo, mesmo depois de toda complicação, ela continuava ali, do seu lado, com um grande sorriso no rosto. Era certo para ele que a mulher estaria ali para sempre como o Sol está no céu.

Segurou sua mão sem malícia alguma, como que para não deixa-la ir nunca e continuou ouvindo o que ela tinha para contar.

~^~

Tinham deixado o carro havia quase meia hora e andavam preguiçosamente no calor gostoso da noite. Havia algum tempo que não sentiam o tempo quentinho como aquela hora. Thalia soltara o cabelo e ele caia em cachos largos em suas costas.

Não tinham um destino em mente. Apenas pararam o carro na frente de uma sorveteria e resolveram que queriam apenas andar. Conversavam sobre as coisas mais banais do mundo e quem os visse nunca diria que passaram tanto tempo longe um do outro.

— Olhe só, Nico! – Thalia interrompeu-se quando percebeu onde estavam. – Se continuarmos por ali chegaremos naquela casa de madeira que construímos

O homem olhou em volta e abriu um pequeno sorriso concordando. Era verdade, se pegassem a pequena trilha chegariam à clareira que anos antes fora apenas deles e de mais ninguém. 

— Não volto lá desde que você foi embora. – O olhar de Thalia tornou-se triste por apenas alguns instantes antes de brilharem novamente com uma ideia. – Vamos lá. Será que a casa ainda existe?

— Se ninguém derrubou, deve existir. – Ele sorriu começando a andar junto à mulher. Entraram na trilha e, mesmo que não fossem lá há muito tempo, o caminho lhes era claro como a luz do sol.

Não falaram nada até chegarem à clareira. As lembranças boas faziam ambos corações baterem forte. Em algum momento, suas mãos se encontraram e não se deixaram. Era uma experiência apenas dos dois, incrivelmente íntima. No momento, além da lua, tudo o que existia no mundo eram eles e o que os esperava no fim da trilha.

E, bem, a casa ainda estava lá. Um pouco suja, é claro, e talvez não tão habitável quanto antes, mas ainda estava lá. Assim como todas as lembranças. Assim como o amor. Tudo estava lá. Um pouco desgastado e empoeirado, talvez. Mas ainda estava.

Sem falar nada, eles entraram na casa, emocionados demais para pensar qualquer outra coisa que não um no outro. Suas mãos ainda entrelaçadas.

— Ainda está aqui. – Abriu um pequeno sorriso, os olhos azuis brilhando por causa das lágrimas acumuladas.

Nico sempre foi o mais sentimental dos dois. Por isso, enquanto as lágrimas de Thalia começavam a cair, as de Nico já estavam quase se esgotando. Ele nem ao menos conseguia falar, tanta coisa entalada em sua garganta!

E não havia nada a ser falado realmente. Tudo estava tão visível que, talvez, as falas estragassem.

Ficaram algum tempo parados lado a lado, as mãos juntas e as lágrimas caindo, até que Nico pegou seu celular no bolso da jaqueta e escolheu uma música – aquela música que era apenas deles, apenas como aquela casa, aqueles sentimentos, aquelas lembranças... aquele momento. Tudo era apenas deles.

Colocou o celular de volta no bolso e a puxou para uma dança. Começaram lentos junto à música e aos poucos foram se soltando, se desprendendo de todos os sentimentos negativos. Rodopiavam e talvez já não estivessem no mesmo ritmo, mas não se importavam.

E o que se seguiu, seus lábios se encontrando desesperados, talvez não pudesse ser evitado nem se quisessem – mas eles não queriam. Queriam que aquilo acontecesse desde o momento que se reencontraram no café.

E, bem, foi melhor do que imaginaram. Muito melhor. Mesmo que fosse apenas um beijo, mesmo que fosse errado de muitas formas, mesmo que...

Aquele momento ainda era apenas deles. E tudo que só os pertencia ainda existia. Então não havia nada a temer, nada que pudessem se arrepender mais tarde. Porque eles eram só deles e de mais ninguém.


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Notas finais do capítulo

E então? Eu particularmente adorei!
Me desculpem, eu não sei quando irei postar novamente! Mesmo que agora eu provavelmente vá ficar mais tempo em casa porque briguei com meu amigo, eu ainda tenho muita coisa para fazer.
Deixem seus comentários amores! E eu espero que me perdoem pela demora!
~Kisses!