Alien Panic escrita por Metal_Will


Capítulo 45
Crise 45 - A Origem do Mal




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Crise 45 - A Origem do Mal

 

  Resumindo a situação: fomos investigar o local onde Estrela identificou a origem dos sinais que controlavam o androide que estava se passando pelo nosso monitor da escola. De fato, encontramos uma fábrica suspeita, onde também descobrimos que vários robôs em massa estavam em modo de espera aguardando o momento para agir. Pelo que parece, a nossa invasão liberou o sistema de segurança e todos os robôs começaram a despertar. E a ordem era muito clara: destruir os invasores, ou seja, nós. E eles estavam muito perto, já estavam se aproximando do local onde estávamos.

 

— E agora? - perguntou Mabi.

 

— Sei lá - respondi, meio que dando um sorriso de desespero, sim, eu já devia estar ficando maluco - Só sei que estamos ferrados...se aqueles robôs querem mesmo nos destruir...

 

"Destruir todo invasor orgânico! Destruir todo invasor orgânico!", repetiam os androides sem trégua.

 

— Sim, eles querem! - falei. Estrela apenas ignorava a situação, analisando com seu Portal Gun a estranha peça brilhante que parecia ter algo a ver com tudo aquilo.

 

— Acho que eles já estão chegando - disse Eduardo, apontando para o exército de androides que já se aproximavam do lugar onde estávamos escondidos. Mabi e eu já estávamos abraçados de medo (em outras circunstâncias isso seria muito bom, mas não quando se estava encarando a morte de frente).

 

— O que vamos fazer?! - gritou Mabi, em desespero. Eu não tinha a menor ideia, mas Eduardo parecia calmo. Ele apenas sacou seu celular e começou a interagir com o aparelho. No que ele estava pensando?

 

— O que está fazendo? - estranhei - Não é hora de checar as mensagens, Eduardo!

 

— Não, não são mensagens - disse ele, sorridente - É apenas um arquivo de som.

 

— Arquivo de som? - perguntou Mabi.

 

— É. Isso aqui - disse ele, ativando o som de seu aparelho, que passou a emitir um toque monotônico de celulares antigos. É verdade. Aquele tipo de som liberava uma frequência que atrapalhou os circuitos do nosso monitor. Se aqueles robôs eram do mesmo tipo, então eles também deviam ser sensíveis ao barulho. De fato, conforme os robôs se aproximavam, começavam a entrar em pane, sem saber o que fazer. Eduardo deixou o celular ligado no máximo, mandando o som para qualquer máquina engraçadinha que se aproximasse.

 

— Fiz questão de deixar fácil um toque desses, desde aquele dia com o monitor - falou Eduardo - Nunca se sabe quando vamos encontrar robô assassinos como esse, não é?

 

— Amor, você é muito esperto mesmo! - disse Mabi, agora correndo para abraçar Eduardo. Bem, ele era o namorado dela, né? Fazer o quê? Mas eu estava aliviado de termos escapado da morte certa graças ao som do celular! É verdade. Se todos aqueles robô eram cópias do androides monitor de informática, então eles também deviam ter o mesmo ponto fraco, que havíamos descoberto acidentalmente.

 

— Acho que... - Estrela balbuciou alguma coisa - Acho que descobri.

 

— Descobriu o quê? - perguntei.

 

  Estrela apenas se levantou e colocou a mão no queixo. Parecia pensativa.

 

— Ei, a bateria do Eduardo não vai durar para sempre. Não podemos segurar aqueles robôs por muito tempo. Fala logo, o que tá pegando, Estrela, por favor - eu implorava, mas Estrela não era bem do tipo sensível.

 

— Olha - disse ela, coçando a cabeça - Isso é uma peça bem trabalhada, com uma tecnologia de ponta, só pode ser obra alienígena.

 

— Então algum alienígena colocou isso aí? - perguntou Mabi, de braços dados com Eduardo, que segurava o celular no outro braço, enquanto a horda de robôs caía atrás de nós. 

