Alien Panic escrita por Metal_Will


Capítulo 109
Crise 109 - Didática Exótica


Notas iniciais do capítulo

Estou de volta! Demorei, mas postei. Continuamos com nossa fic firmes e fortes. Boa leitura!



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Foi isso mesmo que ela disse? Se o total de pontos da nossa sala não atingir 210 na próxima prova, Lua explodirá a cidade inteira?

—Sim, foi isso mesmo que eu disse – falou Lua, como se tivesse ouvido meu pensamento – Se o total de pontos de vocês na próxima prova não atingir 210 pontos, a cidade inteira irá pelos ares!

Todos ficam em silêncio até Bruna soltar uma risada. E a risada fica mais alta.

—Ai, professora – disse ela – Você é mesmo engraçada. Explodir a cidade toda...essa foi boa.

Com isso, toda a sala também começa a rir. No meio disso, a própria Lua começa a rir também.

—O que posso fazer? - falou Lua – Sou mesmo uma fanfarrona, né?

Estrela estava ao meu lado com um olhar bem preocupado. E como poderia ser diferente? Sendo a irmã, ela era a pessoa que mais compreendia a nossa nova professora.

—E-Estrela – comentei baixinho – Você não acha que...

—Eu não acho...tenho certeza de que ela não está brincando – comentou Estrela e pude perceber uma pequena gota de suor escorrendo do rosto dela – Ela realmente quer fazer isso.

Devo repetir...Lua parecia ser a única pessoa do universo que fazia Estrela perder a calma. Mas ela não era a única que havia se incomodado com essa declaração de Lua.

—Estreeeeelaaa – disse Kevin, lexatamente nesse tom, ogo atrás de nós, com uma expressão nada feliz – Você não disse que iria controlar sua irmã?

Ele estava praticamente quebrando o próprio lápis.

—Não é tão fácil quanto parece, sabia? - respondeu Estrela.

—Você tem ideia de que ela pode acabar com essa cidade apenas por um capricho? - disse ele.

—Na verdade...ela só fará isso se nossa sala não atingir um total de 210 pontos – falei.

—Você tem ido bem em matemática, Vitor? - perguntou Kevin.

—Mais ou menos – falei, meio encabulado.

—Você sabe que para uma sala de 21 alunos atingir um total de 210 pontos em uma prova que vale de 0 a 10, todos da sala teriam que tirar 10! - exclamou ele.

—Sim, mas...não necessariamente a prova valerá de 0 a 10, não é? - comentei, tentando ver um lado positivo naquela situação. Nesse exato momento, Lua parou de escrever na lousa e se virou.

—Ah, sim. Já estava esquecendo. A prova da semana que vem valerá de 0 a 10 – disse ela.

Kevin me olhou com uma expressão furiosa.

—Bem, ainda temos a esperança de estudarmos bastante e tirarmos uma boa nota, não é? - falei.

—Você tem certeza disso? - Kevin apontou para o Veterano Caio.

—Cara, essa apostila é muito engraçada. Os caras escreveram tudo de ponta cabeça – disse Caio para um colega próximo, rindo da apostila que segurava de cabeça para baixo.

É. Nossa sala nunca atingiria 210 pontos.

—Mas por que ela ameaçaria a cidade toda? - falei.

—Ora, que aluno iria reclamar se apenas a escola explodisse? - disse Estrela.

É, ela tinha um ponto.

—Mas o fato é que ninguém da sala levou a sério a mensagem dela – comentei – Será que isso não a faria mudar de ideia?

—Estamos falando da Lua – disse Estrela – Ela é completamente louca e não precisa muitos motivos para fazer o que faz. Você não pode aplicar sua própria lógica. Na cabeça dela, o fato de ter avisado já garante que ela possa explodir o que quiser.

—Não pode ser! - lamentei.

—Ei, vocês aí atrás! - reclamou Lua – Dá pra fecharem o bico? Estamos em aula!

—Era de se esperar – falou Bruna – Algumas pessoas não conseguem se comportar em sala de aula.

—Não é? - disse Lua – Já sei. Você, garotinho!

—Hã? - estranhei – Está falando comigo?

—Traduza o próximo item do exercício – disse ela – Vai logo!

—S-Sim – falei. Fiz a tradução correta e Lua parece ter ficado satisfeita.

—Muito bem. Continuem assim e a cidade não explode na semana que vem – falou ela.

—Mas...por que explodir a cidade inteira? - perguntei, tentando jogar um mínimo de juízo na cabeça dela.

—Ora, vocês ficam muito mais motivados quando tem um fator motivador. Aprendi isso no meu curso. É o que chamo de reforço negativo – disse ela – Evitar o castigo é mais motivador do que desejar uma recompensa.

Ela realmente tinha uma didática bem própria. O sinal foi dado e a aula terminada. Veríamos Lua novamente na outra semana, com uma prova confirmada.

