Alien Panic escrita por Metal_Will


Capítulo 54
Crise 54 - A CICE por dentro


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos! Eu deveria ter publicado este capítulo ontem, mas não estava muito inspirado para escrever. Hoje já estava mais animado e resolvi escrevê-lo. Tenham uma boa leitura!



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 Kevin estava nos levando para a base da CICE. Havíamos entrado em uma passagem secreta escondida em uma lata de lixo próxima de nossa escola e agora estávamos percorrendo alguns metros de um corredor longo e bastante iluminado. Difícil de acreditar que havia uma central de investigação secreta tão perto de nós.

 

— Estamos chegando - disse Kevin.

 

— É tão perto assim? - perguntei.

 

— Na verdade, estamos chegando perto de nosso meio de transporte principal - falou ele, abrindo uma porta eletrônica com um cartão e nos fazendo entrar em uma grande sala com duas passagens nas paredes laterais. No chão parecia haver um tipo de trilho e, acima do trilho, uma espécie desses vagões de minas, mas com uma roupagem mais high-tech.

 

— O que é isso? - perguntei, apontando para o vagão.

 

— É o vagão que irá nos levar para a central da CICE - disse ele - Temos conexões com regiões em várias partes do mundo, mas nosso localização central é absolutamente secreta. Chegamos lá por meio de um sistema de trilhos subterrâneos exclusivo de nossa organização.

 

— Sistema de trilhos subterrâneo? Tipo o metrô? - indaguei.

 

— É, mais ou menos isso. Mas vamos bem mais fundo do que qualquer metrô. Nossa rede é profunda o suficiente para não ser detectada por meios comuns - respondeu ele.

 

— Nossa, até quanto vocês se aprofundam? - questionei. Estava realmente curioso.

 

— Pelo menos uns 2000 quilômetros - respondeu ele.

 

— Tudo isso? Mas vocês conseguem aguentar o calor do centro da Terra? - perguntei admirado.

 

— Ah, sim. É verdade. Vocês são ensinados na escola que o centro da Terra são camadas de magma incandescente, não é? Bem, de fato há uma região bem quente, mas a tecnologia alienígena de aliados da Terra conseguiu desenvolver nosso sistema de trilhos com um material forte o bastante para suportar o calor. Podemos atravessar qualquer região de alta temperatura sem sofrer com isso.

 

— Mas dá para fazer isso? - perguntei.

 

— Está brincando, não é? - disse Estrela, entrando na conversa - Construir materiais resistentes à alta temperatura é uma tecnologia básica. Vocês da CICE escondem até algo assim deles?

 

— Ainda não achamos que seja a hora de revelar para o mundo esses segredos. Precisamos tomar muito cuidado com isso - falou ele.

 

— Que seja - Estrela já parecia impaciente - Esse vagão aí vai nos levar para a central?

 

— Exatamente - disse ele - Não posso dizer onde ela fica, mas chegaremos lá bem rápido. Apenas entrem e apertem os cintos.

 

 Se ele disse que chegaremos rápido e pediu para apertarmos os cintos, significa que iremos viajar em uma velocidade impressionante. Já tive uma experiência assim no mercado intergaláctico. Kevin nos fez entrar no vagão, apertamos os cintos, ele digitou algumas coisas nos botões do painel e, antes que me desse conta, o vagão se fechou com uma barreira estranha. Não podia mais enxergar nada do que estava acontecendo lá fora, mas talvez isso fosse necessário para suportar a alta temperatura. Uma vez que estava tudo fechado, o vagão deu a partida e começamos a acelerar rapidamente. Não estava acostumado com altas velocidades, então só pude gritar. Já fui em montanha-russa algumas vezes, mas nada se comparava aquilo. Poucos minutos depois já havíamos parado.

 

— Chegamos - disse ele - A melhor parte do tráfego subterrâneo é não termos limite de velocidade. Viajamos com um pouco mais de Mach 20.

 

— Mach o quê?

 

— Na convenção da Terra, vinte vezes a velocidade do som - respondeu Estrela, olhando ainda com uma expressão de dúvida - Quase 7 quilômetros por segundo, Vitor. Você não tem prestado atenção nas aulas de física?

 

— Não sou bom com essa matéria - respondi.

 

 O vagão voltou a se abrir e nos encontramos em uma sala muito parecida com o local de onde partimos. Mas Kevin sabia que não estávamos mais no mesmo lugar.

 

— Sigam-me - disse ele - Precisamos passar por muitos procedimentos de segurança até chegar lá.

 

 Ele entrou em um elevador e, após uns 30 andares, chegamos no local que ele queria.

