Slasher Story escrita por PW, Felipe Chemim, VinnieCamargo


Capítulo 8
1x08: Como Escapar de Um Assassino


Notas iniciais do capítulo

Escrito com sangue e vísceras por 463ViniKaulitz.



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Bruce mancou em direção a Vince, o sangue escorrendo de seu braço e acumulando em poças, deixando desenhos rubros de suas próprias pegadas no chão. O produtor agarrou o pulso de Vince e por um instante pareceu envergonhado por deixar uma marca de sangue no braço do amigo.

Bruce caiu de joelhos. Observou o corpo estirado de Brenda no colo de Vince. Ergueu o braço livre e arrancou a mordaça da boca de Vince.

— Eu sinto muito, Vince... Eu... eu...

— Tá tudo bem! — Vince recostou Bruce contra a parede. —Vamos sair dessa, Bruce. Fica calmo.

— Ele foi mais rápido. — Bruce respondeu e encarou Vince com uma expressão de pena. Bruce balançou a cabeça negativamente e começou a choramingar.— Ele foi mais rápido, Vince.

OPENING THEME

SLASHER STORY

1X08: Como Escapar de Um Assassino

— Peter, você realmente acha que se fossemos os assassinos iriamos guardar os cadáveres em casa? — Vince encarou.

As luzes do carro da polícia iluminavam a frente da casa dos Winter, lançando reflexos azuis e vermelhos nos rostos perturbados dos dois irmãos. Já passava das três da manhã, e dois oficiais saíram do fundo da casa trazendo o último corpo numa maca. Cachorros latiam de todos os lados e a rua estava finalmente começando a ficar deserta. Brenda acompanhou com os olhos curiosos, agasalhada numa jaqueta de couro de seu irmão. Vince estava recostado contra a caixa de correio e Peter encarava os dois como se ainda não tivesse digerido tudo.

— Os outros dois corpos haviam desaparecido do necrotério hoje. — Evellyn surgiu ao lado de Brenda arrancando as luvas das mãos. — Eu já estava notificando os policiais então recebi a mensagem do Vince. — Evellyn estava tão abatida que parecia ter envelhecido alguns meses em dias. Ela pôs as mãos na cintura e tirou os óculos, sinal claro de que estava prestes a dar uma bronca. — Alguém está definitivamente tentando incriminar vocês dois.

— E nenhum dos dois ajuda muito. — A voz de Edward surgiu. — Brenda e Vince estão sempre nos lugares errados e nos momentos errados desde que nasceram. — Edward surgiu ao lado de Evellyn e botou a mão no ombro da ex-mulher. Evellyn pareceu incomodada e recuou.

— Tiveram a quem puxar. — Evellyn virou os olhos. — Amanhã de tarde vocês vão com seu pai para Los Angeles! Pelo menos até esse pesadelo acabar.

— Mas mãe! — Brenda encarou Evellyn e lançou aquele olhar de mãe e filha. — Eu não posso deixar Reaperswood. Não agora.

— Eu digo que vocês não ajudam. — Edward caiu na risada.

— Sem discussão. — Evellyn deu de ombros. — Isso é demais para mim. Eu...

— Mãe... — Vince sorriu desapontado, tentando argumentar. — Eu tenho um emprego. Eu não posso deixar tudo de lado...

—Pode sim e vai! — Evellyn estapeou o ombro de Vince, furiosa. — E quanto a você, Edward...

O homem com as tatuagens vazando pelas aberturas do terno ergueu os braços no ar como se estivesse rendido. Os dois irmãos riram.

— Deixa com o Vince o número de telefone do hotel que você vai passar a noite. — Evellyn virou-se e passou a andar em direção a casa.

— Eu pensei que dormiria em casa! — Edward gritou. — Eu sou da família também!

— Nem por cima do meu cadáver. — Evellyn gritou da varanda. — E voltem logo para dentro, crianças!

Evellyn fechou a porta com um baque. Os três Hardy restantes se olharam e trocaram um sorriso idêntico.

— Fiquem aqui. — Edward advertiu. — Vou checar se limparam tudo.

Vince finalmente reparou na expressão do rosto de Peter.

— Vocês são malucos. — Peter sibilou.

— Oi?

— Oi? Tinha três cadáveres enfiados na porra do porão da casa de vocês, e seus pais agem como se vocês vivessem na merda de uma sitcom!

— Falando assim não parece ser tão ruim. — Vince deu de ombros. O rapaz tirou o celular do bolso e começou a checar as mensagens.

— É sinistro mesmo, o lance dos cadáveres. — Brenda comentou. — Mas você tem que entender que ambos nossos pais trabalharam no ramo de coisas sinistras a vida toda. Quando crianças, enquanto você Peter e sua família passavam os domingos no parque fazendo piquenique, nossos pais nos levavam para aprender a atirar.

— Brenda, acho que combinamos de não falar disso. — Vince comentou. — Mas aproveitando, Peter, enquanto você e seus irmãozinhos assistiam Vila Sésamo durante o café da manhã antes de ir pra escolinha, eu e Brenda assistíamos a biografia do Ed Gein.

— Ed Geintá no meu top 10. — Brenda comentou.

— No meu também. — Vince respondeu.

Os dois fizeram um high five no ar. Peter balançou a cabeça e andou furioso em direção ao próprio carro.

Cada dia que passava ele entendia menos os Hardy.

XXXX

O dia amanheceu nublado, e agora que o sol finalmente fatiava entre as colinas dos arredores de Reaperswood, as nuvens pareciam rasgar ao meio e davam ao céu um tom cor de rosa.

Quase como se tivesse amanhecido sangrando.

— É um dia lindo. — Phillip comentou no instante em que Jac entrou no carro. A ruiva jogou a mochila no banco traseiro e encarou o rapaz.

Phillip virou-se e pôs-se a olhar o horizonte. Do local alto em que estavam estacionados, podiam ver uma parte significante da cidade. Jac encarou-o, ele tinha o formato do rosto agressivamente definido pelo crânio. Os olhos escuros do rapaz refletiam o céu cor de rosa.

— É um dia legal. Comprou tudo que eu pedi?

Phillip esticou a mão e arrancou um pé-de-cabra de uma sacola da Best Buy do banco traseiro.

— Seu desejo é uma ordem.

Jac deu um tapa na mão de Phillip. Ele pareceu confuso.

— Eu te falei para não comprar nada das lojas de departamento. Você é um dos principais suspeitos, Phillip.

— Relaxe. — Phillip deu de ombros e sorriu. — Usei capuz e tudo. Sequer precisei dar o meu nome.

Jac ergueu uma tesoura de poda da sacola da Best Buy e pôs-se a observar seu próprio reflexo na lâmina de aço da ferramenta.

— Ainda acho incrível a quantidade de coisas perigosas que podemos comprar sem sequer deixar a identificação. — Ela sorriu. — La petitmort...

Phillip esticou o braço e ergueu uma pequena pá metálica com uma lâmina na ponta. Ele sorriu e aproximou a lâmina no pescoço de Jac. Ela encarou e deixou um sorriso escapar. Ele aproximou a lâmina mais um pouco:

— É quase como se quisessem que a gente cometesse um crime.