 

— Sim - disse ela - Ou talvez o próprio monitor, quando chegou à Terra. Seja lá quem for, tomou conta dessa fábrica abandonada e usou para desenvolver sua própria indústria de robôs assassinos. Sim...com um exército desses, poderiam dominar a Terra rapidamente.

 

— Mas por que não agiram logo? - perguntou Eduardo - Com tanta força, nenhum exército poderia pará-los, não?

 

— A menos que os exércitos da Terra usassem toques monotônicos de celulares antigos como armas - lembrou Mabi.

 

— Até descobrirem isso já estaríamos todos mortos ou dominados - disse Estrela - Nós mesmos só descobrimos isso por acaso.

 

— Qual era o objetivo do monitor Paulo mesmo? - perguntei.

 

— Pelo que eu me lembro...era usar a energia do Eternium para construir seu próprio exército - disse Eduardo - Mas pelo visto, o exército já estava pronto. Ele só precisava de mais energia.

 

— Sinal de que esses robôs devem ser inferiores em relação a ele. Veja, eles nem tem uma imitação de pele humana. São máquinas, não importa como você olhe - disse Estrela.

 

— De fato, são todos máquinas - concordei - Então esse exército está incompleto, não é?

 

— Sim, ele devia estar acumulando muita energia - continuou Estrela - Mas como ele construiu tudo isso?

 

— É, só para ter um exército desses já deve levar uma energia e tanto - comentei.

 

— Exatamente - prosseguiu Estrela - Talvez ele não tenha construído, talvez todos esses robôs tenham vindo para a Terra junto com o Paulo, que era apenas o líder deles, responsável por acumular a energia para o exército ser completado. 

 

— Tudo isso veio de fora? - Mabi se espantou - E nunca ninguém percebeu isso?

 

— Provavelmente não - respondeu Estrela - Eles devem ter vindo de um lugar que domina o transporte por buracos de minhoca.

 

— Como o seu planeta? - perguntou Eduardo.

 

— Sim - disse ela - Mas não são do Setor W, pelo menos até onde eu sei.

 

— E de onde eles são? - indaguei.

 

— É o que estou tentando descobrir - falou ela - Enquanto conversávamos, estava usando os dados do meu Portal Gun para identificar algum sinal externo com relação a essa peça aqui. Como ele já tem os dados da cabeça do monitor Paulo, talvez não demore muito.

 

— Espero que seja antes desses robôs voltarem ao normal - falei, olhando para os robôs que continuavam a cair conforme se aproximavam ainda assustado. Não sei como seria um apocalipse zumbi, mas um apocalipse com robôs assassinos eu já tenho ideia.

 

— Vamos ver...ah, consegui - disse ela.

 

— Sério? Já recebeu a informação? - falou Mabi.

 

— Sim, mas... - continuou Estrela, não fazendo uma expressão muito boa (tá certo que ela não costumava sorrir muito, mas já sabia como reconhecer notícias ruins) - ...eu não tenho muita ideia de onde fica esse lugar.

 

— É um lugar que nem você conhece? - perguntei.

 

— Ei, o universo é muito grande - respondeu Estrela - O Setor W tem informações de muitos locais, mas não conhecemos o universo todo. Não sei nem o que  tem nesse lugar.

 

— Mas que lugar é esse, afinal? - perguntou Mabi.

 

— Bem, como já temos as coordenadas, o Portal Gun está coletando informações sobre o local - explicou Estrela - Ele pode criar passagens para qualquer local do universo, desde que coloquemos as coordenadas corretas, mas também pode pegar informações das proximidades do local que queremos visitar e deduzir que tipo de ambiente encontramos ali com uma precisão de 90%.

 

— É uma tecnologia e tanto - falou Eduardo, sem soltar seu celular salvador - Então vocês conseguiriam deduzir como é o universo inteiro, apenas inserindo coordenadas.

 

— Mas como eu disse, o universo é muito grande - falou Estrela - O Setor W é mais interessado em pesquisa e não queremos conquistar outros povos, mas sim, temos facilidade em conseguir informações.

 

— Fico imaginando como todas essas tecnologias foram criadas - falou Eduardo.

