Em família escrita por Hikari Mondo


Capítulo 17
O jantar está servido


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado para Grasi Andrade!
Feliz aniversário, Grasi! Tudo de bom pra você!
Espero que você goste desta lembrancinha feita para o seu aniversário!



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Kankurou estava sentado com seu sobrinho no colo, bobo feito criança ao conversar com este, enquanto sua irmã preparava o jantar para eles.

“Quem é o bebê do tio? Quem é, quem é?” Ele falava enquanto segurava seu pequeno sobrinho para mantê-lo em pé em seu colo, o rosto na altura do seu, ao que seu sobrinho apenas balbuciava e esticava as mãozinhas em sua direção. “Diz, quem é seu tio preferido?”

“Gaara! Com certeza Gaara!” Gritou Temari da cozinha, antes de aparecer na porta que separava esta da sala onde eles estavam “Você não deixa ele em paz, é óbvio que ele vai preferir o Gaara.” O nomeado estava sentado na poltrona ao lado, apenas observando e sorrindo ao seu irmão e sobrinho.

“Para sua informação, ele gosta muito de mim.” Ele disse olhando a irmã de lado, mas logo se virou de novo para Shikadai. “Não é, pequeno?”

Seu sobrinho só mexia os braços e balbuciava coisas sem sentido, baba escorrendo pelo canto da boca. Mesmo assim, Kankurou ainda achava que era a coisa mais linda do mundo.

“Pfft.” Não era preciso nada mais para identificar o escárnio de Temari, que deixara a sala novamente para cuidar de seus afazeres na cozinha.

“Diz pra sua mãe ‘eu gosto do tio Kankurou’” Ele imitou uma voz de neném, mas seu sobrinho estava olhando pro lado, mal prestando atenção nele enquanto balbuciava, então ele decidiu aproximar seu rosto de seu sobrinho, o que fez com que este se virasse novamente para ele. “Né que você gosta?”

“Ele nem fala ainda, como você quer que ele diga sequer tio?” Gaara perguntou ingenuamente.

“Ué, a gente tem que incentivar ele a falar. Não é Shikadai?”

Shikadai só levantou seu braço e com sua pequena mãozinha segurou o capuz de seu tio, que apenas o encarava, esperando o que ele faria. Os olhinhos de Shikadai curiosos olhavam para o tio, e então lentamente ele começou a puxar o capuz. Kankurou deixou ele apenas fazer o que queria, então o capuz escorregou de sua cabeça e parecia que caíria no chão, mas o agarre de Shikadai era mais forte do que parecia, deixando o grande capuz preto com seu hitai-ate pendurado.

“O que você vai fazer agora, hein?” Agora muito quieto, Shikadai encarava seu tio mais velho, os olhos bem abertos como se quisesse captar o máximo de informação que conseguisse. Os dois tios apenas o observavam, sorrisos mal contidos em seus rostos.

Shikadai então dirigiu aquele olhar de escrutínio para o capuz pendurado em sua mão e logo voltou novamente a olhar seu tio sem o capuz, quem estava sorrindo. Após um tempo, ele olhou para Gaara ao lado, e logo novamente ao capuz, levando então a outra mão para mexer nele. Com movimentos descoordenados, Shikadai pegava, virava e mexia naquele capuz, como se fosse um novo mundo completamente inexplorado que ele precisava conhecer. Ao pegar a placa de metal do hitai-ate, ele balançou um pouco ambos os braços, embora só uma de suas mãos estivesse o segurando, fazendo ambos seus tios rirem levemente com a cena. Ele olhou pros dois com a mesma expressão curiosa, e prontamente agarrou o hitai-ate com ambas as mãos e o levou a boca.

“Não, não não! Na boca não.” Com a mesma pressa, Kankurou com uma das mãos tirou o objeto da boca do sobrinho, que o encarou de novo, e logo voltou a explorar o capuz, sob o atento olhar de seus cuidadosos tios.

“Você gosta do meu capuz?” Shikadai parecia saber exatamente quando estavam falando com ele, pois imediatamente ele se virava para seu intelocutor. “Você gosta é? Você pode ficar com ele se quiser.” Seu sobrinho continuou a encarar ele com seus olhos bem arregalados, como se estivesse tentando entender o que estivesse acontecendo. Depois ele olhou para o capuz ainda na sua mão, inclinando a cabeça, e voltou a olhar seu tio. “É, pode ficar com você.” O bebê olhou brevemente para o capuz, para o seu tio, para o capuz novamente, e então o arremessou longe.

