Em família escrita por Hikari Mondo


Capítulo 11
Máquina da Guerra


Notas iniciais do capítulo

Eu queria escrever uma coisa triste para variar. Não me matem por favor (eu tenho mais histórias planejadas, e a maior parte não é triste, ok?)



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Corpos. Corpos caídos, jogados por todo lado. Shikamaru estava no meio da batalha. Sua divisão estava se saindo bem, pelas suas contas. Seus inimigos eram lutadores de curta distância, então sua divisão não deveria ter muitos problemas. Eles perderam alguns homens, e Shikamaru lamentava-se por eles, mas ele tinha muitas vidas dependendo dele agora. Ele não poderia virar suas costas para seus companheiros que lutavam agora com ele, pela vida de todos. Alguns ninjas desconhecidos de Kiri ou Iwa não iriam o afetar – não mais.

AHHHRRR!”

Mas uma de Suna poderia.

“Temari!” Shikamaru gritou, enquanto enviava sua sombra para estrangular o inimigo que se encontrava atrás dela. Uma espada atravessara o abdomen dela. Temari não tinha expressão alguma em seu rosto. Nem a expressão altiva de sempre, nem dor, nem raiva. Nada.

Naquele momento, tudo que Shikamaru via era Temari. Não havia mais guerra ou batalha. Ele viu o que lhe pareceu ser em câmera lenta Temari caindo de joelhos no chão. Sangrando, ela estava sangrando.

A sombra dele matou o inimigo com facilidade, mas ele não tomou consciência desse fato. “Temari.” Ele se aproximou dela. E então, algo apareceu nos olhos dela. Mas não o típico olhar de ‘não me subestime’. Um olhar de arrependimento, de culpa.

“Sem chakra. Por trás -“

“Não. Não diga nada. Guarde sua força.” Ele estava tremendo. Ele não sabia o que lhe cortava mais o coração, ver Temari sangrando, ou ver aquele olhar vindo dela. Ela estava se culpando. Ele estava abaixado também agora, segurando o corpo dela, a espada no chão – e ele nem soube dizer como fora parar lá. Tudo que ele pensava agora era que Temari precisava de atendimento médico. “Preciso de um médico-nin, agora!” Ninguém respondeu. “Um médico-nin!” Ele gritou com raiva.

Um shinobi relativamente próximo se dirigiu a ele dessa vez. “Desculpe, senhor, não temos nenhum aqui. Eles foram enviados para as outras divisões, que estavam em mais desvantagem.” É claro, médicos-nin já são poucos, eles precisavam estar nos lugares mais críticos.

“Está tudo bem.” Ela disse. Mas a voz dela estava fraca, nada como a normal. O sangue dela escorria manchando a sua roupa. A situação toda era totalmente surreal. Temari da Suna jazia inerte em seus braços, uma ferida aberta que cruzava das suas costas a seu abdomen. Shikamaru tremia de raiva – de medo. Temari não. Ele jamais se perdoaria se algo acontecesse com Temari.

“Nós não estamos tão longe do acampamento médico. Vamos lá, só alguns minutos, segure firme.”

“Eu sinto muito.” Ela sussura “Mas você deve saber, sac-”

“Eu disse para não falar.” Ele comanda – como líder, é a função dele dar ordens a ela. “Não me venha com lições de moral. Você não vai morrer.” O tom dele é ainda mais autoritário que antes.

“Hmpf, isso é uma ordem?” Esse era um comportamento típico de Temari, zombar dele. Mas foi tão fraco que Shikamaru mal reconhecera o escárnio – se não tivesse convivido tanto com ela, com certeza teria passado em branco.

“É” Ele disse em uma voz firme. “Esta é uma ordem. Você não vai morrer. Me ouviu?!”

Ela fechou os olhos em resignação “Me desculpe, não sei se posso cumprir es-”

“Você vai cumprir, soldado.” Ele é quase ríspido, mas ele precisa que ela volte a si. Essa não é a Temari que ele conhece. Temari nunca desiste. “Vamos lá, Temari, você é forte. Ninguém é mais forte do que você.” As palavras não pareciam estar fazendo muito efeito nela. Então se era assim... “Vamos lá, ou você está com medo de se machucar?

