Alien Panic escrita por Metal_Will


Capítulo 44
Crise 44 - A Fábrica de Androides


Notas iniciais do capítulo

Estamos de volta com Alien Panic. Pois é, tentarei postar todo domingo.

Boa leitura :)



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Crise 44 - A Fábrica de Androides

 

  O trabalho de pesquisa feito por Estrela parece ter dado algum resultado afinal. Após muitos dias isolada, ela conseguiu detectar um sinal proveniente da Terra que talvez fornecesse alguma pista sobre a origem do androide que se disfarçou do nosso monitor de informática para manipular nosso diretor. Ela já havia aberto o portal e lá estávamos nós, indo na direção do desconhecido. Bem, aventuras são assim mesmo, não?

 

— Ai! - reclamei, assim que caí em cima de Eduardo após entrar no portal.

 

— Você está bem? - disse ele, ajudando a me levantar.

 

— Sim - respondi - A gente nunca sabe onde vai cair quando usa essa coisa.

 

— Mas é incrível! - disse Mabi - Estávamos no quarto de Estrela agora mesmo e saímos nesse lugar.

 

— Não posso garantir que o outro lado do portal sairá em um lugar confortável. O Portal Gun calcula as melhores variações espaço-temporais para gerar um portal seguro, mas nem sempre isso funciona - explicou Estrela, que sequer havia se dado ao trabalho de ter trocado suas roupas de casa. Bem, o que posso fazer? Ainda não me acostumei com o fato de uma visitante alienígena usar shortinho e chinelos havaianas.

 

— Esse lugar parece bem vazio, não acham? - reparou Eduardo.

 

 De fato, estávamos em um cenário bem atípico. Era uma região quente, seca e não importa para onde olhássemos só víamos terra e mais terra. Talvez estivéssemos em algum deserto ou algo assim, mas aquilo era terra e não areia. Não consigo imaginar o que aquilo tinha a ver com robôs e androides, mas Estrela conferiu as coordenadas do Portal Gun e sim, o local era ali mesmo.

 

— Não temos muita escolha, vamos ter que explorar a região - disse ela.

 

— Mas aqui só tem terra! - falei - Onde vamos achar alguma coisa?

 

— As coordenadas estão corretas, precisamos apenas achar o local onde o sinal estiver mais forte. Já adaptei meu Portal Gun para receber o sinal que precisamos.

 

— Bem, se é assim...vamos lá - falei, caminhando para um lado, mas Estrela se dirigiu exatamente para a direção oposta - Ei, esperem por mim!

 

 Caminhamos por alguns minutos. Eu já estava começando a ficar com sede. Devia ter trazido água ou algo assim. O Sol não tinha piedade. Daquele jeito iríamos pegar alguma insolação. Mabi também parecia estar sofrendo com o calor, pois andava se abanando com as mãos, enquanto Eduardo e Estrela pareciam muito bem. Pelo menos era o que eu pensava.

 

— Será que falta muito? - perguntou Eduardo - Acho que o pessoal já está cansado.

 

— Mas só andamos por uns quinze minutos - retrucou Estrela - Se acham isso muito, então não iriam aguentar as viagens de campo que fiz na época da faculdade.

 

— Imagino que deve ter visitado planetas bem inóspitos - comentou Eduardo.

 

— Pelo menos aqui só precisamos andar. Imaginem andar em um calor desses com um criatura gigante de duas cabeças correndo atrás de você. Mas estudar o habitat daquela espécie era parte do curso - ela explicava com toda a seriedade. Pelo menos havíamos parado um pouco para descansar enquanto conversávamos. Mas assim que Estrela parou de falar, o sinal começou a ficar mais forte.

 

— O que foi? - perguntei, ouvindo o apito do Portal Gun ficar mais forte.

 

— Acho que...encontramos - disse ela - Por ali! Vamos por ali!

 

 E ela saiu em disparada. Não me diga que vamos ter que correr. Naquele calor, eu já estava suando como um porco, mas não tínhamos muitas opções. Logo Estrela parou e quase batemos atrás dela se não tivéssemos desacelerado com cuidado.

 

— É aqui? - perguntei, olhando para baixo. Sim, ela parou diante de uma espécie de barranco, onde podíamos ver uma espécie da fábrica abandonada, ao menos era o que parecia. 

 

— Gente, olha ali - disse Mabi, apontando para uma placa extremamente suja de lama, com os dizeres "Cuidado, obras".

 

— Pelo visto, estamos em algum lugar que fala português, não é? - concluiu Eduardo.

 

— Sim, já atualizei as coordenadas - disse Estrela - Estamos em uma região central do Brasil mesmo.

 

— Quer dizer que nem saímos do país? - perguntei.

 

— Sim e até que faz sentido - ela respondeu, colocando a mão no queixo com um ar pensativo - Se o androide estava atuando em nossa escola, imagino que deve ter saído de um local próximo.

 

— E-Então...o chefão dele está lá dentro daquela fábrica? - perguntei, já ficando meio receoso.

 

— Talvez sim, talvez não, só vamos saber se chegarmos lá. Deve dar mais uns dez minutos de caminhada - falou Estrela, não nos animando nem um pouco.

 

— Espero que seja seguro lá dentro - disse Mabi.

 

— Bem, é uma fábrica abandonada - falou Eduardo - Imagino que ninguém deva chegar aqui perto. Se tiver algum perigo, será de origem alienígena mesmo.

 

— Ai, ai. Espero que a Estrela nos proteja - disse Mabi.

