Alien Panic escrita por Metal_Will


Capítulo 85
Crise 85 - O Esquilo Voador


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas postei. Boa leitura! :)



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Crise 85 – O Esquilo Voador

Mais um dia de aula, mais um intervalo. Vinte minutos de descanso entre as aulas para esticar as pernas e, claro, comer alguma coisa. Estava em um banco do pátio comendo o sanduíche de salame que trouxe de casa, enquanto minha colega alienígena Estrela , logo ao lado, comia alguns doces que comprou no mercado.

—Devo admitir – disse ela, enquanto mastigava as guloseimas – A comida da Terra é boa.

—Pelo menos alguma coisa para você elogiar aqui, heim? - comentei.

—Claro que as técnicas culinárias de vocês ainda precisam melhorar muito, mas com o tempo vocês aprendem – disse ela. É claro que ela não elogiaria tão gratuitamente assim.

—É uma pena. Estava pensando em te oferecer um pedaço do meu sanduíche – falei, em tom provocativo – Foi feito pela minha mãe.

—Oh, sim. A comida da sua mãe é muito boa – disse ela – Lembro quando jantei na sua casa.

—É...pena que somos muito atrasados em culinária para você, não é?

—Está agindo de modo infantil, Vitor – disse Estrela – Apenas fiz uma observação realista sobre a Terra.

—Mas da nossa comida você gosta, né?

—Não seja tão rancoroso – ela insistia. Nisso, ao virar de costas para ela, vi uma cena lamentável.

—E aí, pivete? - disse um garoto do oitavo ano para um pobre garoto do sexto ano – Pode ir passando o lanche.

—Ah, não. Aquele cara adora pegar o lanche dos outros – falei – Esses valentões estão por toda parte.

—Baixou a guarda – disse Estrela, pegando o último pedaço do meu sanduíche da minha mão enquanto eu estava distraído – Devia proteger melhor seu alimento. É um princípio básico de sobrevivência.

—Meu sanduíche...

Mas meus problemas não eram tão graves quanto o problema do pobre garoto de sexto ano sendo ameaçado pelo valentão. É, isso é comum em escolas. Lembro que também roubavam meu lanche anos atrás (bem, vou desconsiderar o pedaço que Estrela acabou de tirar de mim dessa conta). Devia haver uma segurança mais rígida, mas os inspetores não podiam dar conta de todos os valentões. E se as vítimas denunciassem, só sofreriam mais quando os valentões voltassem da suspensão. As escolas precisavam de algo que fizesse os alunos folgados temerem, algo que protegesse os alunos mais fracos, algo como...

—Parado aí! - disse a voz de uma pessoa surgindo do nada diante do valentão e da pobre vítima.

—Quem é você? - perguntou o valentão. O pobre aluno apenas olhou para a figura sem entender nada. Aos poucos, as pessoas em volta também começaram a se aproximar curiosas com aquele ser estranho. Estrela e eu também nos aproximamos para ver exatamente do que se tratava.

—Eu? - disse ele – Eu sou o...

Estávamos diante de um cara mais ou menos do tamanho dos alunos e, pela voz, também deveria ser um estudante da escola. Ele estava usando uma máscara nos olhos e usava uma fantasia peluda e marrom clara que lembrava um...

—...Esquilo Voador! - e ele abriu seus braços, revelando um tecido que lembravam mesmo a pele de um esquilo voador e, ao saltar diante do valentão, praticamente planou no ar.

—Esquilo voador? - perguntou Estrela – Está falando daquela espécie de roedor que consegue planar no ar?

—Pelo jeito...

O tal Esquilo Voador caiu diante do valentão e iniciou um discurso.

—Sou o roedor mascarado que irá limpar essa escola da injustiça – disse ele – Queridos colegas! Vocês não precisam mais se preocupar com seus lanches sendo roubados, com suas cuecas sendo puxadas ou com suas mochilas sendo usadas de bola de vôlei. Eu, o Esquilo Voador, estou aqui para protegê-los.

—É só um palhaço vestido de esquilo – disse o valentão – Cai fora, imbecil.

 

O Esquilo Voador foi empurrado para trás, mas se levantou facilmente, rindo.

 

—Isso é tudo que você tem? - perguntou ele – Agora é minha vez de atacar.

E o Esquilo Voador praticamente voou para cima do valentão e o jogou para longe. Ele tinha mesmo uma grande força.

—Uau! Ele é forte! - comentei espantado.

