Alien Panic escrita por Metal_Will


Capítulo 110
Crise 110 - Arrancando a verdade


Notas iniciais do capítulo

Bom dia, povo! Desculpem a demora, mas passei a semana revisando minha proposta de projeto de doutorado, então sem tempo para Nyah! Mas agora estamos aqui com um capítulo novinho em folha. Boa leitura! :)



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Lembramos que Lua estava morando na nossa escola, mais precisamente, no quartinho de zeladoria na cobertura do prédio do colégio. Como era apenas um quarto, não devia ter uma campainha. Pelo menos não vimos nenhuma quando chegamos. Estrela apenas bateu na porta. Já eu, fiquei atrás dela, meio receoso. Vai saber o que tinha lá dentro, né?

—Lua! - disse Estrela, batendo na porta – Lua, abra essa porta.

Poucos instantes depois vemos a porta entreabrir. Vimos apenas uma parte do rosto de Lua, nos olhando desconfiadas.

—Qual é a senha? - perguntou ela.

—Senha? Que senha? - falou Estrela – Sou eu, Lua. Estrela! Sua irmã!

—E como vou saber que é mesmo a Estrela, heim? - disse ela.

Estrela virou os olhos para cima com impaciência.

—Posso falar algo que só eu sei – disse Estrela.

—Ah, é? - perguntou Lua – Tipo o quê?

—Tipo a roupa preferida da mamãe que você manchou quando estava tentando fazer uma tinta invisível – disse Estrela.

—Maninha! - disse Lua, abrindo a porta feliz. Ela estava descalça, usando uma camiseta regata rosa e calça legging – Nossa, que surpresa você por aqui! Você chegou bem na hora da minha ioga.

—Ioga? - perguntei.

—Ah, você também veio, Vitor – disse ela, mantendo o sorriso no rosto – Pois é, comecei a praticar para relaxar um pouco.

Ela juntou as mãos e dobrou uma das pernas.

—Não me importa sua ioga – disse Estrela – Precisamos falar com você.

—Claro. Estou sempre disponível para os meus alunos – disse Lua, feliz – Não é o máximo? Dar aula para sua própria irmãzinha! Nunca pensei que esse dia fosse chegar!

—É...tem a ver com isso mesmo – disse Estrela – Podemos entrar?

—Claro – disse Lua – Não reparem na bagunça.

Entramos e, mais uma vez, fiquei surpreso com outro local maior por dentro do que por fora. Essa tecnologia é mesmo incrível. Lua havia ajeitado o que deveria ser apenas um quartinho mínimo com um monte de coisas: mesa, cadeira, decoração, papel de parede, um computador de alta tecnologia que certamente não era da Terra, bichos de pelúcia, plantas estranhas e, sim, tinha até um tipo de piscina. Tudo isso dentro de um quartinho!

—Uau! Você se mudou mesmo para cá! - falei admirado.

—Precisa ver como ficou a tela de cinema que coloquei na sala de estar – disse ela, orgulhosa – Ficou até melhor do que lá em casa.

—M-Mas...e se alguém da escola descobrir? - perguntei – Não vai ter problema?

—Ah, relaxa. É por isso que avalio bem quem vai entrar aqui. Se for alguém chato, apenas ativo a função de disfarce e volta a ser um quartinho de zeladoria – explicou Lua – Sei que esse planeta não está acostumado com essas coisas, mas no Setor W é tão comum.

—Você é mesmo exagerada – comentou Estrela – Trouxe tudo isso para cá.

—Queria ser independente, já que agora tenho até um trabalho – disse Lua – Além disso, você também está vivendo assim, não está?

—É verdade, Estrela..sua casa também é mais ou menos assim – comentei – Aliás, acho que a sua casa é até um pouquinho mais exagerada...só não tem piscina, mas...

—Não viemos aqui para falar de mim, viemos? - disse Estrela impaciente.

—Ah, você tá muito nervosa, maninha – disse Lua – Não quer um sorvete de purinate...

—Você disse...sorvete de purinate – falou Estrela.

Apenas lembrando que purinate é um tipo de fruto existente apenas em Solis, o planeta de verão eterno em que passamos as últimas férias.

—Pois é...trouxe lá de Solis. Vai querer? - perguntou Lua.

—Tudo bem. Vamos aceitar para não fazer desfeita – disse ela. E, mais ou menos dez minutos depois, estávamos lá, no sofá da sala de estar, com aquela tela de cena enorme, jogando um game extremamente realista com criaturas espaciais bizarras brigando entre si. Uau! Acho que nunca vi gráficos tão incríveis na minha vida. O controle tinha vários botões, mas até que consegui me acostumar rápido.

