Alien Panic escrita por Metal_Will


Capítulo 78
Crise 78 - O Portal Gun Desaparecido


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde! E não é que consegui um tempinho para postar? Pelo menos junho não terminou sem ter pelo menos dois capítulos, como eu prometi. Acho que mês que vem conseguirei postar mais (acho, né? Não dá para ter certeza com o monte de coisas que tenho para adiantar). De qualquer modo, a fic continua. Boa leitura! :)



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Crise 78 – O Portal Gun Desaparecido

 

— Cadê? Cadê ele? - perguntava Estrela, começando a olhar para todos os cantos. Seu Portal Gun havia sumido, enquanto ela se arrumava para a comunicação sobre astronomia que faria para nossa sala na feira cultural.

 

— C-Calma. Ele deve estar por perto – tentei acalmá-la.

 

— Então onde está? - perguntava ela, não desesperada, mas certamente preocupada.

 

— Bem, eu não sei...realmente não vi nada – respondi.

 

— O que foi, lindona? - perguntou Bruna – Sua cara está péssima.

 

— Meu Portal...meu celular. Perdi meu celular – explicou Estrela, aparentemente sem muita paciência para lidar com Bruna.

 

— Sério? Odiaria estar no seu lugar – foi tudo que ela disse – Ei, alguém aí, vocês viram o celular dela?

 

Todos se entreolharam, mas ninguém parecia saber de nada.

 

— Não vimos nada – disse um dos alunos – Estávamos todos arrumando a sala.

 

— Não dá para ficar prestando atenção em tudo – disse outro.

 

— Que coisa. Alguém muito mão leve deve ter feito isso – disse Bruna.

 

— Ei, calma aí. Não dá para afirmar que foi um roubo – reclamei.

 

— E como um celular sairia por aí sozinho? - rebateu Bruna – A única explicação é que alguém deve ter roubado!

 

— Sim, ele não tem nenhum função para se locomover automaticamente – disse Estrela – Não me lembro de ter instalado nada aqui.

 

— É simples. Tente ligar para ele – falei – Toma. Eu até te dou meu celular para fazer a ligação.

 

— Deixa de ser bobo – reclamou Bruna – Se foi roubado, é claro que o ladrão não vai atender.

 

— Preciso procurá-lo logo e...ai!

 

Estrela havia tropeçado e quase caído. Devo lembrar que Bruna preparou uma roupa bem especial para ela e sim, ela estava muito bonita. Mas também devo comentar que ela estava usando salto alto...e esse é o tipo de calçado que Estrela não estava nada acostumada. Para uma alienígena que usa chinelo havaiana em casa, isso é fácil de concluir.

 

— Cuidado para não amassar o vestido – disse Bruna – Você precisa estar impecável para a apresentação.

 

— Não vou apresentar nada enquanto não achar meu celular – falou Estrela, arrancando os dois saltos e jogando em um canto – Isso é realmente importante.

 

— O quê? Não pode estar falando sério! - ralhou Bruna.

 

— Vou procurar pelo meu Portal Gun nem que precise vasculhar esse colégio todo. Venha, Vitor – disse ela, imediatamente me puxando pelo braço – Vai ser mais rápido se você me ajudar.

 

— Ai, eu mereço. Minha palestrante se fazendo de diva, andando descalça para cima e para baixo nessa escola – reclamou Bruna – Tá, que seja. Mas se você não voltar até a hora da apresentação, eu é que vou te buscar.

 

— Nós...podemos ajudar também – disse um dos alunos, se oferecendo para nos auxiliar na tarefa.

 

— O melhor que vocês fazem é continuar com a decoração – disse Bruna – E vê se não fica empolgadinho só por causa da maquiagem, não. Eu sei muito bem que esse coração aí já tem dono.

 

— O que quer dizer com...aaah! - Estrela me puxou com mais força e só pude ver o aluno que se ofereceu desanimando, e também pude ver o Veterano Caio comendo mais um pedaço da decoração. Já fora da sala, Estrela me soltou e começou a pensar.

 

— Você não viu nada, nada mesmo? – perguntou ela.

 

— Não – expliquei – Pelo menos não vi ninguém estranho entrar na sala. Isso eu teria percebido.

 

— Então não foi ninguém de fora da sala – ponderou Estrela, andando de um lado para o outro, pensativa e de braços cruzados – Espera...estava faltando alguém na sala quando voltei a entrar lá.

 

— Quem?

 

— Espere...espere... - Estrela continuava a pensar.

 

— Não é a...

 

— Sim. A Priscila – interrompeu ela – Ela não chama a atenção de ninguém. Sendo tão apagada como é, ficaria fácil roubar o celular.

 

— Isso é meio cruel de dizer, não? Mas você não pode acusar alguém de roubo assim. Não temos provas.

