Memory of the Future - Parte 2 escrita por chrissie lowe


Capítulo 5
The Explorer


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Sejam bem-vindos a mais um capítulo de Memory of the Future parte 2! hehehe.



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Ainda irritada por ter sido largada pelo Doutor, Clara decidiu dar uma volta pelas galerias a fim de esfriar a cabeça. Ela achava fascinante a forma como Claire se refugiara, criando aquela colônia enorme bem debaixo dos pés de seus inimigos. Com o mapa que ela encontrara na gaveta da escrivaninha, a moça andou pelos longos corredores, disposta a explorar os segredos que poderiam haver neles.

Ela se deparou com muitos outros dormitórios, também formados por pequenos cubículos escavados no final dos corredores. Porém, diferente do seu, esses dormitórios tinham grandes portas de madeira em forma de arco e eram revestidos de acrílico, o que permitia que quem estivesse do lado de fora enxergasse o lado de dentro.

– Incrível. – Disse Clara ao ver um dos dormitórios, no qual havia uma cama feita com uma espécie de tubo criogênico improvisado, porém coberta por um edredom que parecia ser muito macio. Ao lado, havia uma mesa repleta de papéis e diversos objetos aleatórios, provavelmente restos encontrados na superfície e que acabaram atraindo a atenção do dono do quarto

Em outro corredor, encontrava-se um dos banheiros. Também era revestido de acrílico e tinha uma porta de madeira. Havia uma grande banheira de porcelana gasta, uma privada, também de porcelana e uma pia flutuante de acrílico, com uma torneira de prata logo acima. Alguns brinquedos velhos e gastos encontravam-se largados no chão, próximos à banheira. Deve ser o banheiro das crianças, pensou ela sorrindo ao lembrar-se das crianças que vira mais cedo.

Prosseguindo com a caminhada, ela pôde localizar a cozinha em uma das galerias e viu que provavelmente o tal de Vince, que se destacava sobre os demais devido sua altura, ainda preparava o jantar, junto a outros jovens. Para a sua surpresa, a cozinha era larga e espaçosa e tinha um grande balcão no centro, no qual se encontrava um fogão com várias bocas e que funcionava a indução, uma esteira, na qual a louça suja passava e era levada até uma pequena câmara, de onde saía incrivelmente limpa. Um rapaz encontrava-se na ponta da esteira, pegando os pratos e, habilmente, colocando a comida já pronta neles.

Um grande pedaço de carne crua pousava em cima do balcão, com um laser passando em cima dele, cortando-o em tiras grossas e uniformes que Vince pegava e colocava dentro de uma grande frigideira em cima do fogão. Outro rapaz, ao lado de Vince, misturava o purê de batatas em uma panela e verificava os legumes ao vapor em outra. Todos ali estavam tão atarefados que nenhum deles percebeu a presença da pequena moça de olhos castanhos parada atrás deles, fascinada com o que via.

Não querendo tirar a concentração dos jovens, Clara seguiu em direção às outras galerias.

Depois de muito explorar, ela já se encontrava próxima do salão principal. Havia caminhado bastante, por isso sentia-se disposta a experimentar aquela carne e o purê que vira Vince preparando na cozinha ou deitar-se em uma das camas-tubo de cobertores macios, quando viu uma sombra passando rapidamente atrás dela.

Ela virou-se bruscamente, assustada, mas não havia ninguém ali. Achando que não passava de coisa de sua imaginação, ela continuou a caminhar. No entanto, a sombra passara por ela mais uma vez antes que pudesse relaxar.

– Quem está aí? – Perguntou ela.

Não houve resposta.

Clara tentou manter-se calma, mas seu coração batia cada vez mais rápido e sua respiração era curta. Aquele lugar não podia ser mal-assombrado. Ou podia? Ela já não duvidava de mais nada desde que passara a viajar com o Doutor. As chances de estar sendo perseguida por um fantasma ou uma criatura de más-intenções não eram nulas.

A sombra correu próximo a ela mais uma vez, deixando-a ainda mais tensa.

– Não estou para brincadeiras. Vamos! Apareça! – Disse ela usando a lanterna do celular como arma.

A luz do celular iluminou toda a galeria, porém, não revelou a presença de nenhum fantasma ou ninguém que pudesse estar apenas pregando uma peça sem-graça na moça.

Vendo que seria inútil tentar descobrir o dono da sombra, Clara desligou a lanterna e estava prestes a pôr o celular na bolsa, quando sentiu algo puxando sua mão.

– Mas o que...

Ela fechou a mão e viu que o celular não estava mais lá.

– Mas o que diabos está acontecendo? – Questionou ela para si.

