Alien Panic escrita por Metal_Will


Capítulo 86
Crise 86 - Quem será o Esquilo Voador?


Notas iniciais do capítulo

Ufa. Finalmente consegui postar. Boa leitura! :)



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—O que foi? Por que estão me olhando assim? - perguntou Bartô, tentando disfarçar nossa suspeita de que ele era o misterioso heroi que apareceu há poucos instantes: o Esquilo Voador, alguém fantasiado de, bem, esquilo voador e que era capaz de controlar o vento.

—Você é o Esquilo Voador, não é? - disse Estrela, aproximando-se rapidamente de Bartô e olhando bem dentro dos olhos dele – Onde conseguiu aquele poder?

—Do que está falando? - ele disse – Escute...você já me deu um fora uma vez, mas agora quem não quer sou eu. Não adianta tentar me ganhar achando que pareço com esse...esse...cara que vocês estão falando.

—Mas...você está com a máscara dele bem no seu bolso – disse Mabi, apontando para o bolso dele.

—Isso? - disse Bartô, enquanto tentava desajeitadamente esconder a máscara peluda para os olhos que estava saindo de seu bolso – Não tem nada a ver com esquilo nenhum, quer dizer, é só um teste que estou fazendo para uma festa à fantasia, só isso. Ora, não se pode mais nem se fantasiar em paz?

—Mas você tem que concordar que é muita coincidência – disse Eduardo.

—Coincidências podem acontecer em qualquer lugar do mundo – falou Bartô, enquanto desviava o olhar – Não tenho culpa se outra pessoa está usando a mesma fantasia que a minha.

—Mais do que isso – complementou Estrela – Essa pessoa realmente tem poderes.

—Bom para ela – disse Bartô, virando de costas e saindo de cena – Bem, o intervalo já está acabando. Se me dão licença, ainda preciso comprar meu lanche antes de voltar para a sala. Passem bem.

E ele foi embora.

—Ah, era ele! Certamente era ele! Mas como ele arranjou aqueles poderes de controlar o vento. Caraca! Eram superpoderes! Eram superpoderes de verdade! - falei empolgadamente.

—Com certeza é ele – disse Estrela – Mas ele não quer assumir.

—Mas talvez seja mesmo uma coincidência – disse Eduardo.

—Como? Você não viu? Era a mesma máscara! - lembrei.

—Sim, mas a probabilidade de serem pessoas diferentes não é nula. Por mais improvável que seja, é possível que existam duas pessoas no mesmo dia usando a mesma máscara – disse ele.

—Como cientista prefiro me orientar pelas evidências observáveis – disse Estrela – Aquele garoto é o tal Esquilo Voador e ganhou esses poderes de alguma forma.

—Mas como? - perguntei.

—A primeira hipótese seria de que ele sempre os teve, mas isso é muito pouco provável – respondeu ela – Se ele sempre tinha essa capacidade à disposição, por que nunca apareceu antes como Esquilo Voador?

—Talvez ele tenha aprendido a controlar os poderes apenas agora – disse Eduardo – Ou então preferiu guardar o momento certo de começar a agir.

—Mas, considerando os últimos eventos – continuou Estrela – O mais provável é que tenha conseguido esses poderes por ter tido contato com algum alienígena.

—É! É verdade! Deve ter sido isso – falei.

—Existem alienígenas capazes de dar poderes às pessoas? - questionou Mabi.

—É uma capacidade bem complexa – disse Estrela – Mas não é impossível...talvez seja uma espécie primitiva que tenha tomado controle do sistema nervoso dele fazendo-o perceber as modificações nas moléculas de ar de modo a controlar a direção e intensidade do vento ou...

—Não entendi quase nada dessa primeira parte, mas fale logo desse “ou” - comentei.

—Ou ele conheceu alguma espécie alienígena muito avançada que concedeu poderes a ele – disse Estrela em tom mais sério.

—O Bartô vive dizendo que o destino dele está na estrelas – falei – Será que ele finalmente conheceu uma alienígena para se apaixonar?

—Que lindo! - comentou Mabi.

—Seria muito conveniente, não acham? - disse Eduardo.

—Se tem um alienígena envolvido, então é da minha conta – disse Estrela – Precisamos fazê-lo contar como conseguiu os poderes.

—Mas como vamos fazer isso? - perguntei – Ele se recusa a assumir que é o Esquilo Voador.

—Então temos que dar um jeito de fazer o Esquilo Voador contar como obteve seus poderes – disse Estrela.

—E tem como fazer isso? - perguntou Mabi.

—Acho que sim... - disse Estrela, enquanto olhava para mim com um olhar não muito agradável. O que ela estava pensando? Eu descobriria logo, mais precisamente, na hora da saída.

—Então você entendeu o plano, não é, Vitor? - disse Estrela – Você só precisa caminhar até o portão e ser abordado pelos dois meliantes mascarados. Diante do perigo, o Esquilo Voador irá aparecer.

—Estamos prontos – disse Eduardo e Mabi, colocando máscaras de saco de pão na cabeça para fingirem ser uma nova gangue de valentões que ataca com disfarces.