“Não!! Não é pra jogar fora!” Kankurou se levantou depressa com o sobrinho no colo, que esticava seus braços em direção ao seu rosto, e ouviu a risada da irmã ecooando da cozinha. Gaara se levantou também, e Kankurou lhe ofereceu o pequeno travesso. Gaara ria silenciosamente, agora em pé com seu sobrinho no colo.

“Você não gostou do hitai-ate do seu tio?” Gaara perguntou ao pequeno.

“Eu disse que ele vai preferir o Gaara” Temari aparecera novamente na porta da cozinha, para rir da cara do irmão do meio, que só fez uma careta ao comentário.

O pequeno Shikadai, alheio a tudo isso, esticou seus bracinhos novamente, e colocou uma mão sobre a tatuagem de seu tio mais novo, e a outra agarrou o cabelo que estava penteado sobre a têmpora direita.

“Você gosta do meu cabelo?” Perguntou Gaara.

Isso chamou instantaneamente a atenção de Temari, que sem demora começou a andar em direção ao irmão.

“Ele quer puxar seus cabelos, não deixe.” Já ao seu lado, ela pegou e tirou a mão de Shikadai do cabelo de Gaara. “NÃO! Não!” Ela segurou a mão do filho e olhou fixamente em seus olhos, usando um tom de autoridade para educá-lo. “Não é para puxar os cabelos.” Shikadai olhou sua mãe com seus olhos bem abertos, obsersando sua expressão dura. Quando virou-se para seu tio, ele observou um sorriso sereno, e levou sua mão de novo em direção ao cabelo vermelho, mas sua mãe foi mais rápida, e pegou sua mão antes que ele alcançasse. “Não!!” Ela repetiu firme. O pequeno a encarou por mais tempo, sério, e então começou a mexer na gola de seu tio.

Temari suspirou. “Se ele tentar puxar seus cabelos de novo, segure a mão dele e diga que não” Ela instruiu o irmão, que só assentiu com a cabeça, e retornou para a cozinha, deixando Gaara com seu lindo sobrinho em seu colo, brincando com sua gola distraidamente.

Quando a porta abriu, algum tempo depois, a atenção do pequeno foi imediatamente atraída para esta. Embora de onde estavam não fosse possível ver quem acabara de abri-la, uma voz bastante familiar soou arrastada.

“Cheguei em casa.”

“PA!” Ao reconhecer a voz, Shikadai falou e se atirou para frente com força, na direção onde Shikamaru recém aparecera na visão de Gaara, fazendo com que o tio mal conseguisse segurá-lo em seu colo. Temari, aparecendo novamente na porta da cozinha, foi quem se dirigiu ao marido primeiro, com um sorriso convencido no rosto.

“É melhor você pegar logo seu filho, antes que ele se atire no chão para alcançar você.”

Um dos cantos da boca de Shikamaru se curvou altivamente, andando em direção ao seu filho que estendia os braços em sua direção, abria e fechava as mãozinhas e se jogava para frente. Quando finalmente Shikamaru alcançou suas mãos para pegar seu filho, ele falou novamente “Pa” e imediatamente estendeu a mão para lhe pegar os cabelos.

“Nãããoo.” A voz de Shikamaru não era forte ou alta, mas arrastada e firme ao mesmo tempo, uma combinação estranha de se ouvir. Desta vez Shikadai pareceu entender rapidamente, pois quando Shikamaru lhe soltou a mão, ele apenas encostou ela na boca do pai, que lhe deu um beijo, tirou e botou de novo na bocecha.

Era uma cena bonita: o pai segurando seu bebê, e a mãe olhando mais distante, ambos os pais com sorrisos orgulhosos e felizes. Mas se não fosse suficiente, Shikamaru ainda soprou o rosto do pequeno Shikadai, que recolheu as mãos pegando uma na outra, apertou os olhinhos e deu aquela risada alta e gostosa. O sorriso de todos os presentes aumentou, se fosse possível. Nenhuma palavra precisava ser dita para expressar a felicidade que tinham naquela casa.

“E então, como você se comportou hoje? Você incomodou muito os seus tios?”

“Ah-buuu-da.”

“Ah é? Seus tios mal chegaram e você já está incomodando eles?”

“A-dadabu ta badta pu.” A gargalhada de Kankurou ocultou a risada mais calma de Temari ao ouvir o antes quieto Shikadai contando o dia para o seu pai. Shikamaru só sorria altaneiro, não cabendo em si de felicidade.