XXXX

— Tudo bem você ir pra L.A. por alguns dias. — Um pedaço de pizza caiu da boca de Bruce. Ele rapidamente catou no ar e jogou de volta goela abaixo. Bruce vestia uma camiseta com o logo da Roadhouse, produtora que havia sido erguida por ele. Ele se sentia orgulhoso. — Não é como se eu tivesse que fazer todo o seu serviço.

— Podemos contratar um estagiário e chutar a bunda do Vincent de uma vez. — Alex sugeriu e mordeu sua própria fatia de pizza. A garota vestia um casaco grande e militar por cima da camiseta social e abaixo um shortinho curto exibindo suas longas pernas. Por vezes os olhares de Vince e Bruce lutavam para não irem para baixo. E Alex sabia daquilo e estava adorando. — Olha a quantidade de currículos na sua mesa, Bruce.

— Prefiro esperar o Vincezinho voltar. — Bruce franziu a testa. — Não quero um pirralho tocando punheta durante as tomadas.

Alex caiu na risada.

— Eu prefiro ver o Vince derretendo o coração das atrizes do que um espinhento tremendo e gozando em tudo enquanto tenta entender o que deve fazer no estúdio.

— Estão falando de mim? — Vince ergueu os olhos do celular. — Fale bem ou fale mal, mas falem de —

— Jesus, Vince.

Os três almoçavam uma pizza na varanda da janela do escritório da Roadhouse. Não tinha gravação no dia e então estavam apenas revendo papelada.

— Você parece preocupado, Vince. — Alex cutucou o amigo.

— Deve ser os cadáveres que decidiram botar no porão dele. — Bruce sugeriu.

Alex lançou um olharrepreendendo Bruce.

— Tudo está ótimo. — Vince sorriu. Colocou o celular na mesa e andou em direção a sacada.

O escritório e estúdio da Roadhouse era localizado no décimo quarto andar do Edifício Cortez, um grande prédio de departamentos e escritórios, perdido no meio do centro financeiro de Reaperswood. Diversos estúdios, escritórios de advocacia, empresas e partições; públicas e privadas, dividiam espaço naquela imponente construção.

Da sacada, Vince podia ver os outros diversos prédios construídos ao redor. Às vezes poderia até acenar para as pessoas que estavam nos outros prédios, também trabalhando, também tentando encontrar seu lugar no mundo. De dia a visão da sacada não era grande coisa, era algo barulhento e incrivelmente quente, mas de noite ele podia enxergar apenas os prédios vazios e suas luzes coloridas, eternamente marcando seus respectivos territórios no meio do escuro. Ver os prédios tão acesos e tão próximos, fazia Vince sentir-se num filme, as vezes se imaginava em Nova York, num dos cenários de Daredevil da Netflix, e fantasiava que um super-herói estaria combatendo crimes lá embaixo no meio da rua. Só dependia da quantidade do álcool ingerido.

Toda sexta-feira, Vince, Alex e Bruce ficavam ali na sacada além do horário de trabalho, observando o sol desaparecendo na colina, apenas bebendo e conversando sobre coisas bobas, ou matutando sobre os planos de coisas que fariam em alguns anos.

Mas agora Vince já não tinha certeza do que seria seu futuro quando tudo aquilo acabasse. Ele só esperava chegar até o final com aquilo tudo.

Em sua mente, repetia a frase que Edward havia lhe dito quando criança: “Sempre que começar uma coisa, termine. “

XXXX

Brenda tateou até encontrar o interruptor do porão de sua casa. Finalmente encontrou-o e deu um golpe, mas não funcionou.

— Merda.

Ligou a lanterna do celular e desceu as escadas lentamente. Acendeu a lanterna do celular e iluminou o chão do cômodo, observando as manchas da limpeza que os policiais haviam feito no dia anterior. Passou a lanterna embaixo das mesas ao redor e não encontrou nada.

— Não encontrou nada mesmo? — Johnny riu atrás de Brenda. — Pensei que, seja quem for que trouxe os corpos, talvez pudesse ter esquecido de alguma coisa.

— Não mesmo. — Brenda deu de ombros e sentou-se no canto do cômodo escuro. — Não é como se o assassino fosse andar com sua carteira embaixo da capa.

— Você se surpreenderia com a quantidade de assassinos estúpidos. — Johnny iniciou seu monólogo diário. — Já viu Eu Ainda Sei? O cara praticamente move meio mundo para trazer a garota para uma Ilha para tentar matá-la.

— Nós dois sabemos que o assassino não é qualquer um. — Brenda sussurrou.

O telefone de Brenda tocou e os dois se assustaram. Era um número restrito.

Johnny encarou a amiga.

— Não atenda se não quiser.

Brenda pressionou o botão para aceitar e ligou o viva-voz.

— Olá Brenda. Me diga, quem é que vai morrer hoje à noite?

— Você mesmo, FILHO DA PUTA!

Johnny advertiu Brenda com o olhar. Pegue leve, garota.

Resposta errada. — O assassino sussurrou num efeito sinistro de voz. — Mas vejo que perdeu um pouco do medo desde a última vez que nos encontramos. Você acha mesmo que está segura dentro de casa?

O assassino encerrou a ligação e os dois se encararam.

A luz do porão piscou e finalmente acendeu. Brenda e Johnny trocaram um olhar— não fode — e correram em direção a escada.

XXXX

O departamento gigante estava vazio, a não ser pelas três almas ali presentes.

O dia estava indo rápido demais para o gosto de Hannah. Ainda, ela não tinha muito o que fazer. Pelo menos naquele instante.

— Que tal a gente dividir um Big Mac?— Hannah perguntou. — Metade salada e metade bacon. Vocês sabem que eu adoro o melhor dos dois mundos.

Lucky interrompeu o joguinho no celular e encarou Hannah com um sorriso estúpido no rosto.

— Você se superou com essa.

O jovem simulou um disparo de revólver em sua própria cabeça.

— Agradeço o apoio pessoal. — Terry disse com um sorriso e balançou o cabelo. — Minha tarde foi mil vezes melhor com vocês dois.

— Não tem por onde, querida. — Hannah esticou a língua e piscou. — Eu sei que a solidão é uma droga. Quando eu fico muito sozinha vou para o shopping. Compro uma blusinha.

— Projeto Abelha Rainha 80% concluído, certo? — Lucky parecia entediado. — Sinto falta da Hannah de verdade.

— Não sei do que você tá falando. Mas aproveitando que tocou no assunto, vão na casa da Tory semana que vem? Ela convidoutodas as garotas e o Wendy pra gente fazer uma homenagem a Kat.

— Não me convidou. — Terry bufou. — Mas não sei o que eu tava esperando. Enfim, essa Tory não sossega.

— Típico dela. — Hannah sussurrou. — Tá tentando não deixar o reinado morrer e tá falhando.

— Eu tô é preocupada com esse pessoal do jornal, eles tinham que tirar férias e me deixar aqui sozinha justo quando esses assassinatos estão acontecendo com a galera da escola. Vida de estagiária é foda viu. — Terry disse desapontada. — Eu quase me borro toda quando meu celular toca. Fico até feliz quando é apenas um pervertido.