 

— É aqui - disse Kevin - Bem-vindos ao corredor central da CICE!

 

 Agora sim estávamos falando de algo grande. Após atravessarmos o corredor, encontramos um enorme (enorme mesmo!) salão com diversas pessoas correndo de um lado para o outro. Mas não havia apenas pessoas. Também tinha várias criaturas desconhecidas, alguns com forma humanoide, outros com pele roxa e três olhos, outros com cabeças gigantes, outros com tentáculos. Resumindo: havia diversos alienígenas trabalhando ali também.

 

— Isso me lembra um filme que vi outro dia - comentei - Caramba, até o terno preto que eles usavam é igual.

 

— Ah, sim, é nosso uniforme oficial - disse Kevin, sem mostrar muita preocupação - Fizemos bem em mostrar aquele filme como comédia, não é? Assim ninguém suspeitaria que existimos de verdade.

 

— Muito esperto - falei. Os alienígenas não me impressionaram tanto, já que vi muitos deles no mercado intergaláctico e depois de viver esses últimos meses com a Estrela, o impressionante seria me impressionar. Antes de prosseguirmos, Kevin nos entregou dois crachás.

 

— O que é isso? - perguntei.

 

— Crachás de visitante - falou ele - Vocês não querem que nossos seguranças pulverizem vocês por acharem que são invasores. Eles são treinados para agir seriamente.

 

 Os seguranças que Kevin apontou eram alienígenas humanoides com cara de rinoceronte. Eles pareciam durões.

 

— Rinorianos - disse Estrela - Então eles conseguem a vida por aqui também?

 

— Sustentamos todos esses alienígenas em troca de informações, serviço e tecnologia - disse Kevin - A Terra só tem a ganhar com essas parcerias. Claro, não são eles que nos procuram, nós que procuramos por eles.

 

—Muito impressionante - comentei, tentando ainda absorver tudo aquilo. É aí que escuto uma voz familiar.

 

— Ei, vocês! - olhei para os lados e não vi ninguém. Olhei para baixo e dou de cara com um rato falante. Ah, sim, o Morgan. Nosso amigo rato alienígena (na verdade, um mouseano) que encontramos na casa do Veterano Caio e que havia se aliado a CICE em troca de abrigo. Ele estava segurando uma xícara de café ou algo assim.

 

— Morgan! - falei sorrindo - Então é aqui que você está morando?

 

— Caras, esse lugar é um paraíso - disse o mouseano com um ar de satisfação - Ar condicionado no calor, aquecedor no frio, todo o queijo que puder comer, máquina de café no quarto. E tudo isso só para fazer o que mais gosto: falar mal do meu planeta de origem.

 

— As informações que ele deu não nos ajudaram muito, mas talvez precisemos entrar em contato com o planeta Mouse algum dia. Quando isso acontecer, espero contar com Morgan como nosso diplomata - disse Kevin, com todo o otimismo do mundo. Morgan pareceu meio nervoso ao ouvir isso.

 

— Mas...isso vai demorar muito, né? - disse ele, quase cuspindo seu café.

 

— Quem sabe? - respondeu Kevin, sem tirar o sorriso do rosto.

 

— É que...o pessoal do meu planeta não deve ter boas lembranças de mim, né? - comentou Morgan. Lembrando que Morgan estava fugindo de seu planeta natal para não ter que pagar dívidas.

 

— Que seja - disse Estrela, sem se importar muito com o destino de Morgan - Onde está o Eternium afinal de contas?

 

— Bem, primeiro preciso pegar algumas permissões antes de levá-los até lá - esclareceu Kevin - E talvez isso demore um pouco...

 

— Ah, não. Você vai ter que falar com ela? - perguntou Morgan, como se já soubesse do que se tratava.

 

— Sim - concordou Kevin, com um ar de lamentação - Deseje sorte.

 

— Afinal, quem é ela? - perguntei.

 

— Acho que vocês verão por si mesmos - disse Morgan, apontando para frente e nos mostrando uma pessoa com uma cara nem um pouco amistosa, por mais que seu rosto fosse bonito. Sim, era uma mulher loira, provavelmente na casa dos vinte anos, cabelos curtos até os ombros e usava um uniforme de terno preto, gravata e calças pretas.

 

— Ca-capitã Elena - gaguejou Kevin - É justamente com a senhorita que eu queria falar...

 

 A voz de Kevin expressava preocupação e Morgan também não se sentia muito confortável. Para falar a verdade, até eu já tava ficando nervoso. Afinal, quem era aquela mulher?


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