 

— Ela deve ter feito isso a mando da Bruna – disse Estrela, aparentemente ignorando o que eu estava falando e preferindo dar atenção às suas próprias especulações – Provavelmente ela queria achar alguma coisa sobre mim. Aquela menina só pensa em fofocas. Padrão de desbloqueio não seria problema para ela. Aposto que ela sabe o desenho de acesso de todas as pessoas da sala.

 

Vale lembrar que o Portal Gun parece muito com um smartphone comum.

 

— Se for verdade isso é muito grave – falei, tentando ao máximo evitar uma confusão séria naquela escola – Vamos conversar com a Priscila e confirmar sua hipótese primeiro.

 

— Bem, é verdade que mesmo desbloqueado, o Portal Gun seria complexo demais para um terráqueo usar – lembrou Estrela – Mas se ela ver o que não deve, vou ser obrigada a apagar a memória dela.

 

De novo? É, a Priscila já teve a memória apagada no incidente da festa do pijama na casa de Bruna (e que acabou com uma enchente de cabelo). De qualquer modo, envolver pessoas da Terra com as encrencas do espaço nunca é uma boa ideia e era melhor resolvermos logo aquela situação. Já estava começando a ficar preocupado, quando tive um deslumbre.

 

— Ei, não é a dita-cuja? - perguntei, apontando para a frente.

 

— Priscila – disse Estrela, chegando nela com a velocidade de um gueopardo – Eu...

 

— Ah, Estrela – a garota parecia meio assustada – Está tudo bem, não está?

 

— Tudo bem? Não, eu... - Estrela iria continuar a falar algo, mas Priscila interrompeu novamente.

 

— Ainda bem que você é compreensiva – disse ela – Fico feliz que não tenha nenhum ressentimento entre a gente. Pode esquecer essa história do celular, né?

 

— Esquecer? Então foi você quem pegou, não é?

 

— Priscila, como...

 

— Sim, mas agora que você já está com ele e prometeu não falar nada para ninguém, posso ficar tranquila – disse ela – Vamos esquecer tudo isso como você falou, né? É que a Bruna...ela não é má, mas...ela tem essa mania de querer saber de tudo, né? Eu, pessoalmente, não quero saber com quem você namora ou deixa de namorar.

 

— Espera, então foi mesmo a Br... - tentei falar, mas Priscila já deu um jeito de sair de cena logo.

 

— Bem, é melhor se apressar para sua palestra. Você estava com pressa, né? Até mais! Ah, você fica linda nesse vestido, Estrela - disse ela, já indo para a sala.

 

— Você entendeu alguma coisa? - perguntei.

 

— Não muita...mas ela com certeza é a culpada pelo roubo – disse Estrela.

 

— Só pelo que pareceu ela já deu a questão como resolvida – falei – Quer dizer, ela disse que você já está com o Portal Gun?

 

— Mas como? - estranhava Estrela – Se não está comigo, então ela entregou para outra pessoa se passando por mim.

 

— Mas por que alguém se passaria por você? - indaguei.

 

— Não sei. Mas preciso descobrir. Vamos atrás desse outro ladrão!

 

Era nosso plano, mas exatamente naquele momento foi o meu celular que recebeu uma mensagem. Na verdade, duas seguidas. Não, três.

 

— Nossa, três toques seguidos – falei, por curiosidade resolvi ver o que era. É, é bem raro mandarem mensagens para mim. A primeira dizia “O Portal Gun está escondido no vaso próximo ao banheiro do térreo”. A segunda dizia “Repetindo, o Portal Gun está escondido no vaso de plantas próximo ao banheiro do térreo”. A terceira dizia apenas “Mandando mais uma mensagem apenas para ter certeza de que você vai ler”.

 

— O quê?! - exclamei – Vaso no térreo?

 

— O que foi? - perguntou Estrela.

 

— Parece que querem te devolver o Portal Gun, Estrela – falei, mostrando as mensagens. Corremos para o tal vaso e, de fato, meio escondido atrás da planta, lá estava o celular de um milhão de utilidades.

 

— É ele mesmo – disse Estrela, olhando bem para ver se era mesmo seu Portal Gun – Mas quem deixou ele aqui?

 

— Alguém se passando por você – falei – Mas quem pode fazer isso? Será algum alienígena?

 

— Aqui? No meio da feira da escola? Seria muito azar...

 

Mas não impossível. Aqueles buracos de minhoca espalhados pela cidade deixaram a região enfestada de extraterrestres. Não me impressionaria nada que um deles tivesse um poder de replicação ou algo assim. Ai, ai, ai. Parece que meu dia não seria tão tranquilo assim, afinal.


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Notas finais do capítulo

E os mistérios continuam...o que será que está havendo? Aguarde o próximo. Até! :)