— Querida. — Hannah balançou o próprio celular na frente do rosto. — Nenhum assassino vai tentar te matar antes de tentar me matar. Você sabe, eles adoram perseguir as gostosas.

— Ok, isso é demais. — Lucky comentou, levantando-se. — Preciso resolver uns negócios no escritório do papai. Vem comigo, Hannah?

— Ainda não. — Hannah sorriu. — Vou esperar a Terry.

Terry sorriu para Hannah. As duas garotas trocaram um High Five.

— Beleza. — Lucky sorriu. — Eu volto logo.

O garoto saiu da sala, virou o corredor e pacientemente esperou o elevador chegar no andar.

A noite estava só começando.

XXXX

Vince acenou enquanto Alex dava tchau do banco de carona do jipe de Bruce. O veículo virou o estacionamento e desapareceu. Os últimos raios de sol agora desapareciamem meio a silhueta dos prédios próximos.

Montou na motocicleta e pegou o capacete, então sentiu duas mãos vindo de trás e tapando seus olhos.

— Adivinha quem é?

— Dez graus negativos e dois anéis de caveira na minha bochecha. Vou chutar que é minha irmãzinha.

— Droga, você é bom.

O rapaz virou-se e observou sua irmã acompanhada de Johnny. Vince cumprimentou o jovem com o olhar.

— Sua voz te denunciou. — Vince sorriu. — Além da sua pele gelada, é claro. Enfim... o que diabos você tá fazendo no meu trabalho? Eu já tava indo pra...

— Acho que estamos sendo vigiados em casa. — Brenda comentou. — Recebi uma ligação agora de tarde.... Acho que o filho da puta aproveitou o momento da festa e enfiou escutas na nossa casa.

— Precisamos montar uma força tarefa. — Johnny respondeu sério. — Alguém parece estar muito à frente de nós.

— Hora de virar o jogo. — Brenda comentou. — Podemos subir na produtora?

— Acho que sim, o prédio tá quase vazio já. Contudo... vou precisar chamar mais alguém. — Vince comentou, sacando o celular do bolso e buscou um número na agenda. Rapidamente esticou a outra mão no meio dos três enquanto esperava alguém atender do outro lado. — Qual vai ser nosso nome? Esquadrão Suicida?

— Esquadrão Suicida, aqui vamos nós. — Brenda botou a mão acima da de Vince.

— Posso ser a Harley Quinn? — Johnny colocou a mão sobre a de ambos.

Vince e Brenda encararam Johnny.

— Qual é, ela é uma das mais legais.

Vince e Brenda se encararam e deram de ombros.

— Tudo bem. — Os dois responderam em uníssono.

Vince achava que Johnny parecia mais o Joker.

XXXX

Lucky estava próximo de seu carro quando ouviu os passos. O estacionamento do prédio estava escuro, principalmente agora que estava anoitecendo. Olhou ao redor preocupado, sentindo o coração batendo mais forte.

— Quem está aí?

Silêncio.

Correu até a porta do carro e tateou o bolso da calça jeans atrás da chave.

Nada.

Foi aí que se lembrou que Hannah estava brincando com a chave de seu carro.

— Filha da puta.

Lucky deu dois passos de volta para o elevador quando sentiu um choque elétrico atingindo os músculos de sua costa. Um calor instantâneo percorreu sua coluna e ele grunhiu descontroladamente enquanto sentia seus músculos travando.

O garoto caiu de joelhos e tombou de lado numa poça de água. Sentiu-se incapaz de gritar agora.

Um coturno parou calmamente próximo ao seu campo de visão. Ele arregalou os olhos e tentou levantar-se, mas não conseguiu mover um dedo de lugar.

Foi aí que alguém ergueu o rapaz nos próprios ombros sem dificuldade alguma e então saiu andando alguns metros de distância. Lucky queria gritar, queria golpear, mas era inútil.

Ele queria dizer que ele era o cara errado e que seja quem fosse, iria pagar por aquilo tudo.

Mas seu maxilar estava travado também.

Ouviu o barulho típico do porta-malas destravando.

Pelo amor de Deus não.

O jovem foi arremessado no porta malas com um baque dolorido. A figura encapuzada finalmente surgiu diante da visão embaçada e confusa de Lucky. Rapidamente amarrou-o. Ergueu o braço e fechou o porta-malas com força.

A última coisa que Lucky notou antes da escuridão foi a máscara de caveira sorrindo para ele.

XXXX

Como escapar de um assassino? — Vince posicionou-se na frente do grupo. — Regra número 1, vamos lá.

Peter, Jac, Tory, Phillip, Brenda e Johnny encaravam Vince, sentados no lado oposto da mesa da sala de conferências do estúdio da Roadhouse.

Peter havia recebido a ligação de Vince e decidiu checar para ver o que o rapaz queria. Agora parecia estar enrolado em um tipo de clube estúpido e se arrependia amargamente. Pelo menos tinha aproveitado e trazido Tory, Jac e Phillip junto. Então o micão era coletivo.

Mas naquele instante não podia negar, a ideia era interessante.

Interessante até demais.

— Conta logo a primeira regrra. — Jac sorriu do outro lado da mesa. — Vai Vincennnnt.

Vincent encarou Jac, curioso. Phillip cutucou a ruiva.

— Nem tanto, Jac.

— Ok... — Vince riu e passou a gesticular na frente dos jovens, quase como um professor empolgado. — Existirão dias em que você vai querer se isolar para pensar um pouco sobre o que está acontecendo. Ou existirão momentos em que simplesmente você terá que ir da casa para a escola, da escola para o trabalho, do trabalho para o lazer, e são exatamente nesses momentos que você precisa tomar cuidado.

— Porque você vai estar descuidado. — Johnny completou.

— Onde exatamente você quer chegar, Annalise Keating?— Peter riu.

Regra número 1. — Vince ignorou. — Evite ficar sozinho... e é claro... jamais diga “eu volto logo.”

XXXX

Trancado no porta-malas do carro, respirando através das aberturas apenas para não enlouquecer, Lucky sentia os movimentos voltando. Era surreal, e ao mesmo tempo intimidador. Pelo menos o assassino não tinha saído com o carro.

Pensou em todo o trajeto que havia feito até aquele instante. Pensou em Melissa, pensou na vida.

Pensou em Hannah e Terry, e se ambas estariam o procurando.

Ah não, ele havia dito que iria sair de carro, sozinho.

Ele havia dito que voltaria logo.

XXXX

Regra número 2! — Vince sorriu e fez uma careta, como se ficasse desapontado contemplando um pensamento em sua própria cabeça. Coçou a barba confusa e encarou os jovens. Olhou nos olhos de cada um.— Não faça sexo.

Os jovens riram.

— Sério. — Phillip cuspiu. — Se for pra quotar Pânico eu faço isso em casa.

— Sério? — Johnny riu. — Ouvi falar que você sequer tem casa mais.

— Temos várias além daquela. — Peter riu. — Mas isso não é do seu interesse, Here’s Johnny.

Johnny abriu um sorriso com a referência.