—Nunca vi algo assim antes – disse Estrela.

—Ora, ora – disse Eduardo que, juntamente com Mabi, havia se reunido com o pessoal – Nunca imaginei que alguém assumisse uma missão dessas nessa escola.

—Ah, oi Mabi – falei – E...Eduardo.

—Como vão? - cumprimentou Eduardo.

—Quem é aquele garoto fantasiado? - perguntou ela.

—Imagino que seja um aluno – disse Eduardo – Parece que decidiu combater os valentões do colégio.

—Isso não é perigoso? - perguntou Mabi.

—Você tem um minuto para se render – disse o Esquilo Voador – Darei a chance para que vá embora e se arrependa de suas maldades.

—Ah, cala essa boca – e o valentão voltou a ir para cima do Esquilo, mas ele se desviou facilmente. O valentão quase caiu para a frente, tropeçando.

—Eu te dei uma chance, mas parece que você quer mesmo o jeito mais difícil – prosseguiu o Esquilo – Tudo bem. Que seja feita a sua vontade!

O heroi começou a bater seus braços e criar uma corrente de ar, fazendo um tipo de mini-tornado que levantou o pobre valentão.

—Ei, me deixa descer – implorava o folgado.

—Caraca, ele fez o Marcão levitar – disse um dos alunos.

—Quem é esse cara? - questionou outro aluno.

—Ele tem mesmo super-poderes! - disse outro.

—I-Isso é possível? - perguntei.

—Para um aluno comum, creio que não – disse Eduardo – É muito difícil controlar as condições atmosféricas para criar aquele tipo de fenômeno.

Sempre tão formal..

—Mas também não é um alien – disse Estrela – Ou meu Portal Gun já teria sido acionado.

—Então..quem ele é? - perguntei.

—Tá legal, tá legal. Eu me rendo – disse o valentão.

—Ótimo – disse o Esquilo Voador, jogando o garoto na frente do inspetor mais próximo.

—O que está havendo aqui? - perguntou o inspetor do pátio.

—Esse garoto estava roubando lanches dos alunos mais fracos – explicou o Esquilo Voador – Apenas fiz a justiça.

—Ei, quem é você? - perguntou o inspetor – Não pode vir para a escola com essa roupa. Levarei vocês dois para a diretoria e..

—Como eu imaginava...essa escola ainda não está pronta para ter seu heroi. Eu entendo. Foi assim com o Batman, foi assim com o Homem-Aranha. Terei que sair de cena, caros alunos. Mas sempre estarei por perto para que a justiça se cumpra.

E ele saiu planando, embora tenha tropeçado no banco e caído de cara no chão ao fazer isso.

—É melhor ir correndo – disse ele – Adeus!

—Espere! - gritou o inspetor – Ah...depois eu cuido dele. Primeiro, vamos ter uma conversinha, senhor Marcos. E vocês, não tem mais nada para ver aqui. Circulando, circulando.

Os alunos se dispersam, mas eu ainda estava admirado com o que vi.

—Não pode ser – comentei com Estrela – Nossa escola tem um super-heroi de verdade!

—Nunca ouvi falar disso – comentou Mabi.

—Se não é um alienígena, então como ele conseguiu aqueles poderes? - perguntou Estrela, pensativa – Será que o encontraremos de novo?

—Aliás, será que é um aluno? - perguntei – Quem será ele?

Enquanto discutíamos isso, vimos um colega conhecido se aproximando, enquanto massageava a cabeça.

—Ai, ai. Devia olhar por onde voo...digo, ando – comentou Bartô, um aluno da escola que já foi apaixonado por Estrela, mas hoje aguarda uma namorada alienígena. Ele notou nossa presença e foi dizendo – Oh, ah, olá, amigos. O que aconteceu aqui? Alguma coisa diferente? Eu estava no banheiro esse tempo todo...não vi nada do que aconteceu aqui...nada...nada mesmo. Hehe.

“É ele”, pensei imediatamente e pela cara de Estrela, Mabi e Eduardo, todos também concluíram a mesma coisa (mais pela máscara peluda saindo do bolso dele do que por aquelas palavras). Mas como Bartô conseguiu super-poderes?


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Notas finais do capítulo

E a escola tem um novo herói.

Bem, deixo avisado que semana que vem não teremos capítulo (tenho algumas coisas para resolver), mas espero postar dois capítulos na semana seguinte para compensar (mas não vou prometer nada).

Até a próxima! :)