“O que que você fez com seus tios?”

“Ah papai,” Temari respondeu por ele “eu fiquei incomodando meus tios para me pegarem no colo, e joguei o hitai-ate do tio Kankurou no chão.”

“Você jogou o hitai-ate do tio Kankurou no chão? Que feio.” O pequeno Shikadai olhava de um pai para o outro em silêncio, aparentemente tentando entender a conversa, mas logo se distraiu com o pingente que encontrou no pescoço do pai.

“E eu tentei puxar os cabelos do tio Gaara, mas a mamãe não deixou.”

“Não pode puxar o cabelo de ninguém, papai e mamãe já te ensinaram isso.” O bebê nem parecia ouvir os pais, enquanto puxava e balançava o aro que seu pai usava de pingente. Ao perceber que a conversa ao seu redor acabara, ele olhou em volta, e levou o pingente até a boca.

“Não, na boca não” / “Não, Shikadai” Ambos seus pais se manifestaram, Temari vindo ao encontro dos dois enquanto Shikamaru tirou o pingente de sua boca e começou a tirar a corrente de seu pescoço sob o olhar atento do bebê. Ao chegar ao lado deles, Temari deu ao seu filho um dos mordedores de borracha para ele, enquanto Shikamaru entregava a ela o colar que acabara de tirar.

“Oh, esse você pode morder.” Shikadai pegou o brinquedo e como sua mãe lhe instruiu o levou a boca, mas logo o tirou e ficou balançando o braço com o brinquedo na mão.

“Acho que esse ele não quer morder.” Como que para contrariar seu tio Gaara, Shikadai levou o brinquedo de novo a boca, fazendo com que todos sorrissem. Porém isso também durou pouco tempo, pois logo ele atirou o mordedor no chão.

“Ma-mamamama má” Os braços se esticaram em direção a sua mãe, as mãos se fechando para chamá-la.

Embora Shikamaru fosse apenas ‘pa’ para Shikadai, Temari era um número variável e aleatório de ‘ma’s. A primeira palavra dele tinha sido ‘ma’, talvez por preguiça de soltar um completo ‘mama’, mas hoje ele não se poupava mais na quantidade de ‘ma’s que usava. Shikamaru também não se importava que ele só o chamasse de ‘pa’.

“Não, a mamãe ta fazendo janta e não pode ficar com você.” Temari respondeu. “Você pode ficar com o papai.”

“Pa?” Shikadai perguntou virando a cabeça para Shikamaru e a inclinando um pouco.

Shikamaru sorriu e andou com ele no colo para largá-lo no cercadinho, deixando-o em pé apoiado na borda deste.

“ARHHHGH!” Shikadai reclamou, fazendo uma careta e se balançando em pé.

“Não, ninguém vai pegar você enquanto você ficar reclamando...” Shikadai pareceu entender o que sua mãe disse, pois ficou quieto e parado por algum tempo, antes de se sentar, olhar a sua volta, e voltar a olhar seus pais, expectante.

“O que você está fazendo?” Temari perguntou ao seu marido.

“Ele quer morder o que estiver na minha corrente, não é? Então vou fazer uma corrente para o mordedor dele.” Shikamaru respondeu, terminando de amarrar o mordedor no pescoço.

“Você acha que vai dar certo?”

“Só observe.” Ele sorriu convencido, e pegou novamente o bebê. Como sempre, a primeira coisa que Shikadai fez foi tentar levar a mão aos cabelos de Shikamamaru, mas desta vez ele nem tentou segurar a mão, só disse um “Nãããoo” e o pequeno desistiu. Ao olhar para baixo, ele encontrou o novo pingente do pai e o puxou. Ao não conseguir tirar, ele balançou e puxou o mordedor, irritado. Com ele ainda na mão, ele colocou na boca e olhou para ambos os seus pais. Ao não receber nenhuma reprimenda, ele começou a mastigar impetuosamente.

“Pfft.” Foi tudo que Temari disse, se dirigindo novamente a cozinha, com as risadas de Kankurou como som de fundo, e o sorriso presunçoso de Shikamaru em sua mente.

“Coloquem a mesa, o jantar está quase pronto.” Pelo menos o tom autoritário dela não funcionava apenas com o filho.


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Notas finais do capítulo

Eu ri imaginando esse capítulo :P

Espero que tenham gostado, e deixem um comentário, please??



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