— Nos filmes de terror. — Vince continuou. — Está claro que quem molha o biscoito com frequência não vai durar muito tempo.

— Então você vai durar muito tempo, Vincent. — Brenda riu. O grupo caiu na risada também.

— Engano seu, irmãzinha, embora não seja o momento adequado para te contar sobre minha vida sexual.

Brenda pareceu perplexa.

— As Olsen vão sobreviver até nas sequências. — Tory riu agora.

O grupo caiu na risada novamente, tirando os gêmeos.

— Existe uma linha tênue entre esses dois pontos. — Vince discursava. — Sexo e sobrevivência, você só pode ter um deles. A não ser que você seja uma evolução recente da final girl ou do final guy.

— O que é extremamente raro. — Jac concluiu.

— Exato. — Vince riu. — Por isso, não arrisquem fellas. Não façam sexo.Sempre terá uma consequência.

XXXX

Braços e pernas faziam contornos e desenhos sensuais abaixo do lençol de seda, ambos iluminados pela luz da lua nascendo, surgindo pela janela. Um gemido hipnotizante soou baixinho pelo quarto e uma parte do lençol desceu.

Penny surgiu debaixo do lençol, o cabelo suado colado nos seios redondinhos e parcialmente cobertos de sardas.

— Agora é a sua vez. — Penny disse passando o dedo ao redor dos lábios já sem batom, encarando o parceiro abaixo do lençol.

Penny revirou os olhos e repousou a cabeça contra o travesseiro, encarando o teto.

Ela nunca chegou a ver o led aceso da webcam de seu notebook.

XXXX

— Regra número 3. — Vince encarou-os. — Essa vocês podem adivinhar.

— Fala logo Vince. — Tory jogou uma bolinha de papel em Vince. Brenda encarou Tory e jogou uma bolinha de papel na garota.

— Bom, essa talvez seja a mais óbvia. Podemos passar 90 minutos de um filme combatendo o mal ao lado de uma pessoa.

— Mas no final... — Jac parecia já saber aonde aquela conversa iria chegar.

— No final. — Vince riu. — No final, quem está do seu lado pode estar te traindo. Por isso eu digo e repito, duvide de todos.

— Você pode ser o assassino, Vince. — Phillip comentou. — Fica aí enchendo a nossa cabeça de bosta, só para surgir nos quinze minutos de prorrogação para explodir nossas mentes. É a sua cara.

— É como dizem certas pessoas. — Peter riu. — Qualquer um pode ser o assassino.

Todos riram, já sabendo da piada interna.

— Menos o MarkV. — Johnny disse por todos.

— Duvidem de todos. — Vince repetiu. — Menos do MarkV.

XXXX

— Aqui está os últimos resultados do laboratório. — Jason, o diretor geral do necrotério largou o envelope na mesa de Evellyn sem sequer ter batido na porta. Evellyn deu um pulinho de susto. — Desculpa por te assustar Evellyn, e obrigado por ficar até mais tarde.

— Tudo bem Jason. — Evellyn sorriu. — Obrigada por trazê-los.

A médica havia separado qualquer partícula diferente que pudesse conter DNA e enviado para análise.

Olhou para o celular, esperando ver o ícone de mensagens de Vincent, Brenda ou Edward.

Nenhum dos três estava respondendo suas mensagens. Ela deveria ficar preocupada? Os três já deveriam estar a caminho de Los Angeles.

Encheu um copo de água e abriu o envelope.

Os resultados das amostras estavam claros. A maioria batia com as vítimas, mas um dos padrões tinha levado a uma pessoa que estava fora da lista de suspeitos.

Uma pessoa totalmente inesperada.

Evellyn deixou o copo de água cair no chão e levou a mão a boca.

XXXX

— Regra número 4. — Vince continuou, agora como um escritor apaixonado por seus próprios monólogos. — Conheça o seu inimigo.

— Isso é o que estamos tentando fazer, cerrrto?

— Errado. — Vince disse. — Você não precisa saber quem é o assassino para lutar contra ele.

— É mais relacionado aos métodos que seu inimigo usa. — Peter completou dessa vez. — Assim pode saber o quanto deve levar os jogos a sério.

— Isso entra no campo de não cair em armadilhas — Johnny incrementou. — Se o assassino é inteligente, ele não vai deixar pistas fáceis.

— Pistas fáceis levam a armadilhas. — Brenda sorriu. — Vince, você é bom.

— Todos nós ficaremos bons nisso. — Vince riu. — A não ser que um de vocês seja o assassino. Enfim, repetindo, regra número 4, jamais subestime um assassino inteligente.

XXXX

Recostado contra o sofá, sem camisa e com uma cerveja esquentando na mesa, Edward digitava os dados que havia conseguido com uma das ligações que Brenda havia recebido.

PORTA 180.1.1.2 ABERTA.

Edward cuspiu a cerveja e olhou impressionado para o computador. Ele tinha acabado de conseguir acesso ao celular do assassino? Tão fácil? Celular de assassino via acesso remoto, aquela droga sequer pediu senha?

O detetive tatuado afastou as mãos do teclado do computador.

Caralho Edward. — O homem levou a mão no rosto e suspirou. — Acho que fiz merda.

Edward apertou os olhos e pensou por um segundo. Apertou Enter com dor no coração.

— NÃO!

O Hardy mais velho acompanhou seus arquivos sendo deletados, em seguida os diretórios, as raízes de diretórios e o sistema. E então até o próprio boot do computador sendo alterado.

O homem bebeu um último gole da cerveja e arremessou a garrafa de vidro na parede oposta, que se espatifou.

A porta de fato tinha sido aberta, mas não para o celular do assassino, e sim para que um vírus invadisse o computador dele.

XXXX

Hannah tinha acabado de sair e Terry sentiu-se sozinha outra vez. Prestes a deixar o grande edifício de departamentos, decidiu transmitir um podcast ao vivo através de seu próprio celular. Pelo menos não sentiria tanto medo.

— Ouvi dizer que o tal assassino amaciou. — Terry falava no celular enquanto organizava os documentos do jornal de volta em seus respectivos lugares. — Pessoalmente duvido que seja o Tommy Warland. Tá mais pra um copycat sinistro de um Slasher dos anos 80. Enfim, se quiserem falar comigo ao vivo, só ligar para aquele número que dei no começo do podcast. Vou ficar aqui no escritório por mais uns quinze minutos. Discorda que o assassino amaciou? Fala comigo viada.

O telefone tocou e Terry sorriu. Ah, seus fãs.

XXXX

— Ok. Regra número 5. — Vince sentou-se na cadeira, agora cansando de falar. — Eu posso ter dito que todas as regras anteriores eram as mais importantes, mas acho que a próxima vale por todas.

— Não use drogas ou álcool? — Peter sugeriu.

— Ok, isso pode entrar nas regras na próxima vez. — Vince pensou sobre o assunto. — Mas é ainda mais importante que isso. É questão de autodefesa.... Digamos que... se você desse de cara com o assassino exatamente agora, você teria em seu alcance as armas corretas? Você seria capaz de manter uma luta, pelo menos no mínimo justa, com o assassino? Você estaria preparado?

