Memory of the Future - Parte 2 escrita por chrissie lowe


Capítulo 14
The Children of the Gallery


Notas iniciais do capítulo

Oie! Saudades? Bom, sejam bem-vindos a mais um capítulo de Memory of the Future. Espero que gostem!



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— Ai minha cabeça. – Queixou Clara ao acordar. – O… O que foi que aconteceu?

— Oh, que bom que acordou. – Disse Rhonda animada. 

Clara, então, olhou ao redor e viu que estava em uma enfermaria. Várias camas encontravam-se dispostas em fileiras ao lado da qual ela se encontrava. Rhonda preparava algo em um balcão de metal paralelo às camas.

— Como é que eu vim parar aqui? – Perguntou Clara.

— O Doutor e Claire a trouxeram. – Respondeu Rhonda. – Disseram que alguns guardas a atacaram, Mas já cuidei de seus ferimentos, não há com o que se preocupar. – Tranquilizou ela.

— Puxa, obrigada. – Disse ela passando os dedos pela faixa em sua cabeça. – E onde está o Doutor?

— Em reunião com Claire e os outros. – Disse ela. – Mas acho que ele nem deve estar prestando atenção em nada, visto que estava extremamente preocupado com você. – Acrescentou ela.

— Preocupado comigo?

— Ah sim. Tinha que ver, parecia que o mundo desabaria se algo acontecesse a você. Claro que ele não queria admitir, mas sei que ele se sentia exatamente assim. Eu vejo isso acontecer com Rookie toda hora. Ele é caidinho pela Mara e se desespera quando ela se machuca ou algo do tipo. Ele diz que não. Que se preocupa com ela porque são amigos, mas sei que é só enrolação dele. – Dizia ela rindo.

Clara deu uma risada de leve. Era incrível ver como o Doutor a surpreendia dessa forma de vez em quando.

Ela olhou para o lado e viu Artie sentado em um banquinho de metal e balançando para frente e para trás.

— Ei! Você vai cair assim! – Alertou ela preocupada.

Ele parou de se balançar e olhou para a moça por alguns instantes. Ele sorriu para ela, mostrando os dentes da frente separados, e voltou a se balançar segundos depois.

— Não se preocupe, ele sempre faz isso. – Tranquilizou Rhonda sem tirar os olhos do pote no qual misturava os medicamentos para a dor de cabeça de Clara.

Ela, então, colocou o conteúdo do pote em um copo de vidro largo e foi até a cama da moça.

— Tome. Vai amenizar sua dor de cabeça. – Disse ela lhe entregando o copo e sorrindo.

Clara olhou para o líquido amarelado dentro do copo e torceu o nariz. O cheiro não era terrível, mas também não era agradável. Ela também nunca tinha visto aquele tipo de medicamento e teve dúvidas quanto a sua eficácia.

Mas no fim ela acabou tomando-o sem reclamar.

— Nossa, isso é forte! – Exclamou ela fazendo uma careta e tossindo.

— Pois é. Foi meu pai que me ensinou a fazer. Disse que é o que existe de mais eficaz para dores de cabeça.

— Está falando de Spencer? – Perguntou ela ainda tossindo.

— Sim. Quer dizer, ele me adotou quando eu tinha nove anos. Ainda me lembro dos meus pais biológicos, mas Spencer me acolheu tão bem que hoje o considero como pai.

— Isso é muito bacana. Mas… O que houve com os seus pais, se é que me permite perguntar? Não precisa responder se não quiser.

— Bom, eles foram levados pelos guardas. Spencer me encontrou sozinha no centro da cidade fugindo deles. Lembro que minha mãe havia me dito para correr. O mais rápido que pudesse. Enfim, ele me levou para sua casa, mas tivemos que vir para as galerias logo depois. Era uma casa muito bonita, não é, Artie?

— Casa amarela da mamãe! – Exclamou o menino em resposta.

— Ah, é verdade, a casa era amarela. Bem lembrado. – Respondeu ela nostálgica. – E lembro que a primeira coisa que fez ao me ver foi puxar o meu cabelo. – Completou ela.

Os dois riram, fazendo com que Clara risse também.

— Parece que vocês dois se dão bem. – Comentou Clara.