 

— A ciência por trás disso é bem complexa, mas... - Estrela parou por um instante - Pensando bem, ouvi dizer que uma boa parte da nossa ciência foi herdada de uma população ancestral misteriosa, mas eu não conheço muito bem essa história.

 

— Interessante. Então mesmo civilizações avançadas possuem mistérios - ponderou Eduardo.

 

— Mais do que se imagina. Ah, consegui - disse ela, olhando para o Portal Gun - Esse local pertence a um planeta com condições favoráveis à vida.

 

— Ah, então tem ar respirável e outras coisas? - perguntei.

 

— Sim. Isso é bom - disse Estrela.

 

— Por quê? - perguntei, mesmo sabendo o que viria depois.

 

— Significa que podemos ir até lá investigar o que eles querem - disse ela, em tom confiante - Quero tirar essa história a limpo agora.

 

— Ir lá? Não podemos apenas dar um jeito de desativar essa fábrica? - perguntei.

 

— Poderíamos, mas se fizermos isso, os caras desse planeta saberão e com certeza mandarão mais unidades para nos investigar - disse ela - Algo me diz que eles não estão agindo só na Terra. O Portal Gun também identificou sinais parecidos em outras partes do universo, mas todos eles estão conectadas a uma frequência única que leva a esse planeta estranho.

 

 Não tenho a menor ideia de que como o Portal Gun conseguia fazer isso, mas deve ser algo relacionado à alta tecnologia do Setor W. 

 

— E se for uma civilização maligna querendo dominar o universo todo? - perguntei.

 

— É bem provável que seja isso mesmo - respondeu Estrela, com toda a tranquilidade.

 

— E mesmo assim você quer ir lá impedi-los? - retruquei.

 

— Talvez não impedi-los, mas pelo menos entender o que querem - disse ela - Dependendo do que for, posso acionar autoridades responsáveis por manter a ordem nas galáxias.

 

— Existe uma entidade assim? - perguntou Mabi com olhar de curiosidade.

 

— Sim. Assim como existe a policia internacional no planeta de vocês, também existe uma polícia intergaláctica. Mas eles só agem em problemas envolvendo diferentes galáxias, como o próprio nome diz.

 

— Então por que não deixamos eles resolverem isso? - perguntei, querendo logo tirar o meu corpo fora.

 

— Por que não sabemos as intenções desse planeta - falou Estrela - Precisamos de provas.

 

— Não tem jeito de mudar de ideia - lamentei.

 

— Vamos logo - disse Estrela, já me puxando - Vocês...querem ir? Pode ser perigoso.

 

— Por que você só diz para eles que é perigoso?! - reclamei.

 

— Ah, se você estiver junto não temos medo. Além disso, sempre quis conhecer outro planeta - falou Mabi - Vamos, amor?

 

— Claro - disse Eduardo - A última vez que saí da Terra foi bem interessante.

 

— Ah, é verdade! Vocês viajaram sem mim aquela vez do mercado. Agora eu quero ir mesmo! - lembrou Mabi.

 

— Mas pode ser perigoso e...

 

— A Estrela nos protege - falou Mabi - Você devia ser mais confiante, Vitor.

 

 Eu sempre tento olhar o lado bom de tudo, mas quando se trata de arriscar a própria pele, prefiro manter a segurança. Mas se todo mundo vai, então também irei.

 

— O seu celular ainda tem bastante bateria? - perguntou Estrela.

 

— Sim - disse Eduardo - Certamente vamos precisar do toque monotônico, não é?

 

— Certamente - respondeu Estrela, logo em seguida olhando para o seu Portal Gun - Bom, já tenho as coordenadas. Vamos nessa?

 

 Ela abre o portal que nos levaria direto à fonte dos problemas. É, não tinha muito jeito. Vamos nessa.


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Notas finais do capítulo

O que eles vão encontrar nesse planeta estranho? Como ele será? Só sabemos que pode abrigar vida, mas que tipo de vida? Aguarde o próximo capítulo. Até lá! :)



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