Então para finalizar a regra número cinco... — Brenda ergueu-se de pé. — Não banque o otário. Ande com as armas corretas.

— Acho que hoje é só isso mesmo. — Vince encarou o próprio relógio. — Tentem manter esse grupo em segredo, quanto menos pessoas souberem, melhor.

— Serria difícil manter um esquadrrão com o assassino sabendo. — Jac sorriu. — Ele não vai ficar sabendo tão cedo.

XXXX

— Alô Alô sou eu a Terry paixão. — A podcaster atendeu o telefone do jornal e botou o aparelhono viva voz, mantendo o bocal do celular próximo para que o podcast transmitisse o telefonema. — Não esquece que está ao vivo no meu podcast, tá bom?

— Tá bom. — Uma voz feminina meio infantil ecoou do outro lado.

— Oi querida. — Terry disse, a voz arrastada. — Tudo bem amor?

— Só queria dizer que você deveria ser a próxima vítima do assassino. — A voz infantil do outro lado começou. Terry arrepiou. — Você fica aí se exibindo achando que tá salva só porque tem podcast, minha filha o assassino vai te escolher em breve e vai desfazer os pontos das suas operação tudo.

— Ai querida que horror. — Terry pareceu sem palavras. — Assim você caga no meu pau, mana. Não gostei piranha, vou desligar e desliguei. Gente, que que foi isso?

Terry riu agora, contudo estava profundamente chateada. Deveria começar a pensar duas vezes antes de atender telefonemas.

O telefone tocou novamente e Terry rapidamente atendeu e desligou.

— Perdi o clima já.

A jovem andou até o armário para guardar a caixa de grampeadores e virou-se de volta para sua mesa, agora vazia exceto por sua bolsa.

Mas a visão que teve fez seu corpo inteiro arrepiar.

Terry encarou o ser encapuzado logo atrás de sua mesa. No rosto, usava a máscara de caveira do mascote da escola.

O assassino estava diante de seus olhos. Terry gritou.

A garota esticou o braço e agarrou sua bolsa, atrás de algo para atacar. A bolsa caiu no chão e ainda gritando, Terry abaixou-se rapidamente, revirando os conteúdos no tapete da sala do jornal.

Caíram dois batons e uma Monster High.

Terry estava desarmada.

XXXX

Brenda puxou as cortinas da sacada e trancou o vidro. Sentiu o celular vibrando e encarou a tela, a notificação do podcast ao vivo de Terry tinha acendido. Bre não ouvia o podcast da garota, mas recentemente havia achado que fazia sentido ficar por dentro do que as possíveis vítimas estariam fazendo. A jovem deu de ombros e apertou para ouvir.

— SOCORRO! — A voz de Terry ecoou pelo alto-falante do celular. — SOCORRO MEU DEUS!

— Vince! — Brenda gritou. — VINCE?

XXXX

Terry arremessou a boneca no assassino, que por sua vez ergueu um machado afiado e rebateu a Monster High. A jovem sentiu os olhos encharcarem em lágrimas e tentou pensar em algo útil.

— Socorro! — Terry repetiu. — ISSO NÃO É UMA BRINCADEIRA, OUVINTES! O ASSASSINO ESTÁ AQUI NO PRÉDIO! NO JORNAL!

Terry correu em direção a porta do jornal, mas estava trancada. A jovem bateu desesperada no vidro da porta da frente, mas sabia que ninguém a ouviria. O expediente já tinha acabado fazia muito tempo. Então ela encarou o corredor do escritório, e pôs-se a correr.

Sentiu a machadada atingindo o vidro da porta atrás dela um milissegundo depois, e cacos voaram para todos os lados.

— SOCORRO! CHAMEM A POLÍCIA!

XXXX

Brenda correu pela Roadhouse inteira atrás de Vince. Ele não estava no banheiro e em nenhum lugar do andar. Provavelmente havia descido com os garotos até o estacionamento.

— Alô policial! — Brenda engasgou-se, o telefone do escritório na mão. — Me escuta, um assassino está perseguindo uma moça no prédio do jornal de Reaperswood! Ajuda logo!

— Calma moça! — A voz suave e tranquilizadora do atendente disse. — Estou encaminhando uma viatura. Pode me falar seu nome?

— É Brenda... Brenda Winter.

— Ok Brenda, fica calma! — A voz disse. — Acabei de anotar sua localização, você pode se esconder em algum lugar até uma das viaturas chegarem?

— Moço, não! — Brenda gritou. — Não estão me perseguindo, estão perseguindo uma moça chamada Terry, estou ouvindo ela pelo celular! Vocês precisam ajudar ela.

— Você está no Edifício Cortez, certo? — O atendente disse calmo. — Esse é o edifício do jornal, décimo sexto andar.

Brenda abriu a boca, apavorada. Talvez a viatura jamais chegasse a tempo.

Correu em direção a porta. Dois andares acima, Terry precisava de ajuda.

XXXX

— Acreditem em mim! — Terry chorava, o celular já escorregando de suas mãos. Sangue escorria de sua perna pelos cacos da porta que haviam sido arremessados nela.

Olhou para trás no corredor. O assassino andava na direção dela lentamente, quase como se apreciasse o fato de que ela estava em pânico. Então, como se percebesse que estava indo lentamente demais, passou a correr na direção dela como um foguete, o machado levantado na direção dela.

Terry gritou, e escapou por um triz do corte do machado. A ferramenta atingiu um dos interruptores de energia, houve um som de descarga elétrica e as luzes do andar piscaram.

O assassino encarou Terry através da máscara de caveira, parecendo surpreso. Ele então tirou o machado da parede, como se não tivesse dificuldade alguma.

Terry berrou.

— Manda a polícia pelo amor de Deus! — Terry gritou. — Ele tá chegando perto!

Alcançou o banheiro e entrou. Trancou a porta e afastou-se dela.

XXXX

Vince não atendia a porra do celular. Brenda aproximou-se do elevador e apertou os botões, então as luzes do andar piscaram. Apagaram por alguns segundos e voltaram novamente.

— Você tá de brincadeira comigo!

Brenda correu em direção as escadas.

XXXX

O assassino já estava na décima machadada na porta de madeira. Terry já rezava o que imaginava serem suas rezas finais.

Terry agradecia, pelo menos jamais teve medo de ser quem realmente era.

— NÃO! — Terry berrou.

A porta abriu num estalo. As luzes apagaram e Terry resolveu tentar. Ela conhecia o local, e aparentemente o assassino não. Aproveitou o momento de distração no escuro e correu em direção a porta.

Empurrou o assassino com uma das mãos e saiu correndo pelo corredor novamente, agora de volta a porta de entrada do jornal.

Ela não desistiria tão cedo.

XXXX

Brenda finalmente alcançou o décimo sexto andar pelas escadas. Cansada, mancou pelo hall procurando pelo que parecia ser o jornal.

Avistou a porta com os vidros quebrados no lado oposto. Correu em direção a entrada do jornal e tentou abrir a porta, trancada. Era impossível passar pelas aberturas do vidro, e ela recuou. Correu em direção a um dos quadros do extintor, mas o machadinho não estava lá.