Finalmente algo atingiu ela. Há uma nova resolução no olhar dela. Ainda não acabou. Eles estavam no jogo. Como a boa dupla que eram. Ele já estava correndo. “O sangue... tem que estancar” Droga, mesmo com ela nesse estado, ele ainda precisava dela. Como essa mulher conseguia mexer tanto com ele?

Ela estava com os olhos fechados quando eles chegaram ao acampamento médico. A cabeça dela estava apoiada na curva entre seu pescoço e seu ombro, onde ela mesma colocara logo no início. Shikamaru não sabia dizer se ela estava inconsciente ou apenas preservando energia. Os ninjas médicos se movem rapidamente ao ver ele chegar com Temari nos braços. Ele a larga em uma maca, para permitir que eles façam o seu trabalho.

Mas isso causa uma reação em Temari “Não...” ela balbuceia. “onde, onde está -?” Ele leva alguns segundos para entender o que ela quer, mas então se aproxima dela rapidamente, pegando sua mão enquanto os médicos lhe oferecem os primeiros socorros.

“Eu estou aqui. Está tudo bem, nós conseguimos.” Shikamaru mal consegue distinguir os gritos dos médicos a sua volta ‘Ela precisa de atendimento especializado’ ‘Vamos carregá-la até uma tenda’

Ele só é ciente de que quando eles a movem, ele vai junto, seguindo o ritmo, nunca deixando de olhar para ela. A respiração dela agora está mais instável, mas ao menos ela está recebendo atendimento. Novas lágrimas escorrem em seu rosto, em contrastes as já secas. Quando ele começara a chorar? O que isso importa agora, de qualquer forma?

“Shika-“ Ela abre os olhos pesadamente, como se suas pálpebras pesassem toneladas. A respiração é cortada e instável. Os médicos infudem seu chakra para recuperá-la. Mas Shikamaru só a olha profundamente nos olhos, e aplica um pouco mais de força no agarre a mão dela.

“Você não pode morrer. Você não pode.” Silêncio o responde e aquele olhar hipnotizante dela.

“Você é a pessoa mais forte que eu conheço, Temari! Você vai se render assim?! Como uma covarde?”

Ele está chorando desesperadamente agora. Ela só o encara, com dor nos olhos. Dor por ele, não por ela. Como ela pode? “Você me ouviu!!?!? Você não pode morrer!” Ela sente dor por deixá-lo. “Você não pode me deixar! Não pode!”

Ela continua com os olhos abertos olhando para ele. Ele tem certeza que aqueles olhos tem muito a expressar, mas ele não é capaz de ver, sua visão está toda borrada por conta das lágrimas. Ela move debilmente a mão que ele está segurando, e ele leva três segundos para perceber que o objetivo dela. Ele coloca a mão dela em seu rosto, ainda chorando. “Não me deixe.” Ele diz em um sussurro. Implorando a ela. A mão dela não se mexe, mas o contato é incrível. A mão dela é incrivelmente suave para um shinobi.

Então, lentamente, a mão dela começa a escorregar. Como se ela não tivesse mais força para manter o braço onde estava. Shikamaru seguraria por ela se ele não visse como o brilho daqueles olhos lentamente ia desaparecendo. A respiração também sumira.

“Não...” Foi só um sussurro. Duas pessoas o pegaram pelos braços e começaram a arrastá-lo para fora da tenda. “Não. Não! NÃO!”

Uma terceira pessoa saiu da tenda logo após ele e os outros dois que o carregavam. Antes que a entrada se fechasse, Shikamaru pode ver como um tecido era colocado sobre o rosto de Temari, cobrindo-o por completo.

“NNÃÃÃÃOOOOOOO!”


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Notas finais do capítulo

Tem algumas coisas confusas que são propositais, para dar o ar de medo e tristeza. De novo, não fiquem bravos.



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