 

— Farei o possível - respondeu nossa amiga alien - Mas eu também não tenho ideia do que vamos encontrar lá.

 

 Andamos por mais dez minutos até alcançar a entrada da fábrica. Por enquanto, não havia nada de anormal. Apenas um silêncio perturbador, indicando que o local era mesmo abandonado. Tentamos abrir o portão, esperando que fosse preciso arrombá-lo, mas ele já estava aberto. Estrela empurrou o portão da frente e realizamos nossa entrada pelos corredores da fábrica. Nossa líder de outro planeta empunhava seu Portal Gun, tentando identificar a fonte do sinal. Assim que encontramos o primeiro interruptor, Estrela tentou ligá-lo. Nada aconteceu. O lugar não tinha sequer mais energia. Apesar disso, tudo estava misteriosamente limpo. Esperávamos que um lugar abandonada estivesse cheio de ratos e baratas, mas não víamos sequer uma teia de aranha. Isso em si já era estranho. Sem dúvida, havia alguma coisa ali. Meu calor havia passado. Agora meu estado de espírito era medo mesmo. Não podia desgrudar os olhos de Estrela por um segundo sequer.

 

 Passamos por todos os corredores quando, enfim, chegamos em uma sala onde o sinal do Portal Gun estava no máximo. Também não encontramos nenhuma barreira ou porta fechada. O local estava extremamente acessível. Isso era estranho. De qualquer maneira, o que havia diante de nós era uma espécie de reator, onde uma das peças estava brilhando com um tipo de luz azul claro piscante. Pelo jeito, era aquilo que Estrela estava procurando.

 

— Então o sinal está vindo daqui..mas não sei bem o que é isso..parece um reator - disse ela, fazendo seu Portal Gun assumir uma forma de chave de fenda ou algo assim, um pedaço de metal comprido que ela usou para tocar o tal reator. Nesse momento, todas as luzes acenderam.

 

— Ai, Jesus. O que aconteceu? - Mabi praticamente pulou para trás e agarrou meu braço. Bem, pelo menos havia uma vantagem naquilo tudo.

 

— Parece que todo o sistema de energia estava conectado com essa peça brilhante - disse Estrela, com toda a calma do mundo - Tocar nele acabou ativando a fábrica.

 

— Como assim? E agora? O que vai acontecer? - perguntei.

 

— Não tenho a menor ideia - respondeu Estrela, ainda calma - Preciso investigar a peça com mais calma.

 

— Ei, olhem ali - disse Eduardo, que aproveitou a volta da energia para explorar os arredores da sala. Ele estava apontando para uma janela, onde podíamos ver o andar da parte de baixo (não subimos nenhuma escada, então devia se tratar de algo no subsolo).

 

 Olhando para baixo, vi vários robôs humanoides. Eles tinham uma forma parecida com a dos humanos, mas não tinham pele. Eram todos feitos de metais e fios estranhos. Haviam vários, muitos mesmos.

 

— São..robôs? - perguntou Mabi.

 

— Androides, sem dúvida - disse Estrela, enquanto analisava o tal reator sem olhar para nós - Estão sem pele, não é?

 

— Como você sabe? - perguntei.

 

— Imagino que o monitor Paulo tenha sido o primeiro protótipo enviado para missão, por isso arranjou uma disfarce que imita a pele e cabelos humanos. Todos esses são reservas, que estavam aguardando ordens, mas ainda não tinham nenhuma função específica - respondeu ela - Acho que ao ativarmos o reator, também acordamos todos os androides.

 

— Acordamos? - repeti, e, de fato, quando olhei para baixo, os androides estavam se levantando.

 

— I-isso é bom ou mau? - perguntou Mabi.

 

— Queria muito que fosse bom - respondi, tentando manter o otimismo, mas acho que era óbvio o problema que estávamos passando.

 

— O que eles vão fazer agora? - perguntou Eduardo - Isso é muito intrigante...

 

 Nisso, ouvimos uma voz metálica ecoar por todo o prédio da fábrica.

 

— Atenção todas as unidades. Atenção todas as unidades. Seres orgânicos detectados. Iniciar função de destruição de invasão orgânica.

 

 Os androides pareciam falar em uníssono.

 

— Destruir todo invasor orgânico! Destruir todo invasor orgânico!

 

 Acho que agora era a hora de entrarmos em pânico.

 

— Ok, isso não é nada bom - disse Mabi, olhando para mim, como se esperasse uma frase de consolo.

 

— Talvez demorem para nos encontrar - tentei enganar a mim mesmo com uma esperança, mas todos os androides levantaram seus rostos para a janela, em nossa direção.

 

— Forma orgânica detectada no setor 1-E - disseram todos - Destruir todo invasor orgânico!

 

— E agora? O que vamos fazer? Estrela! - tentei chamar nossa maior esperança, mas ela parecia muito concentrada.

 

— Estou tentando descobrir como isso aqui funciona - ela respondeu com toda a calma do mundo - Tentem segurá-los.

 

— Isso é tudo que você tem a dizer?! - reclamei.

 

 Os androides estavam vindo. Como iríamos segurar um exército de máquinas assassinas? Pois é, a nossa aventura havia começado...


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Notas finais do capítulo

É, já começamos com a tensão. Qual a fonte dessa fábrica? Por que esses androides estão ali? Qual era a origem do monitor Paulo? Como eles vão sair dessa?

Aguarde até o próximo capítulo para ver como continua.

Até :)



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