Devido aos cacos abaixo da caixa, presumiu q eu alguém tinha pego um machado recentemente.

Ouviu Terry gritando do lado de dentro.

Encarou a parede do jornal. Na parte superior da porta, haviam vidraças com aberturas maiores. Brenda poderia fazer alguma coisa.

Correu em direção ao bebedouro e pegou um galão de água cheio. Arrastou-o até abaixo da porta do jornal e subiu em cima.

Arrancou o celular do bolso e não pensou duas vezes. Juntou-o na mão e passou a bater com força no vidro.

XXXX

Terry estava próxima a porta de saída novamente, e se sentia esgotada e angustiada. As luzes haviam voltado e o assassino parecia estar gostando da situação toda.

— Seu monstro! — Terry gritou.

Os vidros acima da porta de saída foram quebrados e Terry gritou de susto. Olhou para cima e viu o rosto de Brenda, assustada do lado de fora.

— Aqui! — Brenda gritou, colocando o braço para dentro do cômodo. — Sobe aqui, eu te ajudo!

Terry não pensou duas vezes. Empurrou a mesa em direção a porta e subiu em cima.

Contudo o assassino estava próximo demais.

Terry gritou.

O assassino agarrou os cabelos da morena e puxou-os. Meses de apliques e cuidados com o cabelo já grande se desfizeram em dois segundos, e o assassino olhou para a própria mão cheia de cabelos, enojado.

Terry já havia enfiado metade do corpo na abertura.

O assassino ergueu o machado e não fez cerimônia. Desceu a ferramenta nas costelas da jovem.

XXXX

Do outro lado, Brenda ouviu o som do machado acertando a carne viva de Terry. A jovem gritou e agarrou com força os pulsos de Bre, desesperada para que a gótica a ajudasse.

Bre observou a expressão de horror crescendo no rosto de Terry enquanto a garota parecia perder as esperanças. Então ouviu o som da machadada outra vez, e Terry fez uma careta de que iria chorar, mas o choro não viria.

Terry estava delirando.

Terry sentia sua consciência indo embora. Sentia o fio de corte gelado da ferramenta, fatiando através de sua cintura, e sentia a força brutal do assassino com o peso dos golpes.

Naquele instante, no fundo ela sabia que não tinha mais nada a fazer.

Sentiu uma machadada atingindo o tórax, e pelo som que veio em seguida, eram seus intestinos jorrando pelo chão.

XXXX

Terry vomitou sangue sobre Bre, e a jovem encarou o sangue vindo, chocada. Bre sentia o sangue sobre sua própria pele, e recuou, sabendo que era tarde demais para Terry.

Desceu de cima do galão e afastou-se de costas pelo hall, ainda encarando o corpo de Terry pendurado na abertura, metade ainda dentro do jornal, metade no corredor.

Voltou e correu em direção a Terry outra vez.

Ela não sabia o que fazer.

E foi aí que Terry apagou.

Manchas de sangue fresco deslizavam pela máscara de caveira do assassino.

As costelas de Terry agora eram um misto de sangue, carne viva, intestinos e ossos quebrados. Agora as duas partes da garota estavam sendo mantidas unidasapenas pelo osso da coluna vertebral, grosso e exposto.

Bastaria apenas um golpe. O assassino mirou e STRIKE!

Ele sequer piscou quando os pedacinhos do osso voaram em seu rosto. Brenda observou metade superior do corpo da podcaster ceder e cair no hall do corredor, jorrando uma poça de sangue diante de seus pés.

A gótica sentiu-se indefesa, enjoada. De costas para a porta, não viu a mão do assassino surgindo pelo buraco do vidro.

O mesmo agarrou os cabelos da nuca de Brenda e bateu a cabeça da garota na parede com força.

Uma única pancada desligou a consciência de Brenda.

XXXX

Plim.

Hannah saiu do elevador e andou calmamente em direção a porta do jornal.

Uma piscina de sangue. Metade superior do corpo de Terry estava jogada no chão, o rosto afogado no meio de tanto sangue e os olhos ainda abertos. Brenda estava desmaiada, encostada contra a parede, também suja de sangue, mas não parecia estar machucada.

Hannah vomitou o lanche no carpete do corredor. Secou a boca e adiantou-se em direção a Brenda.

Cutucou a garota.

Brenda abriu os olhos, assustada. Encarou Hannah e encarou metade do corpo de Terry. A porta do jornal estava aberta, e em cima da mesinha do cômodo estavam as pernas da jovem.

Brenda virou-se de volta para Hannah, mas a loira parecia estar prestando atenção em outra coisa.

O dedo indicador de Terry continuava apontando para algo, espasmos cadavéricos. Ou talvez a jovem ainda estivesse meio viva. Mas era o seu celular que ela apontava. E o aplicativo de podcast ainda estava transmitindo.

XXXX

Hannah desceu de elevador enquanto Brenda descia as escadas, as pernas ainda bambas. A jovem chegou no escritório da Roadhouse e empurrou a porta.

— Vince. — Brenda gemeu ao entrar no local e bateu no interruptor. — Cadê você, porra?

As luzes acenderam.

Brenda observou Vince encostado na parede oposta, mordaça na boca e mãos e pés amarrados com uma corda. Ela sentiu o desespero crescendo novamente.

Vince arregalou os olhos ao ver sua irmã chegando no local, ensanguentada.

— Brenda, sai daqui!

O assassino surgiu, ao lado de Vince, um revólver na mão. A figura vestia o manto negro do ceifador e tinha uma máscara de caveira ligeiramente diferente. Não era o mesmo que havia assassinado Terry.

O assassino correu em direção a Brenda, e ela saiu pelo corredor. Ela gritou aproximando-se da escada, então sentiu o assassino grudando em seu pé.

Brenda foi puxada para baixo e então o assassino surgiu diante dela. Ele ergueu o revólver no ar e desceu uma coronhada na nuca da jovem.

A gótica não viu mais nada outra vez.

XXXX

Vince gritou contra amordaça ao ver o assassino retornando pela porta da Roadhouse, arrastando uma Brenda desacordada pelo braço.

O assassino repousou Brenda no colo de Vince.

— Sabe porque eu não matei ela ainda? — A voz grossa perguntou atrás da máscara. — Eu gosto de plateia.

Vince encarou o assassino, os olhos fumegantes.

Então a figura levantou o braço e começou a tirar a sua máscara.

XXXX

Hannah caiu em lágrimas e finalizou o podcast. Finalmente a porta do elevador abriu e a garota saiu no térreo.

XXXX

Atrás da máscara, estava Tommy Warland. O assassino de Belmont encarou Vince.

— Mas sabe qual é o problema dessa porra toda? — Tommy berrou. — Eu ainda não matei ninguém!

Vince pareceu confuso.

— Algumas semanas atrás, minha cela foi aberta. Alguém abriu todas as portas da penitenciária que guiavam até minha saída. E foi exatamente o caminho que eu peguei. Assim que dei o fora, recebi esse capuz e essa máscara. Old school.

Tommy parecia estar prestes a começar um monólogo. Vince encarava Brenda, ainda desacordada em seu colo. Se pelo menos ele conseguisse soltar-se das amarras...

