Temari estava andando feliz na estufa, parando e olhando cada planta diferente que encontrava. E eram tantas delas. Haviam plantas altas, baixas, com folhas grandes e pequenas, lisas e rugosas. Umas pareciam leques, outras lanças, e outras ainda agulhas. Tinha uma que até parecia dedinhos!

Temari se divertia enquanto ia de um lado a outro, agitadamente, parando a cada planta diferente que encontrava e analisando-as cuidadosamente. Um pouco a sua frente, Karura regava algumas plantas, oferecendo a estas os cuidados básicos de jardinagem.

Ela olhou para a filha, que mesmo pequena parecia ser uma ótima observadora. Ela com certeza viraria uma mulher bonita e inteligente no futuro. Quem sabe ela também se interessasse por jardinagem, e construísse seu próprio jardim. Karura negou com a cabeça. Ela não deveria estar fazendo planos futuros para sua filha tão cedo. Ela era apenas uma criança, e como toda criança ela era curiosa. Ela deveria estar é brincando, descobrindo o mundo.

“Você não tem ninguém para brincar, não é?” Temari tirou seus olhos do acônito, que antes era seu objeto de escrutínio, para encará-la, e só então percebeu o seu erro de dizer estas palavras em voz alta. Ela pretendia se desculpar com sua filha, mas Temari foi mais rápida e abriu um grande e inocente sorriso.

“Não tem problema, um dia eu vou ter dois irmãozinhos!!”

“Como é que é?” Karura estava perplexa. Ela não esperava essa declaração tão segura e genuína de Temari. Fora pega completamente desprevinida.

“Eu vou ter dois irmãozinhos.” Temari respondeu, tranquila e inocentemente, ainda sorrindo. Karura não pode evitar rir internamente.

“Quem te disse isso?” Ela perguntou carinhosamente.

“Ninguém. Eu sei sozinha.” Dessa vez Karura deixou algumas risadas curtas escaparem, e sorriu se agachando próximo a sua filha.

“Mas é só um. Você não pode ter dois irmãozinhos, é muito. Você não prefere uma irmãzinha?”

“Mas eu vou ter dois irmãozinhos!” Temari insistiu, determinada.

“Não, você só pode escolher um. Você prefere uma irmãzinha ou um irmãozinho?”

“Eu vou ter DOOOIIS IRMÃOZINHOS!” Temari balançava as mãos e falava indignada, como se estivesse explicando a coisa mais óbvia do mundo a alguém e ela não estivesse entendendo.

Karura suspirou. Pelo visto, sua filha era teimosa igual ao seu pai. Mas que mal havia que ela pensasse em ter dois irmãos no fim das contas. Desde que ela não saisse espalhando isso para todo lado.

“Mas não diga isso pra ninguém, tá?”

“Tá!!” Ela sorriu sapeca. Karura sorriu também e se levantou. “E aí nós vamos lutar juntos contra os caras maus! Pá-Pá! PÁ!” Ela falou, socando o ar no ritmo, e depois virou o rosto com um sorriso de orelha a orelha. Karura não pode evitar rir do comportamento de sua filha. Ela realmente era uma menina alegre.

“E você vai cuidar dos seus irmãozinhos?” Já que não poderia tirar a idéia da cabeça da sua filha, poderia pelo menos aproveitar o clima.

“AHAM!” Ela sacudiu a cabeça com força. “Eu vou cuidar deles direitinho, e... e ensinar sobre as plantas, e sobre... sobre a areia... e...” Temari estava contando nos dedos da mão o que ia fazer, mas não parecia saber muita coisa ainda. Karura sorriu e passou a mão no cabelo da sua filha, feliz por vê-la empolgada com a idéia de ter um irmão.

“E você vai cuidar e proteger eles?”

“VOU!!” As duas sorriram, em um silencioso pacto secreto. No entanto, nenhuma delas percebeu o peso e a importância da promessa que Temari fizera naquele momento.