POV. Julieta

–- Boa tarde! O senhor vai querer o almoço ou um lanchinho? – pergunto ao homem que está na minha frente.

–- Eu pediria um café, mas tenho medo de você derramar em mim novamente. – ele diz, com um sorriso divertido no rosto. No momento me lembro: é o homem do dia do acidente do Thomas. Ah, meu Pai amado... – Eu vou querer um suco de açaí, mas vou lá colocar a comida, então você pode deixar aqui se eu não estiver. – ele diz, em meio a uma risada ao ver meu rosto mais vermelho que tomate.

–- Ah... T-tudo bem! Pode ir lá naquele balcão, - aponto para o balcão cheio de comida. – e colocar sua comida. – termino, tentando abri um sorriso que não seja sem graça.

Volto praticamente correndo pra trás do balcão e deixo o pedido no balcão. Olho pra Annie e Emily e surge um sorriso malicioso no seus rostos. Simplesmente a fuzilo.

Sim, Annie está no balcão. Logo depois de voltar da mesa da Dona Lana, meu pai tinha sumido. Minha irmã simplesmente explicou que ele saiu e deixou ela pra explicar as coisas.

Nesse momento, sei que quando chegar em casa, estou ferrada com as perguntas vinda de Emily e Annie.

***

Deixo Annie e Emily no meu apartamento. As duas queriam ir conhecer o tal Louis, mas preferi que não fosse hoje. Pelo santo Deus, estou ferrada quando voltar pra casa! Emily e Annie vão dormir lá em casa... Vão ser taantas perguntas!

Eu vou direto pro apartamento do Louis e novamente tenho que ir chamar ele.

–- Lou, eu não estou brincando, você tem que... – paro de falar no momento em que vejo Louis sentado na cama, olhando um menininho dormir em sua cama. Christopher.

Louis me olha, colocando seu dedo indicador sobre os lábios, um sinal muito conhecido que indica silencio. Que orgulho desse menino! – penso, divertida.

Ele sai do quarto e encosta a porta. Pega minha mão e me leva até a sala. Senta e me faz sentar. Ok, isso está estranho.

–- Depois que você saiu, eu decidi que deveria buscar o Chris. – ele começa a falar baixinho. – Eu o peguei na casa da minha mãe, com muito custo e foi a maior alegria da parte dele. Passamos na frente da escola dele, pra eu ver qual a distancia daqui. – ele me olha divertido e continua. – Você estava certa, é bem pertinho daqui. – levanto as sobrancelhas, me gabando.

–- Finalmente tomou uma decisão, o grande Louis Lancaster! – digo. – Imagina a manchete do jornal: “O GRANDE LOUIS LANCASTER TOMA UMA DECISÃO! O MILAGRE!” – digo, enquanto finjo uma voz grossa.

Fecho os olhos por uns minutos, mas para que?! Sou atacada por mãos me fazendo cócegas. Tento me safar das mãos, mas não dá.

Tento fugir das mãos e acabo caindo no chão. Então sinto a dor. Um dor muito forte vinda da minha barriga. Dou um grito de dor. Ouço meu nome sendo chamado. Ouço a voz da minha irmã. Ouço a voz da minha amiga. Ouço a voz de Louis. O choro do Chris ao longe. Então tudo fica escuro.