—É isso, gente. Estudem bem para a prova da semana que vem, ouviram? Caso não some 210 pontos...já sabem! - disse ela, sorridente – Tchau!

—Essa professora é engraçada – comentou Priscila.

—Não é? - concordou Bruna – Que viagem de explodir a cidade inteira se todo mundo não tirar 10? Se isso fosse verdade, ela seria pior do que uma terrorista.

Sim. Estamos falando de alguém pior do que uma terrorista. Na hora do intervalo, Kevin, Estrela e eu comentamos esse problema com Mabi e Eduardo, enquanto comíamos nosso lanche no pátio.

—Nossa. A Lua está mesmo levando a sério a profissão dela, né? - comentou Mabi.

—Interessante – comentou Eduardo – Reforço negativo...ela deve ser uma adepta do behaviorismo.

—Do quê?

—Behaviorismo. É uma escola de psicologia que procura compreender o comportamento humano em termos de estímulo e resposta. Pense em um rato de laboratório. Se você não quer que ele tenha um determinado comportamento, você deve utilizar um reforço negativo para afastá-lo desse comportamento. Por exemplo, você pode dar um choque toda vez que ele tenta abrir uma gaiola ou algo assim. Com o tempo, ele evitará completamente abrir a gaiola para evitar tomar um choque.

—Mas isso funciona? - perguntei.

—É mais ou menos quando sua mãe o proíbe de jogar videogame por tirar notas baixas. Para evitar ficar sem jogar, você estuda e tira notas altas.

—Bem, nesse ponto funciona, mas não é exagero demais tentar explodir a cidade toda? - falei.

—Se tratando da Lua, todo exagero é possível – comentou Estrela.

—Não sei o que você está pensando! - disse Kevin – Mas a CICE não ficará calada diante disso.

—O que você vai fazer? - perguntei.

—Estaremos de plantão – falou ele – Iremos prender a Lua se for preciso.

—Vocês? Prenderem a Lua? Não me façam rir – disse Estrela.

—Ei, não subestime a CICE! - reclamou Kevin.

—Olha, vocês podem até dar conta de alienígenas fracotes, mas estamos falando de uma w-ana. Ela não é tão fácil de derrotar assim – disse Estrela.

—Só fala isso por ser da mesma raça que ela – disse Kevin.

—Sim. Por isso sei o quanto será difícil para uma organização atrasada como a sua vencer uma nativa do Setor W – explicou Estrela, falando mais em um tom realista do que provocador.

—E qual é a sua ideia? - perguntou Kevin.

—É simples. Vamos conversar com a Lua – falou Estrela – Há uma chance mínima de ser apenas um blefe.

—É. Também acho – disse Mabi – A Lua não seria capaz de fazer isso, seria? Quer dizer, eu sei que ela já tentou destruir o planeta inteiro uma vez, mas agora ela começou a criar laços com a gente, já que somos alunos dela. Ela faria mesmo todo mundo sofrer apenas por uma ideia maluca dessas?

—Sim, faria – disse Estrela – Eu conheço a minha irmã. Mas ainda assim, vou tentar falar com ela. Espero que esteja pronto, Vitor. Você virá comigo.

—E-Eu também? - reclamei.

—Sim. Você é bom com essas coisas diplomáticas de tentar resolver coisas pacificamente – explicou Estrela, enquanto terminava de comer seu sanduíche com suco de maçã em caixinha – Talvez você até consiga levar a Lua na conversa.

Mesmo? Não acho que será tão fácil assim. De qualquer forma, naquele mesmo dia, Estrela apareceu no meu quarto por um portal, bem na hora que eu estava chegando do banho.

—E então? Vamos? - disse ela – As aulas terminaram. Nessa hora, Lua deve estar no quarto dela na escola.

—Estrela! - exclamei, tapando minha boca para meus pais não estranharem – Como pode entrar no quarto dos outros assim? Eu podia estar sem roupa!

—E daí? - disse ela – Já conheço a anatomia dos terráqueos.

—Já ouviu falar de privacidade? - perguntei.

—Sua família já disse que sou de casa – falou Estrela – Além disso, daria muito trabalho vir para cá sem usar um portal. E então? Vamos lá? Não precisa se arrumar ou nada disso. A Lua não liga para essas coisas.

De fato, Estrela estava usando sua roupa largada de casa e chinelos havaianas.

—M-Mas....

—Vamos logo!

E ela me puxou para o portal. Dali, caímos bem no terraço da escola, diante do “quarto” de Lua.

—É aqui que a Lua está vivendo? - perguntei.

—Vamos logo colocar minha irmã na parede – disse Estrela – Dependendo do que ela estiver planejando, as coisas vão ficar complicadas.

Sim. Para variar, nada era fácil. Ai, ai. O que vai sair disso?


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo podia ser mais longo, mas...resolvi fazer suspense. Vamos ver o que eles resolverão com a Lua no próximo cap. Para compensar, tentarei postar o próximo capítulo no meio da semana. Obrigado por ler e até lá! :)