— Recebi instruções que deveria voltar para Reaperswood. — Tommy continuou. — Que aqui nessa porra de cidade, eu finalmente encontraria meu parceiro. — Seus olhos brilhavam com insanidade. — Eu pensei até que poderia ser um dos meus descendentes, algum dos meus vinte e cinco sobrinhos que pudesse ter herdado o gene psicótico e estava me esperando pra batalha. Mas até agora eu não encontrei o meu parceiro!

Tommy claramente estava doido. Mas aquilo fazia sentido.

Bruce entrou em silêncio na sala. Em sua mão ele tinha um facão de caça.

Vince rapidamente olhou de volta para Tommy, tentando disfarçar. Mas Tommy percebeu.

Tommy pulou em Bruce, que se assustou. O facão caiu nos pés de Tommy e ele ergueu o facão e golpeou o antebraço de Bruce. O homem gritou e encarou o próprio braço.

Vince sabia que Bruce não aguentava ver sangue.

Bruce mancou em direção a Vince, ignorando a presença de Tommy. O sangue escorria de seu braço e acumulava em poças, deixando desenhos rubros de suas próprias pegadas no chão. O produtor agarrou o pulso de Vince e por um instante pareceu envergonhado por deixar uma marca de sangue no braço do amigo.

Bruce caiu de joelhos. Observou o corpo estirado de Brenda no colo de Vince. Ergueu o braço livre e arrancou a mordaça da boca de Vince.

— Eu sinto muito, Vince... Eu... eu...

— Tá tudo bem! — Vince recostou Bruce contra a parede. —Vamos sair dessa, Bruce. Fica calmo.

— Ele foi mais rápido. — Bruce respondeu e encarou Vince com uma expressão de pena. Bruce balançou a cabeça negativamente e começou a choramingar. — Ele foi mais rápido, Vince.

Bruce encarou o corte profundo no próprio braço novamente. Olhou para Tommy, confuso e olhou de volta para Vince.

— Quem diabos é esse cara?

E desmaiou.

— De quem é esse sangue na minha irmã? — Vince perguntou assustado. — Quem você matou, Tommy?

— Eu não matei ninguém, vou lá saber de quem é esse sangue. — Tommy respondeu. — Ouvi uma gritaria no andar de cima, deve ser de alguém de lá.

— Não pode ser verdade. — Vince engasgou-se. — Você tá matando todo mundo...

— Eu não matei ninguém, porra! — Tommy gritou, desapontado. — Nas últimas semanas, andei recebendo instruções de locais que eu deveria surgir, para finalmente conhecer meu companheiro de caça. Mas todas as vezes que eu chegava nos locais, era tarde demais. Alguém já havia morrido. Alguém já havia feito o meu trabalho.

— Você é lunático. — Vince sussurrou. — Nem sentido faz.

— Justamente por essa falta de sentido, eu resolvi aparecer antes dessa vez, no local marcado. Aproveitei e tranquei um otário no meu porta-malas. — Tommy sorriu. — Decidi dar a minha cartada. Não preciso de regras.

— Você matou a equipe daquele filme porque estava puto com eles. — Vince cuspiu. — Ninguém aqui te fez nada!

— Esse é o problema das pessoas! — Tommy riu. — Vocês tendem a esperar que um psicopata seja no fundo apenas uma pessoa. Mas no fundo, eles não passam de psicopatas mesmo.

Tommy andou em direção a Vince e abaixou-se diante do jovem. Vince já havia passado por toda aquela situação com Tommy Warland anos antes, contudo era Peter que estava do outro lado. Agora era o real.

Infelizmente, Vince sabia como aquela história acabava.

— É hora de agir por conta própria. — Tommy posicionou o bocal da pistola na testa de Vince.

O rapaz fechou os olhos e sentiu apenas as veias de seu rosto pulsando.

O estalo da arma sendo destravada.

E o disparo.

XXXX

Hannah acompanhou as diversas viaturas chegando no estacionamento do prédio. Uma equipe de policiais passou direto por ela, completamente a ignorando, e subindo em direção as escadas. O porteiro não tinha ideia do que estava acontecendo e corria de um lado para o outro.

XXXX

Vince abriu os olhos, confuso. Sentia as orelhas queimando devido ao estalo, mas a dor era nula. Esperava estar em King’s Cross, mas se deu conta que estava no mesmo estúdio que estava um segundo atrás.

Tommy Warland desabou diante dele, e Vince notou o buraco da bala na nuca do homem.

Ergueu o olhar e enxergou Jac segurando uma arma que esfumaçava. Atrás dela, Peter, Phillip, Johnny e Tory encaravam perplexos.

— Obrigado Jac. — Vince forçou um sorriso. — Obrigado.

XXXX

O Esquadrão Suicida foi escoltado para o térreo do Edifício Cortez. Jac tinha encontrado a arma numa mochila no hall da Roadhouse, o estúdio de Bruce. Aparentemente, Tommy tinha trazido seu arsenal todo e esquecido de esconder. Morto pela própria cavalaria.

Brenda recebia atendimento na ambulância outra vez, e Bruce constantemente desmaiava. Aquilo era demais pro produtor.

Peter e Phillip entraram numa viatura enquanto Vince os observava. Vince acenou, tímido, e Peter retribuiu. Phillip notou e socou o irmão.

Vince sabia que, fosse o que acontecesse, jamais conseguiria a confiança de Phillip. Deu de ombros e de repente viu-se devorado por uma avalanche de braços.

Eram Alex, Edward e Evellyn.

— Ainda não acabou, pai. — Vince encarou os olhos azuis do detetive. — Tommy Warland não matou ninguém desde que saiu do presídio. Alguém libertou-o para tirar as suspeitas de cima de si. O assassino ainda está solto.

— Eu sei. — Edward concordou.

Fora do alcance de todos, Edward piscou para o filho e levou o dedo indicador até a boca, num sinal de silêncio. O jovem retribuiu o aceno do pai e voltou-se para Alex.

XXXX

O porta-malas foi aberto e Lucky acordou, confuso, sem ideia do que estava acontecendo. Então lembrou-se de tudo, sobre ter levado um choque e ser arremessado no porta-malas. Rapidamente reconheceu a pessoa que o resgatou, e sorriu aliviado.

— Lucky do céu. — Seu resgate disse. — Você não tem ideia do show que perdeu lá em cima.

XXXX

Uma semana depois

— Não consigo acreditar. — Phillip sorriu, mais uma vez no carro, meia-noite no céu de Reaperswood. — Se a gente chegasse um segundo mais tarde, Tommy Warland teria arruinado tudo.

— Apenas cheguei na hora certa. — Jac fez pouco de si mesma.

— Como sempre. — Phillip deu de ombros. — Não sei o que faria se não fosse você do meu lado.

— Ah é? — Jac perguntou. — Você estaria ferrado.

— Estaria? — Phillip riu.

— Estaria. — Jac sorriu. Ela inclinou-se do banco do passageiro e beijou os lábios de Phillip.

Did my invitations disappear?
Why'd I put my heart one very cursive letter?