— Ele é praticamente o meu irmão caçula, ou primo pra ser mais exata. Eu nunca tive irmãos antes, então eu gosto disso, da companhia dele, sabe?

— Vocês dois parecem ser os favoritos de Claire e Spencer. 

— Nós dois fomos os primeiros a serem acolhidos por eles. – Explicou a garota. – Eles estavam mal, pois haviam acabado de perder suas famílias, então acabaram nos tratando como filhos. Não que eles não se importem com as outras crianças que vivem aqui, mas… Não é a mesma coisa.

— Como assim?

— A maioria dos jovens daqui se lembram muito bem de seus familiares e lutam porque querem vingá-los. São gratos por terem sido acolhidos e admiram muito Claire e Spencer por isso, mas na cabeça deles, eles ainda têm as suas verdadeiras famílias.

— Entendo. Isso é triste.

— Não me entenda mal. Eu também luto em memória de meus pais, mas Spencer me acolheu tão bem. Ele ainda me trata tão bem que… Eu não sei o que dizer. Só sei que ele e meu pai tanto quanto meu pai biológico. – Disse ela comovida. – E sei que Claire não quer que lutemos, mas estamos dispostos para isso, acredite. Na verdade, acho que ela nos acolheu como forma de compensar os erros cometidos por Alec. – Dizia ela.

Clara sorriu para a jovem. Ela sentia empatia pela garota e achava emocionante vê-la se abrindo assim.

— E enquanto a Artie? Como foi que o encontraram? – Perguntou Clara cada vez mais interessada na história das crianças da galeria.

— Ah, a história dele é bem pesada. – Respondeu ela tensa. – Ele já vivia com Claire quando eu cheguei, então só sei o que ela me contou. Disse que o achou em um dos laboratórios da Cidade Proibida prestes a ser atualizado. Não sei se ela lhe contou sobre as crianças submetidas à atualização compulsória, mas Claire acredita que ele seria uma delas. Claire acha que eles queriam trocar seu cérebro ou algo do tipo, pois estavam prestes a abrir seu crânio quando ela o encontrou.

Clara soltou um expressão de horror ao ouvir as palavras de Rhonda.

— Claire e Eddie invadiram o laboratório e o tiraram dali. Eddie foi capturado no mesmo dia, mas Claire conseguiu fugir e levar Artie para casa em segurança. Ela bem que tentou encontrar algum familiar dele, mas isso foi praticamente impossível, pois ele não sabia falar na época, então a única opção foi adotá-lo. Ela não queria na verdade, porque se sentia mal por causa do Alec, mas no final ela acabou se apegando a ele, não é, Artie?

Artie concordou com a cabeça e correu para perto da jovem.

— Você gosta da Rhonda, não é? – Disse Clara sorrindo para o garoto.

Ele confirmou com a cabeça, sem soltar-se de Rhonda.

— Claire acha que ele já era… Diferente antes de quase ser atualizado. – Disse Rhonda. – Ela disse que a ferida não era tão profunda a ponto de deixar alguma sequela, mas ainda assim ele teve um monte de dificuldades. Eu lembro que ele demorou para falar. Ainda não fala muita coisa, na verdade, mas dá pra se comunicar com ele. Claire o adora de paixão, apesar de ser uma peste de vez em quando.

— “Mamã”? – Perguntou Artie quase choramingando para Rhonda.

— Ela vai vir daqui a pouco, não se preocupe. – Tranquilizou Rhonda acariciando os cabelos castanhos do menino. – É que Claire nunca ficou tanto tempo fora das galerias. – Disse ela para Clara.

Clara sorriu. 

— Rhonda, onde está meu celular? – Perguntou ela com uma ideia a mente.

— Ah, está aqui. – Disse ela voltando para o balcão. – Eu o peguei da sua bolsa e o limpei. Espero que não se importe.

Nisso, ela entregou o celular para Clara.

— Obrigada. E, ei, Artie, quer ver algo legal?

O menino saiu de trás de Rhonda, curioso com o que Clara iria lhe mostrar, e sorriu.


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Notas finais do capítulo

Bom, esse capítulo foi mais descontraído do que os outros. Espero que tenham gostado! Até mais!