—Estrela...por que você não tem um desses? - perguntei – Não quero nunca mais ir embora daqui!

—É divertido, né? - falou Lua – Toma! Mais um especial!

—Como é possível? Olha esses gráficos! - falei.

—Perdi de novo! Droga! - reclamou Estrela, quando ela finalmente se lembrou o que viemos fazer ali – Ei! Lua! Pode parar! Não vai nos distrair com esses jogos antigos com gráficos ultrapassados!

É...esqueci que eram bons gráficos para os padrões da Terra.

—Tá legal, maninha – disse Lua – O que você quer de mim?

—Você quer mesmo explodir essa cidade? - perguntou Estrela.

—Eu? - disse Lua, agindo com espanto – Como pode pensar uma coisa dessas de mim? Eu nunca iria querer explodir nada.

—Ah, eu sabia – falei, sem tirar os olhos da tela – A Lua não estava falando sério quando disse que tinha uma bomba preparada.

—Ora, essa – Lua continuou sorridente – É claro que eu estava falando sério.

Deixei o controle cair imediatamente.

—Como assim? - perguntei.

—Eu não quero explodir nada, mas não terei escolha se vocês não atingirem a nota que falei – disse Lua, voltando a jogar, como se estivesse falando da coisa mais simples do mundo.

—Mas você sabe que para cumprir suas condições...a sala inteira vai precisar tirar dez, não sabe? - perguntei.

—Sim. Sei – falou ela – Mas sei que vocês serão perfeitamente capazes de tirar 10 se estudarem direitinho.

—M-Mas, Lua – insisti – Quantas turmas você já viu em que todos os alunos, sem exceção, gabaritam a prova?

—Nenhuma. Mas para tudo tem uma primeira vez, né? Com a motivação certa, tenho certeza de que irão conseguir – disse ela – Ninguém quer ver sua cidade destruída, né?

—Mas ninguém levou essa proposta a sério! - falou Estrela.

—Como assim? - perguntou Lua – Como ninguém levou a sério? Achei que tivesse sido bem enfática!

—Quem iria levar a sério uma loucura dessas?! - exclamou Estrela, claramente irritada.

—Que coisa...se todo mundo não tirar 10, a cidade vai explodir. Justo agora que eu estava começando a gostar daqui – lamentou Lua – Mas ainda tem esperança. É só todo mundo gabaritar. Insiro o total da turma no controle da bomba e tudo continuará em paz.

—Vai ser impossível todo mundo tirar 10 – falou Estrela – Diga logo onde está a bomba. Eu mesma vou desarmá-la!

—O quê?! Ah, Estrela! Você é uma chata! Chata, chata, chata! - reclamou Lua – Agora que estou engrenando no meu trabalho, você vem e se mete, estragando tudo. Sua chata!

Lua começou a dar soquinhos em Estrela e ela apenas ignorava.

—Deixaria você em paz se você não me tirasse a paciência e se não ameaçasse a vida de milhões de seres vivos inocentes – reclamou Estrela, segurando os dois braços de sua irmã mais velha – Agora, fala. Onde está a bomba?

—Não falo!

—Fala, Lua!

—Não vou falar! - disse Lua, mostrando a língua.

—Por que você tem que ser tão infantil! - reclamou Estrela, cruzando os braços e nervosa. É. Lua é mesmo uma dos poucos seres do universo que faz ela perder a calma.

—Não adianta. Não vou falar que a bomba está no subsolo deste colégio, bem embaixo da cantina. Não vou falar!

Estrela e eu nos entreolhamos.

—Então tá. Vamos lá, Vitor. Vamos resolver isso logo – disse Estrela, me puxando.

—Ah, não podemos fazer pelo menos mais uma partidinha? - falei, lamentando parar de jogar.

—Vamos, Vitor! - Estrela já me arrastava para fora do local.

—É...vai embora mesmo, chatonilda – falou Lua, cruzando os braços e desviando o olhar de forma birrenta – Nunca vou falar onde está a bomba e...ei, pera!

Mas quando ela percebeu o que falou, já estávamos fora do quartinho, abrindo um portal para o subsolo do colégio abaixo da cantina. É...agora é só desarmar a bomba. Será que vai ser tão fácil assim?


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Notas finais do capítulo

Parece que o ponto fraco de alguém é sorvete de purinate (Na verdade, ainda preciso pensar como é essa fruta, mas como vem de um planeta em que é verão o ano todo, provavelmente deve ser algo de clima tropical, como côco ou banana).

É isso aí. Será que vai ser fácil desarmar a bomba? (como se você não soubesse a resposta)

Bom gente. É isso. Até a próxima! :)