Tell me why the hell no one is here
Tell me what to do to make it all feel better

Johnny terminou o episódio de Buffy e encostou-se na cadeira do computador, agora sentindo tédio. Ainda estava sem sono. Brenda não estava respondendo suas mensagens, provavelmente já estava dormindo.

De qualquer jeito, ele podia checar.

Acessou o programa secreto no computador e digitou sua senha. Lentamente, a imagem embaçada do quarto de Brenda formou-se na tela de seu computador e ele sorriu.

Brenda dormia que nem um anjo.

Maybe it's a cruel joke on me
Whatever, whatever
Just means there's way more cake for me
Forever, forever

Penny assistia TV sem prestar atenção. Suspirou e desligou a TV, então espreguiçou-se. Deitou na cama, virou-se para o lado direito.

Deslizou as mãos pelos cabelos de Alex, que dormia e beijou-a. A jovem abriu os olhos e sorriu, retribuindo o beijo.

Alex estava no clima e Penny também. A noite só começava.

It's my party and I'll cry if I want to
Cryif I want to, cry cry cry
I'll cry until the candles burn down this place
I'll cry until my pity party's in flames

Vinte garotas na lista de convidados e apenas Wendy havia aparecido. A festinha de homenagem para Kat já devia ter começado fazia um bom tempo.

— Acho que ninguém vai vir hein. — Wendy deu de ombros. — Ouvi falar que a Gretchen tá dando uma festa na casa de praia dos pais dela.

Tory segurava as velas na mão, recostada contra o vidro da porta de sua casa. Encarava os enfeites que havia feito para Kat com tanta dedicação. Sentia-se machucada de verdade.

— Não quero ser chato, mas acho que você está perdendo a relevância.

— Como assim? — Tory disse ríspida. — Como ousa?

Um carro parou na frente da casa de Tory. A garota sorriu e abriu a porta, e então viu Hannah no banco do motorista dirigindo um conversível. Várias das amigas de Tory estavam no carro com Hannah.

— Você vem ou não, vadia? — Hannah gritou. — A gente precisa limpar a cabeça tipo agora!

— Ir onde? — Tory gritou, as velas na mão se apagando com o vento. — O que tá acontecendo?

— Não chamei você, Tory. — Hannah riu alto. — Chamei o Wendy.

— Claro que vou! É pra já! — Wendy respondeu animado. Encarou Tory e deu de ombros. — Eu te avisei.

Tory arremessou as velas na direção de Wendy e entrou com raiva no interior de sua casa.

Recostou-se contra a parede e começou a chorar. E dessa vez, realmente doía.

It's my party and I'll cry if I wantto
Cry if I want to, cry cry cry
I'll cry until the candles burn down this place
I'll cry until my pity party's in flames

Bre ouviu o barulho na parede de seu quarto uma segunda vez e levantou-se, assustada. O led do notebook estava aceso, então a garota foi até ele e fechou-o. Outro soco na parede e ela estranhou.

Do outro lado da parede era o quarto de Vince.

— Vince?

Sem resposta.

Bre andou calmamente em direção a porta de seu quarto e foi até o quarto de Vince. Bateu na porta.

Ouviu um grito abafado?

Ela abriu a porta e a visão tirou seu fôlego. Avistou o assassino forçando uma almofada contra a cabeça de Vince. O irmão dela parou de se debater e seus braços penderam soltos para o lado. Ela gritou o mais alto que pode e então o assassino correu na direção dela.

Maybe if I knew all of them well
I wouldn't have been trapped inside this hell that holds me

Brenda acordou com uma dor de cabeça horrível, misteriosamente largada no chão de seu quarto. Lá fora o dia já havia amanhecido. Ela levantou-se apavorada, levou a mão até a cabeça, tentando diminuir a enxaqueca. Totalmente confusa sobre o que tinha acontecido.

Levantou-se e correu até o quarto de Vince, o pânico aumentando em seu coração.

Vince não estava lá. Mas a cama de seu irmão estava uma bagunça. Assim como o quarto todo.

— Vince? Cadê você? — Ela procurou pela casa e não encontrou ninguém. Correu atrás de seu celular.

Maybe if I cast another spell
And told them that decorations
Were in pastel ribbons

Lá fora a chuva começava a cair.

O dia havia amanhecido e Alex e Penny estavam recostadas contra a cabeceira da cama, ambas nuas. As duas tomavam café que um dos empregados do hotel tinha acabado de deixar na porta.

Penny era alta e esguia, as pernas longas e lisas, seios redondinhos e os olhos azuis, cabelo amarrado num rabo de cavalo fácil. Alex era alta também, contudo tinha os seios maiores e as pernas mais grossas. Cabelos escuros soltos e os olhos gigantes e verdes.

As investigações sobre os homicídios de Reaperswood continuam. — A repórter dizia na TV. —Tommy Warland foi morto e já foi provado que ele não teve ligação com nenhuma das mortes.

Vince saiu do banheiro do quarto, falando no telefone despreocupado, também nu. O rapaz alto e em forma parou próximo a TV. Alex e Penny o encararam.

— Calma Brenda, tá tudo bem, foi só um pesadelo teu. — Vince falava no telefone. — Eu sequer dormi em casa, fica calma ow.

Ô Fassbender. — Alex chamou Vince e apontou para a TV. — Você vai querer ouvir isso.

— A última vítima, Terry Mackenzie, foi assassinada uma semana atrás. Hoje de manhã, a polícia avisou que irá lançar um mandado de busca para um dos suspeitos ainda hoje.

— Uau. Eles não falaram quem? — Vince perguntou, pulando no meio da cama entre as duas. — Vou perguntar pra minha mãe se ela sabe de algo.

— Faça isso amor. — Penny disse enquanto Vince discava um número. — Alguém quer suco?

Maybe it's a cruel joke on me
Whatever, whatever
Just means there's way more cake for me
Forever, forever

Começava a chover e ventar na montanha, e Peter, Lucky e Miles pareciam desconfortáveis. Agasalhados, um encarava o outro sem saber o que fazer. Miles por vezes encarava a cidade, chateada.

— Queime logo, Lucky. — Peter ordenou. — E lembrem-se, ninguém, sob circunstância alguma, pode ficar sabendo disso.

Lucky e Miles concordaram com a cabeça.

— Não vai sair daqui.

— Até o meu túmulo.

Peter observou o fogo devorando uma das máscaras do Reaperface.

XXXX

Algumas dezenas de metros de distância, fora do campo de visão de todos, Mark observava a cena com um binóculo.

Ele definitivamente precisava saber o que diabos eles estavam fazendo.

XXXX


E quase como combinado, no topo da outra montanha, dessa vez distante e fora do alcance de Mark e Peter, Bruce observava as duas cenas com um binóculo ainda maior.

— É Mark. — Bruce se divertiu com a cena. — Obrigado por me trazer a esses três.

O homem coçou o braço enfaixado com o cano da Taurus .38. Em seguida fechou a filmadora posicionada no tripé e levou para o interior do carro.

Seu celular tocou e ele olhou no visor.

Número restrito. Ele atendeu.

— Olá, Bruce. Bom trabalho.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Não esqueçam de comentar! Quem vocês acham que é o assassino?



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