Weechester Collections escrita por Pat Black


Capítulo 5
Amor fraternal


Notas iniciais do capítulo

Escrevi essa fic para Paula.
Minha irmã, minha amiga, quase minha filha... Minha Sammy!



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Amor fraternal

 

 

- Deeeean! Deeeeean!

 

O garotinho de cinco anos vinha em sua direção segurando o braço esquerdo junto ao corpo, os lábios trêmulos, o rosto banhado em lágrimas.

 

A visão de seu desespero fez o coração do mais velho apertar imaginando o pior. Em rápidas passadas voou em direção ao irmão.

 

Ao ver o olhar de sofrimento do pequeno, Dean se arrependeu de ter sucumbido aos seus apelos, deixando que Sam saísse do quarto para brincar no estacionamento vazio. Mas era tão difícil dizer não a Sam, que isso sempre acontecia. Sam pedia e ele atendia. Não conseguia negar nada a uma criaturinha tão pequena e indefesa. Não conseguia ver o irmão menor sofrer sem tentar de todas as formas ao seu alcance fazê-lo feliz.

 

O pai o mataria se algo acontecesse ao seu pequeno bebê, mas não era por isso que Dean se martirizava, não mesmo. Aquela criatura indefesa de olhos vermelhos agora em seus braços era tudo o que possuía no mundo, tudo o que amava no mundo.

 

Seu pai... Era seu pai. E o amor por aquele adulto era grande, imenso. Mas Sam... Sam era Sammy. Alguém para amar sem medos e sem restrições. Alguém a quem se doar sem esperar receber e no final receber tudo em troca. Irmãos são assim? São ou deveriam ser.  Devem ser. Pois sentir algo assim por aquele ser com seu sangue e seus olhos, com as mãos de seu pai e o sorriso de sua mãe chegava a ser tão forte que doía.

 

- Deixa eu ver Sammy. – Dean pediu puxando o pequeno e sentando com ele nos degraus da escada de onde ele caíra.

 

Sam esticou o braço ainda dando pequenos soluços, controlando a custo as lágrimas, o corpinho tremendo assustado, mas com a queda do que com o ferimento que, pelo que Dean constatava, não passava de um arranhão.

 

- Vou precisar ir ao hospital? – Sam perguntou alarmado – Eu acho que... Que não precisa.

 

- Tá tudo bem Sammy, foi só um arranhão, não vai precisar ir não. Vamos para o quarto que eu faço um curativo.

 

Sorrindo Dean se levantou e em um impulso o carregou, como se Sam fosse mais leve do que realmente era, o corpinho tão menor agarrado ao seu, a cabeça descansando no ombro do mais velho.

 

Carregando o irmão nos braços, começou a caminhar para o quarto do hotel, feliz em saber que tudo estava bem, que não tinha sido nada demais. Quem os visse naquele momento entenderia o completo significado do termo confiança, doação, amizade e principalmente amor.

 

- Dean... Você vai contar ao papai que eu me machuquei?

 

Dean passou as mãos pelos cabelos compridos do irmão para acalmá-lo, sentido a maciez dos fios lembrou-se de que o pai os quis cortar como fizera com os seus, por que era mais prático de cuidar, mas que diante do choro sentido do menininho resolvera deixar para lá.

 

A lembrança fez o loirinho sorrir da preocupação tola do outro.

 

O pai nunca se zangava com Sammy. Ele nunca o reclamava, nunca o olhava com desgosto, ou triste, nunca levantava a voz com aquela criança. E nas poucas vezes em que isso poderia ter acontecido, ele, Dean, assumira a culpa e levara o castigo.

 

- O papai não vai se zangar com você por causa disso Sammy, não precisa se preocupar. – Respondeu dando um beijo na testa do menor, parando em frente à porta do quarto barato e procurando a chave no bolso.

 

- Eu sei. – Sam respondeu com a voz chorosa.

 

- Então por que você está chorando preocupado?

 

- Por que ele vai se zangar com você... E eu não quero... Eu não quero...

 

Dizendo isso, Sam o agarrou mais forte pelo pescoço, o corpinho tremendo novamente.

 

A total, sincera e justificada preocupação e verdade contidas naquelas palavras, só não foi mais forte e poderosa que o calor que invadiu seu peito e fez com que Dean perdido, abraçasse o irmão com toda a alegria que sentia por ser amado também.

 

E ali parados, como se fossem um só, ficaram por muito tempo.

 


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Notas finais do capítulo

Existem vários tipos de amor: sensual, amigo, maternal, paternal, fraternal. Para mim, até hoje, ainda não vivi maior amor do que o que sinto pela minha irmã. Minha maninha caçula que é mais que uma irmã e mais que minha amiga. Meu extremo oposto e mesmo assim minha alma gêmea.
Entendo o Dean profundamente.