Sem esperanças de encontrar o celular, Clara concluiu que o melhor a ser feito seria achar Claire e lhe explicar o acontecido. Talvez ela soubesse quem poderia estar por trás daquilo tudo.

Porém, uma forte luz surgiu atrás de uma das colunas que sustentavam a galeria. Quem quer que tivesse roubado o celular de Clara, havia acabado de ligar a lanterna, entregando a sua localização.

A moça seguiu em direção à luz, determinada a recuperar o celular, mesmo que um lado seu estivesse temerosa com o que poderia encontrar ali.

Mas ela não pôde deixar de se surpreender ao se deparar com nada mais do que um garoto.

Devia ter cerca de onze ou doze anos. Seu rosto estava todo sujo, assim como suas roupas e o cabelo castanho escuro completamente bagunçado. Ele deslizava os dedos, também sujos, pela tela do celular de Clara, tentando entender a utilidade do objeto que acabara de furtar. Ele sequer percebera a presença da moça bem ao seu lado e continuava a passar os dedos pela tela do aparelho, rindo e deixando-a toda manchada e engordurada.

– O que está fazendo?! – Exclamou ela com cara de nojo e tomando o celular, que de branco passou para uma cor acinzentada, das mãos do garoto, sem conseguir acreditar no estado em que ele se encontrava.

O garoto rapidamente se virou e levou um susto ao se deparar com Clara e seus grandes olhos arregalados pela indignação com o que acontecia. Estava prestes a fugir, porém, a moça foi rápida o suficiente para pegá-lo pela gola da camiseta que vestia.

– Não é nada bonito roubar os pertences dos outros. – Esbravejou ela puxando-o pela gola. – O que pensa que está fazendo?

– Não! Não! Não! – Gritava ele, irritado por ter sido pego pela moça.

– Vamos ver o que Claire pensa sobre isso. – Disse ela. – Vamos!

Os olhos do menino se arregalaram. Ele sabia que Claire não iria gostar de saber que estava furtando coisas novamente.

– Não! Não! – Continuava a gritar, porém dessa vez, mais assustado do que zangado.

Sem se deixar abalar pelos gritos do menino, Clara puxou-o pelo braço e o conduziu até o salão principal. Para sua sorte, Claire estava lá, conversando com Rhonda, próxima à mesa de jantar.

– Oh, Clara! Vejo que encontrou Artie, e bem a tempo do jantar. – Disse ela sorrindo ao ver os dois entrando no salão.

O garoto, então, finalmente conseguiu se soltar de Clara e correu em direção a Claire, escondendo-se atrás dela.

– Mas o que foi que aconteceu? – Perguntou ao perceber a tensão entre o garoto e a moça.

– Esse moleque roubou meu celular! – Exclamou Clara mostrando o aparelho todo sujo à Claire.

Claire e Rhonda olharam para o celular e soltaram uma expressão de nojo. Em seguida, Rhonda bufou, como se aquilo acontecesse com certa frequência e Claire virou-se e olhou para o garoto com um olhar de reprovação.

– Artie! O que eu te disse sobre roubar as coisas dos outros? – Repreendeu ela.

Ele encolheu-se atrás da mulher, sem dizer nada.

– O que eu te falei? Eu te disse para não pegar os pertences dos outros! Não foi isso que eu te ensinei, foi? Peça desculpas a Clara, imediatamente!

Ele negou com a cabeça, insistentemente e olhando feio para Clara.

– Agora, Arthur! – Insistiu ela levantando o tom da voz.

Ele olhou irritado, porém com medo para Claire, já que ela o chamara pelo nome. Sem escolha, ele acabou por obedecer a mulher.

– D-desculpa. – Disse ele.

Então, Clara aproximou-se do garoto e deu leves tapinhas em sua cabeça.

– Ok. Está desculpado. – Disse ela.

Ele olhou desconfiado para Clara. Havia estranhado a atitude da moça, já que normalmente os donos dos pertences que roubava o tratavam com desprezo.

Mas ele não tinha culpa se os outros tinham objetos que pareciam ser tão interessantes, pensava ele.

– Mas enfim, olhe para você, está imundo. Vá tomar um banho! – Disse Claire mudando de expressão e rindo para o garoto.

– Vamos antes que seja impossível enxergar a sua cara. – Ordenou Rhonda deixando o aposento.

Ele riu de volta, deu um beijo em Claire e seguiu Rhonda. Clara deu uma risada de leve e já não sentia mais raiva do garoto após presenciar tal cena.

– Ah, crianças. – Suspirou ela.


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Notas finais do capítulo

Eu particularmente gosto desse capítulo huehuehue. A partir do próximo as coisas já começam a esquentar, prometo. Espero que tenham gostado e não perca o próximo capítulo de Memory of the Future!



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