—Acha mesmo que isso vai dar certo? - perguntei.

—Você só precisa agir naturalmente – disse Estrela – Quando o Esquilo Voador aparecer, eu assumo.

—Espero que isso funcione – lamentei – Por que eu tenho que fazer o papel de vítima?

—Do nosso grupo, você é o que mais faria esse papel naturalmente – disse Estrela. E olha que ainda tinha duas garotas envolvidas nisso...de qualquer forma, resolvi seguir com o plano. Assim que a aula acabou, saí lentamente em direção ao portão principal, fingindo uma caminhada feliz e saltitante para casa.

—Puxa vida! Como estou feliz! Ainda bem que nenhum valentão roubou meu dinheiro do lancheeee! - é, sou péssimo com atuações, mas espero que mesmo que isso faça o Esquilo Voador aparecer.

Assim que estava alguns passos próximo do portão, sou abordado por um cara grande com saco de pão na cabeça.

—Aí, otário – disse ele. Não lembrava da voz do Eduardo ser tão grossa, mas acho que ele sabia atuar melhor do que eu.

—E-Eu? - gaguejei.

—Passa a grana do lanche – disse ele.

Ele estava mesmo atuando bem. Precisava fazer a minha parte.

—Oh, um valentão com máscara na cabeça...estou apavorado! Alguém poderia me salvar agora.

—Deixa de palhaçada. Passa logo a grana – disse ele.

—Hehe...está atuando bem mesmo, heim? - falei em voz baixa – Calma, daqui a pouco ele deve estar chegando.

—Do que você tá falando, panaca? - disse ele.

—Aliás, cadê a Mabi? Ela também não tava junto? - perguntei em voz baixa.

—O quê? - ele parecia realmente não ter entendido.

—Você sabe a Mabi – falei rindo, quando olhei para trás e vi duas pessoas com máscara de pão na cabeça, sendo uma delas uma garota. Eles tiraram a máscara e mostraram um olhar preocupado. Nisso, várias pessoas já estavam cercando o local.

—E-Espera...você não é o Eduardo – falei – Ai, caramba! É um valentão de verdade!

—É. Sou da nova turma de mascarados dessa escola. Vamos dominar tudo por aqui, tá ouvindo? Começando por você – disse ele, enquanto me levantava pela gola da camisa – Vai, passa a grana do lanche. Eu sei que você tem.

—Estrelaaa! - chamei ela chorando e, de fato, ela apareceu bem atrás de mim.

—Oh, Vitor – disse ela – Então acabou aparecendo um valentão de verdade.

—É. Dá para me tirar dessa.

—Ninguém se mexe – disse ele – Ou vai sobrar para vocês também!

Como ninguém queria encrenca com a malandragem, é claro que ninguém fez nada. Mesmo Estrela apenas olhava.

—Olha só, no fim nem precisamos fazer muito esforço. O plano foi melhor do que esperado – disse ela.

—Qual a chance de ter uma turma de valentões de verdade usando as mesmas máscaras de saco de pão que você falou? - gritei da minha desconfortável posição.

—Uma coincidência que poderia acontecer em qualquer lugar do universo – foi a resposta dela – Mas não se preocupe. Com certeza um herói aparecerá para salvá-lo.

—Deixa de papo. Passa logo a grana – insistia o valentão. Eu já estava preparado para entregar meus trocados, quando ouço uma voz.

—Pare! - sim, era ele, o Esquilo Voador, com sua mesma fantasia – O mal não aprende mesmo.

—Quem é você? - perguntou o valentão.

—Sou o justiceiro do recreio! O guardião das lancheiras! Costumam me chamar de...Esquilo Voador! - exclamou ele, saltando na direção do valentão, mas foi interrompido por Estrela. Ela se preparava para pegá-lo com alguma corda ou um tipo de laço.

—Ei, o que está fazendo? - reclamou o esquilo.

—Vim aqui para pegá-lo, Esquilo Voador – disse ela – E quero que revele sua identidade.

—Você...também é uma vilã? - disse ele – Droga. Terei que recuar por enquanto. Não posso revelar minha identidade.

—Ei, volte aqui! - Estrela correu atrás do esquilo, mas ele lançou um vento forte que impediu a dabliana de seguir em frente – Droga. Ele escapou.

Todos olharam para a cena impressionados, mas logo voltaram aos negócios. Incluindo o valentão.

—E então? - disse ele, tomando meus últimos centavos.

—Mas que lástima...estava pensando em comprar um sorvete à tarde – lamentei.

—No fim foi um fracasso – disse Estrela – Mas não desisti ainda. Vou pensar em outro modo de pegar o Esquilo Voador.

—Não fale como uma vilã! - reclamei.

Será que vamos conseguir resolver esse problema?


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Notas finais do capítulo

Será que nossos heróis conseguirão pegar nosso herói? Será que teremos novos ataques da gangue do saco de pão? Será que Bartô está apenas experimentando uma fantasia que coincidentemente é a mesma do Esquilo Voador? Aguarde os próximos capítulos!